o convidado deste episódio é o Pedro Marins, um amigo com quem tenho o prazer de dividir longas e inspiradas conversas.

para esse episódio, resolvi brincar com um formato um pouco diferente: em vez de entrevistar o Pedro, nós fizemos um ao outro as 11 perguntas do livro Tribe of Mentors, do nosso ídolo, Tim Ferriss. isso porque, como já conheço a história do Pedro, achei que esse formato seria mais interessante, espontâneo e divertido. e também fica como uma espécie de comemoração pelo décimo episódio! =)

pra quem não conhece o livro, as perguntas são essas abaixo:

1. qual é o livro (ou livros) que você mais deu de presente e por quê? ou quais são os livros [de um a três] que mais te influenciaram?

2. qual foi a compra de R$ 150,00 ou menos que mais impactou sua vida positivamente nos últimos anos? pode entrar em detalhes como marca e modelo, onde você o encontrou etc.

3. como um fracasso ou aparente fracasso o preparou para o sucesso posterior? você tem um “fracasso favorito”?

4. se você pudesse ter um outdoor gigantesco em qualquer lugar com algo – metaforicamente falando, enviando uma mensagem a milhões ou bilhões – o que diria e por quê? pode ser algumas palavras ou um parágrafo. [se útil, pode ser a citação de outra pessoa: existem citações em que você pensa frequentemente ou vive sua vida?]

5. qual foi o melhor ou mais valioso investimento que você já fez? [pode ser um investimento de dinheiro, tempo, energia etc.]

6. você tem algum hábito incomum ou algo bem estranho que você ama?

7. nos últimos cinco anos, que nova crença, comportamento ou hábito melhorou sua vida?

8. que conselho você daria a um estudante universitário inteligente e motivado que está prestes a entrar no “mundo real”? e que conselho ele deve ignorar?

9. quais são os piores conselhos/recomendações que você ouve na sua profissão ou área de especialização?

10. nos últimos cinco anos, em que você ficou melhor em dizer não para. [ex.: distrações, convites etc.]? que novas realizações e / ou abordagens ajudaram? alguma outra dica?

11. quando você se sente sobrecarregado ou desfocado, ou perde temporariamente o foco, o que faz? [se útil: que perguntas você faz a si mesmo?]

sobre o convidado:

Pedro é criador de negócios inovadores na Toorin e ajuda empreendedores e empresários a tirarem suas ideias do papel. é do advisory board de duas startups, Coordenador Acadêmico de Inovação Digital no Programa de Imersão Direito Inovador, professor de Negócios Digitais no MBA do IBMEC e ensina programação e tecnologia nos cursos da Alura e Caelum.

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Tim Ferriss
  • Phil Knight
  • Steve Jobs
  • Walter Isaacson
  • Gary Keller
  • Napoleon Hill
  • Dale Carnegie
  • Ray Dalio
  • Tony Robbins
  • Seth Godin
  • Matt Mullenweg
  • Naval Ravikant
FRASES E CITAÇÕES
  • “Riqueza não é limitado” – Pedro
  • “Easy choices, hard life. Hard choices, easy life” – Henrique
  • “O homem que move uma montanha começa carregando pequenas pedras” – Henrique
  • “dor + reflexão = progresso” – Henrique
  • “Don’t wish it were easier, wish you were better” – Henrique
  • “Here’s to the crazy ones” – Henrique
  • “Se é uma obrigação, você não tem uma escolha. Fingir que você faz é simplesmente uma maneira de criar frustração. Liberte-se pra simplesmente fazer o que tem que fazer. Por outro lado, se você tem uma escolha e provavelmente você tem porque a maioria das pessoas tem escolhas, elas acham que estão presas em algum lugar, acham que estão presas à algum emprego, relacionamento mas não, elas escolheram estar ali, elas podem sair daquele lugar que elas estão né, então não faz sentido tratar como obrigação” – Henrique
  • “own the choice” – Henrique
  • “O livro é um esforço mental tão grande, que você pagar R$30, R$50 pra conversar com aquele autor durante tantas horas, é de graça” – Pedro
  • “Quando tudo é uma prioridade, nada é prioridade” – Pedro

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

Henrique de Moraes – Fala Pedro, seja muito bem-vindo ao calma! cara, como é que você tá, como é que estão as coisas, tudo bem?

Pedro Marins – Tudo maravilhoso, fora o que a gente não pode focar que tá ruim, tá tudo maravilhoso, é mais uma questão de foco do que de momento né

Henrique de Moraes – É verdade e também da gente escolher no que a gente vai colocar nossos esforços e nossa atenção

Pedro Marins – Sem dúvida, não tá nada fácil essa coisa de ficar de quarentena, ficar de casa, ver o mundo mudar né, mas qual é outra opção? Então eu gosto da máxima que é “Se não tem outro jeito, o jeito tá dado”, então não tem como se estressar, não tem o que ficar pensando, tem outro jeito? Não, então beleza, toca a vida

Henrique de Moraes – É verdade, tem uma galera que fala sobre criatividade com limites né, de você criar limites propositais pra você conseguir ser criativo dentro daquilo ali e eu acho que essa situação que a gente tá vivendo tem muito a ver com isso, todo mundo ficou com uma limitação que foi imposta, não foi a gente que escolheu né mas acabou que todo mundo tá sendo criativo, sendo obrigado a ser criativo

Pedro Marins – Cara, isso é uma mega verdade porque não só você vê as pessoas se forçando a empreender porque não tem outra opção e começando a surgir soluções interessantes pra vida, pra negócios, eu acho que assim, é meio clichê mas todo clichê tem um fundo de verdade, que a gente deveria pegar os momentos de dificuldade pra tentar melhorar, e se você não fizer isso, qual é a outra opção?

Henrique de Moraes – E é engraçado né você ver as grandes empresas por exemplo, estão passando por um processo de transformação imenso né, que eram pessoas que resistiam por exemplo a home office e de repente se viram numa situação aonde elas precisam fazer isso, agora como é que você faz? Tá todo mundo se virando, todo mundo dando um jeito sabe?

Pedro Marins – E funciona né

Henrique de Moraes – Pois às vezes é falta de vontade, falta da necessidade, talvez né? Faz parte. Mas cara vamos falar aqui do nosso bate papo, hoje esse podcast vai ter um formato um pouquinho diferente, eu e o Pedro nós temos um amor em comum, nós dois somos, como o Pedro já falou, nós somos Tim Ferriss bitches, então pra quem não conhece, Tim Ferriss eu diria que todo mundo precisa conhecer mas como eu acho que também nem tudo é pra todo mundo então assim, sintam-se à vontade para fazer o que vocês quiserem depois com essa informação, o Tim Ferriss ele é um autor de alguns best-sellers né?

Pedro Marins – Acho que cinco até agora, 4 ou 5.

Henrique de Moraes – Enfim é um cara que tem muitas coisas, eu não vou nem passar por tudo que ele já fez e tudo que ele faz porque senão a gente ficaria horas só listando, algumas coisas inclusive muito curiosas como ser campeão de tango na Argentina, alguma coisa assim

Pedro Marins – Perfeito. Não é ser campeão de tango na Argentina, é ser o primeiro não argentino a ser campeão de tango na Argentina, é um pouquinho mais

Henrique de Moraes – Um pouquinho além, exatamente, enfim, e é um cara que assim, eu posso dizer que mudou minha vida o conteúdo dele, menos os livros, eu li um livro só dele para falar a verdade, que foi o primeiro, foi o “The 4-Hour Workweek”, “Trabalhe 4 Horas por Semana” em português, mas o principal foram os podcasts, foi inclusive um dos grandes motivadores pra eu começar o meu próprio podcast, foi ouvir o podcast do Tim Ferriss durante um ano e foi no último ano inclusive que fez muita diferença na minha vida assim, me fez refletir sobre vários aspectos da minha vida e me fez criar rotinas e criar processos, acho que aprendi a ser mais feliz e mais produtivo e tudo junto assim sabe, tipo a fazer todas as coisas com mais qualidade, eu diria que é isso. Acho que o Pedro pode falar um pouco da sua experiência com o Tim Ferriss, conta aí como é que foi

Pedro Marins – Eu conheci através do livro, do “Trabalhe 4 Horas por Semana”, é um livro que ele não é um livro trivial, não é para todo mundo mas eu acho que todo mundo deveria ler, o que eu quero dizer é que não é todo mundo que vai aplicar e vai ter resultado, mas eu acho que todo mundo deveria ler para pelo menos ter uma outra perspectiva, e aí usando a palavra maravilhosa da moda de mindset de trabalho porque o livro, se a gente for tentar resumir em uma palavra é “terceirização”, e não é terceirização de trabalho, é terceirização de tudo, terceirização de tomada de decisão, é fazer o mínimo possível pra ter o máximo de resultado e usar outras pessoas e habilidade, inteligência das pessoas para maximizar o seu potencial, então esse é um livro que na hora quando eu li, já vai fazer sei lá uns 10 anos, não entrou na minha cabeça mas aos poucos eu fui fazendo mais coisas e aquilo foi fazendo diferença sabe, sei lá, a coisa da terceirização foi entrando na minha vida e hoje faz muita diferença no meu trabalho e no meu dia a dia.

Henrique de Moraes – Eu acho que ele tem uma coisa ali que é como qualquer mudança né que a gente, principalmente as grandes mudanças, acho que elas não acontecem da noite pro dia né, são construções, e como ele propõe uma mudança muito grande, principalmente da mentalidade tradicional que as pessoas têm em relação ao trabalho, aposentadoria, o que é ser rico, enfim, são várias desconstruções que ele faz que se a gente culturalmente não tá acostumado, a gente tem que ir absorvendo aos poucos né e  eu tenho pra mim que foi até bom eu ter começado com o podcast e ter ido pro livro, porque eu entendi um pouco a cabeça dele antes de ler, então se eu tivesse ido direto pro livro acho que eu teria ficado com a cabeça fudida

Pedro Marins – O livro ele é interessante de começar pelo livro ou no seu caso ter começado pelo podcast porque o que ele mais fala no livro é a forma de fazer as coisas, e no podcast ele também reforça muito isso né, fazer as coisas da forma mais simples, da forma mais direta, aprender o mínimo possível pra ter o máximo de resultado, é um conteúdo que eu gosto muito e que eu indico para todo mundo. A gente teve essa afinidade conversando sobre Tim Ferriss porque no final das contas você acaba aprendendo muita coisa e você quer compartilhar.

Henrique de Moraes – Sim, eu falo que o Tim Ferriss me ensinou a aprender, é muito doido, porque é isso, acho que a gente fica, a gente cria muita barreira na nossa cabeça e ele tirou muitas barreiras da minha frente, pelo menos, pra ter mais liberdade, me sentir mais tranquilo de colocar coisas e testar hipóteses, mais hipóteses e eliminar rápido as coisas que não fazem sentido, implementar mais rápido as coisas fazem né, então acho que é um pouco disso.

Pedro Marins – Bem maneiro

Henrique de Moraes – Bom, e aí como vocês já perceberam, somos fãs de carteirinha e o Tim Ferriss ele tem algumas perguntas que ele faz no podcast que são recorrentes né, que ele foi aprimorando ali ao longo dos episódios e que depois ele transformou num livro que ele lançou, ele mandou acho que são 11 perguntas se não me engano, pra centenas e centenas de pessoas que ele admirava e pegou as respostas das pessoas que tiveram tempo e tiveram a pré-disposição de responder e transformou num livro, que se chama “Tribe of Mentors”, que é “Uma Tribo de Mentores” em português, e é um “tijolão” porque muita gente respondeu, é um cara super bem relacionado

Pedro Marins – E quando você falou que ele mandou para centenas de pessoas, não foram centenas de pessoas quaisquer, foram centenas de, e aí ele diz ali, de “titãs”, pessoas muito relevantes na sociedade

Henrique de Moraes – Isso, e que ele admira né, isso é legal também, pessoas que ele admirava, algumas ele tinha um relacionamento, algumas acho que não e criou através do livro talvez, não sei como foi isso, e tinham essas 11 perguntas que eu acho que são muito legais e são sempre perguntas que eu fico ansioso pra ouvir dos convidados que ele leva no podcast e então eu e o Pedro a gente resolveu fazer esse formato aqui, onde os dois respondem, acho que a gente tá tentando suprir nossa vontade de ser entrevistado pelo Tim Ferriss um dia, nosso desejo secreto e talvez não tão secreto mais depois desse episódio

Pedro Marins – É bem por aí.

Henrique de Moraes – Então são 11 perguntas que eu vou fazer aqui e ambos vão responder, então basicamente a gente vai dar um monte de dica aqui, um monte de ponte de vista eu acho né, acho que isso é o mais importante, vocês não precisam levar nada disso em consideração ou vocês podem levar tudo isso em consideração, fica a critério de vocês, pra mim tanto faz, desde que alguém consiga tirar alguma coisa útil daqui eu fico feliz, se uma pessoa tirar eu tô feliz já.

Pedro Marins – Inevitavelmente a gente já vai tirar né, porque essa conversa, a gente já trocou ideia sobre esses assuntos várias vezes, eu sempre saio com monte de coisa anotada ou para ler e imagino que vice-versa, então exatamente trocar essa ideia, aprender quem tiver interessado em aprender mais com certeza vai ter alguma coisa pra aprender nessa conversa.

Henrique de Moraes – Sim, show, então vamos começar cara. Qual é o livro, ou os livros né, que você mais deu de presente e porque? E aí tem uma perguntinha a mais que você pode responder caso você não tenha um livro que você tenha dado muito para as pessoas né, que podem ser de 1 a 3 livros que mais te influenciaram.

Pedro Marins – Eu tenho um livro que eu costumo dar de presente, ele foi até uma aquisição recente na minha biblioteca, eu li no início do ano e já foi o livro que eu mais dei de presente, que é “O homem mais rico da Babilônia”, é um livro que fala sobre aspectos financeiros básicos, é um livro que todo mundo deveria ler no colégio, são coisas tão simples sobre gestão financeira, sobre gestão de patrimônio e sobre perspectivas de enriquecimento que assim, eu dei bastante de presente já porque eu acho que todo mundo deveria ter esses conceitos enraizados desde novo.

Henrique de Moraes – Boa, vou procurar, já tô interessado.

Pedro Marins – É um livraço cara, é muito pequeno, é muito rápido de ser lido, o livro é escrito como fábula do homem mais rico da Babilônia né, como que ele ficou o homem mais rico, o que que ele faz para ser o homem mais rico e assim, é um conteúdo que todo mundo deveria ler porque todo mundo, independente do que você acredita, todo mundo deveria ser mais rico.

Henrique de Moraes – Legal, perfeito. E aí, tem mais algum?

Pedro Marins – E você?

Henrique de Moraes – Achei que você ia falar mais

Pedro Marins – Não, esse é o que eu mais dei de presente.

Henrique de Moraes – Tá, eu vou falar das duas coisas, vou falar do livro que eu mais dei de presente e depois vou falar dos que mais me influenciaram, depois você pode voltar e falar dos que te influenciaram também caso você queira. O livro que eu mais dei de presente foi “O poder do hábito” e esse livro tem uma história engraçada porque eu li esse livro emprestado, eu não tenho esse livro até hoje, na verdade sim eu até tenho hoje porque a Gabi minha esposa comprou ele em inglês, mas eu li emprestado do Gino, que é nosso amigo em comum, nosso querido amigo Gino, e foi muito engraçado cara porque eu tava no carro com ele, a gente tava indo para algum lugar, a gente trabalhava junto na época, e ele tava com um livro, ele tinha começado, tava marcadinho o livro e eu falei “Posso dar uma olhada?”, e eu comecei a ler e eu lembro que a gente tava a uma hora indo de um ponto A pra um ponto B, demorou por aí, e eu não conseguia parar de ler o livro e ele ficou tão abismado que eu não conseguia parar de ler que ele parou de ler o livro e me emprestou. E o Gino é muito generoso nesse sentido, um cara muito legal, e ele me emprestou o livro mesmo lendo e eu li em 2, 3 dias assim e já devolvi para ele, eu fiquei muito impressionado com a forma que o livro é escrito, porque a leitura é muito simples sabe, e são vários cases então assim eu curto muito ler esse tipo de material, contos práticos de como as pessoas fizeram ou criaram algum hábito ou usaram hábitos pra criar produtos, serviços, enfim e é muito interessante porque você descobre né, ele fala um pouco ali qual é a fórmula para você criar bons hábitos, e eu aplico isso até hoje, eu tento aplicar pelo menos né, então às vezes eu tô com um hábito ruim, eu tenho que entender qual é o trigger né, que é um dos pontos que ele fala e qual é a recompensa que eu tô tendo e tento substituir essas coisas sabe, então é bem legal, não é fácil mas é interessante você entender pelo menos o que tá por trás dessa criação de hábitos bons e ruins.

Pedro Marins – Do que ele fala no livro dos hábitos, algum marcou especialmente ou você absorveu mais a fórmula de criar hábitos?

Henrique de Moraes – Cara vou te falar que a fórmula foi o que eu mais demorei para absorver mesmo, porque foi aquela coisa que a gente falou, uma construção então não foi tão simples mas tem alguns cases que ele vai contando ao longo do livro que são muito interessantes e ficaram marcados, mas o principal pra mim é o da Target, a empresa né que é uma espécie de supermercado que tem nos Estados Unidos que um executivo entrou lá na sala da galera de BI e falou assim “Cara, eu queria ver se a gente consegue prever uma gravidez com 2 meses de acordo com hábitos de consumo das pessoas”,e os caras descobrem e eles começam a testar como que eles podem fazer pra vender mais pras pessoas, pra mulheres grávidas sem elas perceberem, eles mapearam baseados em hábitos de consumo, tipo produtos que as pessoas compram logo no início e tudo mais, e conseguiram fazer vários testes e é muito engraçado porque tem histórias muito engraçadas de pessoas que perceberam que estavam tentando influenciar e vão na loja reclamar, tipo “Você tá insinuando que minha filha tá grávida”, umas coisas assim, e no final ela tava grávida, então é bem interessante. Tem vários cara, não vou me alongar aqui muito, vale a pena e eu acabei dando muito esse livro porque eu acho ele muito legal e fácil de ler, então acho que qualquer um consegue pegar e ler muito rápido.

Pedro Marins – É uma leitura muito boa mesmo, eu recomendo também e gosto bastante, é um livro que mudou muito a forma como eu vejo o hábito e isso que você falou, é bem fácil de ler.

Henrique de Moraes – E aí cara, vou falar de três livros aqui rapidamente que me influenciaram muito, dois muito recentes, acho que acaba que os livros mais recentes ficam mais na memória né, um que eu tô lendo ainda, eu não terminei mas cara eu tô apaixonado e eu sei que eu vou reler esse livro, eu não tenho o hábito de reler livros, mas esse eu tenho certeza que vou ficar lendo e relendo, eu vou até comprar a versão física dele que é o “The War of Art”, que cara é um livrinho também, são pequenos capítulos de uma ou duas páginas assim no máximo, e cara é sensacional, simplesmente um livro sensacional. Ele é um escritor de roteiros e romances e livros de ficção, que ele sempre teve que lidar com a dificuldade de colocar as coisas pra fora, colocar o trabalho né, sentar e fazer o trabalho, e ele começou a mapear tudo que impedia ele de fazer e como que ele superou esses desafios, e aí ele pegou e dividiu isso em pequenos capítulos, são três partes o livro na verdade, e que cada parte dessa tem vários pequenos capítulos, então você pode ler que nem livro da sorte, somente abrir e ver uma parte e pensar sobre aquilo, refletir sobre aquilo e seguir com sua vida naquele dia, por exemplo. E aí ele fala sobre resistência, sobre ser um profissional e depois eu não lembro qual é a terceira parte porque não cheguei nela ainda mas só de você ler sobre a parte de resistência e ir mapeando tudo que te faz resistir a começar um trabalho, a simplesmente sentar e fazer, cara é sensacional porque ele vai no detalhe, cada coisinha, cada força que te impede e ele coloca a resistência como se fosse um personagem sabe, tipo do que ela se alimenta, meio como se fosse um vilão é bem legal e já me fez refletir muito, já me fez rever muitas coisas, inclusive, colocar muita coisa pra fora no papel e tem sido bem legal. Um outro livro que eu gostei muito que eu li há pouco tempo foi o livro do Phil Knight, fundador da Nike

Pedro Marins – Ah, eu vi você postar nas redes sociais sobre ele

Henrique de Moraes – Pois é cara, porque eu achei legal a forma como ele descreve o sucesso da Nike sem  em momento algum se colocar como uma pessoa fora da curva demais, a história sendo foda, as pessoas sendo fodas, pelo contrário, ele fala tudo que ele fez de errado e ele meio que, de certa forma isso fica subentendido assim, que o sucesso na verdade veio por ele ser muito insistente, por ele ter se mantido muito fiel ao que ele queria fazer, que era construir a melhor marca de tênis do mundo. E ele conta todos os erros, todas as merdas, e ele fez muita merda e assim, merdas nível épico, do tipo “O que esse maluco tem na cabeça?”, que nem uma criança de repente faria, ele fez, e cara eles viveram com a corda no pescoço durante 10 anos, enfim, é bem você ver que, acho que vale muito mais a constância de você estar todo dia fazendo o trabalho, do que inspiração, sabe essa coisa de 10% inspiração e 90% transpiração, essas frases assim, e no caso dele fica muito claro que é isso, porque ele ficou insistindo, ele podia ter falido todos os meses durante 10 anos porque ele sempre estava tomando riscos maiores do que ele era capaz de assumir talvez, ou não né porque deu certo, mas na cabeça dele ele tava o tempo inteiro achando que ele tava exagerando nos riscos que ele tava correndo e ainda assim ele foi tão insistente ali, ele tava tão certo de que aquilo era o que ele queria, era a única coisa que ele queria fazer, que deu certo e se tornou o que se tornou, então o livro é muito focado nos erros e na história mesmo de fato sabe, de todas as coisas que aconteceram, todos os detalhes, e quando a Nike vira um sucesso, o livro acaba, um pouco antes de ter crescido, acaba quando acabam os problemas, basicamente

Pedro Marins – Legal, outra perspectiva

Henrique de Moraes – Pois é, então é bem legal, e o outro é o livro mais clichê de todos que é a biografia do Steve Jobs, por motivos óbvios né

Pedro Marins – Do Walter Isaacson né?

Henrique de Moraes – Isso, é

Pedro Marins – É, um livraço

Henrique de Moraes – Pois é, é um livro gigante no final das contas, que eu li como se fosse um livretinho pequeno, uma história em quadrinhos, de tão empolgado

Pedro Marins – Eu devorei também

Henrique de Moraes – E assim, é muito bem escrito, esse cara aí é muito foda escrevendo biografias, eu comprei inclusive duas outras dele depois e a história é sensacional, enfim, é basicamente isso

Pedro Marins – É, Steve Jobs ele teve seus lados negativos, mas sem os lados negativos não teriam os positivos né? E a gente não teria o iPhone e a evolução tecnológica que a Apple proporcionou

Henrique de Moraes – Pois é, surreal. E você cara, quais foram os livros que mais tiveram impacto?

Pedro Marins – Cara, essa resposta eu não preparei mas no topo da cabeça assim tem alguns, tem o, o que mais fez diferença pra mim, e posso dizer até hoje em produtividade foi o “A única coisa”, do Gary Keller, ele fala sobre gestão de tarefas, gestão de tempo e como que você prioriza tarefas, inclusive o título do livro “A única coisa” é o mote central do livro, a pergunta base do livro é “Qual a única coisa que se você fizer hoje vai melhorar todo o resto da tua vida?”, e aí pensando em gestão de tarefas, pensando em dia a dia de produtividade, pensar na única coisa é maravilhoso, esse foi um livro que teve grande impacto na minha produtividade. Um outro livro que teve impacto na minha forma de pensar, o título é estranho, é o “Mais esperto que o Diabo”, do Napoleon Hill, o livro é como se fosse uma história, é um conto do Napoleon Hill conversando com diabo e entrevistando o diabo pra saber porque que as pessoas se perdem, porque que elas vão para o lado mais fácil, o lado mais escuro, e o que fazer pra voltar. Assim, eu sou 0 religioso, o livro não tem a ver com religião, mas ele usa essa simbologia do diabo pra mostrar os pontos que ele quer na história, e é um livro curioso, é um livro curto, como é uma história parece ser fácil de ler mas eu demorei um livro pra ler o livro porque eu ficava refletindo nas histórias, então não foi aquele livro que eu consegui ler direto, eu tive que parar várias vezes para refletir e é uma outra recomendação.

Henrique de Moraes – Cara, deixa eu só acrescentar, eu comprei esse livro, comprei não, tava de graça no Kindle há um tempo atrás e eu acabei baixando, e eu comecei a ler e parei em um terço, eu não consegui evoluir cara, você parou mais ou menos aí também quando você começou a ler pela primeira vez?

Pedro Marins – Parei, parei mais ou menos em um terço, a forma como ele escreve não é fácil, e não foi um livro escrito hoje, é um livro antigo, ele já deve ter uns 40 anos, então o ritmo era diferente em outra época também, então o livro acompanha esse ritmo, não é aquela que você vai sentar e vai devorar para ler, mas eu acho que é uma leitura que vale o esforço, o livro poderia ser resumido em talvez sei lá, 5 páginas, mas ele elabora cada um dos temas pra que fique ainda mais fácil e mais tranquilo de serem absorvidos

Henrique de Moraes – Entendi, show, vou dar mais uma chance pra ele, vou voltar.

Pedro Marins – É, eu não tenho problema em abandonar livro no meio não, já foram vários

Henrique de Moraes – Eu também não

Pedro Marins – Esse é um livro que eu recomendo, e por último cara um extremamente importante, eu já li ele digital, já ouvi o audiobook e agora comprei o físico pra ler mais uma vez que é o “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, do Dale Carnegie, é uma bíblia sobre relacionamentos e networking, eu não sei qual diferença tem o networking na sua vida mas pra mim é absoluta, tudo que eu consegui em relação à sucesso profissional veio através da minha rede de relacionamentos e a primeira vez que eu decidi estudar fez muita diferença pra mim, e aí o título do livro né, “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” parece que é tendencioso, parece que você tá fazendo artimanhas pra enganar as pessoas, mas o livro não tem nada disso, são só boas práticas pra humanidade, e isso resulta em uma rede melhor, em relacionamentos melhores e consequentemente em oportunidades, então é um livro que eu li há muito tempo, já reli, já ouvi o audiobook e agora tô com o livro físico na lista pra ser lido mais uma vez.

Henrique de Moraes – Eu li cara tem muito tempo porque me recomendaram e assim, eu guardei algumas coisas até hoje por exemplo, que eu não sou muito bom inclusive, acho que por isso que elas ficaram gravadas na minha cabeça, que é tipo ele fala muito sobre você decorar o nome da pessoa e repetir o nome da pessoa numa conversa e eu sou péssimo com nomes, e isso ficou muito marcado mas acho que eu tinha que reler porque acho que tem uns 10 anos que eu li esse livro então assim, minha cabeça mudou completamente, acho que agora teria muito mais maturidade para entender as lições

Pedro Marins – Legal, eu li a primeira vez muito novo também, apliquei poucas coisas e por isso que ele tá aqui na lista para ser relido, é justamente o ponto da maturidade, será que eu vou absorver mais coisa ou tirar mais proveito agora lendo mais uma vez? Então tá aqui na lista.

Henrique de Moraes – Boa, vou fazer isso também, ele tá lá na agência, vou pegar o físico lá também. Então vamos pra próxima pergunta, qual foi a compra de R$ 150 ou menos que mais impactou sua vida positivamente nos últimos anos?

Pedro Marins – Cara, a minha resposta para essa pergunta não é comum mas eu vou dizer que o que mais impactou positivamente na minha vida foi a camisa preta da Hering gola “V” por R$39,90, eu não comprei uma só eu comprei na primeira vez 5, depois mais 5, depois mais 5, depois mais 5, e hoje eu uso a mesma roupa, eu uso uniforme todo dia, eu não preciso pensar em me arrumar pro meu estilo de vida, pro nível de relacionamento que eu tenho, nível de negócios que eu tenho, raramente eu preciso botar uma roupa social e aí eu tenho terno, blazer, tudo pra ficar arrumadinho se preciso, mas trabalhando com tecnologia as pessoas não consideram a sua vestimenta um atributo importante, elas consideram mais o seu conteúdo, então já que a vestimenta deixou de ser uma coisa importante para mim eu fui para o mais trivial possível, qual o mínimo arrumado que eu preciso estar e aí foi essa essa decisão de comprar camisa preta gola “V” por R$39,90 na Hering e é isso, hoje eu tenho mais de 20 camisas pretas e só uso isso.

Henrique de Moraes – Boa, pedir um patrocínio da Hering

Pedro Marins – É, podia mesmo

Henrique de Moraes – Mandar uns recebidos pra você

Pedro Marins – A cada 6 meses eu renovo o estoque, então já tá chegando a hora.

Henrique de Moraes – Cara, essa é uma coisa que eu penso muito em fazer mas nunca botei em prática e acho que vou continuar lutando com isso pro resto da vida porque eu sempre penso “Vou tentar”, vou ficar não só com camisa preta mas eu já pensei assim “Vou ficar só com azul, cinza, branco e preto”, que são as roupas que eu mais uso e me sinto mais confortável usando, o resto me livro, e tudo liso, ficar só assim que aí pelo menos é menos coisa pra pensar, realmente mas sei lá cara, no final do dia eu curto me arrumar, curto me vestir e aí eu acabo ficando num conflito interno, se eu quero mesmo ou não fazer isso

Pedro Marins – É, a minha decisão foi mais na otimização, porque, eu esqueci o nome do livro pra citar, mas ele fala sobre a quantidade de decisões que a gente tem durante o dia, que o nosso poder de decisão é limitado, então você acorda e começa a pensar em se arrumar você gastou do seu dia ali várias decisões de qual roupa combina mais, qual blusa combina mais, com qual calça, com qual tênis e não sei o quê e eu tomei essa decisão pra não precisar pensar nisso, eu não preciso pensar e gastar meu poder de decisão com minha roupa, e aí é uma conta simples, imagina que você tem no seu cérebro o poder de tomar 100 decisões por dia, se você gasta 3, 4, 5 ali escolhendo qual é a melhor blusa pra combinar com a melhor calça, você vai acabar durante o dia não tomando a melhor decisão de alimentação e comer uma besteira, então esse balanço foi a motivação pra eu adotar o uniforme mas depois que eu adotei eu gostei e tô curtindo esse benefício, sabe?

Henrique de Moraes – Boa, essa é sempre minha motivação, mas acho que um dia talvez, quem sabe?

Pedro Marins – E você tem alguma compra dessa?

Henrique de Moraes – Tenho cara, na verdade eu teria várias mas eu vou falar da última porque essa fez uma diferença boa que foi, eu comprei um moedor de café, e eu fui influenciado pelo Igor, que você conhece também, que eu conheci lá na Singularity, no evento da Singularity, e quando a gente se conheceu ele veio falando comigo sobre ele ter feito um curso de barista e como que aquilo mudou a vida dele, impactou, e ele foi me contando, foi me dando algumas dicas, e eu testei basicamente tudo que ele me passou, comprei o moedor, comecei a escaldar o filtro, enfim, todas as frescuras mas cara, o que fez a maior diferença pra mim foi o moedor, de todas, eu não ligo de fazer o café do jeito certo, com a temperatura certa, de escaldar ou de fazer em tal cafeteira ou outra cafeteira, lógico que eu faço sempre filtrado, não faz diferença pra mim em qual cafeteira que eu faço, se for filtrado mas se for um café expresso ou qualquer outra coisa isso faz diferença lógico no sabor, mas se eu faço o mesmo estilo eu não vejo muita diferença, eu não vejo muita diferença escaldando, na temperatura da água, todas essas frescuras, e nem muito em cafés super gourmetizados, eu compro alguns que eu já gostei, que eu testei e acho saboroso agora cara, os mesmos cafés que eu tomo e que eu compro ele em grão eu já comprei ele moído, e cara a diferença é muito grande, essa pra mim é a única coisa que faz uma diferença enorme na hora de fazer o café, é você moer na hora de fazer, vou te falar eu que gosto de café não consigo mais beber de outro jeito

Pedro Marins – Interessante, gourmetizou o café e tá mergulhando nessa ciência

Henrique de Moraes – Pois é e assim cara, foi o que eu falei, eu fiquei só na parte do café moído na hora, e tem várias marcas baratas e boas, e começa a moer só de manhã, cara R$130 no Mercado Livre, parcela em 10 vezes o moedor. Molezinha, acho que tô pagando até hoje, inclusive

Pedro Marins – Muito bom, excelente.

Henrique de Moraes – Beleza, vamos pra próxima. Cara, você tem algum fracasso ou fracasso aparente pelo menos, fracasso pra você né, que te preparou pra algum sucesso posterior, ou você tem algum fracasso favorito, por assim dizer?

Pedro Marins – Não é bem um fracasso, é um fracasso pessoal assim, quando eu estava para casar, isso vai fazer 5 anos, eu tava na perspectiva de casar, eu tava querendo casar com uma mudança de vida né, não só no relacionamento mas na minha qualidade de vida, na minha vida financeira, eu queria prover pra minha casa mais do que eu já poderia e aí eu mergulhei num ritmo de trabalho muito frenético, eu sempre trabalhei de casa, eu sempre trabalhei por projeto e no mundo de tecnologia isso é comum, eu nunca tive carteira assinada e nesse ritmo de trabalho eu acabei desfocando da minha rede, das pessoas e de mim, então eu conto essa história que um belo dia eu me espreguicei trabalhando, e aí senti um cheiro de cecê forte pra caramba e falei “O que é isso cara? Como é que eu tô fedendo assim”, e aí eu fui me ligar que eu tava há 3 dias sentado no computador virando noite e trabalhando igual um maluco, só levantava da mesa do escritório pra pegar alguma coisa pra comer ou pra pegar um Red Bull ou pra pegar alguma coisa para me deixar acordado e continuar trabalhando e terminar, e entregar, e ganhar dinheiro, e aí caiu a ficha quando teve esse trauma e eu “Cara, estou me afastando das pessoas, tô me afastando da minha rede, me afastando dos meus amigos e minha família para entrar num ritmo de trabalho aqui que qual o resultado final disso? O que eu vou levar pra minha vida disso?”, e aí foi isso que deu um start na minha busca por balancear melhor trabalho, vida, expectativas e gerenciar meu tempo, fazer exercício, melhorar os hábitos, enfim, foi o trauma que levou à minha perspectiva de melhora, esse é o meu fracasso favorito.

Henrique de Moraes – Boa, acho que esse é um ponto bem importante né cara, que é engraçado, vou falar uma coisa que tava na minha cabeça hoje de manhã, eu tava escrevendo sobre isso antes de entrar inclusive nesse call, que eu vi uma publicação de uma pessoa falando sobre, criticando as pessoas que são workaholics e eu fiquei com isso na cabeça porque eu vejo muita gente criticando pessoas que são workaholics de certa forma ou se consideram, se vendem como workaholics, acham que esse é o problema, pessoas que vendem isso como se fosse uma coisa boa e muita gente falando mal de frases de efeito ou de autoajuda, todas essas coisas que estão relacionadas de certa forma, e eu fiquei pensando sobre isso porque eu sou uma pessoa por exemplo que eu sou apaixonado por frases, eu coleciono frases, eu coloco elas em tudo quanto é lugar pra lembrar de algumas inclusive o tempo inteiro, tem uma no meu braço que eu coloquei esses dias, tenho duas tatuagens que são frases inclusive, pra me lembrar de momentos ou situações ou me colocar na realidade, então eu sou uma pessoa que eu sou muito motivado também por biografias, por me inspirar em pessoas, essas coisas e eu fiquei pensando nessa publicação, e um monte de gente concordando, falando “É isso aí”, e a pessoa falando “Mas o problema são as pessoas que vendem como se fosse uma coisa boa”, eu fiquei pensando “Cara, o problema não tá na pessoa que tá falando, se vendendo workaholic, e também não tá na pessoa que não quer ser assim, o problema está na falta de autoconhecimento”, tem gente que é motivado, é movido e é feliz trabalhando, eu conheço pessoas assim, eu conheço pessoas nos dois lados né, eu tenho pessoas que trabalham o mínimo possível porque querem aproveitar a vida e ganham o suficiente para sustentar a sua própria rotina de vida e que são super felizes, genuinamente felizes, e conheço pessoas que estão do outro lado, trabalham pra cacete, se matam de trabalhar mas porque é o drive delas, é o que elas gostam de fazer, no final das contas é o que deixa elas felizes de alguma forma e eu acho que no final das contas as pessoas ficam incomodadas com a realidade dos outros e ficam querendo achar, a internet virou uma coisa binária, ou você ama ou você odeia, ou você é contra ou você é a favor e as pessoas ficam assim “Ah não, porque esse maluco é workaholic, fica defendendo isso, tá fazendo mal pras pessoas, vai fazer mal a sua saúde”, não, ele só tá vendendo o estilo de vida que ele gosta, se você não gosta daquele estilo de vida, não gosta do conteúdo dele, vai seguir outra pessoa, é tão simples quanto isso, vai achar sua tribo

Pedro Marins – Esse papo é muito legal porque junta com, você falou coisas no final aí, duas coisas que falam nos livros que eu citei, no “Mais esperto que o Diabo”, uma das coisas que te leva pro diabo é ficar julgando os outros, então pô, para de julgar os outros, deixa as pessoas serem do jeito que elas são e segue tua vida, provavelmente se você olhar pro teu teto tem algum furo aí cara, vai consertar o furo do teu teto e para de tentar criticar os outros, e assim, quanto ao ritmo de trabalho eu não diminui meu ritmo de trabalho, continuo trabalhando muito, essa semana inteira foram 14 horas todo dia sentado na cadeira trabalhando, eu não me vendo como workaholic porque eu não acho que isso é bom mas eu entendo que essa é a única solução para eu mudar minha realidade, e eu quero mudar minha realidade, quero ter uma realidade melhor do que eu tenho hoje, essa é minha busca por evolução sabe, eu quero estar em constante evolução, quero estar melhorando constantemente, e melhorando constantemente inclui trabalhar mais pra ter melhores resultados.

Henrique de Moraes – Sim, e de certa forma você precisou passar por aquilo ali talvez pra você criar o seu equilíbrio né, se é que existe um equilíbrio porque na verdade a vida é um equilíbrio da busca pelo equilíbrio, então é você não se sentir mal de estar o tempo inteiro buscando o equilíbrio e nunca achar porque na verdade vai ser isso.

Pedro Marins – Muito bom. Esse é o meu, e o teu?

Henrique de Moraes – Cara, eu tenho vários né mas basicamente eu acho que eu sempre fui muito inquieto e eu sempre quis montar negócio, sempre quis se empreendedor, desde moleque sempre me vi empreendedor, e eu nunca tive uma empresa que eu considerasse um sucesso, ou que eu ache que o mundo tenha considerado, não sei, tenho essa coisa de o que você acha, o que os outros acham, enfim, mas eu acho que eu briguei muito com o fato de eu não ter insistido mais nos meus empreendimentos, isso foi sempre uma luta dentro de mim, sempre foi um problema que eu tive que lidar, eu ficava assim “Cara, talvez se eu tivesse insistido um pouquinho mais com esse negócio aqui eu tava começando a dar certo e de repente teria virado”, fico sempre com essa questão, até que uma hora eu comecei a tentar entender que na verdade todos esses fracassos, todos esses teóricos fracassos eles me tornaram quem eu sou, primeiro mais forte em terminar coisas, mais seguro de terminar coisas que não to 100% satisfeito ou feliz e começar novas sem medo de como vai ser, quais são os riscos que eu tô correndo, porque são muitos e também aprendi muito com cada negócio sabe, por exemplo, se eu não tivesse tido uma empresa que fosse digital né, que foram minhas duas primeiras startups, eu não teria hoje uma agência, porque tudo que eu aprendi sobre marketing digital eu aprendi pra fazer essas empresas irem para frente

Pedro Marins – É uma evolução né cara, é aquilo, o fracasso ele não é um ponto final

Henrique de Moraes – Exatamente, e todos eles foram me ensinando coisas, até hoje eu fico o tempo inteiro pensando na próxima coisa né, eu sou muito assim sempre pensando na próxima coisa e isso é um problema pra mim, que talvez eu precise melhorar, mas de qualquer jeito essas coisas me fazem também sair do lugar, então eu tenho que entender até aonde isso é saudável e como que eu posso fazer pra gerenciar melhor essas coisas, e não ficar me criticando ou me sentindo mal porque eu nunca termino alguma coisa porque na verdade não, aquilo ali durou o tempo que tinha que durar e agora eu preciso saber quanto tempo isso que eu tô fazendo aqui vai durar o tempo que precise durar né, talvez dure o resto da minha vida, talvez não, e é isso, acho que todas essas empresas que eu montei foram meus fracassos favoritos porque eles me fizeram chegar até onde eu cheguei agora, sabe?

Pedro Marins – Eles ensinam né?

Henrique de Moraes – Sim, pra caralho.

Pedro Marins – Porra muito maneiro, muito maneiro mesmo.

Henrique de Moraes – Cara, e se você, essa pergunta é a mais sensacional, acho que é a mais difícil também, mas se você pudesse ter um outdoor gigantesco em qualquer lugar com alguma coisa escrita, tipo metaforicamente falando assim, uma mensagem para milhões de pessoas, o que você diria?

Pedro Marins – Então, essa é uma das perguntas que eu mais gosto do Tim Ferriss porque ela tenta extrair o que é fundamental para as pessoas né, ou a mensagem que as pessoas querem passar para o mundo, e eu ainda não tenho uma mensagem definida do que eu quero passar para o mundo, mas eu tenho uma coisa que eu me reforço todas as vezes, que a gente tem um pensamento muito limitante, a gente tenta se bloquear todas as horas, e aí a frase que eu botaria no outdoor é que “Riqueza não é limitado”, e aí eu não tô falando de riqueza financeira só não, não tem porque você limitar a quantidade de riqueza que você quer na sua felicidade ou não tem porque limitar a quantidade de riqueza que você quer ter no bem-estar com a sua família ou a quantidade de riqueza que você quer ter na produtividade no teu trabalho ou no ritmo do exercício e no seu potencial físico, não tem limite, a vida não tem limite, a riqueza não é limitada. Eu acho que essa é a mensagem que eu tento botar sempre na minha cabeça e eu tento passar para os outros. Todo mundo tenta resolver um problema pensando nas condições que você tem atuais né e se você não tivesse um limite? Como que você resolveria isso?

Henrique de Moraes – Cara, isso é uma ótima pergunta para se fazer em várias situações né cara, o Tim Ferriss fala sobre essa coisa de você se fazer perguntas, perguntas melhores te levam à melhores resultados, ele sempre fala sobre esse ponto de vista, essa forma de enxergar as coisas, e ele fala muito sobre isso, sobre tipo essa pergunta né, tipo como é que seria isso aqui se não tivesse limites, se você não tivesse limites e também como seria se fosse fácil, essa eu acho muito boa, legal cara.

Pedro Marins – Essa é a mensagem que eu passaria.

Henrique de Moraes – Boa. Cara, eu tive um problema pra pensar nessa resposta porque assim, foi o que eu falei, sou apaixonado por frases né, então eu tenho aqui na minha frente inclusive, do lado do meu computador tem várias frases que às vezes eu vou lendo aí anoto e colo ali pra refletir, algumas eu tiro, substituo, enfim, e vou trocando de acordo com o sentido que ela tá fazendo naquele momento, mas então tem algumas assim que eu gostaria de colocar se eu pudesse espalharia algumas, sabe, por exemplo tem uma que é “Easy choices, hard life. Hard choices, easy life”, essa eu acho muito boa, tem uma que eu li no livro do Phil Knight que é “O homem que move uma montanha começa carregando pequenas pedras”, acho bem legal, importante, as pessoas começam coisas querendo já fazer de tudo né e assim, você vai acabar se sentindo sobrecarregado muito rápido, não vai se preparar para aquilo, enfim é um problema, tem uma do, uma fórmula do Ray Dalio, ele fala, tem uma fórmula que ele fala que “dor + reflexão = progresso”, eu acho sensacional, que as pessoas ou ficam afundadas na dor e aí acaba que quando você fica afundado e você não para pra pensar o que tá te motivando, porque você tá sentindo aquela dor, como você chegou até ali, você não consegue evoluir, então não é que você vai parar de sentir dor, mas se você se toda vez que você sentir dor você parar para refletir sobre ela,  talvez você vá evoluir e vai tirar alguma lição pelo menos daquilo ali. Tem uma que é, eu vi o Tony Robbins falando que é “Don’t wish it were easier, wish you were better”, acho essa frase muito foda também, é sensacional. Tem uma frase, que é talvez uma das mais clichês mas que eu sou apaixonado, que é daquele comercial da Apple, que é “Here’s to the crazy ones”, que fala no final assim porque as pessoas que são loucas o suficiente pra achar que podem mudar o mundo são as que normalmente fazem né, cara eu acho essa frase muito foda, mas depois de enrolar pra caralho e falar milhões de frases que eu sou apaixonado, cara tem um texto do Seth Godin, que foi inclusive um trecho desse texto que eu tatuei no meu braço e que é muito simples mas que eu acho assim cara, acho que se todo mundo no mundo olhasse pra ele, entendesse o que ele quer dizer, eu acho que as coisas ficariam mais fáceis, as pessoas entenderiam melhor, lidariam melhor com todos os seus problemas, saberiam fazer escolhas melhores, eu vou ler ele aqui para você, e acho que eu colocaria esse texto na íntegra porque ele é pequenininho, eu acho que colocaria ele na íntegra em algum lugar, um outdoor, que é “Se é uma obrigação, você não tem uma escolha. Fingir que você faz é simplesmente uma maneira de criar frustração. Liberte-se pra simplesmente fazer o que tem que fazer. Por outro lado, se você tem uma escolha e provavelmente você tem porque a maioria das pessoas tem escolhas, elas acham que estão presas em algum lugar, acham que estão presas à algum emprego, relacionamento mas não, elas escolheram estar ali, elas podem sair daquele lugar que elas estão né, então não faz sentido tratar como obrigação”, e aí ele termina com “own the choice”, que é tipo “assuma a sua escolha, assuma suas escolhas”, cara  eu acho que esse é o mal da humanidade, as pessoas não assumem as escolhas, elas não assumem as decisões que elas tomaram e elas não tomam decisões, elas ficam, elas preferem reclamar de tudo que tá errado em vez de simplesmente falar assim “Cara, se eu não gosto do meu emprego, foda-se vou arrumar outro, vou dar um jeito, me virar e arrumar outro”, e as pessoas “Ah mas tem limitações”, cara você tem, você tem dificuldades, você não tem limitações, você falou, a riqueza é ilimitada né, então assim, eu acho que essa frase, essa última frase que foi a que eu tatuei no braço, que é tipo “own the choice”, tipo assim, para de culpar os outros, para de dar desculpas pras coisas que você não tá fazendo, assume suas escolhas e ou vive bem com elas ou então muda.

Pedro Marins – Excelente, excelente perspectiva

Henrique de Moraes – Pois é. Enfim, acho que eu colocaria esse texto, ele é pequenininho, acho que daria pras pessoas lerem, especialmente se for num outdoor perto de um sinal.

Pedro Marins – Maneiro, essa perspectiva do protagonista é bem legal

Henrique de Moraes – É, pois é enfim, eu vejo muita gente, conheço muita gente que fica reclamando da sua própria realidade o tempo inteiro, e eu acho isso um saco, odeio, as pessoas drenam minha energia, de verdade.

Pedro Marins – É, eu sou desse time aí também que odeia

Henrique de Moraes – Então beleza, vamos pra próxima. Qual foi o melhor ou mais valioso investimento que você fez? E aí pode ser investimento em tempo, dinheiro, energia.

Pedro Marins – Cara, essa pergunta pra mim ela sempre vem relacionada ao meu ambiente de trabalho, onde eu passo mais tempo, então eu acho que o melhor investimento eu já fiz foi comprar uma cadeira de trabalho profissional confortável, foi um grande investimento, mas eu sempre tive dor nas costas por ficar muito tempo sentado trabalhando, não ter um alongamento adequado e comprar uma cadeira com vários ajustes e tal melhorou muito meu bem estar, melhorou muito a qualidade do meu dia e consequentemente as dores que eu sentia à noite para dormir, então melhorou meu sono, melhorou tudo, foi um investimento que fez muita diferença. E você?

Henrique de Moraes – Boa, irado. Cara, eu acho que foi viajar, viajar pra fora, porque eu lembro que antes de fazer, eu viajei pra fora muito velho a primeira vez, eu tinha mais de 20 anos, já tinha uma filha, inclusive, viajei com ela, com minha família e eu sempre encarei uma viagem internacional como uma despesa sabe, achava que era muito caro e que não valia a pena, e eu lembro que a primeira viagem que eu fiz foi pros Estados Unidos, pra Disney e meus pais eles iam, ia minha família inteira e aí meus pais queriam que eu fosse também, que eu fosse com a minha filha, e eu não queria, falei “Não vou gastar essa grana, vou gastar sei lá R$15.000, um absurdo e tal, não posso gastar esse dinheiro, não tenho”, e fiquei lutando, até que meus pais falaram “A gente paga sua hospedagem e sua passagem, se você quiser, e aí você paga o resto lá, seus parques, alimentação, enfim, tudo que você quiser comprar”, aí eu falei “Porra, tá bom, me convenceram”. Cara, aquilo virou minha chavinha assim de um jeito, que eu voltei de lá pensando, a única coisa que eu pensava era “Eu preciso viajar, eu preciso fazer só isso da minha vida” cara foi surreal e assim, mudou mesmo assim, eu comecei a dar um jeito de sempre viajar cara, pra fora do país especialmente e especialmente pra lugares que eu não conheço a cultura, eu volto muito para lugares que eu já fui, por alguns motivos esquisitos, porque eu tenho família fora então acabo indo muito pra lá porque é barato, pra alguns lugares, mas as viagens que mais me marcaram com certeza foram pra lugares que eu nunca tinha ido, que eu não conhecia a cultura, não conhecia o ambiente, esteticamente como essa cidade é, como as pessoas se comportam sabe, e isso tudo pra mim cara toda vez que eu faço uma viagem pra um lugar que eu nunca fui na minha vida me marca muito e é sempre muito rico

Pedro Marins – Viajar sempre expande muito a mente, eu sou um defensor também, eu comecei a trabalhar muito novo e aí comecei a juntar meu dinheirinho, a primeira viagem que eu fiz foi na faculdade, tinha 18 anos e fui fazer o “work experience”, trabalhar e passar minhas férias da faculdade nos Estados Unidos e desde 2006 isso mudou minha cabeça, isso que você falou de virar a chavinha, isso mudou minha cabeça de uma forma tão absurda que passou a ser uma prioridade na vida, e aí desde 2006 todo ano eu viajei, eu deixo de fazer várias coisas pra poder atingir esse objetivo mas gosto muito, principalmente dessa perspectiva que você falou de conhecer outras culturas e tem mais uma que eu gosto que, eu gosto muito de estudar História e chegar nos lugares onde as coisas aconteceram, é uma possibilidade incrível, sabe, que a sociedade nunca teve e hoje a gente tem, então eu gosto de aproveitar isso bastante

Henrique de Moraes – Verdade, é engraçado, eu não tenho essa paixão pela história dos lugares como a maioria das pessoas eu sei que tem, por cultura no sentido de visitar museus ou então fazer um tour sobre a cidade e saber os lugares, apesar de já ter feito algumas vezes e curtido bastante, mas o que eu mais gosto é de chegar numa cidade, especialmente cidade em que você consegue fazer as coisas ou a pé ou de bicicleta, de bicicleta então pra mim zerou porque a bicicleta é um meio de transporte que você anda rápido, às vezes dependendo do lugar você anda mais rápido que um carro, se for uma cidade que tem um trânsito muito intenso, e ao mesmo tempo ela tem a facilidade de andar, de ser tão simples você parar nos lugares como se estivesse caminhando, eu consigo parar onde eu quiser, a hora que eu quiser, se eu olhei um lugar, achei interessante eu paro ali, prendo a bicicleta e vou naquele lugar, de carro não tenho essa flexibilidade, você tem que arrumar um lugar pra estacionar, dependendo da cidade é caro e não vale a pena, e de transporte público também você passa por um lugar e depois não lembra como faz pra chegar naquele lugar, então pra mim conhecer cidades de bicicleta é a melhor forma, e eu ouvi uma vez o cara que é um dos criadores do WordPress, Matt Mullenweg, ele fala que ele chega em toda cidade, ele viaja muito, ele é nômade, ele fala que a primeira coisa que ele faz quando chega numa cidade que ele não conhece é botar o tênis de corrida e sair pra dar um rolê e guardar os lugares que ele quer voltar pra visitar, eu achei isso muito foda porque é muito como eu me sinto também, e eu dei muita sorte da minha esposa ser muito parecida comigo nesse sentido, da gente chegar numa cidade e é o que a gente mais gosta de fazer é pegar a bicicleta ou andar, se não tiver como andar de bicicleta na cidade, e ir andando e parando, sabe? “Olha que lugar legal, vamos entrar? Olha esse bar, esse restaurante”, pode ser museu mas tem que atrair nossa curiosidade, a gente não fica indo nos pontos que a gente viu no TripAdvisor, a gente simplesmente anda e explora a cidade do nosso jeito

Pedro Marins – Explora da melhor forma que vocês conhecem aquele ambiente ali né?

Henrique de Moraes – Isso, exatamente e aí assim, às vezes a gente perde algum lugar, perde uma coisa que seria legal da gente ter ido sabe, a gente não se importa tanto e se a gente vai ficar muito tempo num lugar, aí sim a gente faz uma pesquisa, pergunta pras pessoas mas é engraçado porque deveria ser o contrário, se eu fosse ficar pouco tempo aí sim eu ia visitar todos os lugares turísticos, essas coisas mas não, a gente faz o contrário, se a gente vai ficar pouco tempo, aí que a gente não olha nada porque aí sim a gente quer ter tempo de conhecer do nosso jeito, se a gente tem mais tempo não, “ah, vamos colocar aqui um negócio turístico no meio do caminho”, alguma coisa que tá sendo bem recomendada, um restaurante, alguma coisa assim

Pedro Marins – Faz todo sentido cara, gostei dessa perspectiva de chegar e explorar o local, não é meu modus operandi, mas gostei

Henrique de Moraes – É, é bom cara, eu curto bastante. Eu ia comentar outra coisa mas esqueci, se eu lembrar depois eu volto. Você tem algum hábito incomum ou estranho assim que, incomum pras outras pessoas né, que você ama?

Pedro Marins – Cara meu hábito mais incomum é que eu meço tudo, eu gosto de medir todas as coisas que eu faço, então eu tenho uma planilha para acompanhar meus hábitos, eu tenho aplicativo para acompanhar a meditação, eu tenho aplicativo no celular pra acompanhar meu peso, pra acompanhar tempo de leitura, enfim eu gosto muito de métrica e eu gasto um bom tempo medindo as coisas que eu faço, essa se eu fosse classificar é a coisa mais estranha dos meus hábitos, o hábito de medir o progresso

Henrique de Moraes – Entendi, boa. Eu não consigo, eu gosto de medir as coisas mas não tenho a disciplina pra fazer

Pedro Marins – Então, eu não tenho a disciplina pra fazer com dinheiro, de medir, anotar tudo o que gasto, essa disciplina eu não tenho, mas curiosamente com os meus hábitos eu tenho.

Henrique de Moraes – Maneiro, boa.

Pedro Marins – Todo dia eu faço as anotações do que eu fiz, o que eu senti, quanto tempo eu fiquei fazendo isso ou aquilo e sempre tentando melhorar um pouquinho

Henrique de Moraes – Maneiro

Pedro Marins – Você tem algum hábito estranho?

Henrique de Moraes – Cara, eu provavelmente tenho alguns que as pessoas acham mas eu não sei, poderia ter perguntado pras outras pessoas mas eu sei que assim, coisas que eu gosto e que eu sei que as pessoas não gostam normalmente, tipo ouvir podcast longo por exemplo, por isso até que o formato do meu é longo também porque as pessoas têm um medo de começarem um podcast longo, acho que elas olham e sentem medo, como se fosse um livro né, e não começam e todo mundo reclama, como eu indico muito podcasts falam assim “Pô, duas horas de podcast? Não vou ter tempo de ver”, e pra mim quanto mais longo melhor porque eu vou ficar mais tempo entretido, por exemplo eu ouço muito podcast em momentos que eu tô fazendo alguma atividade que não requer minha atenção total, então lavando louça, dirigindo, andando de bicicleta, caminhando, correndo, malhando enfim, qualquer coisa dessas que eu não preciso ficar com atenção totalmente focada no que eu tô fazendo, que dá pra ter um background, eu ouço podcasts e raramente eu ouço só por ouvir, só quando é um conteúdo muito importante, que eu preciso fazer anotação, aí eu paro e de fato só pra ouvir e com um documento aberto pra ir anotando as coisas

Pedro Marins – Eu acho que pouquíssimas vezes eu fiz isso

Henrique de Moraes – Pois é, e normalmente eu faço quando vou ouvir pela segunda vez, porque eu ouvi fazendo alguma outra atividade e “não, esse conteúdo foi muito rico, preciso voltar nele” e aí eu vou, sento, tiro lá 1 hora e aí nessa hora o que eu faço? Em vez de ouvir na velocidade normal, como eu já conheço eu acelero e diminuo a velocidade nos momentos que eu quero fazer anotações, e uma vantagem do podcast do Tim Ferriss por exemplo, que é de onde eu tiro muito conteúdo, é que tem transcrição de tudo né

Pedro Marins – Sim, ele tem uma uma equipe né, ele tem uma galera que ajuda a transformar um áudio em texto

Henrique de Moraes – Isso, exatamente, então todos os episódios se você procurar por “Tim Ferriss número tal transcript” você acha a transcrição inteira, então isso facilita muito porque eu vou lá e dou um search lá numa frase que a pessoa falou e eu já encontro tudo em texto, às vezes eu copio e colo um trecho para um documento meu e vou fazendo anotações embaixo sabe, referenciando, então facilita bastante, eu não preciso ficar anotando a frase sabe? Isso é bom. E tem uma outra que é esquisita também que eu aprendi a pouco tempo inclusive no podcast do Tim Ferriss mas foi com um convidado que eu depois fiquei apaixonado também, que você também ama que é o Naval Ravikant, que tem a ver com uma coisa que a gente falou no início que é de abandonar os livros no meio, e ele fala sobre isso que enfim, não vou me estender muito, mas que ele percebeu que não tava lendo e quando ele percebeu ele percebeu que não tava lendo porque ele tava acostumado a ler coisas rápidas, tipo conteúdo de blog, tweets, enfim, e ele resolveu tratar os livros como textos de blog no final das contas onde ele lia ali um trecho e se aquilo não estivesse interessando ele, ele largava aquilo pra depois ou deixava pra lá e abandonava de vez. E quando eu ouvi isso eu falei “Cara, talvez isso seja uma boa”, porque as pessoas abandonam os livros, param de ler, e elas não começam outro porque elas não terminaram aquele, elas se sentem no compromisso de terminar aquele livro, e eu passava direto por isso, falava “Porra, vou comprar outro livro mas eu nem terminei, tô com 2, 3 pra terminar”, e aí quando eu botei essa mentalidade, quando eu mudei, quando eu fiz esse shift aí, cara eu comecei a ler muito mais, porque é isso, não tem mais compromisso e o fato de não ter o compromisso

Pedro Marins – Tirou a culpa de não terminar

Henrique de Moraes – É, e aí o que que acontece, de vez em quando eu esbarro num livro que eu leio sei lá, eu paro a maioria dos livros em um terço, tenho alguma coisa com um terço de livros não sei porque, e aí eu paro a maioria em um terço, e o que acontece é que às vezes eu pego um que gostei tanto, que eu leio em três dias, devoro o livro, 3, 4 dias só lendo ele e aí eu termino, e aí quando eu termino eu falo “Beleza, então realmente aquele outro livro que eu tava lendo que ficou em um terço, ele não me prendeu tanto”, e aí eu volto pra ele e vou lendo de terço em terço até terminar, e uma coisa que eu percebi é que as pessoas encaram quase tudo dessa forma, menos livro, então por exemplo série, ninguém fica preso a série, ninguém deixa de começar uma série nova porque não terminou outra, tá ali no Netflix né, tá disponível então assim, o problema do livro é que você tem que comprar né, talvez se essas pessoas assinassem o Kindle Unlimited sei lá, uma coisa que eu não assino, mas se tivesse mais uma facilidade nesse sentido talvez as pessoas começassem a mudar a mentalidade delas também com livro.

Pedro Marins – Eu acho que a mentalidade não é nem do ter que comprar não, é coisa de escola mesmo que você é obrigado a ler, o hábito da leitura ele não é incentivado, ele é forçado e isso é tão prejudicial, ler é tão bom. O último livro que eu abandonei foi o “Tribos” do Seth Godin, e é um livro curtinho mas cara, não me prendeu de forma nenhuma, eu li sei lá, dois terços e chegou no final eu falei “Cara, acho que já sei a mensagem que ele queria passar aqui, vou abandonar o livro”, e sem risco de perder nada eu abandonei o livro. Eu gosto muito de uma frase que diz assim “O livro é um esforço mental tão grande, que você pagar R$30, R$50 pra conversar com aquele autor durante tantas horas, é de graça”, ninguém faz um livro em meia hora cara, fazer um livro demora, é um esforço brutal pra você botar na palavra o que tá na tua cabeça. E porra, você ter oportunidade de conversar com aquele autor ali, lendo tudo que ele estruturou por R$30, cara pra mim é de graça, é muito mais barato que ir ao cinema, é muito mais barato que comprar um jogo, é o entretenimento para mim que faz muita diferença

Henrique de Moraes – É, o próprio Seth Godin ele fala que qualquer livro é muito barato, ele fala que todo livro é uma pechincha, não importa o preço porque são anos e anos de conhecimento que uma pessoa colocou ali sabe, a dedicação, então você tá pagando R$20 pra às vezes ler 10 anos da vida daquela pessoa sabe, às vezes até mais dependendo

Pedro Marins – Tem um livro que eu comprei agora recentemente a segunda edição que é o “Apresentação Zen”, é o “Presentation Zen”, que fala sobre como criar slide, que fala sobre estrutura visual para apresentações, e eu dou muita aula, dou muita palestra, cara esse livro a segunda edição dele acho que foi R$200, aí você fala “Caramba, R$200? É caro”, mas eu tô comprando o livro físico, eu tenho a referência para olhar ele para sempre ali e a primeira versão do livro já me deu tantos insights, e hoje eu sou elogiado na minha apresentação de conteúdo, sem dúvida pelo que isso contribuiu para minha vida, então um investimento de R$200 que vai me dar tanto retorno não é nem um investimento, é trivial sabe, essa deveria ser uma decisão que não é nem muito pensada.

Henrique de Moraes – Sim, e cara uma coisa que me tira do sério assim, mas eu tento respeitar é lógico, que é inclusive o que a gente tava falando cedo né, de respeitar as diferenças, mas cara podcast eu fico impressionado porque as pessoas falam “Ah porque eu não consigo”, ou então assim “Eu não ligo, não gosto” e cara, é um conteúdo de graça cara, eu fico pensando, juro, eu falo pra todos os meus amigos o que o podcast do Tim Ferriss e os spin offs que saíram, referências, livros, basicamente meu último ano foi todo baseado em coisas que eu aprendi, livros que foram recomendações de convidados ou podcasts que eu conheci por causa do podcast dele né, pessoas, entrevistados que tem sem próprio podcast, e cara eu aprendi tanto, mudou tanto a minha vida, impactou tanto e foi de graça sabe, minha vontade é se eu tivesse dinheiro eu ia doar pra instituição do Tim Ferriss, apesar dele não precisar porque já tem dinheiro pra caralho, mas porque é sério cara, o conteúdo que ele gerou pra mim não tem preço, não tem preço e tá lá cara, disponível para quem quiser, sabe?

Pedro Marins – Isso é impressionante mesmo, eu ouço muito podcast, eu sou do time também, eu passo sei lá 2, 3 horas ouvindo podcast todo dia, não sentado ouvindo podcast mas ele tá circulando enquanto eu faço outras tarefas e eu aprendo demais cara, reforço o que eu tô estudando, reforço meus hábitos, eu aprendo sobre cultura, aprendo sobre História, eu ouço uns 15 podcasts e todos ele tem seu valor, eu sou do teu time aí que quem não ouve podcast tá abrindo mão de uma oportunidade tão grande.

Henrique de Moraes – Isso, é isso aí exatamente o que você falou, abrindo mão da oportunidade, perfeito. Nos últimos 5 anos, que nova crença, comportamento ou hábito melhorou na sua vida?

Pedro Marins – 5 anos é um tempo muito grande mas tem uma coisa que eu absorvi nos últimos 5 anos que foi tão significativo para mim e que continua que é o hábito do jejum intermitente, eu mudei a forma como eu me alimento, então eu não vou entrar no mérito científico porque eu não sou médico, nutricionista e nem nutrólogo pra falar com propriedade sobre a parte científica, mas na minha cabeça nunca fez sentido e nunca fez diferença a máxima de “você tem que comer de 3 em 3 horas”, isso sempre foi um hábito alimentar que eu não consegui manter e que não me trazia benefício, então eu adotei tem mais ou menos uns 5 anos mesmo o jejum intermitente, eu faço uma janela de 18 horas sem comer e como durante uma janela de 6 horas, então almoço meio-dia, janto às 6 horas da tarde e entre a minha janta e meu almoço do dia seguinte eu não como nada, e faz muita diferença pra mim tanto no funcionamento do meu corpo, no funcionamento da minha mente, na minha disposição ao longo do dia, alguém fez essa analogia recente aí que o estômago é o nosso segundo cérebro né, então tudo que você bota pra dentro ele vai ser processado e vai afetar o seu corpo, da mesma forma que seu cérebro afeta seu corpo, então se você tem mais disciplina e uma força mental maior você vai ter mais resultados, e essa disciplina e esforço mental serve para alimentação, serve pro teu estômago também. Eu sou um dos praticantes e defensores do jejum intermitente, nunca tive nenhum malefício pelo contrário, só benefício então isso foi a minha modificação dos últimos cinco anos que mais fez diferença.

Henrique de Moraes – Boa. Cara eu tenho aqui duas coisas que eu aprendi nos últimos anos né assim, na verdade uma tem bem pouco tempo, a primeira foi aprender a priorizar né cara, você falou livro, por isso que eu fiquei super interessado porque é um assunto que tem me despertado muito interesse assim porque tem feito diferença, eu tenho visto o impacto que tem em aprender a priorizar, então qualquer material a respeito eu quero ler e que é isso, eu sempre vivi em modo de pegar urgências, lidar com urgências e quando eu aprendi que eu tinha que na verdade lidar com as coisas importantes primeiro, que é a diferença entre ser eficiente e eficaz basicamente, cara isso deu um shift na minha cabeça, deu até um bug durante um tempo porque eu sempre fui do modo de urgência e acaba que eu ficava com uma porrada de tarefa e no final do mês quando fazia nada que era importante pra mudar a minha vida sabe, até faz, acaba que ali no meio das tarefas tem coisas que são importantes mas nem sempre elas eram prioridade então assim, acaba que você demora mais para atingir um resultado que você queira porque você não tá focando nas coisas que vão de fato fazer com que você chegue lá.

Pedro Marins – Quando tudo é uma prioridade, nada é prioridade né?

Henrique de Moraes – Isso, essa frase é muito boa. É isso cara então assim, isso fez uma diferença bem grande e uma outra coisa que eu comecei a pouquíssimo tempo né que eu nunca fui uma pessoa de anotar coisas, fazer observações e eu sempre invejei um pouquinho as pessoas que faziam isso, sempre quando eu vejo uma pessoa que você tá falando e de repente ela saca um caderno e começa a anotar as coisas, os insights daquela hora.

Pedro Marins – Tô confiando na minha cabeça e o cara tá tirando um papelzinho né?

Henrique de Moraes – E assim, eu deveria ter feito isso há muito tempo porque a minha cabeça eu sempre soube que era o pior lugar pra confiar, pior coisa pra confiar, não tenho uma memória muito boa, minha cabeça nunca foi a mais organizada, e aí depois de muito ler, ver, ouvir as pessoas falarem, pessoas que eu admiro falando sobre isso eu comecei a tentar criar esse hábito de escrever mais, de botar as coisas no papel mesmo sabe, a cabeça, tenta e sai escrevendo o que vem na sua cabeça, no começo é bem esquisito, eu enfrentei muita resistência, eu achava esquisito simplesmente colocar pra fora o que eu estava pensando porque elas não faziam sentido e eu tava anotando coisas que tavam na minha cabeça, tva dando o maior trabalhão e eu resolvi fazer com papel e caneta então assim eu não escrevia com papel e caneta há anos e doía minha mão

Pedro Marins – Não é eficiente né

Henrique de Moraes – Pois é, só que cara depois de um tempo tudo começou a fazer sentido, eu comecei a entender o que eu precisava colocar pra fora, o que tava fazendo sentido, comecei a organizar meus pensamentos, porque para botar para fora eu não conseguia pensar do jeito que eu tava pensando, eu tinha que colocar os pensamentos em ordem, então eu comecei a pensar em como que eu ia colocar aquilo para fora, então tinha que pensar sobre o meu pensamento, se é que isso faz sentido

Pedro Marins – Faz, faz todo sentido

Henrique de Moraes – Então fez muita diferença, minha cabeça sempre foi muito esquisita, de verdade cara eu juro, já fiquei irritado comigo mesmo de momentos em que eu tava querendo pensar sobre alguma coisa e minha cabeça tava sempre distraída por exemplo uma melodia, eu sempre voltava na melodia ou num ritmo de bateria porque como eu tocava bateria, eu ficava com muitos ritmos na cabeça, e ficava repassando aqueles ritmos na cabeça, e às vezes eu queria colocar meu pensamento em ordem, eu começava a pensar e de repente minha cabeça se distraía, e aí essa coisa de colocar para fora me fez me concentrar e tá fazendo uma diferença muito grande até no meu dia a dia, meu pensamento tem ficado mais estruturado por natureza, e uma outra coisa que é super alinhada à isso, que a gente até tava conversando antes de começar a gravar, que foi que depois que eu comecei a colocar as coisas no papel, algumas coisas eu comecei a achar que poderia compartilhar, e aí foi uma outra mudança também porque quando você vai compartilhar o que você escreveu que saiu da sua cabeça, você precisa deixar aquilo ainda mais claro né, você já tem o primeiro processo para deixar claro para você colocar no papel e depois o processo de deixar claro pras outras pessoas, e cara todo esse processo, tudo isso de se organizar e afunilar cada vez mais os pensamentos para ele se tornar uma coisa mais coesa no final, tem feito muita diferença na minha vida, eu tenho percebido que embora tome muito tempo porque não é rápido, não acontece rápido, especialmente porque tô começando agora, isso me toma bastante tempo, eu tenho acordado mais cedo inclusive para fazer isso, tenho acordado cedo que não é uma coisa que é natural pra mim, só que tem feito tão bem que eu acordo empolgado pra sentar e colocar as coisas no papel e depois passar pro computador e depois de repente transformar isso em algum conteúdo, então esse foi uma hábito que não sei quanto tempo vai durar, porque meus hábitos eles duram um tempo e depois eles param de fazer sentido, mas eu quero que dure muito tempo porque tem me ajudado bastante.

Pedro Marins – Pô que maneiro, isso de acordar cedo empolgado é um dos melhores estágios de quando você tá botando um hábito novo né cara, é muito bom eu tenho hábito de escrever todo dia de manhã, eu escrevo um diário todo dia de manhã e isso já vai fazer bons anos cara, eu já tenho aqui pilhas e pilhas de caderninhos, de todo o histórico que eu já escrevi. O meu não é para compartilhar, não tenho nem essa pretensão, é mais pra, é o meu psicólogo de graça aqui. Eu compartilho meus pensamentos comigo mesmo o vou analisando eles

Henrique de Moraes – O meu também não era e assim, quase nada na verdade vira conteúdo depois mas algumas coisas que no meio do processo eu vou escrevendo e vou pensando já, de repente minha cabeça dá uma virada sabe, isso já não é mais um diário, já virou um conteúdo sem querer, e quando eu vou ver eu tô escrevendo já num formato que eu gostaria de compartilhar, então isso vai acontecendo naturalmente de acordo com a natureza do que eu tô fazendo, então hoje aconteceu isso antes da gente entrar inclusive, eu acordei bem cedo hoje sem querer na verdade, foi de insônia mesmo só que eu tava empolgado para fazer algumas, eu fui, parei e comecei a botar as coisas no papel e de repente isso tornou um conteúdo e eu já tava empolgadão escrevendo, enfim.

Pedro Marins – A gente tem que olhar nosso corpo né, então sempre que a gente tem um sinal desse de que pode ter um bom resultado, eu costumo mergulhar de cabeça, isso foi pra mim me forçar a ler uma hora e meia todos os dias, eu boto o cronômetro, eu separo em blocos de 30 minutos e o boto o cronômetro e só levanto da cadeira depois que eu li 30 minutos, e eu faço isso três vezes ao longo do dia. Cara isso mudou muito a minha quantidade de leitura né, e mudou muito a forma como eu penso sobre a leitura, porque passou a ser um hábito sabe, e ler dá muito resultado, eu não consigo falar o suficiente o quanto ler é bom pra mim, acho que todo mundo deveria ler mais, acho que a gente deveria ser incentivado a ler mais quando novo porque, diz um ponto negativo aí da leitura, eu não consigo dizer nenhum cara, não tem nada, então porque não fazer uma coisa que te faz bem?

Henrique de Moraes – Verdade. Cara e que conselho você daria à um estudante universitário inteligente, motivado que está prestes a entrar no “mundo real”, e que conselhos ele deveria ignorar?

Pedro Marins – Quando eu saí da faculdade, o que eu mais valorizaria se alguém tivesse me dito, “cara não precisa se preocupar muito porque o que você tá fazendo agora não vai ser o que vai definir sua vida, você tem oportunidade de errar, então vá com mais vontade e com menos medo porque não vai dar certo mas isso vai te ensinar muito pro seu futuro”, então isso é o que eu queria ter ouvido, porque no início a gente acaba tendo medo de botar o pé mais fundo nas coisas e pô não precisa ter medo, o resultado vem, é só você se dedicar.

Henrique de Moraes – Cara, minha recomendação, meu conselho à estudantes seria, hoje em dia né, porque é muito focado na nossa realidade, que agora que você perdeu cerca de 5 anos da sua vida, vai fazer alguma coisa porque não que a pessoa tenha perdido de fato, mas eu acredito muito mais no fazer do que nessa fase de você só ter conhecimento, só absorver conhecimento, as duas coisas tem que andar juntas, você fazer, você entender o que precisa aprender, onde você precisa evoluir e buscar o conhecimento específico para aquilo ali, e aí você vai evoluindo dessa forma, sempre que você esbarra num teto ou em alguma coisa que você precisa melhorar, você vai e busca aquele conhecimento específico e do jeito que o mundo tá hoje cara, 5, 6 anos de faculdade eu acho uma loucura do cacete

Pedro Marins – É tudo mundo rápido pra faculdade poder dar conta né cara

Henrique de Moraes – Pois é, e a forma como os currículos são aprovados, levam anos às vezes, não tem a velocidade que precisa, então às vezes quando o currículo foi aprovado ele já está desatualizado, dependendo da área que você está

Pedro Marins – É, isso é muito comum. Em tecnologia essa é a realidade.

Henrique de Moraes – Sim, é fato, não tem nem como.

Pedro Marins – Vai estar desatualizado

Henrique de Moraes – É, enfim acho que seria isso. Vamos pra próxima então. Quais são os piores conselhos ou recomendações que você ouve na sua profissão ou área de especialização?

Pedro Marins – Essa não é trivial porque na área de tecnologia não tem muita verdade sabe, é tudo tão rápido que não tem muita verdade, não tem um conselho que todo mundo segue, mas uma coisa que muita gente acredita é que você começar um trabalho, aquele vai ser o seu trabalho para o resto da vida e isso também não é verdade nem um pouco, no mundo de tecnologia tudo é muito rápido, eu especialmente trabalho por projeto e assim, o projeto que eu fiquei mais tempo na minha vida foram 2 anos, o resto é o dia a dia do trabalho, então o maior conselho, o que a galera acha que “Ah não, eu não vou sair dessa empresa que vai pegar mal no meu currículo porque eu fiquei aqui 6 meses, 1 ano” isso não existe, ninguém tá olhando para isso.

Henrique de Moraes – Coisas que a nossa cabeça coloca né, e que às vezes são muito maiores na nossa cabeça do que na realidade

Pedro Marins – É, porque a gente acaba ficando com medo, tem esses ditados malucos aí que o seu empregador ele vai olhar e vai ver teu histórico e vai saber que você é uma pessoa que sai do emprego e que desiste, eu não compartilho dessa realidade não particularmente, não vejo isso como uma verdade absoluta e nem como uma verdade. E na tua?

Henrique de Moraes – Pô cara, na minha área tem tanta merda que as pessoas falam, acho que especialmente pelo papel que os influenciadores tiveram nos últimos anos, começou a se criar um monstro ao redor do digital sabe, do que é possível, do que não é, com ferramentas de comunicação tipo redes sociais e muitas outras coisas, e por exemplo lá na agência, tem tanta coisa errada que as pessoas, não é nem que o conselho que a pessoa ou influenciador deu seja errado, o problema não é esse, o problema é como as pessoas interpretam e como elas criam expectativas irreais, então acho que o problema tá aí, então por exemplo, quando uma pessoa chega para falar com a agência, a primeira coisa que eu faço é perguntar qual o objetivo dela e quais são as expectativas, porque todo mundo chega lá pra falar com a gente “Ah, eu preciso de conteúdo para redes sociais, preciso de SEO, preciso disso”, e eu falo “Cara, antes de você falar o que você precisa, me fala qual é o seu primeiro objetivo, o mais importante, e quais são as suas expectativas”

Pedro Marins – Faz sentido, começar do começo

Henrique de Moraes – Sim cara, porque o que acontece, eles acham que porque eles viram que deu certo pra uma pessoa, ou que deu certo pra outra, ou que alguém falou sobre isso, que aquele formato, exatamente aquela estratégia ali vai dar certo para elas, e não é assim, o que deu certo pra um não vai dar certo pra outro porque às vezes um caminho que já foi trilhado você não vai conseguir trilhar de novo, uma coisa que acontece por exemplo, o cliente chega e fala “Eu quero conteúdo pra rede social”, aí a gente cria uma linha editorial e a pessoa vai lá e não aprova nada, e a gente fala “Mas porque você não aprovou?”, e ela vai falar “Porque o meu concorrente não faz isso”, aí eu falo “Tá, o seu concorrente já fez isso, já deu certo pra ele e agora não vai mais dar certo com você porque ele foi o primeiro, ele já conquistou o espaço dele, você tem que conquistar o seu próprio espaço agora, qual o espaço que você vai ocupar na cabeça das pessoas?”, e quem é pequeno e tá começando não entende isso, ela acha que ela tem que fazer a mesma coisa que tá todo mundo fazendo

Pedro Marins – É, não dá pra ficar copiando né cara

Henrique de Moraes – Pois é então assim, tem muita coisa fora que todo mundo quer tudo e a gente tenta sempre colocar as pessoas com o pé no chão e pô, o pessoal com orçamento limitadíssimo e quer fazer todas as coisas do mundo, o que acontece? Faz tudo mal feito ou então fica sobrecarregado, começa a absorver muito mais coisas do que a pessoa tem tempo ou capacidade de absorver né, enfim tem muita coisa, muita coisa, as pessoas acham que é barato e não é

Pedro Marins – Não é barato, fazer direito não é barato

Henrique de Moraes – Fazer direito não é barato a não ser que faça você mesmo, o que é uma possibilidade, mas as pessoas não querem, elas querem contratar uma agência pra fazer e querem pagar nada, basicamente

Pedro Marins –  Querem contratar barato

Henrique de Moraes – Exatamente, eu falo que o digital, ele no geral é como se fosse uma página em branco, ou melhor, ele é como se fosse um caderno onde você tem ali várias páginas em branco e tem as páginas que você já preencheu né, e as páginas em branco são as possibilidades, são coisas que ninguém mexeu, ninguém explorou essa área, é como se fosse um oceano azul, mas a maioria das pessoas insiste em pegar as páginas que já foram escritas e colocar uma nota, faz sentido?

Pedro Marins – Entendi, faz.

Henrique de Moraes – A página já tá toda completa, toda escrita mas o cara quer botar uma notinha ali dele, ele quer colocar a parte dele naquela página que já tá escrita

Pedro Marins – E que não cabe né

Henrique de Moraes – E que não cabe, então é isso, acho que tem muita coisa no digital, especialmente na parte de comunicação que as pessoas entendem errado, e é uma missão, a galera me zoa, fala que cada prospect meu eu dou uma consultoria, mas é porque eu não consigo fazer de outro jeito porque se as pessoas não entenderem o que é o trabalho e quanto tempo vai levar, botar expectativas reais, cara eu vou decepcionar e o cara vai achar que meu trabalho é uma merda, então eu preciso ser consultor de todo mundo que chega lá, dar uma aula pra pessoa

Pedro Marins – E não faz sentido fazer um trabalho que vai ser uma merda né

Henrique de Moraes – Exatamente, não faz sentido e não faz sentido eu falar “Vou fechar esse cliente por fechar”, e fingir que vou entregar esse resultado porque em um mês o cara vai sair dali e vai sair reclamando, falando mal da agência, então tem muita coisa mas acho que esses são os principais, achar que é barato, achar que é fácil, achar que precisa estar em todos os lugares e querer fazer a mesma coisa que os outros, são pontos importantes. E nos últimos 5 anos, em que você ficou melhor pra dizer “não” para? Essa é difícil, e essa é uma das coisas mais importantes na verdade eu acho né, quais são as coisas que você aprendeu a dizer não e tirou da sua lista ali, e que novas realizações e/ou abordagens ajudaram, se tem alguma dica nesse sentido?

Pedro Marins – Eu não sou muito bom nisso

Henrique de Moraes – Somos dois

Pedro Marins – Então se tiver algum insight aí compartilha porque também preciso, mas eu fiquei melhor em analisar clientes, então não é que eu tenha ficado bom em dizer não, mas eu fiquei melhor em analisar clientes, eu consigo pular da canoa furada antes do caos sabe, isso fez bastante diferença para o meu negócio assim, pela forma como o cliente aborda pelo WhatsApp eu já sei se eu quero continuar o relacionamento ou não, basicamente, eu já sei se é um cara que vai valorizar o trabalho ou vai me dar estresse, se vai aceitar o que eu tô pedindo ou vai começar a questionar muito o valor porque tem um sobrinho que faz mais barato, então pelo papo inicial eu já sei o destino daquela conversa, eu fui ficando melhor nisso.

Henrique de Moraes – Boa, isso é importante pra cacete né

Pedro Marins – Pra mim tem sido, pra mim ter sido me meter bem menos em roubadas, sabe?

Henrique de Moraes – Sim, totalmente. E cara, engraçado que várias vezes a gente se mete em roubada e a nossa cabeça tá assim “Eu te avisei”, todos os sinais estavam ali, você sabia, você pescou aquilo ali mas ainda assim por algum motivo, por dinheiro ou por qualquer que seja, a gente entra de vez em quando numas roubadas assim, é impressionante e a gente tem esse feeling, acho que quase todo mundo que trabalha já pelo menos um ano fazendo alguma coisa já tem esse feeling.

Pedro Marins – Com certeza, com certeza, você já começa a olhar o caminho. O que a gente é muito ruim no início é mesmo vendo o caminho, a gente continua indo no caminho errado né, então isso tem feito bastante diferença pra mim. Você tem alguma coisa específica que você começou a dizer mais “não”?

Henrique de Moraes – Cara para falar a verdade, na minha anotação tá assim “Sou muito ruim nisso”, essa é minha anotação também porque é uma coisa que eu tenho aprendido agora, o poder de dizer não, mas eu também ainda sou bem ruim, porque eu gosto de me envolver em muita coisa, eu gosto de tentar ajudar as pessoas, então às vezes as pessoas me pedem ajuda e eu vou, e aí quando eu vou ver eu tô muito mais envolvido do que eu gostaria ou do que eu deveria, enfim e isso vai tomando meu tempo né e é uma coisa que eu tenho que aprender. O que tem ajudado é aprender a priorizar, então pelo menos assim, em momentos que eu tô concentrado fazendo as coisas que eu preciso fazer, eu vou dizer não pro resto mas é muito mais porque eu aprendi a priorizar do que a dizer não, porque na verdade eu não tô dizendo não, to falando assim “Daqui a pouco talvez eu fale com você sobre isso”

Pedro Marins – Mas ainda é menos mal pelo menos né

Henrique de Moraes – É, eu ainda não aprendi a descartar, eu postergo, sabe?

Pedro Marins – Faz sentido. Eu também sou um pouco assim, e quando eu digo que eu sou melhor em analisar os clientes não quer dizer que eu não erre, eu continuo errando muito, mas pelo menos agora eu consigo identificar o erro, onde no meu julgamento eu errei para dar aquela oportunidade como não deveria ter dado, basicamente.

Henrique de Moraes – Muito bom, eu ouvi cara esses dias, eu acho que foi um podcast do Tim Ferriss inclusive, mas foi um episódio diferente que foi uma leitura, ele botou tipo um audiobook, um trecho de um audiobook de um cara que escreveu um livro sobre isso, sobre como dizer não, e cara é muito muito muito bom, excelente, juro, o cara ele vai explicando assim as formas de dizer não e te ajuda a identificar, e é só um trecho do livro, do audiobook ali que ele colocou

Pedro Marins – Interessante cara, interessante

Henrique de Moraes – Vou ver se eu acho e compartilho contigo

Pedro Marins – Bota aí, tem notas do podcast?

Henrique de Moraes – Cara, esse eu não fiz não mas eu fiquei de voltar nele, ele tá salvo no meu Spotify pra voltar nele com tempo

Pedro Marins – Bacana, depois compartilha que eu quero aprender mais também.

Henrique de Moraes – Show. E por último,

Pedro Marins – Mas já?

Henrique de Moraes – Já, infelizmente, dá pra gente ficar aqui horas né cara?

Pedro Marins – Com certeza

Henrique de Moraes – Quando você se sente sobrecarregado ou desfocado, o que você faz?

Pedro Marins – Quando eu tô desfocado?

Henrique de Moraes – Isso, ou sobrecarregado, tipo se sentindo ansioso, com muita coisa pra fazer

Pedro Marins – Cara, eu tenho um hábito diário de planejar o meu dia, eu sento com minha lista de tarefas e paro pra planejar o meu dia, isso faz parte da minha rotina de manhã, então você saber a quantidade de coisas que tem pra fazer já ajuda a diminuir nesse caso a ansiedade, acho que a minha fórmula é mais essa, eu tô sempre consciente do tamanho do problema, e aí eu uso isso pra ter um melhor resultado, eu acho que essa seria a minha fórmula, é planejamento

Henrique de Moraes – Boa. Esse é um hábito que eu tenho tentado implementar também mas eu não consigo fazer todos os dias, tem dia que eu já acordo e já tô no olho do furacão, acordo não né, quando começa o dia já começa na loucura mas eu tenho tentado fazer isso, porque como eu tenho acordado mais cedo, já falei, às vezes sobre um tempo e já vou lá e começo a planejar o dia, mas às vezes eu tô tão submerso ali nos pensamentos e colocando pra fora que se eu tiver no meio do flow eu não paro pra planejar o dia, eu deixo e acaba que meu dia começa desestruturado, às vezes eu consigo fazer no meio né, tipo já resolvi uma tarefa e paro pra organizar o resto mas quando eu faço de manhã assim, organizo e boto as prioridades sem dúvidas faz uma diferença danada, eu recomendo pra todo mundo conseguir implementar esse hábito que é muito bom mesmo.

Pedro Marins – É, alguém, não sei quem fez a definição, que ansiedade é o medo do desconhecido, você fica ansioso porque você não sabe o que que tem lá na frente, e eu tento nesse caso específico combater essa ansiedade com planejamento. Eu tento saber o que vem lá na frente para ser menos ansioso, a coisa do acordar cedo é justamente pra ter tempo antes do furacão, antes do dia começar e aí acordar cedo vai do dia de cada um mas eu preciso acordar 4:30h cara, eu preciso acordar 4:30h pra fazer tudo que quero fazer, pra organizar meu dia, pra meditar, pra ler, pra fazer meu exercício, pra que 8 horas da manhã, então 3 horas e meia depois, meu dia comece, essa é a minha rotina

Henrique de Moraes – Engraçado isso porque eu comecei a acordar tipo sei lá, 7:00h, aí eu meditava e fazia uma rotinazinha que eu tinha, e aí começou a não dar tempo, aí eu comecei a acordar tipo 6:30h, beleza, e daqui a pouco não tava dando mais tempo

Pedro Marins – Ainda mais se você faz as coisas com atenção, se você não só sai fazendo, se você tá realmente focado naquilo, dedicando teu pensamento pra resolver aquele problema, demora cara

Henrique de Moraes – E agora eu tô acordando 5:40h e assim, já tô começando a achar que é pouco tempo

Pedro Marins – Já com a perspectiva de “Vou ter que acordar mais cedo”

Henrique de Moraes – É cara, mas porque quanto mais tempo você passa organizando a sua cabeça, mais você valoriza aquele tempo, essa que é a questão.

Pedro Marins – Interessante essa frase

Henrique de Moraes – Pois é, e aí eu começo a ficar assim “Não, talvez se eu tiver mais tempo ainda minha cabeça fique ainda melhor e meu dia flua com mais naturalidade”, então é engraçado porque vai muito da necessidade mesmo, então eu com esse hábito de escrever então, tem me tomado muito tempo, então tipo eu comecei a acordar mais cedo porque eu queria fazer exercício em casa mesmo, e fazer algumas outras coisas, mas tem dia que eu só escrevo, durante todas essas horas, eu fico até às 8:00h também, que é a hora que eu tenho que ficar com a minha filha, então vou de 5:40h às 8:00h, e às vezes eu só passei esse tempo todo escrevendo

Pedro Marins – Botando pra fora

Henrique de Moraes – E aí é isso, eu precisava também nesse meio tempo meditar, eu criei o hábito de todo dia ler 10 minutos em voz alta em inglês, pra treinar meu inglês já que não tô fazendo aula

Pedro Marins – Interessante, pô maneiro essa ideia, você lê alguma coisa específica, agora fiquei curioso, você lê alguma coisa específica ou um livro qualquer em inglês?

Henrique de Moraes – Cara, um livro qualquer em inglês, eu tô já há muito tempo em um livro do Seth Godin que eu gosto mas é um livro que não consigo ler, não consigo ficar muito tempo lendo ele, acho que pelo mesmo motivo talvez que você tenha parado o “Tribes”, porque eu acho que o Seth tem uma fórmula de fazer as coisas que é interessante mas que é cansativo, ele repete a mesma coisa por vários pontos de vista diferente, ele repete a mesma coisa ali para você gravar aquela parada de todas as maneiras possíveis e isso me cansa também, então o que eu faço, como eu leio só 10 minutos desse livro por dia, é tranquilo, os insights às vezes se eu tiver no meio de um capítulo ou se tiver muito legal eu continuo, não fico limitado nos 10 minutos, eu nunca faço menos, mas muitas vezes eu faço mais porque tô interessado, quero terminar aquele capítulo,tô num flow ali e vou seguindo, mas é isso, acho que ele me incomoda, eu nunca consegui ler 1 hora seguida desse livro, por exemplo. Mas é isso, então tipo de manhã o que tem acontecido é isso, às vezes eu não consigo fazer todas as coisas que eu precisava fazer, aí eu tenho que fazer no meio do dia só que aí por exemplo, meditar no meio do dia já não faz muito sentido pra mim

Pedro Marins – Então, aí vem vem um grande problema para mim desses hábitos, que se eu não faço de manhã, nessas minhas primeiras horas do dia, eu não faço porque meu dia acaba consumindo todo o resto do tempo, então eu tenho que me forçar porque se eu não me forçar, não vai ser realizado.

Henrique de Moraes – Cara faz o seguinte, me liga quando você acordar

Pedro Marins – Outra das coisas que tem sobre o acordar, é que eu não mexo no celular na primeira hora e meia do acordar, então eu não mexo no celular, meu celular fica parado esperando o momento que ele vai ser utilizado

Henrique de Moraes – É, isso é importante para caralho, é uma coisa que eu tenho tentado fazer também, eu não consigo todos os dias, tem dia que acabo olhando exatamente porque se você pega antes e tem algum problema que aconteceu, cara você já não consegue mais focar

Pedro Marins – O celular te suga né, e não é só problema não, às vezes é coisa interessante, às vezes alguém mandou uma mensagem interessante e você quer ler, quer interagir, eu evito, eu fujo do celular quando acordo para poder trabalhar né, poder focar em mim porque senão eu acabo direcionando minha atenção aos outros ou o que os outros querem que eu faça.

Henrique de Moraes – Pô, sobre essa questão né, de se sentir sobrecarregado, ansioso, desfocado, as coisas que eu tenho tentado fazer estão muito alinhadas com o que você faz, de ter uma rotina matinal, e aí eu faço essa coisa de escrever, tem meditação, tem essa coisa de ler em voz alta em inglês que assim, por mais que seja boba deixa minha cabeça mais tranquila

Pedro Marins – Eu gostei cara, gostei dessa perspectiva e depois eu vou testar para ver se faz sentido para mim

Henrique de Moraes – É bom, e uma coisa que eu tava fazendo, eu parei nos últimos dias porque eu tô mais focado nessa coisas da escrita mas que é o five-minute journal que eu tirei lá do Tim Ferriss também, pra variar

Pedro Marins – Esse é o modelo que eu uso no meu diário pela pela manhã todo dia

Henrique de Moraes – Pois é, eu dei uma pausa agora porque eu tô ficando tão dentro que eu não tô tendo tempo de fazer outras coisas mas é uma coisa eu quero voltar, eu fiz até essa semana, voltei essa semana mas é, pra quem não sabe esse diário de 5 minutos ele consiste em você responder algumas perguntas todos os dias, e aí seria pelo o que eu sou grato, fala aí você que faz todos os dias, quais são as perguntas?

Pedro Marins – Pelo o que eu sou grato, o que faria esse dia ser

Henrique de Moraes – E são três respostas né

Pedro Marins – Três itens que você tem que listar, a segunda pergunta é “o que deixaria esse dia fantástico?”, e aí é justamente um reforço de intenção para o dia, o que você faria pra deixar esse dia fantástico, não é algo vai acontecer a mim, é o que eu vou proporcionar nesse dia, e uma afirmação diária, então “eu sou alguma coisa”, você forçar sua mente a se elogiar ou pensar positivo sobre alguma coisa. E aí você volta nesse diário no fim do dia, antes de dormir, respondendo quais foram as três coisas fantásticas que aconteceram hoje e por fim é “o que eu poderia ter feito para fazer o dia melhor?”, então também é aquilo na intenção né, não é o que que aconteceu ao meu dia e podia ter ganho na mega-sena, não é o que que eu poderia ter feito, o que que das minhas ações poderia ser melhor para esse dia ser ainda melhor, e pô faz muita diferença cara.

Henrique de Moraes – Eu acho que para mim, por exemplo uma coisa que, a forma que me impactou mais foi eu perceber que eu tinha a intenção de repetir coisas todos os dias

Pedro Marins – Como assim?

Henrique de Moraes – O Tim Ferriss ele fala uma palavra que é interessante né, que ele colocou algumas regras para quando ele respondia o five minute journal, e ele fala que é o seguinte, que ele tenta não repetir coisas durante uma semana, então por exemplo “não vou repetir agradecimento à minha família”, ele tenta não repetir um item ao longo da semana e ele tenta categorizar do tipo, como são três, ele tenta fazer alguma coisa bem banal do dia a dia tipo “sou grato pelo café”, “sou grato pelo céu azul” sabe, tentar observar mais né e absorver ali o presente. Uma ele fala sobre agradecer pessoas do passado e tem uma outra categoria que não lembro qual que é, e em relação às outras coisas, outras listas então tipo assim “Como eu poderia fazer meu dia incrível” por exemplo, eu tinha uma tendência à colocar todos os dias, “terminar minha to do list”, e ele fala para você não repetir, mas o simples fato de eu ter esse instinto de colocar isso me mostra que eu tô muito errado na forma de, ou de acertar minha to do list, se eu não tô terminando nunca é porque tô colocando coisa demais, não tô priorizando ou então eu não tô conseguindo sentar e fazer as tarefas

Pedro Marins – É, ou que aquilo ali não é importante para você naquele momento né

Henrique de Moraes – Isso, também pode ser, e esse ímpeto de colocar, de repetir coisas e me forçar a não repetir me fazia perceber que tinham algumas coisas muito importantes, alguns problemas muito importantes na minha vida que eu tinha que lidar, então é isso assim, depois eu comecei a perceber muito porque tiveram umas três coisas assim quando estava preenchendo que eu tinha a vontade para de preencher todos os dias aí eu olhava e “Não, já preenchi essa semana” e eu não fazia, aí eu falei “Cara, isso é um problema” aparece aqui tipo quatro vezes essa semana minha vontade sabe então vou dar um jeito de lidar com esse problema aqui, e uma outra coisa é você se esforçar a olhar pras coisas boas da vida, e acho que você tem a mesma forma de lidar com o mundo que eu, que é de olhar sempre para as coisas que você ainda não fez e comemorar pouco as vitórias

Pedro Marins – Sim, sempre querendo fazer mais

Henrique de Moraes – Então, exatamente, é sempre um problema que eu tive, eu percebia mas nunca parei para pensar até que as pessoas começaram a falar isso para mim, olha que loucura, eu comecei a receber feedback do tipo “Cara você tá falando disso, que você tá assim mas cara olha o que fez, olha o que aconteceu, olha onde sua empresa tá”, e eu falei assim “Cara, será que é isso mesmo? Eu tô deixando de comemorar?, e aí quando veio esse exercício do five minute journal eu percebi que é isso mesmo, que eu não tenho o hábito de comemorar, e é difícil cara, eu coloco lá, nem sempre eu coloco agradecimento e eu me sinto de fato agradecido, então nesses casos eu me forço a voltar neles até eu entender, até absorver aquilo ali

Pedro Marins – Muito do que a galera da gratidão aí, #gratidão, e eu não sou nem um pouco isso, mas é a sua intenção naquele pensamento, e você começar o dia respondendo coisas pelas quais você é grato, porra já dá uma energizada no dia brutal, é um hábito, é o que eu falei, já tenho blocos e blocos de caderno aqui, eu escrevi até sobre isso no meu blog, então fazendo um plug aqui eu tenho um post sobre o diário numa série que eu fiz chamada “Seja melhor de propósito” e tem anos que eu sigo, se as pessoas pudessem ter uma recomendação depois de ouvir isso tudo é escreve, escreve num diariozinho coisas pelas quais você é grato

Henrique de Moraes – Maneiro, boa, muito bom. Cara, quem quiser saber mais sobre você, te encontrar online como é que as pessoas podem te achar?

Pedro Marins – pedromarins.com, esse é meu site, tem tudo lá, minha bio, meus pensamentos, tem meu blog, tem minhas redes sociais, eu tô postando mais no Instagram no momento mas sei lá quando você vai ouvir isso, então lá no meu blog vai estar dizendo onde eu tô postando mais.

Henrique de Moraes – Cara foi um prazerzaço Pedro, sempre é né na verdade as conversas, a gente só não tinha gravado ainda porque a gente já fez isso algumas vezes né?

Pedro Marins – A gente já fez isso algumas vezes, as conversas geralmente são até mais longas e elas sempre são recheadas de coisas boas, a gente tava focado aqui em conversar e trocar ideia e eu não tava notando mas assim que for publicado eu vou ouvir porque tem coisas que você falou que eu quero voltar e anotar e estudar

Henrique de Moraes – Mesma coisa aqui, o bom de fazer tudo você mesmo é que eu tenho que passar pelos podcasts de novo, então eu tenho que ouvir pelo menos mais duas vezes porque eu tenho que editar e depois que eu publico também tenho que ouvir pra ver se não deu problema, então é bom que eu vou repassando tudo, mas cara foi um prazerzaço, obrigado por ter topado aí e agora vamos ver se de repente a gente faz um no formato normal mais pra frente

Pedro Marins – Show de bola, eu que agradeço

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