o episódio de hoje é sobre um tema que pode parecer meio blá blá blá exotérico namastê gratiluz, mas que eu comecei a levar a sério depois de ouvir depoimentos de pessoas super céticas que tinham conquistado muito no quesito profissional e financeiro, mas que só conseguiram dar valor às vitórias depois de implementar práticas e exercícios de gratidão em suas rotinas diárias.

qual é o sentido em querer ter mais, se nunca vamos estar satisfeito com o que temos?

se essa pergunta reverberou aí, esse episódio é pra você. se você está sempre ansioso com o que ainda gostaria de ter, esse episódio é pra você. se tem dificuldade de perceber o quanto já conquistou, esse episódio é pra você. se parou de perceber quanta coisa boa a vida tem a oferecer, esse episódio é pra você. se tá passando por alguma dificuldade e só consegue enxergar um buraco negro sem saída, esse episódio é pra você.

ah, e pra você saber, esse episódio é pra mim também!

estou passando por um dos momentos mais desafiadores na minha trajetória como empreendedor e, portanto, escrever esse episódio começou como um lembrete pessoal de que, mesmo no meio de tanta loucura, tenho muito pelo que ser grato, o que me ajuda a manter uma perspectiva positiva em relação aos desafios que estão na mesa e os que ainda estão por vir.

e caso queira começar a implementar práticas diárias que te ajudem no dia a dia, clique aqui para ver duas dicas que fizeram toda a diferença na minha vida.

eu queria falar sobre gratidão.

afinal, qual é o sentido em querer ter mais e mais se a gente nunca tá satisfeito com o que tem, certo?

pro bem ou pro mal, nós seres humanos fomos biologicamente condicionados a nos adaptar. 

o lado bom é que garantiu a nossa sobrevivência. 

o ruim é que deixou essa herança que, se não estivermos bem atentos, pode ter um gosto amargo. pra essa nossa característica deram o nome de adaptação hedônica, que significa que a gente se acostuma – e rápido – com qualquer coisa, incluindo as mais incríveis e, portanto, logo a gente quer mais. 

queremos outra coisa! uma ainda melhor. e maior! 

mas onde isso tudo vai parar?

já dizia John Mayer, um dos meus cantores e compositores favoritos:
“twice as much ain’t twice as good and can’t sustain like one half could”

ou seja, duas vezes mais não significa duas vezes melhor e pode não sustentar quanto uma metade conseguiria.

nessa nossa insatisfação congênita, muitas vezes esquecemos que precisamos de pouco pra sermos felizes:

  • de uns bons amigos em vez de uma centena;
  • visitar uma cidade com calma ao invés de 8 com pressa; 
  • absorver bem as lições de 1 livro em vez de não lembrar o que diziam os últimos 8 que fizemos leitura dinâmica.

e, embora desejar mais coisas nos dê motivação pra sair da zona de conforto, também nos coloca no risco de ficarmos presos em uma rodinha de hamster, sempre correndo pra conquistar o que ainda não temos, sem sequer perguntar o por quê? por que queremos tanto? e por que queremos o que queremos?

muitos dos nossos desejos nem são nossos. são heranças de uma sociedade que, como disse Mark Manson, em “A Sultil Arte de Ligar o Foda-se”, nutre expectativas pouco realistas:

“ser mais feliz. mais saudável. ser o melhor! ser o mais inteligente, mais rápido, mais rico, mais bonito, mais popular, mais produtivo, mais invejado e mais admirado. ser perfeito, incrível e cagar pepitas de ouro antes de beijar uma esposa impecável e dois filhos perfeitos no café da manhã. e depois – claro, por que não? – ir de helicóptero para seu emprego extremamente gratificante, onde você passa os dias fazendo um trabalho importantíssimo que um dia ainda vai salvar o planeta.” 

enfim, enquanto a gente não começar a refletir sobre por que queremos o que queremos, vamos continuar presos nesse ciclo de desejos inatingíveis. 

e é aqui que a gratidão entra. ser grato ou estar satisfeito com o que se tem não precisa significar falta de ambição ou a falta de desejos. mas (1) não se tornar um refém deles, deixando com que nossa felicidade dependa de exigências que ainda não foram atendidas e, portanto, (2) ser diligente com o que desejamos. 

até porque como eu ouvi uma vez, o desejo é um contrato que você faz consigo mesmo para ficar infeliz até conseguir o que quer. 

e vamos falar a verdade?

a não ser que você esteja vivendo a pior vida possível, é fácil encontrar motivos para ser grato. se você tá ouvindo esse podcast, por exemplo, é provável que haja pelo menos um bilhão de pessoas na terra que considerariam que suas preces foram atendidas se pudessem trocar de lugar com você. pessoas que estão sofrendo dores debilitantes, opressão política ou estágios agudos de luto.

ter saúde, mesmo que apenas um pouco. ter amigos, ter hobbies ou interesses e a liberdade de persegui-los, ter passado este dia livre de qualquer tipo de caos, é ter sorte. 

e se isso não for motivo suficiente para ser grato, não sei mais o que pode ser. como falei, basta olhar ao nosso redor e perceber o quão sortudos nós somos. a gente tem mais um dia para viver nesta Terra. aproveite!

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