formado em Marketing e especializado em Vendas e Negócios pela FGV, Flavio Valiati hoje é líder do segmento de educação da Zoom no Brasil.

ele já passou por empresas como a SaferTaxi, Santo Digital, SalesForce e Zendesk.

com esse histórico, quem diria que o Flavio começou sua carreira como atleta profissional de futebol?

além da tecnologia e do futebol, Flavio também é apaixonado por ajudar as pessoas. ele é o CEO da Vamos Subir, uma startup que já beneficiou mais de 100 mil jovens talentos em todo o Brasil. o projeto ajuda e inspira pessoas ao sucesso através de eventos e workshops que promovem a capacitação e conecta empresas e profissionais em início de carreira.

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Barack Obama
  • Jeffrey R. Holland
  • Rodrigo Galvão
  • Usain Bolt
  • Adam Grant
  • Michael Phelps
  • Ronaldinho Gaúcho
  • Lionel Messi
  • Ronaldo Fenômeno
  • Jocko Willink
  • Seth Godin
  • Bruno Barreto
  • David Newman
  • Francisco Valim
  • Carlos Wizard
  • Eric Yuan
  • Peter H. Diamandis
  • Steven Kotler
  • Chris Voss
  • Malcolm Gladwell
  • Bill Gates

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

Henrique de Moraes – Fala aí pessoal, ouvintes do calma!, bom dia, boa tarde, boa noite para todo mundo, tô aqui com Flavio Valiati, é italiano o nome cara?

Flavio Valiati – É italiano

Henrique de Moraes – Boa não sabia tá vendo, já começamos com curiosidades.

Flavio Valiati – Eu tenho um nome do meio que eu uso bastante também, mas acho que você não pegou, é Flavio Generoso Valiati, imagina o quanto de bullying que eu não sofri nas escola?

Henrique de Moraes – Mas conecta muito com o que você faz hoje né cara, com seu trabalho voluntário enfim, vamos falar sobre isso

Flavio Valiati – Você sabe que algumas pessoas tem falado sobre isso, fico feliz, fico feliz, não foi proposital mas acho que inconscientemente acaba influenciando

Henrique de Moraes – Sim totalmente. Não maravilha, vou falar sobre isso mais tarde então porque eu acho interessante fazer essa conexão com a sua família enfim, tudo isso mas vamos lá. Cara primeiro é um prazer ter você por aqui, obrigado pelo seu tempo, sei que é difícil tirar essa 1h30, 2h pra um bate-papo com um maluco careca mas cara, agradeço demais, acho que vai ser muito rico esse bate papo, obrigadão

Flavio Valiati – Obrigado você pela oportunidade, estou super feliz de estar aqui, bater esse papo, aprender, trocar e espero que de alguma forma agregue para a audiência e para quem tá gastando um tempinho aqui ouvindo a gente.

Henrique de Moraes – Maravilha, vai sim com certeza cara. Eu vou começar por um lugar meio incomum mas eu acho que vai conectar assim com tudo que a gente vai falar daqui para frente porque é o seguinte, eu na hora de fazer o dever de casa aqui né para esse bate-papo, eu sempre gosto de ouvir bastante, ouvir outras entrevistas, ler, enfim sobre os convidados e uma coisa que eu percebi é que você tem uma habilidade né, uma oratória assim que é surreal e quem me acompanha aqui já há um tempinho sabe que é uma das características que eu mais admiro, vamos colocar aqui “invejo” bastante nas pessoas porque pra mim é uma das assim, pelo menos quando eu vejo né alguém assim que tem uma oratória muito boa, eu tenho a sensação de que é um ponto crucial para o sucesso sabe tipo assim parece que fez a diferença na carreira e eu sei que você fala muito sobre algumas habilidades que você considera importantes para as pessoas terem sucesso na carreira e eu imagino que essa seja uma delas e aí pensando nisso e pensando até no seu histórico de como você desenvolveu muitas habilidades porque você veio de um background que não tinha nada a ver com isso né, eu queria saber se isso foi algo que você treinou ou se é uma característica inata né assim que já veio, você já nasceu com isso ou seus pais de repente colocaram isso de alguma forma em você, como é que foi isso na sua vida cara?

Flavio Valiati – Legal, primeiro eu fico feliz com o elogio, é algo que eu me preocupo bastante, eu não sei se é natural ou se foi desenvolvida, com certeza desenvolvida assim como grande parte das competências e habilidades que eu tenho e eu acredito que todo mundo pode desenvolver o que quiser com muito esforço, hardwork, buscando ter as técnicas corretas, buscando nas fontes corretas mas eu acho que tem alguns pontos aqui que eu queria colocar. Primeiro que eu venho de uma família, o meu pai é um baita speaker tá, meu pai é um baita speaker e eu acho que tem alguns pontos, primeiro que eu cresci vendo meu pai falar muito bem, argumentar muito bem, meu pai é vendedor, meu pai fala muito bem e eu venho de uma família religiosa, eu sou membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, vulgo mórmons, sabe aqueles caras que andam de dois em dois, plaquetinha, que quando batem na porta a gente sai correndo? Brincadeiras à parte eu fiz esse trabalho e eu cresci numa família religiosa, ia todo domingo para igreja, uma vez por semana eu também tava na igreja fazendo atividades, fazendo enfim qualquer coisa que se fosse para ajudar no desenvolvimento não só pessoal das pessoas mas também naquilo que é espiritual, valores, princípios e eu me lembro de criança, aí tá um ponto importante, uma vez por mês na igreja a gente tem que a gente chama de “domingo de testemunho”, onde as pessoas vão lá na frente e falam sobre o que elas querem falar, elas compartilham experiências e sem entrar aqui no proselitismo tá mas as pessoas falam, falam sobre o que elas acreditam, falam sobre seus desafios e eu me lembro de desde pequenininho subir no púlpito e falar “Eu gostaria de prestar o meu testemunho”, e eu falava, eu falava então note que talvez essa experiência repetida desde criança talvez me ajudou mas tem alguns pontos aqui que eu quero trazer tirando esse contexto que com certeza me ajudou. Eu sou um cara que gosto muito de falar bem, não tô falando que eu falo bem, obrigado pelo elogio novamente mas eu quero falar bem e para falar bem e uma das dicas de carreira que eu sempre dou para os jovens é “tenha referências”, eu tenho referência para tudo tá, se você me perguntar “Quem que é o melhor vendedor que você considera hoje?”, eu vou te falar, se você falar “Quem que é o melhor gestor?”, eu vou te falar, “Quem são os melhores speakers?”, eu vou te falar e eu acho que o grande ponto aqui, e eu vou dar três nomes para mim além do meu pai tá, meu pai tá em outro patamar mas vou trazer patamares humanos aqui. Tem três caras que para mim são grandes referências, primeiro Barack Obama, cara pra mim não tem ninguém igual a esse cara, esse cara é um baita speaker clássico, é um cavalheiro além de falar muito bem. Depois eu trago um cara religioso pra mim que se chama Jeffrey R. Holland, que ele é basicamente um líder da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a qual eu sou membro. E o outro é o Rodrigo Galvão que era presidente da Oracle no Brasil e hoje é vice-presidente da América Latina. E o ponto que eu quero trazer aqui se for para dar conselho para as pessoas que estão nos assistindo e até falar um pouquinho de como é que eu me organizo, eu acho que o segredo do sucesso é a confiança e o segredo da confiança é a prática, o treino tá bom, então quando eu vou falar em qualquer evento ou quando eu vou ter uma reunião ou qualquer coisa do tipo eu me preparo para caramba, eu vou falar no espelho, eu vou ler, eu vou estudar, eu vou voltar, cara eu vou gastar talvez 90% do meu tempo me preparando para 10% executar no dia, e aí volta talvez um ponto né que eu acredito muito dos esportes, se você olha para um atleta Olímpico, vou falar o Usain Bolt, maior corredor da história, esse cara ele treinava por 4 anos para ele correr uma corrida que levava 10, 15, 20 segundos no máximo então o grande jogo ele é construído na preparação, no treino, para você chegar no no jogo onde está valendo e você arrebentar então comunicação para mim vem da preparação, da prática, do repertório e você não cria repertório se você não pegar internamente e se dedicar então talvez alongando um pouco mais achei que fazia sentido dar esse contexto.

Henrique de Moraes – Não, totalmente assim e já me trouxe algumas outras perguntas que vão se desdobrando né mas acho que assim, vale a pena falar que você trouxe aqui a preparação mas você falou de uma outra coisa que você não colocou isso como se fosse fundamental mas foi fundamental para sua construção mas eu acho que para quem não tem o hábito por exemplo de falar em público como você fez quando era jovem né, eu acho que a questão de você se expor àquilo que você tá treinando, se preparando para também é muito importante né então porque também tem muita gente que para na preparação e nunca coloca em prática e como você pode fazer isso? Cara sai falando né cara, sai arrumando lugar aí para falar. Se eu não me engano o Adam Grant fala isso, que ele era muito ruim como palestrante e aí perguntaram para ele “Como é que você fez?”, ele falou “Cara eu me inscrevi em tudo que eu podia pra dar palestra, tudo, qualquer coisa que aparecia na minha frente eu tava lá dando palestra” e aí ele falou “Fui me expondo”, e ele passava um formulário depois pra entender no que ele tinha mandado bem, no que ele tinha mandado mal e tirava os feedbacks dali e ia melhorando. Então assim essa coisa da exposição acho que é muito importante, é uma coisa que as pessoas não se ligam e que talvez tenha preparado muito você para ter essa confiança que você tem hoje também né, se expondo ali desde pequeno, isso prepara qualquer um, qualquer ser humano pra vida adulta

Flavio Valiati – E acho que um ponto só aqui Henrique, isso aí me ajudou no conceito de me expor, não necessariamente que isso tenha me ajudado no que eu falo hoje né, eu acho que talvez o que tenha mais me ajudado foi no mindset de me expor constantemente e é o que você falou, cara pede um grupo de amigos ali por 30 minutos, pega cinco amigos e “Preciso fazer um pitch pra vocês”, “Preciso apresentar alguma coisa para vocês” e a criar esse hábito não só de falar em público mas de se expor em várias situações que vão fazer parte do seu desenvolvimento, ninguém evolui se não se expõe então aqui tá talvez uma das grandes lições que é se expor constantemente, independente da área ou do skill que você quer desenvolver.

Henrique de Moraes – Sim totalmente, eu tenho o meu depoimento pessoal que é assim, quando a primeira startup que eu montei eu tinha que ir pra rua vender né de fato tinha que bater em salão de beleza e falar “Olha eu criei uma empresa que vende essa solução aqui e eu gostaria que você comprasse”, eu era novo e foi uma das piores experiências e melhores da minha vida porque assim, eu virei uma pessoa cara de pau, eu era muito envergonhado mas eu queria muito fazer a empresa acontecer então tipo acabou que aquilo se tornou uma motivação para mim e mudou minha vida assim, essa coisa de você entrar e bater na porta das pessoas aleatórias, fazer um coach call ali, coach visiting sei lá, bater na porta das pessoas pra vender foi uma puta lição assim pra mim, tipo até num contexto aí mais de relacionamentos inclusive né porque você fica mais cara de pau até para falar com as meninas enfim, ajuda bastante.

Flavio Valiati – E é uma baita vantagem competitiva, baita vantagem competitiva, se você olha pros cara que conseguem enfim ser promovidos ou para o cara que consegue namorar determinada, cara quando eu casei com a minha esposa tinham sem brincadeira, 10 caras ali querendo namorar com ela, noivar com ela e porque eu consegui? Acho que eu vendi um sonho melhor então tá aí uma característica que para mim é chave para acelerar a carreira e crescer.

Henrique de Moraes – Boa. Deixa eu te fazer uma pergunta, como que você, você trouxe aí três referências né mas como que você faz para extrair o melhor dessas referências? Porque eu acho que beleza, a pessoa pode ter ali as pessoas que ela admira e aquilo pode ter um impacto positivo como pode ter um impacto negativo né, ela pode falar assim “Esses caras são tão fodas, eu nunca vou chegar lá” mas como é que a gente faz então para pegar e fazer isso se tornar na verdade, como que você faz para aprender de fato com essas pessoas né e usar a habilidade que elas têm a seu favor?

Flavio Valiati – Boa. O primeiro ponto que eu acredito é que ninguém é super-homem ou mulher-maravilha tá então assim, eu vejo esses caras como referências mas a minha ambição é ser que nem esses caras, passar esses caras, obviamente né salvo as devidas proporções mas nada é impossível, acho que esse é o primeiro ponto aqui. O cara é ser humano, o cara é pai, esposa, filho, filha, todo mundo é ser humano, no final das contas todo mundo tem suas limitações, suas incertezas, seus medos, suas fraquezas então acho que esse é um ponto super importante. Respondendo à sua pergunta, eu realmente estudo esses caras, eu realmente estudo. Eu vou pegar o speech do Barack Obama quando ele anunciou cara de trás para frente, movimentação, linguagem corporal, entonação e eu vou tentando aplicar isso no meu dia a dia, é basicamente isso, é tão simples quanto isso. Se tem alguma coisa que eu não acho legal eu não vou aplicar, tão simples quanto isso também, então o que que esse cara faz de forma positiva e o que esse cara não faz tão bem e eu assim ouso dizer que tem coisas que eu faço melhor que os três né, em algumas coisinhas e se eu faço alguma coisa melhor tudo bem né eu também não tô me colocando em um patamar diferenciado mas à medida que você foca em desenvolver alguma coisa você vai falar “Pô legal, isso ele faz muito bem, quero absorver isso aqui, já isso aqui acho que as minhas características, individualidades, autenticidade podem fazer mais sentido dado ao meu contexto”, então é tão simples quanto isso Henrique, olhar e anotar o que que ele faz bem, o que que ele talvez não faça tão bem e o que que eu quero aplicar o que eu quero desconsiderar, é basicamente isso lembrando que você pode desenvolver o que você quiser, ninguém é super-homem e ninguém é mulher-maravilha.

Henrique de Moraes – Boa. Me lembrou uma prática do meu background né que eu sou músico e os músicos quando vão tocar, precisam ensaiar você tem que tirar a música né que é como a gente chama, que é de fato pegar a música, decodificar ali, aprender e botar pra frente então é quase isso né, você tem que tirar os discursos ali né, vamos colocar assim então é isso, decodifica, treina e vai fundo né.

Flavio Valiati – Exatamente

Henrique de Moraes – E quanto mais pessoas, mais referências e mais você fizer, mais repertório você tem então dá para fazer um paralelo bem interessante.

Flavio Valiati – E eu acho que um ponto aqui Henrique se você me permitir, eu acho que o grande ponto de ter referências te ajuda a acelerar ou pular algumas etapas no bom sentido tá, lembrando que sempre que você pula uma etapa talvez você traga alguns gaps né mas te ajuda a partir de um princípio, te ajuda a começar de algum lugar, não do zero entendeu, isso foi um ponto que para minha carreira, não sei se a gente vai falar sobre isso ou não mas eu joguei futebol profissionalmente até os meus 19 anos e talvez o grande insight que eu trouxe, o futebol ele me ensinou muitas coisas tá mas eu acho que uma coisa que eu fiz bem e me ajudou a acelerar foi estabelecer e identificar quem eram as minhas referências no mercado de trabalho e é comum fazer isso no esporte. Quem é a minha referência se eu nado? Michael Phelps, quem é minha referência jogando bola? Depende da época, minha referência era pô Ronaldinho Gaúcho, o próprio Messi que continua atuando, Ronaldo Fenômeno, e criança copia as pessoas né para o bem e para o mal então me ajudou demais desde criança copiar e ter referência, ter o pôster do cara, falar “Pô eu quero ser igual esse cara”. Quando eu entrei no mercado de trabalho e fiz o movimento de um cara que tentou ou foi jogador profissional para um mercado do zero em tecnologia eu falei “Cara quem é que são as referências?”, isso me ajudou a acelerar 2, 3 degraus facilmente, eu saí na frente porque eu tinha claramente quem eram as minhas referências e aí pra tentar trazer algo prático, vai no Linkedin, pesquisa pelas pessoas, quem é a grande referência para você, quem é o melhor nessa área de atuação? Você vai identificar e identificou, destrincha o cara, o que que ele faz bem, o que ele não faz, como ele se comporta, como ele vende as suas ideias, como ele gesticula, como ele pensa e aí você já tem uma lição de casa gigantesca a partir daí.

Henrique de Moraes – Sim, perfeito. A gente vai falar sobre essa sua trajetória mas antes eu queria saber então assim quais outras habilidades que você considera importantes por exemplo pra uma pessoa ter uma carreira, pode ser empreendendo ou como executivo por exemplo né, quais são as habilidades principais que você enxerga assim como relevantes e imprescindíveis pra pessoa conseguir ter sucesso?

Flavio Valiati – Cara acho que tem algumas tá, vou tentar elencar aqui não necessariamente em ordem de prioridade mas eu acho que a primeira é o que a gente chama de ownership, que é a liderança, o protagonismo, chame como quiser, eu acho que esse ownership é a capacidade de entender que a carreira é sua, o Flavio ele está na Zoom, ele passou pela Salesforce, ele passou pela Zendesk, e daqui a pouco eu saio da Zoom, a realidade é essa entendeu eu não vou ficar, não vou me aposentar na Zoom então ter ownership e entender que a carreira é sua, que você lidera os próximos passos independente do investimento que a companhia faça ou não em você a carreira é sua então o Flávio ele um mindset da carreira dele, em como eu me conecto com as pessoas, em como eu construo, o que eu estudo, o que eu desenvolvo, quais são as minhas prioridades, acho que esse é um ponto, entender que a carreira é sua. Uma outra coisa que para mim é super importante é entender que o Flavio é uma marca, o Flavio é uma empresa e quando eu entendo isso eu mudo completamente o jogo em como eu me posiciono e eu foco em agregar valor nas pessoas, lembrando que tem que ser genuíno agregar valor para as pessoas né mas o Flavio ele é uma marca então se você entra no meu LinkedIn você vai ver posts tentando agregar valor para as pessoas, você vai entender que eu foco muito em network, você vai entender que o Flavio é uma marca, é como eu enxergo tá, pode ser que as pessoas não vejam tanto valor mas para mim isso aqui é super importante e eu acho que tem valor nisso, eu acho que acelera a carreira como as pessoas se posicionam. Uma outra coisa é networking, se você olha para minha carreira, todos os movimentos que eu fiz, todos, literalmente Henrique foram movimentos adventos de um bom relacionamento com as pessoas então focar em networking, networking talvez é um dos principais ativos de carreira, sem dúvida nenhuma e networking não é sair pedindo emprego no LinkedIn, networking não é procurar pessoas 5 anos depois e falar “Pô lembrei de você, tô precisando de ajuda”, networking é agregar valor pras pessoas, é viver de uma forma a deixar algo positivo para as pessoas, não é simplesmente ser o gente boa, “O que o Henrique gosta?”, “Pô o Henrique gosta de falar sobre mídias, ele gosta de falar de podcast, ele gosta de falar sobre música”, que você já me deu um insight aqui. Se eu leio alguma coisa amanhã que agregue valor para você eu vou falar “Cara Henrique, eu li isso e acho que pensei que fazia sentido compartilhar, espero que eu tenha acertado”, acabou, acabou e eu vou fazer isso daqui a três meses de novo entendeu, no momento que você tiver alguma oportunidade que se encaixa com as skills, com as competências, com o business do Flávio você vai lembrar de mim então networking para mim é isso e eu Henrique, eu gasto tempo durante a minha semana para fazer contato com as pessoas, para falar com as pessoas. Às vezes são calls de 15 minutos, “Cara vamos só fazer um catch up aqui, vamos fazer um bate papo rápido para eu saber como é que você tá, tá precisando de algum apoio, de uma ajuda?”, eu assim hoje eu tenho muitos mentores, sem dar nomes aqui mas eu tenho muitos mentores, mentores que assim são os grandes líderes de empresas nacionais e internacionais, me sinto um cara muito abençoado mas foi construído, foi construído e eu no início, e continuo fazendo isso, com menos frequência até porque a agenda ela não permite mas eu continuo fazendo isso e não quero perder isso. Eu mandava, eu tenho um template, depois eu compartilho com vocês e eu lembro que eu tinha uma mensagem que falava assim, quando eu entrei no mercado de trabalho e ao longo dos últimos anos, “Fulano de tal (presidente de empresa), meu nome é Flavio tenho 21 anos, sou um cara muito ambicioso e te tenho como referência. Queria entender de você quais são seus grandes conselhos para eu acelerar minha carreira”. Cara era impressionante, de 10, 9 ou 8 respondiam, inclusive falando “Vamos marcar um call”. Eu continuo fazendo isso e esses cara se tornaram mentores para mim então networking, eu gasto tempo pra construir e fortalecer a minha rede de relacionamento, networking é uma rede de relacionamento real e não é construído em um mês, dois meses, três meses, é de longo prazo e se a gente entender esse conceito a gente entende que a carreira por si só não é um jogo de curto prazo, não é um sprint, não é uma corrida de 400 m, é uma maratona e na maratona você acelera, você desacelera, você muda o pace você enfim, se prepara mentalmente para um jogo de longo prazo então eu traria essas três características, ownership, branding e networking. Tem várias outras, tem várias outras mas eu traria essas três e a gente pode se você permitir, discutir outras.

Henrique de Moraes – Sim, com certeza. Deixa eu pontuar assim, acho que a importância dessa primeira que você levantou, do ownership né, dessa coisa da pessoa entender que quando ela tá, todo movimento que ela faz né inclusive dentro de uma empresa, ela tá fazendo também por ela mesma, acho que esse é o ponto que eu vejo tanta gente falhar sabe, elas acham que a carreira delas é dependente da empresa né que elas estão então na própria agência eu vejo muito isso sabe, das pessoas assim “Ah não mas a minha liderança não é assim, a gerência não tá fazendo por onde e não sei o que” e fica só nesse modo de reclamar de tudo que tá acontecendo em volta e nunca entende que não cara, a responsabilidade disso aqui, dos projetos darem certo é sua sabe tipo assim e se você mostrar que você tem capacidade de pegar esse projeto e tomar como seu você talvez vá tomar o lugar da gerência, vá tomar o lugar de não sei quem e vai dominar isso aqui porque senão cara você fica só naquele jogo de passar a culpa né tipo e de fato não ter responsabilidade sobre nada. Eu vi que você tava lendo né, inclusive leu há pouco tempo o “Extreme Ownership” do Jocko Willink, esse livro é muito sensacional e eu recomendo para todo mundo assim, qualquer um,  pega essa parada, lê, entende e assume isso porque a partir do momento que todo mundo dentro de uma empresa tem essa cabeça eu acho que a chance de acabar o micro gerenciamento e as pessoas conseguirem botar projetos para frente vai ser muito maior.

Flavio Valiati – Boa, posso colocar um ponto Henrique? Acho que eu coloquei três pontos que eu acredito demais mas acho que tem um outro ponto, falando para sua audiência, o que é performar né, o que que é ser os top performers. Eu acho que de forma bem curta também para não aparecer só algo inspiracional, se eu focar em ownership, branding e networking eu vou crescer? Cara grandes chances mas a base, a raiz de tudo isso é entrega, é resultado e é consistência, se for pra trazer uma palavra é consistência que é a capacidade de entregar resultados constantemente, eu acho que essa é uma grande característica, principalmente pro jovem. Normalmente eu sou o mais novo dentro dos meus pares, os meus pares eles tem 45, 50 anos, eu tenho 29. Chega uma hora em que a idade ela indifere, o que vai determinar e o que determina de fato hoje no mercado de trabalho, numa Zoom, empresa de tecnologia, em qualquer lugar que você atue é a sua capacidade de entregar resultados para a companhia e você começa a ser questionável, o resultado ele é inquestionável por si só, ninguém pode calar um jovem de 20 anos que traz resultados, ninguém pode tirar o brilhantismo de uma pessoa que entrega resultados de forma honesta, sincera e consistente. Então acho que a capacidade de entregar resultados é super importante e talvez um insight se você permitir Henrique, coloca energia em atividades que vão te aproximar dos seus resultados. Eu vejo muitos jovens hoje no mercado de trabalho querendo abraçar o mundo, todo mundo é muito ambicioso mas não adianta ter ambição se ela não for canalizada, direcionada a indicadores que te aproximem dos seus resultados então assim, sou super ambiciosos, sou vendedor, sou um vendedor e sou super ambicioso mas eu tô focando em gastar energia, em otimizar o processo de comunicação com meu time que é legal mas que não impacta diretamente na venda em si entendeu, então foque em atividades que vão te aproximar dos resultados, é basicamente isso.

Henrique de Moraes – Boa. Pô sensacional cara, eu acho que para isso tem um gráfico cara que eu acho sensacional do livro “Essencialismo”, não sei se você já leu mas ele tem um gráfico que é uma pessoa assim, são duas bolinhas de energia e uma indo pra tudo quando é lado e uma que é a mesma quantidade se você botar todos os traços ali e botar numa linha reta dá aquela distância percorrida, acho sensacional e tem a famosa análise de 80/20 né de você ver ali tipo 80% das suas ações que estão gerando 20% resultados e 20% das suas ações, lógico que esse número nunca é assim né mas a gente consegue, se a gente pegar e parar para analisar de fato o que a gente está fazendo, onde está gastando energia e o que que tá dando resultado e o que que não dá fica muito mais claro né então assim, e acho que a maioria das pessoas não para pra analisar, não param pra fazer uma autoanálise né enfim. Sensacional, e um outro ponto aqui só para pontuar rápido que é da marca né, de que você é uma marca enfim, todo mundo é uma marca, eu acho que isso inclusive é o futuro do trabalho, que as pessoas vão ser como se fossem marcas, todo mundo vai ser profissional autônomo e você vai ali tipo acordar e falar assim “O que eu tô afim de fazer hoje? Vou encontrar aqui uma vaga para fazer tal coisa por sei lá 2 meses”, acho que essa coisa do emprego, da estabilidade que a gente tem hoje vai ficar morrer sabe?

Flavio Valiati – Totalmente. Eu concordo tá Henrique, inclusive na Zoom eu tenho falado muito sobre isso né porque eu acabo atuando muito fortemente em educação e educação você passa pelo futuro do trabalho também. A carreira do futuro ela vai passar pelo profissional híbrido, a gente pode falar um pouquinho mais sobre isso mas em geral a carreira ela vai ser construída por projetos, então “Qual que é o meu projeto para daqui a três meses? Entregar uma plataforma de podcast” legal, terminei, começo, meio e fim. “Qual que é o meu próximo projeto?”, “Meu próximo projeto é entregar basicamente um projeto de mídias sociais, entregando omnicanalidade, diferentes canais” cara vai ser projeto, você tá assim, eu concordo com a sua previsão, acho que que vai ser nessa linha pensando num futuro mais para frente mas a gente já vê isso acontecendo atualmente, profissionais autônomos que viajam, que são nômades digitais e que atuam em diferentes empresas/projetos.

Henrique de Moraes – Totalmente, existem várias ferramentas inclusive né, várias plataformas para isso, pra conseguir fazer com que as pessoas tenham esse tipo de vida, é bem interessante. Eu ouvi você falar em alguma entrevista que você deu sobre a diferença entre motivação e disciplina e o impacto que isso teve na sua trajetória, eu queria que você trouxesse um pouquinho essa reflexão, você pode falar sobre isso?

Flavio Valiati – Com certeza. Eu volto principalmente nos meus dias de futebol né, eu saí de casa muito cedo, eu saí com 12, 13, 14 anos para morar em Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, interior de São Paulo, sempre sozinho e quando eu falo sozinho é num alojamento com outros jovens, com toda uma estrutura mínima né para você viver, alojamento, comida, etc. E cara a verdade é que eu me lembro de vários dias que eu acordava sem vontade de treinar, sem vontade de fazer as coisas, acho que todo mundo tem os seus dias e eu comecei a entender que os meus dias sem motivação eram maiores talvez até dos dias que eu tinha motivação e quando a gente faz esse paralelo e eu vou trazer o insight em si, motivação é basicamente estímulos ou motivos para você tomar uma ação, para sair do ponto A para o ponto B. Trazendo para o mercado de trabalho, “Ah acordei motivado porque o meu chefe gosta de mim”, “Acordei motivado porque o meu chefe me deu um projeto”, “Acordei motivado porque eu fui reconhecido pelos meus pares publicamente”, tô motivado agora se você não tivesse esse reconhecimento, se você não tivesse esse projeto, se você não tivesse tudo isso que é um estímulo para você, como é que você faria? E aí entra o conceito da disciplina e para mim foi super importante entender isso porque a motivação ela é cíclica e ela vem e vai, ela pode existir hoje como ela pode não existir amanhã, tudo depende dos estímulos que você tem tanto externos quanto internos só que o problema disso é, e quando não houve disciplina? E aí entra o conceito da disciplina que é basicamente fazer o que você sabe que você tem que fazer tendo motivação ou não, motivação ela vai sumir em alguns momentos, a disciplina não, disciplina é fazer nos dias ruins aquilo que você faz nos dias bons então eu entendi isso, eu não preciso estar motivado para treinar de manhã, eu não preciso estar motivado para pegar meu telefone e ligar para as pessoas que eu tenho que ligar, não tenho que estar motivado para fazer networking, não tenho que estar motivado para acordar e ir para o trabalho, não tenho que estar motivado para entregar as minhas metas e resultados, eu tenho que estar disciplinado. Motivação em alguns momentos Henrique é luxo, claro que é legal estar motivado mas é artigo de luxo para profissionais de alta performance. Se você quer ser um profissional de alta performance você tem que ser disciplinado e não motivado.

Henrique de Moraes – Perfeito. Isso me lembra muito uma fala do Seth Godin, sempre perguntam pra ele como que se faz para escrever bem enfim ou quando você tem bloqueio criativo, esse tipo de coisa e ele fala: “Cara, só escreve, escreve todos os dias, não interessa sabe porque na verdade a rotina, o fato de você escrever todos os dias que vai te fazer um bom escritor e não você ter um insight maravilhoso, enfim” e pra indústria que eu trabalho especialmente que é muito pautada na criatividade, essa é uma coisa que eu fico tentando colocar muito assim no time sabe, tipo “Ah eu não tô inspirado”, então vai lá e faz o seu trabalho ruim sabe tipo assim, não tem problema, entrega o ruim que depois a gente vê como é que a gente pega porque é mais importante você fazer o trabalho quando você está desmotivado e desenvolver ele a partir daí porque isso vai te dar na verdade muito mais, vai te desenvolver muito melhor para quando você de fato precisar fazer um trabalho mais relevante nesse sentido.

Flavio Valiati – Um comentário sobre isso Henrique, nenhum profissional brilhante e preguiçoso supera um cara disciplinado, é basicamente isso. O cara disciplinado, o cara que faz acontecer, independente da situação ele vai cara jantar qualquer profissional brilhante, preguiçoso e inconsistente, é basicamente isso cara, eu acredito demais nisso. E até corroborando o que você falou, pô me entrega o ruim, o cara disciplinado até quando ele estiver desmotivado ele tem a barra tão lá em cima que cara, o trabalho dele mais ou menos ou fazendo ali só por disciplina vai ser melhor muitas vezes do que até aquele trabalho motivado do outro cara que é inconsistente, então eu acredito muito nisso, acredito muito que a disciplina vai te levar a consistência e a consistência vai te levar à maestria, a fazer como ninguém

Henrique de Moraes – Totalmente, até porque assim se a gente faz um paralelo né com o que a gente tava falando por exemplo de um atleta profissional ou nem precisa ser profissional né, mas se você pegar eu que gosto de correr por exemplo, sou um corredor amador

Flavio Valiati – Eu também, viu

Henrique de Moraes – Pois é, se eu for correr só nos dias que eu tiver inspirado e botar uma pessoa que corre todo dia, corre menos que eu provavelmente assim sei lá, vamos botar em quantidade de quilômetros que seja, essa for minha meta por exemplo e o cara correr menos do que eu mas correr todo dia, o dia que ele precisar correr sei lá 10km, ele vai estar muito mais bem preparado do que eu porque eu vou “Tô inspirado hoje, vou sair para uma corridinha”, eu não vou conseguir fazer os 10 km sabe então é isso, o que você faz todo dia né, tem aquela coisa das 10.000 horas né enfim e tem um outro ponto que o Seth também fala que eu acho divertidíssimo inclusive, que ele fala o seguinte, vamos supor que a gente, vamos traçar um paralelo aqui né tipo, “Eu não quero um cirurgião que marcou minha cirurgia para o dia tal e no dia ele fala assim “Ah desculpa estou desmarcando porque eu não acordei muito motivado hoje, a inspiração não bateu e acho que vou fazer uma cirurgia ruim para você”, não você quer um cirurgião que é profissional pô, o cara marcou o deadline lá do dia da entrega da cirurgia e ele cumpriu sabe então porque que o profissional da indústria criativa por exemplo vai poder ter uma desculpa sabe, tipo “Ah não, não consegui, não deu, não bateu inspiração para entregar o trabalho criativo que eu te prometi né” então não faz o menor sentido, e isso serve para outras áreas, tô trazendo pra criatividade mas serve pra qualquer lugar. 

Flavio Valiati – Boa, boa.

Henrique de Moraes – Flavio porque você decidiu sair do futebol, essa foi uma coisa que eu não consegui pescar vendo as entrevistas, ouvindo, não sei muito bem porque você saiu e como que foi inclusive essa transição porque imagino que tenha sido difícil né, era seu sonho então como que foi assim, que sentimentos que você teve e como que você fez para sei lá, tentar melhorar né para fazer essa transição ser mais tranquila?

Flavio Valiati – Boa. Não, primeiro obrigado pela pergunta e acho que é uma pergunta legal de explorar porque em outro podcast ou entrevista acaba que o tempo ele acaba sendo mais curto e a gente não consegue se abrir tanto né, pegar nos detalhes, tô gostando desse papo por isso. Na verdade eu sempre tive dois sonhos, um sonho era ser um jogador de futebol e o outro era fazer o trabalho voluntário social e religioso da minha igreja como um missionário, élder, élder Valiati, é o que eu fui por dois anos no Paraná então em alguns momentos da minha vida eu tava ali em situações totalmente complexas, continuo nesse sonho de ser um jogador de futebol e cara eu tinha uma carreira legal pela frente, modéstia à parte eu era um cara muito talentoso e mandava bem, mandava super bem, joguei em bons times, tive uma carreira legal, era um cara referência, era um cara que era sempre bem falado só que o 19 anos e a idade em que esses jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias/mórmons eles fazem esse trabalho que eu tive que escolher e eu tomei essa decisão de parar o meu sonho por dois anos, eu tinha intenção de voltar a jogar futebol depois desses dois anos então fiz esse trabalho, não me arrependo, foi a melhor decisão que eu tomei pra minha vida sem dúvida nenhuma, aprendi não só várias coisas importantes para o Flavio como pessoa ou princípios, valores, aquilo que eu acredito e que tenho muita fé mas na ajuda humanitária, em estender a mão para o próximo e ajudar. Então foi basicamente isso, eu parei por isso para fazer esse trabalho voluntário social e religioso como missionário no Paraná, em Londrina e região e depois tentei voltar a jogar futebol e não consegui e aí tem um ponto que para mim foi foi desafiador viu Henrique, eu tentei voltar a jogar futebol, fui para dois, três times mas aí o corpo não acompanhar a mente, as oportunidades não foram as mesmas, foi complexo até o momento em que eu tava para casar e falei “Cara, preciso tomar um rumo, preciso decidir se eu quero continuar tentando esse meu sonho antigo que estava engavetado ou preciso entrar no mercado de trabalho e fazer alguma coisa que talvez faça sentido” e acabou que eu fiz esse movimento para o mercado de trabalho graças à pessoas que me ajudaram, graças à rede de relacionamento que indiretamente, inconscientemente eu fui construindo lá atrás mesmo como jovem, pessoas que me ajudaram. Eu quero até aproveitar a oportunidade, até te incentivo a convidar ele, Bruno Barreto. Bruno Barreto ele é um head da Google pra América Latina, atualmente ele mora no Texas, morou no Vale do Silício, brasileiro, cara super bom, muito bom e foi o cara que sem dúvida nenhuma me abriu as portas, que era um cara que eu conhecia há muito tempo então ele foi ali para mim sem dúvida nenhuma um dos caras mais importantes para o início da minha carreira e continua como um mentor e um super parceiro para mim.

Henrique de Moraes – Sensacional. E assim, tenho duas perguntas conectadas com essa, deixa eu pensar aqui qual que eu faço primeiro, deixa eu falar sobre esse trabalho voluntário, eu sei que isso é uma coisa comum né, a religião eu até estava ouvindo esses dias o podcast do fundador da Azul, o David Newman, eu acho que ele fez isso, ele veio do Brasil. Ele foi pro Brasil, eu tô em Lisboa, ele foi pro Brasil enfim e foi quando ele conheceu o Brasil e depois quis inclusive empreender porque parece que ficou um sentimento de retribuir o tempo que ele passou no Brasil enfim, tinha toda essa questão. Como que funciona assim a escolha do que você quer fazer, para onde você vai, isso é determinado por outra pessoa, você que escolhe e como é que é durante esses dois anos, você pode detalhar um pouco porque eu fiquei muito curioso pra saber como funciona?

Flavio Valiati – Claro, a igreja ela tem uma estrutura muito bem organizada tá então basicamente tem dezenas de missões, missões pensa em regiões tá então missão Londrina era uma região, Curitiba era outra, São Paulo se eu não me engano tem 4 ou 5 missões e cada missão tem um pool de missionários, uma quantidade missionários que faz proselitismo né, que prega o evangelho, prega enfim a palavra, chame como quiser pras pessoas naquela região e cada região, cada missão tem o que a gente chama de Presidente e Sister então basicamente é um é um casal de mais de idade, quando eu falo mais de idade pô 40 anos, 50 anos, são casais seniores que cuidam daquela região e dos missionários então basicamente o trabalho ele se dá por dois anos para o missionário, 3 anos para esse presidente então fui para a região do Paraná, eu expressei o meu interesse em ser um missionário aos 19 então eu preencho ali alguns formulários, assumo compromisso de que vou lá, vou dar o meu melhor, quero ajudar as pessoas porque no final das contas o propósito friamente é ajudar as pessoas a terem mais fé, a vencerem seus desafios, a levar uma mensagem de esperança de um mundo melhor através de fé e princípios que o tornem uma pessoa melhor, mais conectada, obviamente que a gente tem uma festa cristã mas independente de fé a mensagem é uma mensagem de esperança para as pessoas então mandei esse papel e a gente acredita numa estrutura de inspiração então basicamente terceiros, líderes da igreja eles entenderam por sentimento ou por inspiração que eu deveria ir para o Paraná e assim que essa funciona essa distribuição e para mim se materializou muito tá essa inspiração porque eu conheci pessoas maravilhosas, tive pessoas que falam “Pô eu sonhei com você”, estavam me esperando então assim de novo sem entrar no proselitismo aqui tá, acho que mais num papo, para mim foi super importante e especial essa experiência então ali você paga, você paga para servir uma missão, basicamente isso então você paga antes ou durante e você vai recebendo esse valor durante a sua missão então recebi ali sei lá R$ 300 mensais, a igreja e a estrutura me davam uma casa, faziam todo o processo de pagamento de aluguel e eu focava em comprar comida né, necessidades básicas para tocar a vida e tentar ajudar a vida das pessoas, então tentei dar um overview e tem muito membro da igreja conhecido né, você pega pô o Newman da Azul, você pega o ex-presidente da Nextel, o Francisco Valim que foi presidente da Oi, da Via Varejo, da NET, cara um baita executivo, você pega vários outros executivos e empreendedores como Carlos Wizard fundador da Wizard, os próprios filhos dele estão fazendo um trabalho super legal, tem muita gente boa tá, muita gente boa e a igreja, até aproveitando acho que é legal compartilhar, tem uma estrutura muito forte de empoderar as pessoas pela educação, pela empregabilidade então a gente tem uma estrutura e um departamento tá, não religioso, não religioso que foca na qualificação. A gente tem um dos maiores programas de crédito estudantil, eu por exemplo paguei a minha faculdade com crédito da igreja só pra você ter uma ideia, é super legal se chama “Fundo Perpétuo”, então eu fui, não tinha grana, não tinha condições e eles me deram esse crédito, pagaram a minha faculdade e eu paguei enfim 1, 2 anos depois que eu me formei na faculdade então a gente foca muito nesse desenvolvimento, no empoderamento porque como é que uma pessoa ela pode ou deve ou consegue ajudar o próximo se ela não consegue cuidar de si mesmo e dentro da sua família, então a gente acredita muito nessa estrutura de manter ou tornar as pessoas autossuficientes e a autossuficiência primeiro você olha para você né e depois você começa a olhar para os outros então a gente quer fazer com que as pessoas se tornem autossuficientes em sua plena capacidade, que envolve você e depois os outros, que entra muito nessa minha visão não só da igreja mas do vamos subir e do que eu acredito como pessoa em ajudar o próximo, em ajudar, qual que é o legado, o que você tá deixando para as pessoas? Então eu acredito muito nisso também Henrique.

Henrique de Moraes – Sensacional. Ainda bem que eu perguntei cara porque é muito interessante ouvir assim como funciona né a estrutura toda, é legal saber também tipo porque eu acho que existe uma cultura talvez assim que, eu não quero diminuir a dificuldade que as pessoas passam mas de que por exemplo se você não tem dinheiro para pagar a faculdade você não vai conseguir fazer faculdade e você conseguiu encontrar um jeito, é lógico que você já tava inserido nessa cultura mas ainda assim dá-se um jeito né e você tá aí com uma trajetória sensacional e essa coisa de você antes conseguir dar conta de si mesmo, tomar conta de si mesmo me lembrou muito da máscara de oxigênio né que o avião que se cair você coloca em você primeiro antes de ajudar o outro né porque senão não adianta nada, morrem os dois. Muito bom e aí voltando agora pra transição né, você saindo do futebol, quando você assim percebeu que você não ia conseguir de repente eu sei lá não fazia mais sentido para você, eu não sei como é que foi a hora que você percebeu de fato né que aquilo não tava mais funcionando mas como que você assim, não é nem como, dessa lição para as outras transições que você fez você teve alguma coisa que você aprendeu e que foi útil nas outras assim, na hora de mudar de emprego por exemplo?

Flavio Valiati – Lógico, muito, totalmente. O meu momento de transição em deixar literalmente o futebol na segunda tentativa foi o momento em que eu estressei todas as possibilidades e tem valor agregado em tentar e ir até o final, esgotar as possibilidades só que eu aprendi muita coisa sobre isso então em que momento que eu decidi largar o futebol? Faltava basicamente cara dois meses para eu casar, eu fui jogar um time de Santa Catarina que ia jogar a terceira divisão de Santa Catarina né então assim cara, não tirando o mérito e o valor dessas pessoas ou do campeonato como um todo mas não é, não é um Campeonato Brasileiro, não é uma série A ou uma série B até do Paulista né, era terceira de Santa Catarina e os caras me ofereceram um salário mínimo né para morar em Santa Catarina por três meses que era o período de contrato porque era o período do campeonato para depois tentar ir para outro lugar e aí o risco era muito grande, eu tava para casar né e pô legal, um salário mínimo né para começar, boa vamos para cima, não era nem a questão de grana, era projeção, era o risco então eu demorei até entender isso e obviamente cara, muitas pessoas me ajudaram e eu tenho a minha fé né então eu fui muito abençoado por Deus e por pessoas que estiveram ali que me ajudaram mas foi um movimento de muito risco e aí o que que eu tirei disso, o que eu tirei disso para os futuros movimentos? Eu nunca estresso o máximo para fazer um movimento, pô se alguma coisa tá ruim ou tá boa faça o movimento antes então hoje eu tenho um critério para fazer movimentos de carreira e aí são, todo meu movimento de carreira eu passo por três pontos, primeiro é o quanto eu vou ter autonomia naquele movimento né então “Pô o Flavio vai vir pra Zoom mas o Flavio tudo que ele fizer ele vai ter que pedir amém para as pessoas”, vou ter zero autonomia né, isso não é legal pelo menos para mim tá e eu acho que tem momentos e momentos de carreira e de novo não é por ordem prioritária, cada momento você vai ter um peso diferente para esses três critérios então o primeiro é autonomia. Segundo, quanto eu vou aprender, isso para mim é super importante e com certeza, pelo menos nos últimos históricos tem sido ali top 2 sempre né o quanto eu vou aprender e o terceiro é grana né, o quanto eu vou ganhar de grana, o quanto eu vou acelerar a minha a minha carreira como um todo. E hoje eu tenho uma política de fazer movimentos quando eu me valido então assim, pô me validei, provei que o Flavio é competente, que o Flavio entrega, que o Flavio é um cara que agrega valor, me provei né, eu tenho começo, meio e fim. Talvez projetos e o projeto ele pode levar um ano, ele pode levar dois, ele pode levar três então um dos meus projetos é me provar né e uma das coisas que para mim e pode de novo levar mais ou menos tempo tá, não tô falando para fazer movimentos “Pô me provei em 6 meses, vou sair” não é isso, tem muita coisa que precisa acontecer mas eu sempre saio bem, eu sempre saio bem. Cara eu nunca saio mal então eu saí da Salesforce bem, saí da Zendesk bem e tô na Zoom bem, não vou sair agora né, se meu chefe estiver ouvindo não vou sair agora né tá tudo certo, vou continuar mas eu sempre saio bem e eu sempre saio para oportunidades que vão me trazer uma capacidade de acelerar minha carreira, de aprender 10 vezes o que eu tô aprendendo hoje e eu acho que uma coisa que eu sempre levo, o quanto que eu tô aprendendo né, pô na Zendesk eu tava quase 3 anos, 2 anos top performer entre número 1 e número 2 da América Latina, no terceiro ano também que eu fiquei 9, 10 meses eu também tava ali entre, era top 1 na minha área de atuação, na minha unidade de negócios e apareceu a Zoom né e eu falei “Cara acho que faz sentido, já me provei”, acho que tive ali ciclos legais, tive entregas consistentes e constantes e aí eu falei “Cara vou abraçar esse movimento, vou abraçar essa oportunidade e vim para a Zoom”. Agora o ponto é, nunca saia mal porque você perde poder de negociação então eu gosto de sair no momento que eu tô bem porque isso isso me dá confiança e me dá também margem para negociar, me dá margem para conseguir construir um movimento que faça sentido porque não nos três fatores entendeu

Henrique de Moraes – Perfeito. Sensacional, já que a gente tá falando da Zoom eu queria te fazer duas perguntas, uma é assim, eu sei que você trabalha com a parte de educação e eu sei que a Zoom em si, a empresa como um todo tem um histórico né e uma paixão assim por educação e só que acho que a maioria das pessoas que usa hoje provavelmente usa para fazer video call né e não sabe que tem tudo isso por trás então queria te perguntar como assim, quais são as frentes onde a Zoom atua com educação e como que ela colabora com isso?

Flavio Valiati – Boa. Você sabe que educação pra gente é uma prioridade tá e aí eu vou trazer dois dados importantes, primeiro que o nosso fundador chamado Eric Yuan que é um cara assim, acho que todo mundo tem que conhecer a história do Eric, baita empreendedor, uma história de vida super legal, veio da China enfim cara muito legal, ele pessoalmente expressa constantemente gratidão por professores, os professores dele, professor de matemática que trouxe para ele o raciocínio lógico para que aquele programasse porque ele é engenheiro de software, programador, óbvio um baita CEO, reconhecido mundialmente como um dos melhores CEOs de empresas para se trabalhar, e a outra coisa que mostra esse foco da Zoom em educação é que a primeira vertical né e é muito comum em empresa de software você olhar pro vertical, “Pô eu vou contratar um cara para manufatura, vou contratar um cara para tecnologia, vou contratar um cara para enfim, varejo” é muito comum você ter pessoas, times especialistas para atender de forma personalizada e mais assertiva né, a primeira indústria a ser replicada na Zoom Brasil foi educação, então eu fui o primeiro cara na América Latina tá, fui o primeiro cara na América Latina para educação, hoje a gente já tem várias pessoas em educação e agora a gente está replicando para outras indústrias, como serviços financeiros, medicina e várias outras indústrias então a gente é muito focado em educação e trazendo também mais informações para sua pergunta, a gente tem um produto que por si só ele é muito conhecido por vídeo comunicação, por video call como essa que a gente tá fazendo aqui só que a Zoom tem funcionalidades para tornar as reuniões e aulas mais engajadoras porque a videocomunicação por si só traz essa distância, obviamente que aproxima se você compara com o audiocall, com o telefone, cara você já traz uma proximidade muito grande mas você precisa trazer ferramentais para engajamento então hoje a gente tem funcionalidades de divisão de sala para brainstorm, para você pegar esses grupos e dividir esses grupos para discussão, você tem um quadro branco para todo mundo fazer anotação, tudo isso embarcado dentro do Zoom, tô falando de soluções apertadas. Aí você tem uma funcionalidade de votação, de enquete ou aplicação de prova dentro do Zoom, sem sair da vídeo comunicação, sem sair da vídeo chamada tá então você tem várias outras funcionalidades de comunicação não-verbal, entendendo que a comunicação não-verbal representa mais de 65% da comunicação como um todo, várias outras funcionalidades, de intérprete, libras, cara é uma tecnologia totalmente inclusiva pra que as suas reuniões e suas salas de aula elas sejam colaborativas, divertidas e engajadoras. E aí trazendo um ponto Henrique, o maior desafio hoje da educação à distância digital ou virtual é o engajamento então é super importante focar em trazer tecnologias que empoderem não só os professores, mas executivos, os profissionais, os colaboradores, os alunos a terem momentos no Zoom cada vez mais engajadores. E aí falando de Zoom a gente tá super feliz, honrado e humilde por ter nos tornado a ferramenta que manteve o mundo literalmente conectado durante a pandemia e ninguém faz isso ou ninguém se torna esse verbo, porque deixou de ser uma empresa, se tornou um verbo né se não tem uma missão e um foco muito forte em entregar valor e entregar boas experiências para os usuários então tentei trazer uma visão aqui educacional e também um pouquinho da visão da Zoom.

Henrique de Moraes – Boa. Vou fazer uma pergunta aqui que inclusive eu espero que fique datada muito em breve porque eu acho que assim se Deus quiser a gente está saindo desse momento e a gente vai entrar num momento muito louco que eu acho que ninguém tá, ninguém não mas pouca gente tá percebendo o quanto o trabalho vai mudar né assim, essa questão que você até falou no início do trabalho híbrido que eu acho que vai ser assim, não tem como mais a gente voltar atrás para o que a gente tinha né de ser obrigado a ir para o escritório todo dia mas nesse momento que a gente só tem essa opção eu sei que isso está gerando uma fadiga, sei da minha parte, sei da parte das pessoas que eu conheço e eu sei também que existe um estudo falando sobre isso né da fadiga de videoconferência né, não diria nem que é do Zoom e você eu sei que você deu umas recomendações já, algumas coisas que você já pesquisou enfim que podem ajudar nisso, eu queria trazer porque eu acho que vai conectar com o que você falou inclusive no ponto anterior, na pergunta anterior mas queria que você primeiro falasse dessas recomendações para quem tá sofrendo com essa fadiga de videoconferência que enfim é ruim, é cansativo mesmo, como é que as pessoas podem lidar com isso?

Flavio Valiati – Boa. Acho que tá super claro para as pessoas que o futuro ele vai ser híbrida, imagino que a gente vai discutir um pouquinho mais sobre isso depois mas passar o dia inteiro num Zoom ou qualquer solução que seja vai trazer esse desafio, experimente trabalhar pô sei lá ou correr por 12 horas seguidas, basicamente é a intensidade que a gente toma ou o tempo que a gente passa fazendo alguma coisa de forma ininterrupta, isso vai trazer fadiga. Trabalha cara 18 horas seguidas para você ver então assim, isso se dá para qualquer coisa que você faça de forma muito expressiva. Os meus conselhos né e eu tô falando como Flavio obviamente e Zoom também e aí tem vários outros mas tem três coisas que para mim são muito importantes, primeiro tá, defina claramente qual é a agenda então assim, o Henrique vai me convidar para um bate-papo, para um podcast, coloca ali, coloca a descrição, “Flávio 3 bullet points, três principais pontos que a gente vai discutir, a gente vai passar sobre a sua história, a gente vai passar nesse podcast sobre o Vamos Subir, sobre a sua visão de Zoom”, cara três pontos, e eu me preparei mentalmente para esse bate-papo, eu sei quais são os objetivos. Quando as pessoas elas entram cegas elas já entram mais cansadas, por estudos. Segunda coisa, vai ser um papo de duas horas? Pô vamos tentar fazer em uma hora e meia? Vai ser um papo de 30 minutos? Vamos tentar fazer em 20 minutos? Vai ser um papo de 15, vamos fazer em 10? Cara diminui, dá para diminuir e dá para diminuir porque você já deu visibilidade inicialmente das prioridades daquele bate-papo, dos objetivos daquele bate-papo então cara todo call que eu entro eu entro com dois objetivos, devolver mais tempo para as pessoas ou conseguir mais tempo de volta então assim, dar mais tempo o receber mais tempo. Então “Pessoal, vamos tentar fazer mais rápido pra gente devolver tempo para todo mundo?” porque o tempo devolvido Henrique é mais tempo com meu filho, é mais tempo né seu para por correr que você gosta entendeu, para ouvir uma música que você curte, pra pessoa poder ali pegar um chá, pegar uma água, pegar um suco ou qualquer coisa do tipo, a gente devolve tempo para as pessoas. E a terceira coisa que eu tenho feito isso assim constantemente é tirar o video cara, tirar o video, eu tiro video. Tem um estudo, depois eu te mando para você compartilhar, até esqueci acho que era de Harvard só pra não falar besteira, mas ele pegava a imagem do cérebro de pessoas que pulavam de call em call sem uma parada e também uma foto do cérebro de calls com vídeo, sem vídeo, com vídeo, sem vídeo, de forma intercalada, o cérebro é muito mais fluido, muito mais leve então se pergunte qual é a call que eu posso tirar o vídeo? Por exemplo tem várias calls internas que eu sou ouvinte que eu tiro o vídeo e enquanto eu tiro o vídeo eu tô caminhando lá embaixo, tô fazendo uma esteira, tô respirando, tô fazendo qualquer coisa que seja para eu ter um pouquinho de sanidade mental entendeu então isso é super importante e aí o meu desafio Henrique para os diretores, gerentes, executivos, coordenadores que nos ouvem, não tem nenhum problema o cara tirar o vídeo, a gente precisa quebrar alguns paradigmas né que o trabalho remoto por si só ele já quebrou, a gente precisa confiar nas pessoas, precisa empoderar as pessoas. Se ela tá com o video desligado é por algum motivo, dá o benefício da dúvida, não tem problema entendeu? A gente tem que confiar nas pessoas não por visão, por presencialidade e quando eu falo presencialidade no caso remoto é estar vendo o Henrique, eu preciso gerenciar por performance, por entrega então isso é super importante então eu diria esses três tópicos, clareza na agenda colocando os bullet points, os objetivos, diminuir o tempo, sempre otimizar o tempo e desligar a câmera quando possível.

Henrique de Moraes – Boa. Então, esse último ponto da câmera que eu acho engraçado porque, engraçado que eu digo é curioso né porque eu lembro que logo quando começou a pandemia e eu já tinha trabalhado numa empresa que era 100% remota antes e uma das instruções assim que era o clássico do manual do trabalho remoto era que você tinha que entrar com câmera né porque para as pessoas poderem ter assim tipo essa coisa da comunicação não-verbal, qual expressão, como a pessoa reagiu ao que eu falei, como ela tá reagindo agora e até nas calls que a gente tem na agência, por exemplo a gente tinha uma menina que tava entrando sempre sem câmera e às vezes eu falava assim “Pô eu sei que é ruim de manhã entrar com câmera e não sei que mas também eu não sei se você tá num bom dia ou num mau dia se você entra todo dia sem câmera, então eu preciso entender assim tipo se você entrar sem câmera de vez em quando eu vou entender que de repente você tá num dia que você acordou ali tipo em cima da hora e tudo mais e não vou te encher o saco ou então se você tiver com a cara amarrada eu também vou entender”, que o que acontecia no presidencial né, eu tô vendo a pessoa com cara amarrada ali e não vou encher o saco porque ele não deve estar num melhor dia mas ao mesmo tempo eu entendo totalmente porque de fato assim você ficar o dia inteiro ali entrando com câmera, se olhando porque também quando eu fazia esse trabalho para essa empresa que era 100% remota a gente não tinha reunião o dia inteiro, a gente tinha sei lá três reuniões ali por semana mais ou menos e de vez em quando alguns encontros, o resto era assim “Agora é você por conta própria, vai lá e resolve o seu problema”, e agora não, agora é uma atrás da outra né cara.

Flavio Valiati – É e eu acho que o ponto aqui Henrique é entender a maturidade da operação, é entender quanto essa empresa em que estágio ela está desse trabalho remoto lembrando que trabalho remoto não é isso que a gente vivenciou durante a pandemia, a gente trabalhou, a gente vivenciou um trabalho pandêmico, 100% isolado e outra, a gente não sabia como, eu aposto que essa empresa que você trabalhava, você já me respondeu eram 3 reuniões semanais, possivelmente a comunicação era muito mais assíncrona e a diferença de sincrono e assincrono para quem tá ouvindo é, síncrono é o que eu e o Henrique estamos fazendo aqui, é ao vivo meu bate-papo com ele, assíncrono é como você vai consumir esse podcast, quando e onde você quiser então a gente tem que entender o que é síncrono e assíncrono né e a gente tem que entender a maturidade da operação né. Hoje nesse modelo pandêmico que a gente vive e está passando e espero que em breve todos estejamos vacinados e podendo voltar mesmo que de forma híbrida e etc, ele foi muito intenso, ele foi muito intenso então o meu conselho para esse momento intenso é desliga a câmera e alinha as expectativas né, quais são as reuniões que eu posso, não sai desligando a câmera sem alinhar ou perguntar ou ter ali basicamente um código de condutas e boas práticas bem definido então agora em outros cenários, abre a câmera, preciso te ver, quero te ver, quero me conectar contigo também né, é importante.

Henrique de Moraes – Sim, sensacional cara. Deixa eu te fazer uma pergunta, você tem assim de cabeça 3 livros, não precisam ser 3, podem ser um pouco mais, um pouco menos enfim e não precisam ser livros sobre trabalho, pode ser assim qualquer livro que influenciou na sua vida, você tem um top 3 assim para falar?

Flavio Valiati – Eu tenho um top, eu vou dar o top 2 de livros que eu tô lendo agora, hoje eu terminei, recente tá e eu vou dar o top 1 e do top 1 eu posso até trazer algum insight aqui. O primeiro é esse aqui, se chama “O futuro é mais rápido do que você pensa”, de Peter H. Diamandis e Steven Kotler que são basicamente os founders ou um dos founders da Singularity University e esses caras basicamente eles trazem uma visão sobre o futuro, sobre o futuro digital cada vez mais exponencial, eles trazem insights bem legais. Um outro livro é “Negocie como se sua vida dependesse disso”, de Chris Voss se eu não tô enganado, cara eu sou péssimo com os autores e o outro é “Outliers”, cara eu gosto de Outliers, gostei bastante de Outliers, eu diria que esses são os top 3. A primeira mensagem do “O futuro é mais rápido do que você pensa” é cara entender a exponencialidade do mundo, é entender que a única constante é a mudança, basicamente isso. “Negocie como se sua vida dependesse disso” te traz uma visão da importância de habilidades de negociação, mostrando que tudo na vida é negociação e ele te traz alguns exemplos bem práticos para você tirar vantagem no bom sentido e quando eu falo tirar vantagem não é deixar o cara pelado tá, sem nada mas tirar o melhor negócio para você respeitando sim as expectativas e um bom negócio para outro lado e ele fala de negociação como comunicação com resultados, então isso é super importante. Quando você entra num bate-papo sem o objetivo final, cara você já tá atrás. Entrando com esse mindset de “Tenho um objetivo, quero conquistar alguma coisa que seja positiva para mim e para o outro” você já entra na frente tá e negociação é uma das grandes habilidades comportamentais que para mim são importante para o profissional do futuro. E o Outliers é basicamente cara disciplina, 10.000 horas e ele traz também ali um insight super legal sobre Q.I. não ser suficiente, a inteligência não ser suficiente e ele fala da inteligência prática que eu gosto de dividir em dois pontos Henrique, que é o cara inteligente, o cara inteligente é o cara que por si só ele tem um Q.I. melhor né e maior e eu gosto, é o inteligente e o esperto, o esperto é inteligência aplicada, é o cara que talvez não é o mais inteligente da sala de aula, eu não sou o mais inteligente da sala de aula mas cara, olhando para o meu histórico eu sou um dos caras que mais trago resultado porque eu me considero um cara esperto e quando eu falo esperto não é com a conotação ruim, é a capacidade de atitude, de entregar resultados, são as habilidades comportamentais aplicadas e não tem inteligência geral ou inteligência como um todo sem as habilidades socioemocionais para potencializar a inteligência geral então esse é um livro para mim super importante.

Henrique de Moraes – Sim, eu acabei de ler o Outliers curiosamente e é sensacional o exemplo que ele dá né da pesquisa científica que aconteceu com as pessoas mais inteligentes dos Estados Unidos, eu achei muito engraçado inclusive né, chega a ser divertido a forma como mostra, como ele vai construindo a linha narrativa, é sensacional. E o “Negocie como se sua vida dependesse disso” eu tô na metade, eu tô achando sensacional e ele começa já cara te conquistando porque ele conta a história de como ele convenceu lá, como ele venceu os professores de Harvard e você fica assim “Tá, beleza, vambora, tô entregue aqui, vamos começar a porra desse livro”

Flavio Valiati – É, me diz como que eu faço isso que você tá pedindo, me ajuda e a galera começa, é realmente tão irreal que eu vou baixar as expectativas, o cara é bom demais e aí entra o ponto cara assim só pra, e é muito do que a gente acredita no Vamos Subir, se você olha para a minha carreira, se você olha um pouquinho pro que a gente faz no Vamos Subir, não foi intelectual, cara a minha carreira ela não é intelectual, ela é muito mais tentativa e erro, atitude, é colocar à prova, é ir pra cima e obviamente que durante o processo você vai desenvolvendo algumas competências técnicas e esse cara, só para quem tá ouvindo, ele era basicamente um líder do FBI focado em negociações que foi para Harvard e ali ele entendeu que “Cara a minha visão e o que a gente faz de forma não estruturada é tão bom quando, só preciso estruturar um pouquinho mais”, então ele falava que não é intelectual o negócio né e depois ele trouxe o processinho, a caixinha ali, os indicadores mas o cara por si só era bom na prática né acho que era o diferencial dele.

Henrique de Moraes – E o legal assim é que é isso, as dicas são muito práticas também né enfim, os conselhos que ele traz são muito tranquilos de aplicar assim e acho que isso é fundamental, às vezes você lê uns livros de técnicas de venda que você fala “Fudeu, é impossível” e o dele vai bem no foco mesmo. Você tem algum hábito estranho assim, incomum para os outros mas que você ama assim e você não abre mão?

Flavio Valiati – Cara hábito incomum que eu não abro mão, não é estranho não mas cara eu gosto muito de correr, cara eu corro e eu preciso ali do meu ritual para liberar endorfina pra estar bem e cara talvez um incomum, eu falo sozinho, eu falo sozinho e meu pai falava sozinho também só que o falar sozinho vai lá no início do nosso papo de praticar o pitch, cara eu tô constantemente entendeu “Putz eu vou falar isso, nessa linha de raciocínio” e vou falando baixinho ali e aí cara a galera assim, obviamente minha esposa sabe, meus amigos também mas quem não me conhece, obviamente também não saio em público né pô, aí o pessoal, “Maluco” mas eu eu falo sozinho cara. eu falo sozinho.

Henrique de Moraes – Vou dividir aqui um hábito que adquiri recentemente porque eu tenho que levar minha filha na creche e fica tipo, é meio distante né e normalmente como eu tô no fuso de Portugal, tô 4h na frente, eu aproveito o horário da manhã para voltar andando e às vezes lendo alguma coisa que eu tô querendo, tô atrasado enfim esse tipo de coisa e nos últimos meses eu comecei um hábito, como eu tô de máscara na rua e eu passo por uma rua que tem um monte de carro ninguém vai me ouvir e com a máscara as pessoas não vão ver eu gesticulando, minha boca mexendo então ninguém sabe o que eu tô fazendo, eu tô ali com um Kindle na mão e eu vou lendo em inglês em voz alta para praticar meu inglês que tá parado cara e é isso, ninguém sabe porque eu tô disfarçando ali, quando eu tiver que tirar a máscara ferrou, acho que vou ficar andando de máscara normalmente na rua só para continuar treinando.

Flavio Valiati – Bom insight, gostei.

Henrique de Moraes – Tem funcionado por enquanto né, vamos ver quanto tempo vai durar. Você nos últimos anos aí e assim conforme você foi subindo na carreira provavelmente você foi recebendo mais convites para participar de mais projetos, mais coisas né que é o normal né, como é que você diz não para essas coisas, você aprendeu a dizer não de uma maneira educada que eu acho que isso é um desafio né para quem vai conquistando mais espaço, que vai conquistando inclusive mais espaço na mídia né tipo assim, ficando mais conhecido, você faz um trabalho nas redes sociais, como que você diz não assim para convites que não fazem sentido para você e como que você avalia inclusive quais que não fazem sentido para você?

Flavio Valiati – Cara eu acho que tem alguns pontos aqui, eu acho que mais do que ser educado e eu sempre sou educado, eu tento ensinar ou compartilhar algum insight então assim, cara eu não consigo porque a minha agenda tá tão apertada que eu preciso tomar decisões inteligentes para conseguir continuar performado, então eu não consigo por isso, isso e isso e normalmente é por isso tá, normalmente é porque a agenda não permite, não é porque eu não quero né então obviamente, “Pô agradeço muito mas não consigo porque a agenda está apertada, porque preciso ser assertivo, escolher as minhas batalhas”  e normalmente as pessoas elas entendem. Como é que eu avalio? Primeiro cara tem que conectar muito com meu propósito, vai entregar valor para as pessoas, a gente vai falar de carreira, acho que tem alguns pontos aqui para mim que são pautas hoje. Eu quero falar muito de carreira, eu quero falar muito de educação, eu quero falar de plano de carreira, eu quero falar de habilidades comportamentais então a primeira coisa é a audiência, conecta  o objetivo com aquilo que eu acredito? Se sim, vamos para a página 2, qual que é a expectativa? Qual que é o impacto que a gente vai ter? Quais são os objetivos do seu projeto como um todo para fazer isso? Então tem várias coisas, você sabe que talvez eu tenha até que melhorar no que são os critérios mas eu tenho uma assessoria que tem me ajudado muito, by the way baita assessoria, tem me ajudado muito não só a conseguir espaços para falar que eu acho que é importante talvez executivos terem mas entender como escolher as batalhas porque naturalmente antes já vinham muitos convites então a assessoria tem me ajudado também a filtrar né com um olhar mais crítico, técnico e profissional com base naquilo que eu acredito o que são pautas que valem a pena então eu acho que é sempre ser muito educado e tentar dar visão porque essa pessoa em algum momento vai precisar falar não também para alguém e ela tem que entender porque que ela tem que falar não né, pra ser mais produtivo, para tentar otimizar e para escolher aquilo que mais faz sentido porque tempo é finito, se a gente tem alguma coisa que nos torna iguais é o tempo diário né, o que torna eu, você e o Bill Gates iguais. Agora o que difere é como é que a gente usa o tempo né, como é que a gente processa né nessas 24 horas, o quanto eu durmo, o quanto eu leio, o quanto eu aplico então o tempo é finito e eu acho que dizer não é tão importante quanto dizer sim, além de aprender muito com os nãos, o não ele te ajuda, o não ele te ajuda e ele te dá vazão para fazer. E eu não gosto de falar o sim em que eu falo “sim” e eu torço para o cara dar pra trás, isso aí é a pior coisa, eu parei de fazer isso, eu fazia muito tá principalmente no início, “Não, vou aceitar” e eu torcendo para o cara “Pô minha internet caiu” e aí jogar lá para frente ou ficar desmarcando, o que é péssimo também então eu prefiro falar não e já dou essa visibilidade, esse alinhamento e tem me ajudado a ter uma agenda mais assertiva.

Henrique de Moraes – Boa. Cara você tem uma rotina intensa assim no sentido de sempre estar trabalhando ali, performance altíssima e imagino que de vez em quando possa ser cansativo, possa dar uma sobrecarregada enfim. Quando isso acontece né, quando você chega no momento ali próximo de dar um Burnout ou de repente você se sentir por exemplo desmotivado por um período de tempo maior do que você gostaria, você tem alguma coisa que você faz assim para se colocar no eixo, para entender o que tá acontecendo, tem alguma ferramenta que você usa, pergunta que você se faz, alguma coisa assim?

Flavio Valiati – Cara eu corro, eu acho que é forma que tem mais me ajudado e pode parecer meio clichê, meio básico, o pessoal talvez esperava uma resposta aí mirabolante, com técnicas, cara eu corro, eu gosto de correr e eu gosto de parar tá bom, eu tô no escritório você tá vendo aqui, cara eu apago a luz né, todas as minhas luzes aqui e eu cara medito por 10 minutos entendeu e aí eu tento não pensar em nada, eu tento cara respirar, eu tento enfim retirar toda aquela pressão imposta por N fatores para tentar me reconectar e voltar para performance. Tem alguns momentos também cara que você precisa parar tá, se isso acontecer no final do dia é mais fácil agora se isso acontece durante o dia eu vou correr meia hora, eu vou parar 10 minutos e vou cancelar a próxima reunião dando a justificativa de “Cara, vai dar Burnout, eu não vou aguentar” e tudo bem fazer isso então eu diria que essas são as duas válvulas de escape.

Henrique de Moraes – Perfeito cara. O que é ser bem sucedido para você, você tem uma definição, já pensou sobre isso?

Flavio Valiati – Tenho, tenho. Eu tenho na verdade duas tá, acho que a primeira mais básica, talvez não inspiracional é basicamente conseguir conciliar com o mínimo de performance, e aí quando eu falo o mínimo de performance é 85% da minha capacidade entre o que eu acredito e vivo, minha família, o Vamos Subir, o meu trabalho e a minha religião que para mim é super importante, então essas quatro coisas e note que em alguns momentos eu não vou ser 100% em casa né para eu conseguir dar o sprint de ser 120 no trabalho e aí eu vou conseguir talvez ser 100% em casa mas cara no trabalho, naquela semana eu não fui 100% e tudo bem, acontece e aí é o Vamos Subir e a religião e quando eu falo religião não é fazer coisa errada, tô falando de ajudar as pessoas né, de poder enfim agregar para as pessoas então para mim ser bem-sucedido é conseguir performar em todas essas frentes sem deixar a peteca cair té, é basicamente isso. E a segunda coisa que para mim é super importante e para mim é uma métrica de sucesso, não é o quanto de grana eu tenho mas o impacto que eu tenho na vida das pessoas, eu tornei essas pessoas melhores? Eu de alguma forma abrir oportunidades, de que forma eu impactei, transformei, inspirei essas pessoas, para mim isso é super importante, no final da minha vida eu vou olhar para esses dois pontos, impacto, legado, o quanto eu não deixei a peteca cair nessas duas frentes, acho que seria isso, sucesso é isso.

Henrique de Moraes – Boa. Tem alguma coisa que te causa ansiedade hoje em dia cara?

Flavio Valiati – Cara muita coisa assim, eu sou um cara apesar de performar eu sou um cara que eu fico muito ansioso esperando a performance e eu performo por natureza, claro eu me dedico muito mas antes de performar e falar assim “Performei 100%” eu tenho desafios em gerenciar o meu emocional para não cair em armadilhas ali a ponto de me atrapalhar. Hoje eu tô muito melhor tá mas a ansiedade ela já foi ali o meu grande vilão para atrapalhar a minha capacidade de performance então eu ficava ansioso só de pensar em ficar ansioso entendeu, de olhar ali “Pô eu não cheguei em 100%” , tá eu não tô em 100% mas tô no meu primeiro mês do trimestre entendeu então eu acho que isso aqui é um negócio que eu tenho trabalhado e tenho trabalhado com terapia tá, acho que é importante colocar, faço terapia, fazia semanalmente e agora tenho feito de 15 em 15 dias, tenho um grupo de apoio e quando eu falo grupo de apoio não é pô alcoólatras anônimos não é nada disso mas eu tenho um grupo de pessoas que eu confio e que eu posso me abrir e que essas pessoas me conhecem bem, sabem do meu potencial e vão me lembrar do meu potencial, vão me lembrar de muitas coisas positivas para eu falar “Caramba eu tava indo para o lado errado” entendeu então é importante, tenha também uma rede de pessoas que vão te lembrar de quem você é, do seu potencial, dos seus feitos para te ajudar a voltar para os trilhos o mais rápido possível.

Henrique de Moraes – Perfeito. E aí a última pergunta aqui cara do nosso bate-papo, se você pudesse voltar aí uns 10, 15 anos por exemplo, no que você diria para o seu eu lá de trás ter mais calma?

Flavio Valiati – Cara eu ia falar sobre isso mesmo, se você deixasse aberto eu ia falar para ter mais calma e o mais calma é de que um, não é do dia para a noite que as coisas vão acontecer, tem todo um meio-de-campo ou meio-termo aí que é muito trabalho, dedicação e isso nunca faltou para mim mas entender que se você tá fazendo isso, se você tá trabalhando, se você tá se dedicando, se você tá buscando ter e aplicar o ferramental correto em algum momento o resultado ele vai vir. Eu sofri muito por ansiedade durante a jornada e se você sofre durante a jornada o resultado final ele também não é prazeroso então eu diria para o Flavio lá de trás, “Aproveita jornada, não sofre de ansiedade, não fica projetando o futuro”, é legal projetar o futuro né mas não deixe que essa projeção de futuro ela te atrapalhe a curtir a jornada porque a jornada é a coisa mais importante durante esse processo, então eu falaria isso para o Flavio.

Henrique de Moraes – Sensacional cara, tá super conectado com inclusive o nome do podcast que é calma!, não é por isso, é porque eu vinha percebendo especialmente porque ele começou depois da academia né que as pessoas estavam convivendo numa ansiedade com essa comparação que a gente faz o tempo inteiro nas redes sociais de que “Caraca minha carreira não tá, minha carreira não tá” e assim cara é isso calma, faz o que você tem que fazer, faz tudo que você tem que fazer, se dedica com força total mas assim né tenha um pouco de paciência.

Flavio Valiati – E eu acho que o grande ponto aqui Henrique se eu puder adicionar algo que eu tenho falado com certa frequência, não adianta ficar se comparando com os outros, cada carreira é uma carreira, cada pessoa é uma pessoa, são contextos diferentes, são culturas diferentes, são vidas diferentes e se você olhar né você tem dois lados, olhar para as pessoas que estão melhores e olhar para as pessoas que estão piores. Sempre que você olhar para as pessoas que estão melhores você vai encontrar várias pessoas, assim como se você olhar para trás você vai entender que existem várias outras pessoas que estão piores então não se compare e se você for se comparar se compare com as pessoas que estão piores e quando eu falo pior eu não tô falando nem para comparar talvez carreira mas cara quanta gente passa fome, quanta gente não tem o básico e você começa a ser um pouco mais grato. E o problema de se comparar com quem tá melhor são dois, primeiro que você sempre vai ter a sua referência no outro então cara, você bateu ali esquece, você vai parar ali porque a sua referência é sempre o outro e o outro ponto com base nisso é que você não vai alcançar o seu pleno potencial se a sua referência ela tá setada, então de todo jeito né isso só vai te fazer mal então não se compare, cada carreira é uma carreira, calma, o nome do podcast, calma vai acontecer, com muito trabalho duro, com preparação, com as conexões certas, com ferramental certo vai dar certo, vai dar certo, cedo ou tarde vai chegar. Toda manhã nasce o sol ou quase toda manhã né então assim na analogia sempre o sol vai nascer então cara, vai chegar né. Tem até uma frase bíblica que diz “O choro pode durar uma noite mas a alegria virá pela manhã” então em algum momento vai vir a alegria, se você trabalhar duro e consistentemente.

Henrique de Moraes – Perfeito cara, acho que é um ótimo lugar pra gente encerrar, queria te pedir só para falar onde pessoas podem te encontrar, qual o melhor lugar de repente para as pessoas te encontrarem e aí a gente encerra aqui.

Flavio Valiati – LinkedIn, Flávio Generoso Valiati, acho que é o canal mais assertivo para se conectar em termos de carreira e eu acabo usando também o meu Instagram como um canal, então @flaviogvaliati, vocês podem me encontrar lá e a gente pode trocar bastante, sou um cara muito aberto a trocar. Então é isso, queria agradecer Henrique pela oportunidade, pela condução leve desse papo, foi muito gostoso, parabéns por tudo que vocês estão construindo também, super honrado, feliz e grato pela oportunidade e espero ter de alguma forma agregado algo para sua audiência, para o pessoal que está assistindo, se falei alguma besteira me perdoem, desconsiderem e vamos tirar as coisas boas, tá bom? Obrigado

Henrique de Moraes – Obrigado você cara, até a próxima.

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