o convidado de hoje é o Gabriel Costa, também conhecido como Mineiro.

Gabriel Mineiro é:

  • engenheiro com pensamento analítico e criativo.
  • autodidata: aprende rápido e extremamente curioso.
  • uma pessoa sempre de bom humor! a felicidade impulsiona a produtividade e os resultados.

algumas de suas especialidades são: growth hacking, data growth, growth strategy, inbound marketing, online marketing, geração de demanda, empreendedorismo, smbs (soluções para pequenas e médias empresas), gestão de produtos.

Mineiro foi um dos primeiros funcionários da Resultados Digitais – uma das startups de maior crescimento dos últimos anos no Brasil – e saiu de lá sócio.

hoje ele é CMO na Singu, um app que é uma espécie de Uber da Beleza e que foi fundado por Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi e um dos nomes mais conhecidos do empreendedorismo digital no Brasil.

o bate-papo tá recheado de seus hacks pessoais, dicas interessantes e frameworks que você pode começar a aplicar na sua vida já!

espero que você curta esse episódio tanto quanto eu!

redes sociais do Mineiro:

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Tim Ferriss
  • Tallis Gomes
  • Abraham Lincoln
  • Naval Ravikant
  • Seth Godin
  • Eric Santos
LINKS IMPORTANTES
FRASES E CITAÇÕES
  • “Se você me der 6 horas pra cortar uma árvore, eu vou passar as quatro primeiras afiando o machado” – Abraham Lincoln
  • “A expectativa é a mãe da decepção” – Gabriel Costa
  • “Viver em paz no meio do caos” – Gabriel Costa
  • “Impaciência com ações e paciência com resultados” – Naval Ravikant

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

Henrique de Moraes – Fala Gabriel, seja muito bem-vindo ao calma!, queria começar agradecendo aí pelo seu tempo é claro, já vou te avisar aqui que eu tô com muita pergunta, a pauta tá longa então o difícil vai ser manter aí dentro do nosso tempo né, a gente vai fazer aí um zigue-zague pela sua trajetória, vamos para o final e depois vamos voltar para o início enfim, vai ficar meio confuso mas acho que antes da gente começar, acho que um ponto de partida legal seria falar pra galera o que você faz né porque esse termo né, o termo growth ou growth hacker né como a galera também costuma falar enfim, é meio nebuloso, controverso e acho que depois que ficou popular ficou ainda mais difícil de entender, e como o público aqui do podcast é muito heterogêneo né assim, tem empreendedor, tem gente de marketing, tem gente de BI mas tem gente que não faz nada disso, que está só querendo ouvir para saber um pouco da trajetória da galera mesmo né que passa por aqui então assim, para facilitar queria que você explicasse o que você faz mas eu queria que você fizesse isso de uma forma um pouquinho diferente, eu queria que você explicasse como se você estivesse conhecendo seu sogro hoje e ele perguntasse para você assim “Cara o que você faz?”, como que você responderia essa pergunta?

Gabriel Costa – Vish. Bom, antes de tudo Henrique super obrigado pelo convite, obrigado pessoal que tá dedicando o Tempo ao ouvir nosso papo aqui, rapaz eu não sei responder isso até hoje mas vamos lá, eu costumo explicar de uma forma ultra simples, que eu tenho duas grandes iniciativas aí, a primeira coisa que eu faço é ajudar a empresa que eu tô né, no caso a Singu a crescer de um jeito eficiente, simplesmente isso, então de buscar os meios para fazer com que essa empresa cresça, uma forma eficiente, saudável, enfim. E geralmente eu faço isso através de análises, testes e explorar essas possibilidades diferentes aí de crescimento, de uma forma muito simples é essa, essa é a primeira, e a segunda coisa também eu ensino as pessoas de outras empresas a fazerem isso, então tem outra empresa além da Singu que ela é focada em treinar os líderes de marketing e growth, se chama Growth Leaders Academy e essa empresa eu treino, eu ajudo os líderes dessas empresas a desenvolverem, seguirem o mesmo método e fazerem as suas empresas crescerem da mesma forma eficiente. E a Singu em si como empresa, que é meu trabalho principal, é um aplicativo, um Uber de serviços de beleza, também de uma forma super simples, onde nossa cliente final ela pode escolher um serviço, pode ser unha, massagem, depilação ou escova de cabelo, ela escolhe o serviço e uma profissional nossa vai até a casa dela, profissional que é selecionada, treinada e que com a gente ganha muito mais dinheiro do que ela ganha no salão. Então de uma forma muito simples é isso, vamos ver se, não se se ficou alguma dúvida aí.

Henrique de Moraes – Bom, eu se eu fosse seu sogro estaria satisfeito.

Gabriel Costa – Tá bom, tá bom

Henrique de Moraes – Maravilha, vamos lá então. Cara, na pesquisa aqui pro episódio ouvi você falando um pouco sobre a mentalidade né porque assim, essa coisa do growth porque assim, é diferente do marketing né, tem pontos em comum mas no final das contas acaba sendo uma disciplina que é isso né, não é nem uma disciplina, é uma forma de você enxergar as coisas e que é muito além do título, e eu conheço algumas pessoas que tem esse perfil, eu sei que essa mentalidade ela acaba se refletindo para tudo né que você faz, então para além dos negócios eu queria saber assim que tipo de hacks você já criou para você mesmo, para você sei lá por exemplo, atender melhor ou qualquer coisa, eu tenho alguns pontos que já ouvi você falar sobre, quero que você fale do seu coração aí o que você já teve de life hack aí que você preparou para você?

Gabriel Costa – Tá bom, na verdade até antes eu gosto de explicar o porquê dessa escolha, dos fundamentos e da mentalidade. É porque no fim do dia as coisas hoje elas mudam muito rápido né, sejam as disciplinas, seja o trabalho, seja a ideia, seja qualquer coisa e quando você eu acho que se fundamenta com a cabeça meio que no lugar certo né, olhando as coisas de um jeito legal e com alguns bons fundamentos, cara mesmo que as coisas mudem, ainda continua super válida a história, então esse é o motivo que eu tento me preocupar mais com a forma de pensar do que qualquer outra coisa. E aí dito isso, cara eu acho que a principal são algumas coisas na verdade, uma é como eu lido com múltiplos trabalhos, ou empresas, ou projetos, iniciativas e tudo mais porque uma das premissas dessa história toda de growth é você crescer através de alavancas, então ao invés de você fazer um tanto de coisinha, você descobre aquelas coisas maiores que podem gerar mais impacto e que com isso você faz menos coisas com impacto muito maior, e eu aplico isso em praticamente tudo, seja quando eu vou começar um projeto novo, seja pra aprender, como você mesmo já citou aí porque eu acho que o grande poder da coisa está em a gente, seguindo o princípio de growth, é a gente escolher muito bem aonde alocar energia e também muito bem aonde não alocar, que eu acho que é talvez um dos grandes erros das pessoas aí no fim do dia, e eu falo que é tão claro isso que todo início de ano todo mundo faz as resoluções de ano novo e todo mundo fala as coisas que quer começar a fazer né, as coisas que quer fazer, quer ganhar, quer imprimir, seja um novo ritmo, uma nova atividade, uma nova meta e tudo mais, mas pouca gente fala as coisas que vai parar de fazer, “Eu vou fazer isso mas vou parar de fazer isso”, “Eu vou abrir mão disso pra alcançar aquela coisa”, e do ponto de vista de growth isso aí é muito importante porque sinceramente é onde eu acho que tem o maior poder de impacto, então eu realmente tento viver sob essa premissa aí.

Henrique de Moraes – Boa. Você falou muita coisa que me levou pra vários caminhos aqui, vou tentar fazer como você falou e escolher pra onde não ir, como é importante

Gabriel Costa – Faça boas escolhas aí

Henrique de Moraes – Exatamente, esse é um assunto por exemplo que me interessa muito, como você fazer essa not to do list, todo mundo tem essa lista de tarefas infinitas mas ninguém prioriza, ninguém sabe o que tirar dessas listas e assim, eu acho que isso é uma habilidade fundamental e que parece que você domina bem. Como que você faz, você tem alguma forma, algum método pra analisar por exemplo onde está essa alavanca das coisas que geram resultado fora da curva e o que você vai eliminar, por exemplo? E aí eu tô falando aqui tanto de negócios como pra vida pessoal

Gabriel Costa – Perfeito. Cara na verdade o que eu costumo falar com as pessoas e eu tento realmente viver esse negócio é que o difícil na história não é nem falar o que você não vai fazer, o difícil na história pra mim é você conseguir deixar aquela coisa de lado e viver em paz, de fato ter a tranquilidade de estar deixando de fazer aquilo ali, e aí um exemplo que eu dou pra várias pessoas, meu time já está super acostumado com isso é que assim, eu por exemplo sou uma negação pra responder e-mail e whatsapp, negação, só que é uma escolha muito clara, uma escolha de que quando eu começo o dia e eu tenho as minhas coisas principais ali que eu vou focar em fazer, em resolver e tudo mais e que eventualmente muitas coisas vão ficar pra trás e eu realmente vivo super bem cara, meu whatsapp literalmente agora tem 298 conversas não respondidas, e quando a galera pega meu número falam assim “Nossa como você consegue? Eu tenho TOC”, eu falei “Pois é, esse é o exercício”, é você conseguir viver em paz mesmo no meio do caos, porque a minha teoria é que o caos ele nunca vai deixar de existir, esse é o ponto, e eu acho que muita gente fica aflita, ansiosa e tudo mais porque tem a falsa sensação de que as coisas vão acalmar, vão melhorar, e elas não vão na verdade, só vai piorar, o volume de coisas só vai aumentar. E aí o que eu faço, realmente eu gasto muito tempo fazendo análise, e ai lógico que no trabalho isso é feito de um jeito e na vida pessoal acaba sendo de um jeito menos matemático, mas eu realmente gasto tempo analisando as coisas pra entender o impacto que cada coisa vai ter ali e realmente o que eu preciso deixar pra trás, então quando eu tô falando do ponto de vista do trabalho por exemplo, eu vou analisar sei lá os canais de tráfego, eu vou analisar quem são meus melhores clientes, o perfil deles, vou analisar os piores clientes e o perfil deles, vou analisar os clientes que retém mais, os clientes que me trazer mais dinheiro enfim, vou olhar todas essas métricas e falar assim “Tem esse perfil de cliente que me traz 3 vezes mais dinheiro que esse outro perfil de cliente”, ou “Esse tipo de cliente é duas vezes mais barato, então porque eu vou continuar com esse canal aqui sendo que se eu alocar meu esforço naquela coisa que está se provando melhor já, pode ter um impacto muito maior pro meu negócio?”, só que realmente o período que você conclui isso, para de fazer uma coisa, foca na outra, até começar a dar resultado, é um período muito ingrato, você fica realmente muito aflito de de fato estar tomando a decisão certa. Quando você vai fazendo isso uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, cinco vezes e por aí vai, nem é que você necessariamente vai acertando mais, mas você entende que faz parte do jogo, e aí o que eu falo que talvez você tenha visto em alguma entrevista, é que por exemplo, uma das coisas da Singu, quando eu vi alguns números e eu fui tomar uma decisão, estava muito claro o que tinha que ser feito né que era cortar muita grana de um canal, priorizar outra coisa e isso ia sacrificar nosso crescimento de curto prazo né, em volume de pedidos e tal, mas era um negócio muito importante pra nossa sustentabilidade, do negócio, crescimento em médio e longo prazo e aí eu não tomei essa decisão sozinho, eu levei tanto pro Tallis que é o CEO da empresa, quanto pros nossos investidores também, porque era uma decisão que como afetava muito a dinâmica da empresa, os números e tudo mais, meio que assim “Cara, eu não quero tomar essa decisão sozinho porque ela é muito importante” apesar de que eu acredito, então o processo em si, a minha sugestão era essa mas eu queria o ok de todo mundo. Quando todo mundo viu os números e todo mundo deu o ok aí foi show de bola, aí facilita muito esse processo de tomada de decisão, mas ele pra mim tem que ter essa base bem racional do negócio, de você conseguir tangibilizar e no mínimo estimar o impacto das coisas e tal. E aí uma vez que você faz isso e aprende a fazer isso, você também vai ficando mais confiante, então eu hoje tenho muito menos medo quando vou abrir mão de alguma coisa porque eu sei que tô focando em uma que tá funcionando, e de fato quando você vai construindo isso e cria até uma certa credibilidade né, se você fez isso 1 vez, 2, 3 e tal, as pessoas falam “Ah beleza, ele não tem certeza mas eu concordo que esse é o melhor palpite que a gente tem, dado a quantidade de informação e tal”, e aí a gente decide se vamos tomar o risco juntos ou não, se não tudo bem, não tem estresse mas se sim acho que todo mundo está mais bem alinhado, sabe? Talvez essa seja uma das coisas que ajude as pessoas aí nesse processo.

Henrique de Moraes – Sim, boa. Eu ainda vou voltar lá naquela questão dos life hacks, que eu tenho várias coisas pra te perguntar sobre isso, mas vamos pular aqui porque você falou sobre uma coisa interessante que é sobre esse tempo que você passa analisando dados pra tomar decisão e eu vi você até usando um termo que eu acho sensacional que é o “sharpening the axe”, tipo “afiando o machado” antes de cortar a árvore né, passar mais tempo afiando o machado e eu percebi, pelo menos pelas entrevistas, que você sempre fez isso no momento em que você entra na empresa, você entrou na empresa a primeira coisa que você faz, passa um tempo ali avaliando, analisando tudo pra depois começar a tomar decisão, e aí eu tenho algumas perguntas relacionadas à isso, uma é como que você enxerga a importância disso, é lógico eu já sei mas acho que é importante você falar um pouco mais sobre a importância desse tempo, desse período de avaliação antes da tomada de decisão porque o que eu vejo é que, especialmente empreendedores iniciantes, são muito ansiosos e não dão tempo pra essas coisas acontecerem, não dão tempo pra ter uma análise de dados ali das coisas e uma outra coisa é, como que as pessoas que lideravam as empresas que você entrou também lidavam com isso, era tranquilo ou eles ficavam ansiosos tipo “Você entrou aqui, você vai ficar 3 meses mesmo só avaliando dados?”, como é que funcionava isso cara?

Gabriel Costa – Tem alguns pontos bem importantes nessa história aí, um assim, quando você fala de afiar o machado que é um termo que eu gosto de usar também, é porque teoricamente tem uma frase que é do Abraham Lincoln, vai saber se é dele mesmo, que ele fala “Se você me der 6 horas pra cortar uma árvore, eu vou passar as quatro primeiras afiando o machado”, e é bem sobre isso que você falou eu acho que a gente, e aí eu não vou me tirar desse grupo não, a gente tem muita vontade, ansiedade ou até necessidade mesmo né de gerar necessidade de curto prazo, não tem muito o que discutir nesse sentido, o ponto é que o que eu acho que as pessoas pensam sobre análise e sobre afiar o machado, exatamente o exemplos que você deu é bom, que nossa, parece que vou ficar três meses à toa ou três meses sem entregar absolutamente nada enquanto eu só faço análise, só fico mastigando dado o dia inteiro, e esse é o ponto, a graça da história é que não é por aí, a graça da história é você fazer disso um processo interativo mesmo, do tipo, eu falo que a primeira coisa que eu fiz de análises na Singu quando eu cheguei foi análise, que eu falo “análise do balde furado” e assim cara, eu peguei uma semana para ver onde a gente mais desperdiçar dinheiro, e aí eu vi que tinha campanha super mal configurada de Ads, vi que tinha canal ruim, vi que tinha voucher que já devia estar expirado e não estava, vi que tinham algumas fraudezinhas e tal, em uma semana já deu para achar alguns buracos, e aí nessa uma semana eu consegui cortar 10% da despesa de marketing, simplesmente tampando buraco então assim, a gente não precisa ficar 6 meses análise, 3, 6 meses em análise para depois fazer alguma coisa, mas faz um pouquinho, descobre alguma coisa e trabalha nela. E quando você faz isso e as pessoas vêem falam assim “Caramba o cara gastou uma semana aqui e já me economizou R$ 20.000 por mês, acho que esse negócio de gastar tempo fazendo análise da ROI”, só que eu não fiquei fazendo só isso né, então eu acho que esse é o ponto da história, você tem alguns projetos, um deles é esse de fazer algumas análises, você faz análises mais simples e tal, acha algumas oportunidades, mexe nelas, vê se de fato gera resultado, pô gerou? Aí você já vai ter mais credibilidade inclusive para fazer análises mais complicadas ou de mais tempo e tudo mais, então o que eu costumo falar é que todo mundo da empresa quer a mesma coisa, quer que a empresa cresça, quer dinheiro e tudo mais. O que as pessoas divergem é no como fazer isso né, e se você é uma pessoa que fez um pouquinho de análise e descobriu alguma coisa e gerou dinheiro, você mostrou que o seu como é um bom como, e as pessoas tendem a validar aquele negócio e beleza, não que você precise pular para os três meses direto mas tipo assim, gasta agora ao invés de uma semana, gasta mais umas duas ou três aí e vamos tentar descobrir mais alguma grande oportunidade, então de cara eu acho que é essa a mensagem, fazer as análises são muito importantes, é um processo muito importante e fazer de uma forma interativa que você gasta um pouco de energia, gera um resultado, gera mais credibilidade e confiança nas pessoas, que vão te permite gastar um pouquinho mais de energia e que você vai gerar mais resultado e com isso gera mais confiança nas pessoas tanto é que depois a partir de certo momento eu nem precisei validar mais nada porque já estava provado que aquele fluxo sempre funcionou bem, e aí entrando na segunda pergunta da história dos líderes das empresas, todo mundo quer resultado de curto prazo, todo mundo é ansioso para isso, não tem a menor sombra de dúvida, o que muda é exatamente a confiança do líder nesse processo como um todo e aí eu tive um pouco de sorte, privilégio mas também de escolha, de trabalhar em empresas que sempre valorizaram isso num nível absurdo, então não precisava convencer ninguém da importância dos dados sabe, talvez a discussão fosse sobre algum detalhe específico do projeto e tudo mais, mas quanto à importância disso, natureza disso não teve muito stress, eu sei que muita gente passa por esse desafio e aí nesse caso isso que eu falei é mais importante ainda que é, faz um pouquinho, melhora e por aí vai. E eu tenho uma tática para fazer esse tipo de coisa que eu falo que são os projetos backstage, que é um projetinho que você faz, ninguém fica sabendo, se não der certo você não conta para ninguém, se der certo você capitaliza ele, então “Olha, trabalhei aqui no meu projetinho extra aqui”, cara e eu sempre fui fazendo isso à noite, final de semana, não tô falando que as pessoas tem que fazer isso à noite e final de semana mas foi o que eu escolhi para eu poder fazer tudo que eu tinha previsto para fazer e ainda fiz o extra ali, e aí o bom desse extra é que como ninguém tem expectativa porque você não prometeu nada para ninguém, só de fazer um pouquinho e gerar um valor nesse sentido as pessoas já acham interessante. Um dos grandes problemas que tem empresa é a galera quer, ela precisa ganhar um certo recurso ou um certo apoio político e tudo mais e aí para ganhar time, dinheiro, verba, orçamento e por aí vai acaba prometendo muito coisa né, faz grandes promessas ali, “Não porque eu estou com um projeto assim, que vai entregar esse e esse número, por isso preciso de tal recurso”, você prometeu tanto, eventualmente até ganhou o recurso, cara se você entrega 80% daquilo você falhou né, não é um negócio muito legal, agora se você não promete nada e entrega 20% do que eventualmente entregaria, como a referência das pessoas ali é nada você acaba gerando um resultado legal e fala assim “Tá vendo olha só, eu fiz esse negócio sozinho na hora extra, peguei um dia e dediquei e tal e já gerei esse resultado, imagina se a gente colocar tal recurso, tal esforço? Acho que dá pra gente fazer um negócio mais legal” e eu acho que esse é um bom jeito de se convencer dentro da empresa, então esse método de um modo geral aí eu acho que serve também para essa lógica de análise.

Henrique de Moraes – Sim, tem vários pontos aí que são importantes, primeiro tem essa coisa da proatividade, é lógico que você tem que ter um pouco de liberdade também para poder criar um projeto e mostrar resultado né mas eu acho que pelo visto você sempre encontrou isso nas empresas em que você trabalhou, e aquela famosa, tem aquela coisa do “under promise e over deliver” ou ao contrário né “over promise e under delivery”, você prometer muito e entregar pouco ou prometer pouco e entregar muito, é muito melhor você prometer pouco e entregar mais do que foi esperado do que você falar que vai fazer mundos e fundos e não entregar porra nenhuma, ou assim pode até entregar bastante mas se você prometer muita coisa a expectativa vai lá no alto, não tem jeito né.

Gabriel Costa – Exato. Uma frase que eu uso é que “a expectativa é a mãe da decepção” né, então gerou expectativa muito alto tem grande chance, e esse tipo de coisa com dados é a mesma coisa né, você precisa ter uma calma ao prometer um negócio porque muitas vezes né por ser um projeto às vezes estrutural e tal, que precise mexer em muitas áreas diferentes enfim, tudo isso é sempre bom fazer com muita calma, fazer análises pequenas, coisas pequenas, gerar resultados pequenos e com isso você vai ganhando um pouco mais de confiança, de tração e tudo mais sabe, eu acho que essa é a dica principal aí para quem quer, seja dados ou qualquer outro projeto que quer emplacar internamente.

Henrique de Moraes – Perfeito. Eu vou voltar aqui num ponto que você falou que eu nem sei se era muito relevante mas eu como né, tocando uma agência, eu fiquei curioso assim para saber que tipo, você falou de campanha mal configurada assim, você pode dar em exemplo prático do que é uma campanha mal configurada ou pelo menos um exemplo que você pegou lá na Singu quando você entrou?

Gabriel Costa – Sinceramente, eu não vou lembrar o detalhe da campanha mas assim o mais importante é que na Singu a gente tinha um CPA né, um custo por aquisição ali de uns R$ 50 mais ou menos né por novo cliente da Singu, e tinha campanha rodando que tava com CPA de R$ 1.500, e aí nem importa o porque isso estava R$ 1.500, você desliga na hora e depois você analisa alguma coisa, mas a grosso modo assim da história, muitas vezes são segmentações mal feitas, copy né mal feito, então uma promessa ali às vezes é diferente do que você realmente consegue entregar, dessa especificamente eu não lembro, eu só sei que eu fui passando a tesoura, eu vi o que estava com esses resultados meio fora da casinha que nunca ia fechar a conta e aí eu já desligava, simples assim sabe.

Henrique de Moraes – É aquela campanha fantasma né quase, que você esqueceu ali e nunca desligou, rola essas coisas às vezes quando a gente pega umas contas assim tipo, fala “Porque essa campanha tá rodando ainda? Não faz o menor sentido mais”

Gabriel Costa – Exato, às vezes tem muita coisa ligada ou às vezes é uma deficiência mesmo né no processo de revisão das coisas. Cara, motivo não falta na verdade mas de fato tem que ficar realmente preocupado e olhando esse tipo de coisa porque eu falei, você muitas vezes nem precisa ser o mega pessoa analítica, mas só de você ver assim “Cara, quais são os meus maiores gastos no mês?”, “Ah eu tô gastando muito com Ads, com influencer e com ferramentas de um modo geral”, “Beleza, entra em cada um deles e começa a entender, de Ads, o que tá gastando mais?”, e eu sempre gosto de ver os pontos fora da curva né, eu falo que a média ela é um problema porque ela esconde tudo, ela esconde, o que tem de bom ela piora e o que tem de ruim ela melhora, então às vezes você falou assim “Ah beleza, tô com o CPA aqui de R$ 30” e aí você tá satisfeito, “Não, R$30 tá beleza, tá bom para mim”, só que se você olhasse profundamente esse negócio com detalhe, porque CPA é uma média né, você às vezes vai ver que tem campanha a R$ 8 e campanha a R$ 80, o que é bem comum inclusive na minha realidade isso acontecer, e aí nesse caso acho que toda a linha é, você começa a migrar orçamento, fazer mais testes, explorar a campanha de R$ 8 e diminuir tudo que é de performance da de R$ 80, e aí aos poucos você naturalmente vai chegando nessa melhoria né, chega num valor melhor em vez de ficar ali contente com a média do negócio. Então acho que são pequenas coisas assim que se você vai tomar alguns cuidados, seja em Ads, seja em qualquer coisa, como princípio mesmo do negócio, eu acho que já tem algumas melhorias muito na mão sabe, muito rápido, não precisa de data science, machine learning, nada disso, isso vem quando o seu básico tá tão bem feito que você não tá conseguindo extrair mais coisas básicas sabe.

Henrique de Moraes – E como é que tá o CPA hoje da Singu então?

Gabriel Costa – Cara, hoje a gente varia de 8 à 80, literalmente. É porque assim, toda vez que você vai fazer campanha nova né, é normal você ter resultado piores e aí você vai melhorando, o importante eu acho que é essa grande lógica de olhar e botar o dinheiro, energia nas coisas que estão performando melhor e desligar ou otimizar as coisas que estão performando pior né, então só disso estar sendo feito constantemente beleza, por mais que eventualmente o CPA ele seja um pouquinho mais alto e tal a coisa ainda funciona, tá no caminho certo sabe.

Henrique de Moraes – Deixa eu voltar aqui cara nos seus hacks né, eu anotei alguns que eu achei interessantes e eu queria que você falasse um pouquinho sobre eles, pode ser?

Gabriel Costa – Vamos lá, bora.

Henrique de Moraes –  Maravilha. Cara o primeiro que eu achei muito sensacional são os playbooks de tudo, me fala na prática assim uma coisa, como é que você monta esse playbook, tem um framework, tem uma lógica por trás disso?

Gabriel Costa – Deixa eu explicar para as pessoas antes do que se trata né. Cara na prática o playbook ele é uma consolidação né, o seu manual de instrução para algum tema que você queira para que você não tenha que pensar de novo quando você estiver passando por aquele processo, chegou numa determinada situação se eu tenho o playbook para ela, eu sigo o “manual de instrução” aqui, graça é que eu aplico isso pra realmente muitas coisas na vida então sei lá, eu tenho playbook de

Henrique de Moraes – Posso te pedir pra falar o mais estranho?

Gabriel Costa – Pode, é o que eu ia falar na verdade. Não acho o mais estranho, mas sobre o menos, que as pessoas pensem menos sobre isso mas cara para mim é um de viagens, milhas, passagens aéreas e tudo mais, eu tenho todo um playbook para viajar barato, para extrair boas oportunidades de viagem com a minha família e tudo mais, que é uma série de, um mix de regrinhas, ou aprendizado, ou passo a passo para algumas coisas então começa assim, para você viajar barato você tem que ter antecedência ou flexibilidade, e aí por exemplo uma regra que eu e minha esposa a gente tem é, a gente decide os dois ou três lugares que a gente quer viajar, do tipo “Nosso próximo destino vai ser Japão ou África do Sul” e aí a gente tem uma noção já do preço que a gente quer e a gente tem uma noção do período, “Se cair nesse mês, entre essa e essa semana vamos ficar mais ou menos uns 10 dias, beleza”, a gente tem isso muito bem definido e aí eu tenho também os lugares que eu fico acompanhando promoção, tenho noção dos preços, tenho noção do preço do dinheiro em milhas e tudo mais. E aí de fato quando eu fico acompanhando essas promoções nesses lugares, quando bate aquela série de pré-requisitos né do tipo “Então é esse lugar, tá abaixo de tanto, nesse período e tudo mais”, cara a gente compra na hora, na hora, não importa a hora que aparece, a gente pega e compra porque no fim do dia muita gente perde oportunidade dessas promoções malucas porque elas vão pensar quando vem a promoção, entendeu? “Será que vale a pena? Vou discutir com meu esposo, vou discutir com não sei quem”, “Vou pensar um pouquinho mais e amanhã eu decido” pronto aí você perdeu a oportunidade porque as melhores coisas elas duram muito pouco tempo. É que eu sou apaixonado por esse tema tá, só para você saber, pra você ter noção eu criei um curso de milhas para ensinar as pessoas sobre esse tema, de tanto que eu gosto, vou fazer o jabá aqui, se chama milhasdescomplicadas.com.br, podem ir lá. Mas é isso, é tipo um playbook que eu criei, uma série de regrinhas e aprendizados e tal que me ajudam nesse processo de tomada de decisão que no fim é isso, tomada de decisão, de compra ali. Eu tenho vários outros, tem de aprendizado mesmo né, de aprendizado até escrevi um artigo sobre isso, se puder linkar pro pessoal aqui, que eu fui cara anotando num documento mesmo, começo de uma forma muito simples, pego um tema aí gostei do artigo, coloco lá, vi uma frase legal, coloco lá, e eu vou montando isso, eu vou colocando lá e aí de vez em quando eu vou organizando “Pô tô vendo que eu aprendo melhor assim, aprendo melhor assado”, “Esse conteúdo me ajudou a aprender”, “Esse conteúdo me ajudou a escrever”, “Esse conteúdo me ajudou com isso”, e aí eu vou testando, “Vi que minha rotina funciona assim e eu aprendo melhor desse jeito”, e por aí vai.

Henrique de Moraes – Só uma curiosidade, começa normalmente despretensiosamente ou você sempre tem assim tipo “Não beleza, isso é uma coisa que eu quero estudar?”

Gabriel Costa – Cara acho que um mix de tudo, é porque eu tenho uma certa aversão à trabalho repetitivo e burro assim sabe, eu realmente fico muito puto ao fazer isso, por isso que eu adoro essas ferramentas de automatizar coisa, eu aprendi a programar só para evitar fazer trabalho repetitivo e tal. Então assim, quando eu vejo que a coisa tá caminhando para um negócio que eu vou olhar aquilo de novo, de novo e de novo, aí eu vou documento mas assim eu vou botando as coisas e pronto e aí chega um ponto em que tá robusto o suficiente, e eu percebo isso quando eu começo a mandar isso algumas pessoas, então por exemplo eu tenho um playbook de liderança, que consiste nos meus maiores aprendizados, prática, rotinas de liderança que eu tenho com meu time que eu aprendi nos últimos anos, e seja teoricamente ou empiricamente. Beleza, chegou num ponto em que quando eu vou fazer ajudar alguém, fazer alguma mentoria ou alguma coisa, eu só abro meu documento e eu conto para pessoa qualquer é o playbook, e pode ajudar, pode não ajudar, eu acho que é outro problema mas eu acho que o fato de você fazer isso, eu acho que te ajuda muito pelo seguinte, quantas vezes você não leu um livro legal, veio um insight interessante, alguma coisa interessante, você não anotou na hora porque pouca gente anota enquanto lê, marca livro, alguma coisa assim e pronto, perdeu aquele negócio e talvez nunca mais você veja aquilo e não adianta você fazer, na minha opinião tá, adianta fazer resumo por livro, eu prefiro fazer um resumo por tema, então cara eu tenho um tema aqui que é de liderança, se eu li hoje um artigo sei lá da Harvard Business Review, da First Round, de onde seja, não importa, um livro, artigo, vídeo, tanto faz, e eu entendi que aquilo ali gerou algum aprendizado do ponto de vista liderança, eu vou lá no artigo de liderança, colo o link, coloco uma frase ali e beleza, ele já foi encaixado onde precisa estar né e é muito legal ficar revisitando esse negócio porque de fato aí sim você começa a rever várias coisas né, e o artigo que eu fiz né, que eu falei pra gente colocar aqui se o pessoal tiver interesse é sobre aprendizado, que eu compilei, eu escrevi um artigo enorme eu acho que é quase meia hora de leitura o artigo, fiquei 3 meses escrevendo o artigo mas porque, ele eu compilei os últimos 5 anos de conteúdo que eu fui acumulando e as anotações, insights e tudo mais, e escrever o artigo foi muito bom porque de fato foi quando eu revi uma porrada de coisa, organizei muitas ideias, então inclusive parte do meu playbook de aprendizado é exatamente você documentar essas coisas como eu fiz, então ficou um meta artigo aí sabe, e eu falo isso no artigo, isso aqui inclusive faz parte desse negócio, mas isso é legal de ver e de perceber por isso, você começa despretensioso, começa meio simples e aí chega um ponto e é um tema que você gosta, sempre vai sempre sobre ler aquilo de um jeito ou de outro, aí você leu e gostou, volta naquele arquivo e adiciona ele. As pessoas falam que eu sou um pouco sistemático para algumas coisas e eu tenho que concordar mas eu acho super legal fazer esse trabalho, e aí uma coisa que me ajudou é que eu tenho um documento só, eu tinha vários, várias coisas, era super confuso, eu criei um documento, ele é enorme, ele é o que eu chamo meu playbook de vida, de trabalho, dentro dele tá o de liderança, dentro dele tá o de milha, dentro dele tá o de produtividade, dentro dele tá o de aprendizado, dentro dele tá o de riqueza, grana, carreira, então com um documento eu documento as coisas mais importantes pra mim né, da minha vida, dos meus aprendizados e tudo mais, então eu realmente reduzi muito a complexidade das coisas sabe, era muito documento, muita tag, muita coisa e eu falei “Cara não, chega dessa palhaçada”, um documento só, juntei uma porrada de coisa lá, ele é enorme, só eu que leio então tipo é quando eu me encontro na minha bagunça, e aí de vez em quando alguns deles eu vou organizando pra ele ir público, como é o caso do aprendizado por exemplo, então enfim, meu método não acho que as pessoas precisam seguir exatamente isso mas eu percebi que simplificar o processo como um todo é muito importante, então pode ser uma coisa legal das pessoas terem em mente, pô tá difícil aprender, tá difícil fazer isso, tá difícil fazer aquilo? Cara, simplifica, simplifica porque provavelmente as chances de você fazer o negócio é melhor.

Henrique de Moraes – Perfeito. Cara sensacional, a gente definitivamente vai linkar tanto o Milhas Descomplicadas como o artigo, e mais o que for surgindo aqui ao longo da conversa, eu acho esse assunto muito sensacional porque exatamente o exemplo que você deu foi o que começou a me motivar a fazer também esse tipo de documentação, que foi a leitura, porque eu lia, lia, lia né, eu entrei numa época da minha vida que eu queria ler muito e eu acabava de ler um livro e depois eu ficava assim “Cara o que eu aprendi com essa porra?” e eu não lembrava, eu falava “Porra que merda, gastei um tempo da minha vida inteira lendo essa porra aqui”

Gabriel Costa – Você muitas vezes lê pela pressão, seja social, seja de você mesmo de ter que ler né, e aí na prática no fim do dia não serviu para nada, então do que adianta?

Henrique de Moraes – Não serviu pra nada, exatamente, então isso vai acabar, vai entrar em outro assunto, a parte das milhas inclusive era uma coisa que eu já tinha colocado aqui também como um desses hacks, mas você já falou sobre, maravilha, mas essa coisa de documentar a leitura eu comecei a fazer e cara faz uma diferença porque é isso, você volta ali, o Kindle ajuda muito nesse sentido né porque você consegue depois pegar e exportar ali as suas notas e os seus destaques, fica mais fácil porque eu crio um documento e eu tenho algum documento onde eu coloco os trechos mais importantes também, eu não tenho tudo ali como você falou né, um documentão master mega blaster que inclusive eu, se quiser me cobrar aí para depois eu ter acesso, gerar um PDF ou alguma coisa assim

Gabriel Costa – Ele vai ficando público aos poucos, é que nem adianta, as pessoas não vão entender a bagunça lá

Henrique de Moraes – Beleza, mas cara isso faz muita diferença e vai entrar em um outro assunto que eu vi sobre você, que você falou que você repete conteúdos né, em vez de consumir só mais, ficar só consumindo mais conteúdo, porque você faz isso cara assim, eu tenho meu motivo, eu comecei a fazer isso, por isso que eu puxei essa coisa da leitura né, de você terminar um livro e falar “Cara não aprendi”, não é que não aprendi nada, te deu um monte de insight, você saiu mudado mas quando você tenta pensar em tudo que você leu e tentar lembrar dos detalhes você não consegue né, e o que eu comecei a fazer além de documentar é às vezes reler livros, porque eu falava assim “Porque eu vou reler um livro? Eu já reli essa porra” e não, faz uma diferença, então tem alguns livros por exemplo que eu já tô indo para o terceiro, quarto round porque cada vez que eu leio eu presto atenção num outro detalhe sabe tipo, parece que no momento que eu tava na minha vida quando eu li há 2, 3 anos atrás, aqueles insights ali foram importantes, mas agora outros pedaços daqueles livro são mais importante, então eu releio muito para poder tentar entender ali outras coisas que eu de repente não prestei atenção na época que fazem sentido pro meu momento atual.

Gabriel Costa – Exato, para mim são duas coisas aí nesse processo, três talvez, a primeira delas é que eu tento escolher realmente poucos conteúdos que contribuíram muito para ficar relendo, não que eu vou ficar relendo tudo que eu leio, porque senão realmente é o fim do mundo mas realmente escolho algumas poucas coisas que eu entendo que podem ser interessantes, e geralmente a forma que eu releio nem é muito linear não, é tipo “Cara eu lembro que naquele livro ele cita tal coisa importante que eu quero rever agora”, e aí o que que acaba acontecendo nesse caso é, eu tento ir no pedaço desse livro e releio esse pedaço, então isso acho que já ajuda muito no processo, simplifica, você não precisa reler tudo, apesar de que acho que tem algumas coisas que merecem. Mas dito isso, tem a segunda coisa, e a segunda coisa nesse sentido é que realmente quando você leu uma vez você tem um determinado, você tem uma determinada maturidade e você tem um determinado contexto que te faz enxergar e absorver informação de um jeito. Quando eventualmente você fica mais maduro né porque passou o tempo, passaram as experiências e tudo mais, você olha o negócio com uma certa ótica diferente mas mais do que isso eu acho que é o problema que você tá na cabeça querendo resolver, e aí para mim é mesma coisa, eu tô passando por isso exatamente agora que é a história de, não sei se você já reparou, cara eu tô pensando em comprar um carro tá, e aí você pensa nesse modelo de carro, “Não eu quero esse aqui X, Y, Z” e do nada você começa a enxergar mais aquele carro na rua. Não tem mais carros daquele na rua mas sempre é muita informação que você tá recebendo, mas quando você deliberadamente escolhe uma coisa ou no mínimo tá com um problema muito claro na cabeça, a informação que você vai recebendo você tenta direcionar para resolver aquele pepino que tá te incomodando ali, então essas duas coisas eu acho que elas são muito importantes para fazer com que a absorção de conteúdo de um modo geral seja diferente né, o aprendizado e tudo mais e muito do fato de eu gostar desse meu processo é exatamente de ficar revisitando várias vezes os conteúdos e o fato de muitas vezes ter que escrever sobre isso me faz ter que organizar as coisas de um jeito, e o tempo inteiro que você está olhando, repensando, reanalisando, é inevitável que você aprenda mais, então em vez de ficar aprendendo um pouquinho de cada coisa de repente você de fato escolher bons autores, bons livros, bons conteúdos de um modo geral e ter ciência que você não vai absorver 100% daquilo ali que você está consumindo, então se é uma coisa boa vale a pena você depois olhar de novo para absorver mais 20%, depois mais 5% e por aí vai. Sendo que tem coisas que eu gosto mesmo né de ler, seja pelo jeito que é escrito, então eu gosto dessa lógica aí e hoje eu acho que ela me faz bem, isso não me impede de estudar né, conteúdos novos, ler coisas novas porque eu sou bem noiado com esse negócio, mas ajuda bem. E um exemplo bem prático nesse sentido, eu sigo um cara que se chama Naval Ravikant, ele é o CEO do AngelList, você deve conhecer

Henrique de Moraes – Sensacional, eu só falo dele aqui no podcast, ninguém me aguenta mais.

Gabriel Costa – Boa, então vamos ser dois agora, e cara, eu já escutei umas três vezes o podcast dele, que se chama How to Get Rich, que é sobre os princípios, riqueza e tal, e aí saiu um livro de um cara, que acho que chama “O Almanaque de Naval”, alguma coisa assim, que é um livro simplesmente organizando os aprendizados que ele teve com o Naval, que tá tudo em podcast, tudo que já vi, já li e tal. Cara, eu peguei e li o livro também porque só de você ter, de novo, a mesma informação, mas escrita e não ouvida, organizada de um jeito diferente enfim, e tudo isso, pronto, a forma de absorver já é diferente então a leitura do livro, não é que é uma série que eu já tinha spoiler, não é isso, eu já sabia que ia ter as coisas que eu já tinha consumido mas eu tava realmente curioso para ver como que aquela informação ia ser dada né, mastigada, entregue, e tudo isso logicamente vai contribuindo para sua absorção de informação e tudo mais. Então de um modo geral eu gosto dessa lógica por causa disso, e o próprio Naval fala né, eu preferia ler os 100 melhores livros do mundo infinitas vezes do que ler todos os livros do mundo, acho uma coisa super legal, que é uma filosofia que eu tento seguir aí mesmo entendendo que eu acho que estou muito aquém ainda no ritmo de leitura que eu gostaria de ter.

Henrique de Moraes – Cara é muito legal você ter trazido o Naval porque eu sou muito fã, eu também já ouvi umas três ou quatro vezes o podcast inteiro que no total ali tem umas 2h50, alguma coisa assim né, e eu recomendo para todo mundo e a quantidade de gente que não ouve e eu fico puto

Gabriel Costa – Eu não fico puto, sabe porque? Aí vou ser meio babaca agora. Cara eu não fico puto porque eu entendo que assim velho, pouca gente mesmo tá disposta a fazer várias coisas então assim, eu não quero ser o cara que esconde conteúdo, porque eu recomendo para todo mundo mas eu entendo que se eu tenho um conteúdo tão bom na minha mão e eu tô consumindo e aproveitando e várias pessoas estão evitando, mesmo eu insistindo, cara tá bom, a minha parte eu fiz e eu tô andando para frente sabe, então eu não fico puto porque até aí, uma linha que eu gosto, se você gosta do Naval você provavelmente gosta de uma linha estóica né, filosófica estóica aí e na prática eu não fico puto porque eu não posso controlar o que as pessoas vão ler ou vão deixar de ler, eu posso controlar o que eu faço, e eu tô estudando e lendo, então fico feliz na verdade, não estou nem aí não tenho filho desse tamanho, meus filhos são pequenininhos então cada um faz o que quiser e tá tudo certo.

Henrique de Moraes – Você falou uma coisa, tem uma frase que eu anotei aqui que você falou que é muito estóica né, que é viver em paz no meio do caos, isso está totalmente ligado ao estoicismo, o podcast do Naval eu sou tão viciado no conteúdo dele, nas entrevista que ele deu para o Tim Ferriss, a primeira Inclusive, a primeira especialmente que cara eu também já ouvi umas três ou quatro vezes e que eu cheguei a pensar, eu comecei inclusive a traduzir o podcast inteiro e gravar em português, só que tava dando um trabalho tão descomunal que eu falei “Deixa, eu tenho outras prioridades vou deixar isso aqui em segundo plano, já traduzi tipo a metade, deixa o resto para depois” mas assim, muito pela vontade porque uma coisa que eu percebi depois eu comecei a fazer o podcast, e eu já traduzi alguns episódios de podcasts diferentes, por exemplo eu já traduzi os episódios menores do Tim Ferriss, algumas coisas assim e o que eu vejo é que a galera tem ainda muito o problema da língua, às vezes a gente tá dentro de uma bolha que a gente não percebe isso né mas tem muita gente que quer consumir esse tipo de conteúdo e não consegue mesmo, então comecei a traduzir alguns, só que eu traduzia assim, episódios de 13 minutos, 12 minutos, agora pega o de 2 horas, é uma trabalheira mas enfim, vamos continuar aqui

Gabriel Costa – Mas só um ponto aí velho que eu acho muito muito muito importante, que é exatamente essa história da barreira da língua e tudo mais. E assim, não vou nem discutir as questões de acesso, privilégio, nada disso porque não tem nem discussão, porém a quantidade de gente que eu conheço que não fala por simplesmente preguiça de pegar, sentar a bunda e estudar é muito grande, então eu nem tô falando que todas as pessoas tem que ler, tem que saber, não é esse o ponto, mas a grande maioria das pessoas que eu conheço e que não falam tiveram boas oportunidades, nunca foi o grande problema, realmente foi disciplina, o esforço e tudo mais, e eu acho isso muito importante velho porque você está privado desse negócio, e eu acho um trabalho do caralho, se você conseguir realmente ter a disciplina e dar acesso às pessoas à esse conteúdo, é incrível, parabéns de verdade mas realmente acho que a mensagem tem que ser de que hoje sinceramente dá pra se aprender qualquer coisa sozinho, sem dinheiro e sozinho, exige muito mas, de jeito nenhum falando que é fácil e tal mas eu acho que realmente é uma mensagem importante pras pessoas porque até a coisa chegar aqui traduzida pra gente demora muito tempo, então realmente é muita oportunidade que fica na mesa

Henrique de Moraes – Esse que é o problema né, acho que principal porque assim a quantidade de conteúdo sensacional né, você pega só os episódios do Tim Ferriss, eu não vou nem entrar em outros assim porque cara, pra mim o Tim Ferriss foi game changer na minha vida de fato, aprendi tanta coisa e foi tão significativo o conteúdo que eu falo que se você pegar só esse podcast aqui, pegar os melhores episódios, eu já tenho um documento inclusive que eu salvo aqui no meu celular com os meus seis preferidos que eu mando para todo mundo sempre que alguém pergunta “Tem indicação de podcast?”, toma aqui os seis preferidos,que tá o Naval, tá o Seth Godin

Gabriel Costa – É exatamente essa a história do playbook, ela é isso aí só que ela começa a ter os temas, é só isso, mas é exatamente essa lógica aí, então você já tá no caminho da nóia já.

Henrique de Moraes – Mas é muito isso cara, acho que é o custo da oportunidade que a galera tá perdendo, e dá pra aprender, inclusive eu aprendi muito mais assim, meu inglês se desenvolveu muito ouvindo podcast, porque eu tinha vontade, eu falei “Cara preciso consumir esse conteúdo” e eu comecei a me forçar, no início eu perdia alguma coisa, perdia outra, fui melhorando, fui melhorando, fui melhorando e eu às vezes eu falo com algumas pessoas que falam inglês, que eu sei que falam inglês, que já viajaram comigo e eu falo assim “Ouve esse podcast aqui, episódio sensacional” e a pessoa fala assim “Ah mas em inglês, vou me perder, não consigo prestar atenção”, eu falo “Caralho”

Gabriel Costa – É, aí foi o que eu te falei né, aí realmente é uma questão de postura e tudo mais, e a pessoa tá no direito de fazer o que ela quiser, ela só não pode reclamar depois né, mas no direito ela tá. Eu acho um ponto importante que você provavelmente sofre disso, você tem que ler meu artigo lá de aprendizado que é sobre, eu sempre tive muita ansiedade pra aprender, e aí eu também criei meu método pra lidar com isso, é um negócio bem interessante para mim assim que me deu muita paz de espírito porque realmente cara, de querer aprender Arduino, psicologia, malabarismo e mágica, e não tô brincando não, todas essas coisas eu já estudei de alguma forma

Henrique de Moraes – Você tem que fazer um malabarismo no aprendizado, uma mágica pra poder aprender tudo isso junto né

Gabriel Costa – Exato, só que isso é muito contraprodutivo né, então aí eu fui criando o meu modelo, eu falo que é meu kanban de aprendizado, e aí eu tenho alguns níveis das coisas, e isso é muito bom velho, isso realmente me ajudou muito nesse processo como um todo de aprendizado, de novo a história lá de conseguir navegar pelo caos né, de car ver a quantidade de informação e coisas que eu queria aprender no mundo e ter calma e consciência do tanto de energia que eu queria gastar em cada uma das coisas sabe. E aí quando você vai pegando o jeito e vai fazendo isso bem feito é show de bola, e aí eu por exemplo, não tenho quase saco nenhum mais de estudar conteúdo de marketing, nenhum porque eu acho que durante uma época eu fiquei tão noiado com esse negócio e gastei tanta energia, e hoje eu prefiro consumir conteúdos sobre alguns fundamentos, então sobre psicologia, sobre finanças, sobre filosofia, várias dessas coisas porque no fim do dia isso vai compor o marketing, vai compor a gestão do time, vai compor várias das coisas que se usam no dia a dia, então o próprio estoicismo como filosofia é uma das bases da terapia cognitiva comportamental né, que é um método pra tratamento de ansiedade principalmente ali né, é uma linha da psicologia na verdade, de psicoterapia mas muito eficiente contra ansiedade e cara a base é de sei lá, dois mil anos atrás, isso acho super legal exatamente por entender que se entender o fundamento lá de trás me ajuda a saber várias coisas aqui da frente sabe

Henrique de Moraes – Essa coisa dos fundamentos acho que é muito essencial, lá nos Estados Unidos eles falam de first principle né, de você ter isso, as pessoas que tem essas bases tem muito mais tendência, tem muito mais chances de serem bem-sucedidas do que quem tem só por exemplo hard skills, então enfim, acho super relevante, eu fiquei curioso em relação ao seu framework aí de aprendizado para não ficar ansioso, vou voltar nele, só uma curiosidade aqui, que o nome do podcast é “calma!” por causa do Naval ravikant inclusive, por causa de uma frase

Gabriel Costa – Já até sei qual que é

Henrique de Moraes – Qual que é, fala aí

Gabriel Costa – Deixa eu tentar adivinhar, ele comenta que a grande maioria dos problemas e tal é que você não consegue sentar sei lá 20 minutos sem fazer nada, alguma coisa assim e ter calma, é essa ou não?

Henrique de Moraes – Não mas tá ligado porque ele fala do “Impaciência com ações e paciência com resultados” e a galera sempre quando falam assim “O podcast é porque, pra você ficar mais tranquilo?”, eu falo “Em parte sim” mas não é só pra isso, é pra você ter paciência com resultado, acho que esse é o ponto principal porque ele fala uma coisa que eu acho muito legal, ele fala assim que não é só porque você agiu rápido, fez tudo que tinha pra fazer, que as coisas vão acontecer na velocidade de que você gostaria, e esse é o erro,que você falou lá no início né, expectativa, por ter feito tudo que você achava que precisava fazer pra dar resultado, não necessariamente isso vai de fato se traduzir em resultados imediatos por exemplo, e ter essa paciência do longo prazo é o que eu tenho tentado colocar pra mim porque eu sou muito ansioso, no meu LinkedIn eu sou “sócio ansioso na wee!”

Gabriel Costa – Cara mas sabe que eu acho que tem uma primeira coisa pra começar a mexer isso é parar de reforçar sabe, acho que é o primeiro ponto porque eu também sou mas quando eu começo a tentar internalizar mesmo que, a história do caos, de conseguir viver em paz com isso, a minha vida foi melhorando sabe, então talvez a mensagem aí é também um trabalho mental seu

Henrique de Moraes – Sim com certeza, faz sentido. Beleza cara, vou mudar um pouquinho de assunto aqui senão a gente vai ficar aqui eternamente cara porque é um assunto que eu adoro. Você criou uma carreira sensacional, passou por empresas que cresceram pra caralho e você com certeza tem uma participação enorme nisso e assim, você teve a oportunidade de trabalhar colado, e trabalha na verdade, com pessoas que são referências, líderes muito conhecidos, e eu queria entender do seu ponto de vista, porque quando você pergunta pra um líder o que um líder tem que ter ele vai falar as características que ele acha que ajudaram ele a crescer, mas você que tava ali do lado dos caras e que com certeza o tipo de liderança deles ajudou você também a crescer, eu queria entender do seu ponto de vista assim quais são as características que não podem faltar num bom líder e o que tem que passar longe, que não pode acontecer de jeito nenhum?

Gabriel Costa – Legal. Cara isso eu falo que tive o privilégio mesmo de ter historicamente dois grandes e até famosos inclusive, primeiro é o Eric, CEO da RD, e agora o Tallis, que são pessoas completamente diferentes, mas que eu acho que tem umas coisas muito interessantes, a primeira delas para mim definitivamente é um certo rigor mesmo, exigência por um trabalho num alto nível, esse é um negócio bem comum eu acho na grande maioria dos bons líderes que é realmente um nível de exigência muito alto e de tolerância ao trabalho porco muito baixo, o que eventualmente gera estresse, não é mil maravilhas não, gera estresse mas eu acho que é o tipo de coisa que me ajudou também a criar bastante calo nessa história sabe, de não ficar muito emocional com algumas coisas, de tomar umas porrada aí e ok, abaixa a cabeça, trabalha e faz melhor e bora, esse nível de exigência pra mim sempre foi muito importante, até pessoalmente sempre foi um desafio divertido de não me sentir pressionado mas sim de a barra estar aumentando e eu correr atrás, isso foi super legal. Bom, a segunda coisa eu acho que pelo menos do meu lado, eu acho que foi uma certa cultura analitica ali que eu falei pra você sabe, de eu semper fui cobrado e estimulado ao mesmo tempo e isso sempre exigiu então que os planejamentos, que as decisões e que todas essas coisas passassem por um certo processo mesmo de decisão e que envolvesse lógica, boas previsões enfim, isso pra mim também foi super importante nesse processo. A terceira coisa eu acho que é uma história meio que de um alinhamento cultural e uma questão de visão mais de médio e longo prazo, de conseguir vender isso bem sabe, e os dois vendem isso muito bem né, tanto o Eric como o Tallis, venderam e vendem muito bem, conseguem olhar muito pra frente, conseguem levar as pessoas à entender que aquilo é um bom caminho e tal. Eu acho que uma coisa, uma quarta coisa muito importante é uma certa, uma certa capacidade também de permitir que você dê feedback, que você cobre, que você reclame, que você também demonstre uma certa insatisfação ou dúvida, ou o que quer que seja, uma certa abertura pra esse tipo de coisa. Então isso eu sempre tive e acho que sempre me ajudou nesse processo né, de olhar pra frente, de planejar, de fazer boas análises, o Eric sempre foi muito obcecado com essa história das alavancas, de escolher as poucas coisas que vão fazer muita diferença, de um bom planejamento nessa história então assim, eu acho que são pontos muito muito muito importantes, e talvez o que pra evitar, não sei se eu tive muito problema com isso então talvez uma lógica de ou descentralizar demais ou de não confiar e não dar o mínimo de autonomia sabe, porque no fim do dia se você quer crescer ou se você quer ver alguém crescendo você precisa dar uma certa pista pra pessoa correr, pisar, acelerar, eventualmente dar umas derrapadas e tal, mas pra ela aprender sabe, eu acho que isso é um ponto super importante nesse processo e que para mim é muito importante assim, eu gosto de trabalhar com espaço sabe, deixa eu trabalhar e aí você pode ser super exigente comigo mas deixa eu trabalhar, e aí sim se a coisa não estiver indo bem, lógico todo direito de cobrar e tudo mais sabe.

Henrique de Moraes – Perfeito, muito bom. Cara duas perguntinhas aqui pra gente fechar então, rápidas. Uma, para você o que que é ser bem sucedido, você tem uma definição nisso, e aí não só de trabalho né mas assim de vida, você tem alguma definição pessoal?

Gabriel Costa – Eu tenho, e não necessariamente ela deve ser a mesma das pessoas, as pessoas não devem entender isso como verdade não mas cara, eu sempre desde muito cedo, dado certo contexto familiar e tal, eu sempre fiquei extremamente irritado e, traumatizado é uma palavra forte mas irritado e bem preocupado com uma dinâmica de trabalhar para pagar a conta sabe, do tipo “Cara eu tenho que trabalhar para fechar a conta esse mês aqui”, então toda a minha lógica e muito a ver com aquele podcast lá do “How to Get Rich” também, é de cara eu tô plantando o máximo, o máximo de semente que eu posso agora, ainda sou razoavelmente novo, tenho 32 anos, então eu criei uma meta minha de aposentar com 35, e aposentar é não precisar trabalhar, e não parar de trabalhar tecido e aposentar não precisar trabalhar e não parar de trabalhar, 35 acho um pouco difícil de bater a meta mas assim, uma lógica de plantar muitas sementes agora e aí cara, seja investido em empresa, investindo em outras coisas, criando empresa, criando projeto, trabalhando em boas empresas e virando sócio nelas também e tal, mas com essa lógica de esses frutos começarem a dar no futuro e realmente eu não precisar mais ficar preocupado em pagar conta do mês assim, então esse é um negócio que para mim ser bem sucedido uma das coisas é não ter esse tipo de preocupação sabe. Outra que eu já considero assim, eu acho que tenho um padrão de vida muito bom para mim, para minha família e tal, que o trabalho me proporcionou isso então eu já acho que é uma boa cara, eu pessoalmente também gosto muito de flexibilidade então, seja para viajar, seja para buscar as crianças na escola mais cedo, seja para levar no médico enfim, outro critério pra mim é isso, é um trabalho que eu goste de fazer, que eu aprenda, que é um negócio muito importante para mim no processo e que me deu uma flexibilidade suficiente para eu poder fazer essas coisas, porque aí eu acho que dá para ter de fato um equilíbrio bom de trabalho, família e tal. Eu não acho que dá pra separar as coisas mas eu acho que dá para ter esses equilíbrios e essas compensações sabe, então vai ter um feriado e você poder ir um dia antes, voltar um dia depois ou se dar uma tarde pra não trabalhar pra poder cuidar do filho, fazer qualquer coisa, então esse mix aí pra mim de liberdade de um modo geral, seja ela financeira, seja ela de tempo e tal, eu acho que é um dos maiores indicadores de sucesso, e aí o mais fútil talvez que você possa achar é que, e aí também falo que são esses micro traumas de infância, cara pra mim é uma parada muito imbecil que é eu poder ir num restaurante e escolher o que eu quero comer e ponto, só isso, não importa, não tem estresse, não precisa nem ser todo dia não, eu poder fazer isso pra mim é um indicador de sucesso muito incrível. É um raciocínio meio gordinho aí eu gosto de entender que cara, eu poder fazer isso, cara tem umas coisas meio históricas, familiares que significam bastante para mim sabe, então essas coisas né, podendo fazer algumas coisas com minha família, podendo viajar, uma boa educação e esses aspectos de liberdade que eu falei para mim são os maiores indicadores aí no meio do caminho.

Henrique de Moraes – Perfeito.

Gabriel Costa – E o último aqui recente pra gente fechar, que aí veio dessa empreitada nova minha com essa outra empresa, cara é de fato eu entender que eu tô contribuindo com outras pessoas no processo de aprendizagem delas também, entender que eu tô, eu também tenho meu podcast, eu tô criando cada vez mais conteúdo, tenham as mentorias, os cursos e tudo mais, então acho que esse é o ponto principal aí para a gente poder fechar.

Henrique de Moraes – Show, posso fazer mais uma pergunta cara?

Gabriel Costa – Manda bala

Henrique de Moraes – Se você pudesse falar com seu eu de 10, 15 anos atrás ou você pode voltar em algum ponto específico só avisa pra gente onde você estaria né, no que você diria para seu eu ter mais calma?

Gabriel Costa – Cara eu sei exatamente o que eu diria, que é “Continua fazendo isso aí que você tá fazendo, tenha paciência e não precisa ter inveja dos outros”, porque eu vivi muitos anos com inveja dos outros, muitos muitos anos, seja porque os meus amigos de república estavam ganhando mais que eu, seja porque outras pessoas que trabalharam comigo estavam crescendo e eu também estava crescendo mas não usando o mesmo indicador né, às vezes um indicador financeiro, uma coisa assim. Eu acho que hoje grande parte da minha calma é por entender que todo um trabalho de sei lá 10, 15 anos de muito esforço, de fato a coisa se pagou, está se pagando, vai se pagar, então hoje por exemplo tenho muito mais paz de espírito de olhar para o longo prazo mas eu entendo perfeitamente quem entende a história do longo prazo mas fica aflito no curto prazo porque tá botando, botando, botando energia, energia, energia, tem trabalho e parece que a coisa não vira sabe, e muitas vezes está gerando todo um momento ali em que a coisa tende a virar mais para frente, então eu falaria para eu continuar mandando bala e só tentar ter menos inveja que as coisas iam dar tudo certo, é isso.

Henrique de Moraes – Perfeito. Gabriel, obrigadaço cara pelo seu tempo e generosidade

Gabriel Costa – Eu que agradeço, super legal nosso papo, poderia ficar umas 3 horas aqui, tranquilo. Vamos marcar o segundo já

Henrique de Moraes – Pois é cara, maravilha. Eu vou deixa cara todos os seus links aqui pra suas redes sociais, pro seu curso, tanto o de milhas como você pode passar também o de growth, a gente coloca e se quiser só falar aí onde as pessoas podem te encontrar pra gente encerrar

Gabriel Costa – Cara, acho que pode ser no LinkedIn, como Gabriel Costa, ou no Instagram @gabrielcmineiro, beleza?

Henrique de Moraes – Fechado, obrigado Gabriel

Gabriel Costa – Foi um prazer Henrique, valeu pessoal, grande abraço.

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