Deborah Folloni começou sua carreira como designer gráfico em 2011. alguns anos depois, ela enxergou uma oportunidade de automatizar parte do seu trabalho usando tecnologia, e assim nasceu a Chiligum Creatives.

além de fundadora, ela hoje é CEO da empresa, que nos últimos anos foi responsável por produzir mais de 7 milhões de arquivos para alguns dos maiores anunciantes do país como Magazine Luiza, Rappi, Picpay, Creditas e iFood.

e, em 2020, Deborah saiu na lista da Forbes Under 30 como uma das profissionais de maior destaque em Marketing e Publicidade. não é pouca coisa, minha gente!

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Nara Iachan
  • Tim Ferriss
  • Eric Schmidt
  • Geraldo Thomaz
  • Naval Ravikant
  • James Clear
  • Austin Kleon
  • Matt Mochary
  • Henrique Dubugras
  • Pedro Franceschi
  • B.J. Fogg
  • Gabriela Pugliesi
  • John Travolta
FRASES E CITAÇÕES
  • “Impaciência com ações e paciência com resultados” – Naval Ravikant
  • “Ser bem sucedido é você se orgulhar da sua própria história” – Nara Iachan
  • “A sorte ajuda quem se prepara” – Edna Moda

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

Henrique de Moraes – Olá Deborah, seja muito bem-vinda ao calma!, tô muito feliz de ter você por aqui, eu li tudo sobre você, vi vídeos no YouTube, no Facebook, eu nem sabia que tinham vídeos grandes no Facebook enfim tô muito desatualizado em relação à essas coisas da plataforma porque o Facebook tá meio morto enfim, ouvi podcasts e eu adorei sua experiência de vida, adorei suas recomendações de livro, adorei tudo e tô com muita anotação aqui, a gente tem muita coisa para cobrir enfim, espero que você tenha tempo

Deborah Folloni – Reservei esse tempo pra gente ter o melhor podcast da sua vida

Henrique de Moraes – Que isso, agora a expectativa foi lá no alto

Deborah Folloni – Não pera, é que aí eu criei muitas expectativas, vai ser um podcast bom, aí se for excelente ele vai superar suas expectativas.

Henrique de Moraes – Entendi, gestão de expectativas, já mostra que você é uma pessoa que tá ligada nas coisas, você não tá de bobeira no mundo, gostei então vamos lá. Queria começar fazendo uma pergunta que você já deve ter ouvido muitas vezes mas é muito importante especialmente para o mundo do empreendedorismo, como que é ser trigêmea? Não sei nem se a pergunta é essa, “como é ser trigêmeo?”, é assim que se faz essa pergunta?

Deborah Folloni – Acho que é “Como é ser trigêmeo?”, acho que é isso mesmo

Henrique de Moraes – É isso mesmo? Então tá, você pode perguntar também “Como é ter bigêmeos?”, já que você é o tri, não sei como funciona isso

Deborah Folloni – É que pra mim, como já faz tempo que eu sou trigêmea né, não é novidade, aí eu confesso que pra mim já é muito natural mas o pessoal fica muito surpreso porque não é muito comum, principalmente na época que eu nasci, hoje é até mais comum né pelos tratamentos e tal mas na época que eu nasci pra você ter uma ideia a minha mãe saiu na capa da Veja segurando 27 mamadeiras então não era uma coisa comum.

Henrique de Moraes – Claramente não

Deborah Folloni – Na Veja São Paulo, obviamente e no começo foi engraçado porque a gente, acho que quando você é trigêmeo é impossível você ser mimado, é impossível porque tipo quando a mãe começa a te mimar o outro menino começa a chorar, a atenção é dividida, você nunca vai ter uma festa de aniversário sua, na verdade toda vez que eu tenho que fazer um aniversário eu tenho que fazer uma mini assembleia com os meus irmãos para decidir onde vai ser e tal então assim, é bom nesse sentido porque você acaba, acho que constrói caráter né você se trigêmeo, você acaba enfim, você nunca vai ser mimado, você nunca vai ter as coisas só para você e além disso você acaba, pelo menos no meu caso você acaba criando boas amizades com seus irmãos porque você acaba tendo os mesmos círculo de amigos, mesma idade e tudo mais então acho que é interessante e no meu caso curiosamente todos foram trabalhar com tecnologia então a gente troca muita figurinha nos almoços de família.

Henrique de Moraes – E quais são os gêneros?

Deborah Folloni – Eu tenho uma irmã, Renata e um irmão, Stéfano. O meu irmão trabalha na Salesforce e a minha irmã trabalha comigo na Chiligum.

Henrique de Moraes – Ah é?

Deborah Folloni – Nepotismo é a palavra que você tá querendo buscar.

Henrique de Moraes – Eu ouvi você falar que sua mãe também trabalha com você.

Deborah Folloni – Minha mãe também. Então, nepotismo tá vendo?

Henrique de Moraes – Totalmente, pera aí, mais quantas pessoas da sua família tem na sua empresa, vamos lá

Deborah Folloni – Chega, outro dia meu irmão quando ele tava fazendo transição, saindo da empresa que ele tava antes aí alguém falou “Porque você não contrata seu irmão?”, eu falei “Chega, muitos ovos na mesma cesta, não dá mais, chega”

Henrique de Moraes – Mas ele não se sente excluído?

Deborah Folloni – Não ele é muito caro já, não dá mais pra contratar meu irmão.

Henrique de Moraes – Tá certo, entendi. Deixa eu te fazer uma pergunta que não tem nada a ver com isso mas eu fiquei curioso, essa tatuagem que você tem, o que significa?

Deborah Folloni – Essa aqui é a data que eu e meus irmãos nascemos em algarismos romanos.

Henrique de Moraes – Ah então tem a ver, e eu nem sabia.

Deborah Folloni – Foi um  chute que deu certo.

Henrique de Moraes – Arrisquei e acertei

Deborah Folloni – Foi a primeira tatuagem que eu fiz porque meus pais odeiam tatoo, então eu e meus irmãos a gente queria fazer aí a gente falou assim “Vamos fazer uma tatuagem de nós três porque aí eles vão achar fofo entendeu, eles não vão ficar putos”. E aí quando a gente chegou em casa e a gente mostrou, aí antes que eles começassem a dar o sermão da montanha a gente falou “A gente fez igual”, aí eles “Ai que lindo” e agora eles nem ligam mais, depois disso já fiz cinco e eles nem ligam mais.

Henrique de Moraes – Foi uma boa forma de introduzir o problema em casa

Deborah Folloni – Sempre recomendo, começa fazendo uma tatoo fofa, faz o nome da sua mãe, e aí abre a porteira depois disso e ninguém liga mais.

Henrique de Moraes – Muito bom, e você falou das coisas legais assim né, tipo achei fofo, você tentou disfarçar ali que trigêmeos não brigam né tipo, mas e os problemas, uma coisa que eu tenho curiosidade, vocês são muito parecidos? Especialmente você e sua irmã

Deborah Folloni – Ah fisicamente não, eu sou mais parecida com meu irmão mas a voz é igualzinha a da minha irmã, até hoje se eu ligar para minha mãe no telefone da minha irmã ela vai achar que é a minha irmã, eu já fiz minha irmã atender uma ligação no meu lugar, falei “Atende aí que ninguém vai perceber”, já fiz mesmo. É igualzinha, idêntica, ninguém percebe a diferença e nem eu, e a gente é parecida assim do ponto de vista de personalidade assim, de criação e tudo naturalmente é um pouco parecido mas eu não disse que a gente não brigava não, eu disse que hoje a gente se dá bem e que tá amigo hoje mas assim, quando a gente era mais novo a gente quase se matava no sentido literal dessa palavra né, não é no sentido figurado não.

Henrique de Moraes – Boa, eu acho, enfim. Mas taí uma coisa, uma estratégia que você pode usar, quando você for gravar um podcast só de voz, sua irmã pode participar com você, você pode estar em vários lugares ao mesmo tempo.

Deborah Folloni – Na verdade como você sabe que sou eu que tô aqui e não ela?

Henrique de Moraes – Agora fiquei até, verdade. Se o podcast fluir bem eu tô feliz, não tem problema não.

Deborah Folloni – É um impostor que tá aqui.

Henrique de Moraes – É não tem problema não, a gente tá de boas, a conversa tá indo bem, tá divertido, enquanto a gente estiver bem tá valendo. Tem uma filosofia budista que fala que as coisas na verdade não tem sentido né, não tem o valor, que a gente atribui valor à elas então assim se eu achar que eu tô falando com a Deborah eu tô falando com a Deborah né então não tem muito erro e se as pessoas acharem que estão ouvindo a Deborah, elas estão ouvindo a Deborah.

Deborah Folloni – É isso.

Henrique de Moraes – Já foi, legal. Bom eu percebi né na pesquisa de podcast que você é uma pessoa que tem bastante cuidado com saúde e eu fiquei curioso para saber um pouco da sua rotina especialmente porque você é CEO de uma empresa que está crescendo, acabou mais ou menos assim mas já tem um tempo, foi razoavelmente perto você recebeu uma rodada de investimento enfim, teve que contratar bastante gente, como é que você faz para organizar sua rotina em relação à alimentação, praticar esporte enfim, essas coisas todas.

Deborah Folloni – Legal. Bom acho que ultimamente assim, como eu principalmente esportes e dietas já são coisas que já fazem parte da minha vida há mais de dez anos, pra mim é tipo escovar os dentes, eu não consigo viver normalmente e não treinar, então pra mim já faz muito parte da minha rotina e o que eu sempre tento fazer, já tive épocas em que treinava à noite e quando você tá com a vida ganha né, quando seus pais pagam seus boletos aí tá tranquilo, aí você faz o que você quiser. Mas aí depois eu percebi que você treinar à noite acaba, pelo menos com o passar do tempo eu fui começando a ter dias que eu tinha desculpas, “Ai não hoje eu tô cansada”, “Hoje eu estiquei até mais tarde”, e aí eu falei “Não, não pode ter desculpa” e aí eu comecei a treinar bem cedinho, eu caio da cama e vou treinar porque aí eu já tiro da frente, não tem imprevisto e aí com relação à alimentação eu já tive fases assim, o treino acho que nunca mudou, a única coisa que mudou é que agora eu faço outras modalidades né, antes eu era ratinha da musculação e agora eu corro, faço muay thai, faço um monte de coisa, nado enfim, só para dar uma variada mas o ato de praticar exercícios continua existindo e alimentação eu já fui muito, muito, muito noiada tipo assim, eu já passei 90 dias sem sair da dieta, sem comer uma bala, 90 dias, eu era muito nóia tipo assim, eu não saía de casa, falavam assim “Vamos comer uma salada num restaurante?”, aí eu pensava “Não porque a salada tem molho, e o molho não pode”, eu era muito nóia. E aí eu comia de 3 em 3 horas, comia o dia inteiro, eu ia para o trabalho com uma mala, uma lancheira de adulto né, você que mora aí na Europa talvez você já tenha visto, se chama six pack, é uma mala assim desse tamanho que vem com um tupperware encaixando assim então tipo você consegue colocar 6 tupperware, é enorme, muito grande e eu levava aquele negócio para todo lugar que eu ia, eu saía de casa pra trabalhar e levava uma mala comigo. E aí isso começou a me encher a paciência e eu fui, aí tinham épocas que eu “Ah deixa eu tentar comer um pouquinho” sei lá, comer uma pizza no fim de semana “Ah não morri”, “Deixa eu tentar comer um açaízinho na quarta-feira”, “Ah também não morri” e aí eu comecei a ser um pouquinho mais flexível só que aí eu percebi que isso afetava um pouco minha composição corporal até que eu descobri o jejum, o que me convenceu, eu já conhecia há um tempo mas o que me convenceu e o que fez eu buscar conhecimento nos lugares certos para fazer direito foi o nosso amigo Tim Ferriss, grande Tim Ferriss, essa blusa aqui foi ele quem me deu, zoeira obviamente não, é que às vezes as pessoas não vêem a minha cara e não entendem o sarcasmo mas assim, eu comecei a ler sobre jejum e tal e aí eu comecei a fazer alguns testes e aí basicamente hoje a minha dieta é, eu tento comer saudável só que eu faço jejum, então tipo antes eu pesava a comida, ficava cheia de frescuras e hoje basicamente eu como sei lá, uma ou duas refeições por dia mas assim, aquelas refeições que tipo, dá preju no buffet e aí é tranquilo, sinceramente falar assim “Ai mudou muito?”, não tipo sei lá ganhei 1 kg depois que eu comecei a comer assim sem muitos critérios e tipo, pra mim foi a melhor coisa porque aí hoje eu sou muito mais sociável, eu sou mais flexível porque acho que faz parte da saúde isso também né, não é só você ter um corpinho bonitinho e é infeliz, não tem uma vida social, enfim eu acho que no longo prazo isso não fecha a conta a menos que você ganhe muito dinheiro, que seja seu trabalho e aí você pode falar “Isso aqui é meu trabalho” beleza mas assim, isso nunca foi meu trabalho, isso nunca foi nem perto de ser meu trabalho mas eu sempre sou dedicada nas coisas que eu faço né então às vezes eu levo as coisas um pouco a sério demais mas deu pra dar uma equilibrada depois.

Henrique de Moraes – Boa, e quanto tempo de jejum você faz?

Deborah Folloni – Ontem eu fiz 22 horas. Não é normal, eu não costumo fazer isso porque senão fico muito magra mas eu geralmente faço 18, alguma coisa assim e aí geralmente eu paro de comer à tarde, umas 16h, 17h e aí eu como na hora do almoço então tipo aí dá mais ou menos isso, umas 18h por aí.

Henrique de Moraes – E aí você faz uma refeição por dia só?

Deborah Folloni – Eu faço uma refeição principal, tipo um almoção, no caso de ontem foi uma jantona e aí eu coloco uns snackzinhos no meio do dia e aí paro de comer mais ou menos nessa hora e aí por exemplo, agora é mais ou menos a hora que eu vou parar de comer, devia ter comido antes, vacilei.

Henrique de Moraes – Caraca, eu não sei assim com o que eu fico mais impressionado, se é com o fato de você ter passado 90 dias sem comer uma bala ou com essa disciplina com o jejum mas de qualquer forma é impressionante, já mostra um pouco de como você

Deborah Folloni – É louca

Henrique de Moraes – Tem essa, eu não ia colocar nessas palavras

Deborah Folloni – Mas já que você falou né

Henrique de Moraes – Você nem é a Deborah original entendeu, tô aqui falando com uma pessoa falsa na minha frente aqui, com a irmã. Mas assim, mostra como você se dedica né ás coisas que você tá fazendo, acho que tem um traço importante, se não me engano eu já ouvi falar, não sei se é verdade tá, que na Stone as pessoas contratam, especialmente para cargos de liderança, eles contratam pessoas que tenham essa disciplina com esporte, com alimentação, com esse tipo de coisa, é um dos critérios que eles usam.

Deborah Folloni – Ah é? Não sabia, que legal

Henrique de Moraes – Porque eles sabem que são pessoas que são disciplinadas de certa forma, eu não tenho certeza gente, não estou falando que a Stone faz isso porque depois vão falar que a Stone tá discriminando e tudo mais, que não contrata gordo, não é isso que eu tô falando gente, eu ouvi essa história

Deborah Folloni – Mas acho que é possível porque o programa de recrutamento deles é super famoso, se chama “Recruta Stone” alguma coisa assim, é um negócio meio de Exército, pelo menos era da última vez que eu tenha visto então não acho que seja impossível de ser o que você tá falando e eu acho que disciplina é um valor então tipo assim, se você consegue ter disciplina para fazer uma dieta, você consegue ter disciplina pra fazer qualquer coisa, eu acho que faz total sentido sim, total, com certeza.

Henrique de Moraes – E então você faz exercícios de manhã e você tem essa rotina da dieta que agora facilita né porque você mal come o dia inteiro e de repente faz um refeição e beleza pode fazer um refeição em qualquer lugar, tá tranquilo mas e como é que é seu dia assim na empresa né, hoje em dia você tá 100% remoto, como é que você organiza enfim sua agenda no dia a dia assim, você tem uma rotina que você siga por exemplo ao longo da semana com reuniões específicas para os dias ou planejamento tal dia, como é que você se organiza nesse sentido?

Deborah Folloni – Excelente pergunta. Eu acho que assim, de uns tempos pra cá eu comecei a focar muito em construir ritos assim né como CEO porque quando eu tava muito na operação antes, a sua agenda tipo é feita por outras pessoas basicamente, tipo “O cliente confirmou a reunião, então preciso participar”, é meio que assim e aí quando você vai saindo da operação, o fenômeno que aconteceu de imediato comigo foi o que sobra para fazer agora né porque se eu tenho um cara que cuida de vendas, um cara que cuida de produto, um cara que cuida de tecnologia o que que eu vou fazer? Todo mundo tá trabalhando, vou tirar férias. E aí que eu percebi que aí sim que meu trabalho como CEO começaria né então acho que foi esse momento de transição e aí o trabalho como CEO, o meu pelo menos né com o pouco de experiência que eu tenho nesse quesito, eu comecei a construir alguns rituais para puxar informação né, para eu passar informação para que eu e que os meus direct reports consigam tomar decisões, é impossível você tomar uma decisão se você não souber o que tá acontecendo. E aí a gente tem alguns rituais nesse sentido, eu especificamente tenho alguns rituais assim na Chiligum e meus direct reports também fazem isso com os liderados deles mas basicamente eu tenho, a gente tem um staff meeting semanal que a gente coloca todas as lideranças onde o tema é, sério a gente fala isso, “O tema é: Casa da salada, qual é o pepino?” e aí você traz os seus problemas, antes eu sabonetava de problema, hoje a gente tem rituais para expor os problemas, então essa é a primeira coisa que a gente faz na segunda-feira, todo mundo joga na mesa os problemas do dia a dia e a gente faz mais uma coisa que eu já vou contar que linka com outro assunto mas eu preciso falar do outro assunto antes mas essa é a primeira coisa. Eu também faço one on one semanais com meus direct reports onde basicamente é um espaço pra eles, é uma reunião com pauta não é uma reunião improvisada e é uma reunião onde eu crio um roteiro de coisas pro cara se perguntar para ver se tem alguma coisa para me falar naquele aspecto então por exemplo, você tá encontrando alguma fricção pra você executar o seu trabalho? Por mais que você fale “O meu chat tá aberto, qualquer coisa me liga” se você não criar um ritual pra pessoa se expressar e mais do que isso, não é todo mundo que sabe se expressar, tem pessoas que são mais introvertidas e que se você não criar mecanismos pra tirar informação dela, ela vai tentar te falar várias coisas, várias vezes e ela não vai conseguir porque nem sempre o forte da pessoa é comunicação e tipo isso não necessariamente é um problema tá, uma pessoa não saber se comunicar é um problema se ela for de vendas mas por exemplo, ah o cara é um DEV mega top mas o cara não se comunica bem, tudo bem dá para contornar desde que o gestor saiba contornar essa potencial deficiência que essa pessoa possa ter, então eu acho que é importante. Aí eu uso o Notion né que eu não sei se você já viu ele mas eu uso basicamente pra tudo e lá eu tenho um lugarzinho onde eu registro, tenho uma pastinha para cada, uma página para cada liderado e aí lá toda vez que a gente tem uma conversa eles criam uma cópia do template que eu criei e preenchem ali com as informações que eu preciso saber deles pra gente conversar melhor. Aí uma vez por mês a gente tem o que a gente chama de

Henrique de Moraes – Desculpa te interromper, mas eles preenchem isso pré ou pós?

Deborah Folloni – Pré, é para eles pensarem mesmo, o objetivo é que eles não usem o tempo da one on one para se preparar para ela porque senão é inútil então eles se preparam antes, pensam, colhem informações eventuais que eles precisam me trazer e aí eles conversam comigo e aí o meu trabalho nessas one on one é servir os meus liderados e tipo, destravar qualquer que sejam as barreiras que eles estejam enfrentando, às vezes é uma barreira sei lá, um colaborador que tá causando e não tá entregando aí sei lá às vezes eu preciso atuar pra falar com o cara e destravar esse problema, enfim então eu faço eles se prepararem, ouço e aí eu saio às vezes com alguma lição de casa que é “Bom, preciso fazer alguma coisa pra ajudar essa pessoa a fazer o trabalho dela”, e aí é isso que eu tento fazer no meu dia a dia, quando tenho alguma tarefa operacional geralmente é para ajudar algum liderado a fazer o trabalho dele então tipo eu sempre, não fazendo o trabalho dele mas fazendo alguma coisa para ajudar ele né. E isso é, as one on ones eu confesso que não tem um horário fixo, eu geralmente assim que termino marco a próxima porque às vezes sei lá o cara vai sair de férias ou o cara tá com uma coisa que daqui a uma semana não vai ter mudado nada então eu marco pra daqui a duas semanas, três, não tem uma regra mas eu tenho uma frequência de one on ones tipo que para mim é o suficiente para colher informações e tomar decisões e pra pessoa que está comigo também tomar decisões do lado dela. Aí uma vez por mês a gente faz um negócio que a gente chama de RMR, que é “reunião mensal de resultado” que é uma reunião onde a gente faz checkpoints das nossas OPRs, que é uma coisa que a gente faz trimestralmente, então a gente basicamente tem um dashboard enorme com todos os KPIs de todas as áreas, uma vez por mês esses KPIs são preenchidos e todas as informações que estiverem abaixo do previsto elas precisam ter uma explicação, então nessa reunião todos os gestores trazem essas explicações, basicamente é um método que a gente usa que é FCA, fato, causa, ação então o cara tem que trazer o fato, ah sei lá “perdemos a meta de receita recorrente do mês de março”, causa, “Ah porque a gente gerou menos leads do que a gente precisava”, ação, “Vamos contratar mais um SDR para fazer prospecção outbound”. Então tipo, todo mundo faz essa reflexão na frente de todo mundo e muitas vezes os projetos são interligados né então nessa reunião é aquela reunião dedo no olho mesmo, se tipo o cara tá fazendo alguma coisa que tá atrapalhando e isso tem que ser dito, que é o momento onde a gente coloca os problemas da mesa, endereça as soluções e obtém o buy-in das pessoas que tão ali na reunião, que o comprometimento faz total diferença, as pessoas precisam comprar que aquele plano é a melhor coisa a ser feita naquele momento. E aí a gente cria uma ata desta reunião que se chama “plano de ação” que a gente acompanha no nosso staff meeting semanal, que aí a gente passa todo o plano de ação, “Você falou que ia contratar SDR, cadê o SDR, contratou?”, “Não”, “Está precisando de ajuda?”, “Tô”, “Como posso te ajudar?”, “Ah faz um post no Linkedin pra eu achar esse candidato”, beleza vou lá enfim, então as coisas se interligam e aí trimestralmente a gente faz as definições de OPRs que é o rumo que a gente tá seguindo naquele trimestre né, eu vacilei eu devia ter começado pelo trimestral, mensal, semanal mas esses são os ritos, que eu tento fazer, a rotina assim né que eu tenho como CEO basicamente é essa e tem outras, tem reunião de conselho mas eu digo assim, o mais dia a dia eu acho que são essas, staff meetings semanais com as lideranças, one on ones periódicas com as lideranças que respondem pra mim, reuniões mensais de resultado com as lideranças e setup de OPRs trimestrais, basicamente isso.

Henrique de Moraes – Sensacional. Eu fiquei me perguntando assim, especialmente quando eu tava ouvindo você contar sua história né assim, você começou a empresa assim tipo, você vem construindo ela assim muito aos poucos né e ao longo de vários anos, agora você deu um salto assim mas a ideia surgiu há muito tempo atrás e aí você foi e teve um aprendizado, ajustou enfim, foi pivotando, aprendendo e eu percebi que o seu papel né como CEO foi mudando muito, você até falou “Saí da operação agora de fato, comecei a assumir esse chapéu de CEO” como assim, teoricamente manda a cartilha vamos colocar assim, como que você viu, quais foram as principais mudanças que você viu, tirando essa de sair do operacional e ir pra essa parte mais estratégica né, aliás você falando me lembrou muito uma frase do Eric Schmidt, que ele fala que o papel dele como CEO do Google era pegar uma empresa que tava muito rápida e acelerar ainda mais tirando coisas da frente, tem muito a ver com isso que você falou de, “Como eu posso resolver, como eu tiro pra você conseguir acelerar né”, tipo “No que eu posso te ajudar a resolver?” então assim, acho sensacional, tá bem alinhado com o que ele fala assim. Mas eu queria entender quais foram as principais mudanças que você sentiu, que você acompanhou e que te impactaram mais assim né e uma pergunta que eu acho que é bem importante que é, você veio do craft né você era designer e assim, são duas funções completamente diferentes, aqui como CEO você tem a agenda de reunião e como pessoa designer, mesmo quando você tá ali começando o negócio você ainda tem muito do craft de você sentar, se concentrar, fazer, entender o briefing e tudo mais. Você sente falta dessa parte assim ou você gosta muito do papel que você tem hoje em dia, como é que foi essa mudança para você?

Deborah Folloni – Eu sou uma pessoa mão na massa por natureza né e isso é a melhor e pior coisa que pode te acontecer, a melhor é porque querendo ou não você pode ajudar as pessoas que estão trabalhando com você porque você sabe o que elas estão fazendo né, salvo algumas coisas que eu não tipo, por exemplo eu não nunca vou conseguir, não é que eu nunca vou conseguir, é muito forte falar isso mas assim, eu não sou uma pessoa de tecnologia por exemplo, se você me colocar lá na frente de uma tela preta eu não vou saber o que fazer mas eu tenho uma noção mas não vai ser esse caso mas para outras funções, tipo vendas por exemplo eu sempre fui uma pessoa muito comercial, sempre pus a mão na massa, tipo era Janeiro do ano passado e eu tava fazendo landing page entendeu, eu sempre fui muito mão na massa e aí eu acho que isso num primeiro momento é bom porque quando você é muito early stage, tá dando seu primeiro passo na sua startup, é muito bom porque isso acelera a sua capacidade de execução afinal você sabe tirar ideias do papel. Num segundo momento, principalmente jovens empreendedores que nunca tiveram, que foi o meu caso né, nunca trabalhei para ninguém então não tenho outra experiência, essa é a única experiência que eu tenho, como não eu não tinha eu era muito centralizadora no começo então eu sofri um pouco para passar a bola para outras pessoas porque tipo é muito mais fácil, não é o mais inteligente mas é o mais fácil, você delegar num primeiro momento dá um super trabalho, parece que você tá gastando tempo aí você falar “Vou fazer né, melhor do que passar vou fazer logo, vou resolver” só que é impossível você crescer se você resolve tudo mas é um instinto de quem sabe fazer entendeu, quem sabe fazer eu percebo que é instintivo a pessoa querer resolver, eu tenho “n” exemplos não só comigo né, eu sou um exemplo claro disso, tipo no começo, você, é muito difícil tipo, quando você sabe fazer melhor, faz você e outra, quando você sabe você fica micro gerindo o trabalho dos outros porque você fala “Não mas não é assim que eu faço”, não quer dizer que o seu seja o único jeito certo de fazer as coisas né então assim, é uma bênção e uma maldição você saber fazer as coisas mas enfim, foram fases assim né, fui aprendendo, como você mesmo colocou foi um processo bem orgânico assim tipo, que para mim foi muito demorado porque eu enfim sou um pouquinho ansiosa mas tem muita gente que desiste né, muita gente que começa o negócio, não deu certo depois de seis meses e o cara fala ‘Não deu certo, vou cancelar” seis meses, pelo amor de Deus tem um queijo na minha geladeira há mais de 6 meses. Não vou comer, vou ter que jogar fora

Henrique de Moraes – Quanto tempo você tá empreendendo na Chiligum?

Deborah Folloni – Eu comecei em 2011, 10 anos.

Henrique de Moraes – 10 anos. É pessoal, sucesso do dia pra noite.

Deborah Folloni – 10 anos, não como Chiligum, eu comecei assim assinando com o Chili em 2013 mas eu comecei a trabalhar com pixel que é com o que eu trabalho até hoje 10 anos atrás, então é que a maioria das pessoas desiste. Eu ouvi uma história que eu não conhecia dos fundadores da VTEX, não sei se você sabia, e diferente de mim eles não eram, eles tinham se eu não me engano, eles tinham experiência profissional em outras empresas antes da VTEX e aí a história que ouvi deles, do Geraldo e o outro rapaz que eu sempre esqueço o nome, eles passaram sete anos patinando, sete anos e eles fizeram economia então os colegas deles que fizeram economia estavam todos enchendo o bolso de dinheiro, trabalhando em investment bank e tal e é inevitável a comparação, você fala “Pô o cara saiu do mesmo lugar que eu, fez o mesmo curso que eu e o cara tá lá andando de BMW e eu tô andando aqui com meu Celta preto”, é difícil né e aí eles falaram que nesse momento eles falaram “Meu é isso, é a última chance”, tinham acho que dois projetos lá que eles tinham mandado uma proposta e estavam esperando o aceite do cliente e eles falaram que qualquer uma das propostas que fechassem ia mudar a vida deles, e fechou as duas e aí tipo foi isso que começou e tal e aí hoje os caras são gigante mas tipo assim eles são gigantes porque eles passaram sete anos ralando, eu tô tentando não falar palavrão, ralando

Henrique de Moraes – Você quer que eu fale por você?

Deborah Folloni – Eu vou escrever

Henrique de Moraes – Ralando o cu na ostra, é isso?

Deborah Folloni – É eu ia falar ralando a bunda no asfalto né, quente do Rio de Janeiro, não desistiram e aí por isso começou a dar certo mas antes de dar certo deu muito errado né e aí tipo a mesma coisa comigo, tô bem longe de ter o mesmo nível de impacto que a VTEX tem, tô só começando mas tipo as coisas levam tempo mesmo né para você construir enfim, com certeza.

Henrique de Moraes – Eu acho que é mais do que o tempo pra empresa né, é muito tempo nosso também então eu ouvindo a sua história assim eu percebia muito as fases de aprendizado sabe, forçado né de certa forma porque assim, é muito mais do que a gente buscar ajuda, isso é importante também buscar ajuda, ler, tentar entender um pouco mais mas assim, tem todas as porradas que a gente toma né e aí essas porradas eu acho que elas são quase que faculdades né assim, pós, MBA

Deborah Folloni – Bem melhor, bem melhor

Henrique de Moraes – E assim, eu vou pular uma pergunta que eu tinha aqui porque eu acho que eu lembro que eu ouvi você falando de uma fase específica né, quando acabou o dinheiro e que você tava sem dinheiro para tirar inclusive pró-labore seu e você começou a freelar para conseguir pagar as contas e assim, eu imagino que tenha sido um momento delicado, você já falou que foi um momento difícil mas eu queria entender assim não como foi porque como foi acho que qualquer um que passou por uma experiência difícil sabe como é, é uma merda, foda pra caralho, você pensa em desistir, você pensa “Eu sou um merda”, se sente no fundo do poço enfim, tem todas as questões mas eu queria que você me falasse um pouco assim das ferramentas que você usou, se você usou alguma ou como é que você fez para passar e aguentar esse período porque acho que esse é o ponto principal, como é que você tem resiliência para passar, lógico que você é uma pessoa disciplinada, tá aí a há 10 anos em dieta e exercício físico, impressionante então como foi, basicamente começou junto ali né, Chiligum, exercícios e dieta. Que tipo de, onde você encontrou a força né tipo assim foi mais um pessoas, foi mais em leitura, foi mais em você mesmo, você fez sei lá, arrumou um psicólogo, como é que foi isso?

Deborah Folloni – Acho que assim, durante esse processo, é que tipo, pelo menos no meu caso assim não tinha muito como buscar respostas fora, eu tinha que buscar respostas em mim mesmo, caramba falei bonito agora hein nossa senhora, mas é verdade

Henrique de Moraes – Deborah se você ouvir isso, sua irmã tá mandando super bem.

Deborah Folloni – Eu vou falar pra ela ouvir depois, ela vai dar muita risada. Aí assim, eu realmente tive que fazer uma busca porque eu percebi que assim, acho que o principal aprendizado que eu tive nesse período e sinceramente não tem uma maneira fácil de você aprender o que e vou falar agora, eu percebi que eu projetava muito do meu valor como ser humano no meu sucesso profissional e quando você é workaholic isso é multiplicado ao cubo né porque quando você gosta ainda de trabalhar ferrou, falar que você não pode trabalhar é que nem alguém pegar e tipo cortar as duas mãos de um tenista tipo, é muito difícil você passar por isso. E aí eu acho que assim, leitura sempre, sinceramente eu não consigo pensar, não cara sabe o que é, eu vou falar sim sobre um livro que eu li nessa época mas acho que foi um processo de amadurecimento onde eu comecei a entender que o meu valor como indivíduo não tinha absolutamente nada a ver com o sucesso da minha empresa e que se eu falhasse como empresa isso não significava que eu era um fracasso como ser humano e tipo eu sei que é muito profundo isso que eu tô falando mas é literalmente isso, tipo o maior medo que eu tinha na época e eu já falei isso em outros podcasts, era tipo de encontrar alguém na rua, encontrar o Rafa que você falou que conhece e “Oi e aí Debs, como tá a Chili?” e eu falar assim “Puta meu, tive que fechar”, pra mim era horrível porque como todos os meus amigos me conheciam desde cedo como “Deborah a empreendedora”, se eu falasse que eu não tenho CNPJ eu ia ser o quê, entendeu? Eu ia falar “Bom eu não sou nada, que merda então não tenho valor”, era isso. Então tipo foram alguns exercícios, não foram nem exercícios mas foram algumas coisas que eu passei que foram me mostrando que não tinha absolutamente nada a ver uma coisa com a outra e teve um livro que eu li nesse tempo que me ajudou muito, é um livro que se chama “Feeling Good”, e em português, eu tive uma depressão bem profunda tá durante essa época assim, nítida, em português o nome dele é bem assim, não dá vontade de ler, ele se chama acho que “Antidepressão”, alguma coisa assim, é um negócio que você lê e fala assim “Meu Deus mas eu não tô”, tem gente que nem sabe que tem depressão, tem gente que fala “Eu tô preocupado mesmo pô, minha empresa tá quase fechando, não é depressão é preocupação”, não, é depressão mas é um livro que não inspira muito mas em inglês ele parece um pouco mais legal

Henrique de Moraes – Mais leve né?

Deborah Folloni – Um pouquinho mais leve. E aí eu li esse livro e uma coisa que, é um livro enorme tá, de tipo mil páginas, inclusive tem muitas pessoas que consideram esse livro uma biblioterapia porque imagina você ler mil páginas, você vai mudar muitas coisas na sua cabeça de uma forma ou de outra porque é muita lavagem cerebral, algumas chaves você vai virar e esse livro ele no começo faz um diagnóstico para entender, pra você entender quais são os atributos que fizeram você chegar no fundo do poço da depressão e um deles, porque aí ele coloca várias coisas né por exemplo, são lugares onde você projeta sua felicidade que não estão no seu controle e que invariavelmente vão fazer você se tornar uma pessoa deprimida em algum momento porque você tá buscando a felicidade nas coisas erradas, então um deles é produtividade que é o seu emprego então tipo se você tá sem emprego você sente que você não tem valor, fica sem autoestima tal, tem gente que projeta o valor como ser humano em relacionamentos amorosos então se o cara toma um pé na bunda o cara fica lá sofrendo e tal porque ele acha que não tem valor porque outra pessoa não quer mais ele, tem gente que acha que a pessoa, que é um senso de, não sei qual que é a palavra, eu lembro que ele usa a palavra “entitlement” mas basicamente é que você, como é que eu posso dizer isso? É tipo assim ó, no contexto do livro ele fala assim exemplo, você é um super marido para sua esposa e por que você é um super marido você merece que quando você chegar em casa tenha um jantar pronto para você, uma coisa não tem nada a ver com a outra, absolutamente nada a ver com a outra e aí você se frustra e você fica lá todo sofrendo então ele coloca várias coisas, acho que são 7 atributos, áreas da sua vida onde as pessoas projetam a felicidade, botam as fichas em cestas que não estão no controle dela e que em ter um problema com isso você pode vir a, isso pode desencadear um episódio depressivo porque isso pode afetar a sua percepção do seu valor como ser humano. Então enfim esse foi um livro que eu li e que me ajudou bastante nessa época, ele não é um livro só, não tem nada a ver com o trabalho é que um dos fatores que ele aborda são pessoas que são workaholics mas não é só isso e aí tem as outras áreas da vida também que acabam influenciando positiva ou negativamente a vida das pessoas e este foi um livro que me ajudou muito, muito, não foi só isso não tá eu fui procurar, eu fui em psiquiatra, eu comecei a fazer terapia, eu comecei a fazer tudo que eu podia fazer para eu sair daquela deprê que eu tinha, tinha dia que eu não queria sair do meu quarto de tanto desespero que eu tava então foram algumas coisas que eu fui buscar indo para tentar sair do fundo do poço, às vezes funciona, às vezes não mas às vezes funciona.

Henrique de Moraes – Bom, primeiro obrigado por compartilhar, acho que é muito importante as pessoas falarem mais sobre isso porque muita gente passa, muita gente não reconhece como você falou, não sabe né que tá passando por um momento como esse, que talvez tenha que procurar ajuda e o nome do podcast é um pouco sobre isso né, que as pessoas tem essa falsa impressão por causa da mídia né, de tipo “Ah, sucesso do dia para a noite” então você foi, inclusive parabéns, saiu na lista da Forbes under 30 e assim, pra quem não tá te acompanhando, olha e fala assim “Que foda ela lançou uma startup e já tá aí ganhando investimento, Forbes e tudo mais” mas ninguém para pra se ligar nos 10 anos anteriores, nessa fase que assim eu não sei quanto tempo durou mas eu sei que se dura um mês parece um ano quando você tá nesse lugar, é muito diferente quando você tá no topo, suposto topo porque quando você tá só em vitória ali aquilo passa rápido, tudo muito efêmero mas quando você tá no fundo do poço, cara é muito difícil assim, é muito pior, é muito mais intenso do que quando você tá no suposto topo né e aí um dos motivos de eu criar o podcast era um pouco ter também um pouco dessas histórias sabe para mostrar como leva tempo sabe, como você precisa ter um pouco de calma. Eu sempre falo, quem me ouve sempre aqui tadinho não aguenta mais mas tem uma frase que eu adoro, que é “Impaciência com ações e paciência com resultados”, do Naval Ravikant que eu acho sensacional, que é tipo cara o que puder fazer hoje faz logo, resolve, bota as coisas pra frente, mas não ache que só porque você tá fazendo as coisas a vida vai agir de acordo né, vai ser, “Ah não Henrique tá fazendo tudo, maravilha, vamos dar tudo pra ele agora, vai!” porque não é assim né, as coisas tem seu tempo de acontecer, você tem que amadurecer enfim, várias coisas que você passa ali e foi engraçado ouvir você falar, vou até adiantar uma pergunta que normalmente eu faço no final do episódio, mas é porque me lembrou uma resposta que veio dessa pergunta, eu sempre pergunto pras pessoas o que é ser bem sucedido pra você, porque cada um traz um conceito e eu fico refletindo à respeito desses conceitos que elas trazem, e uma das pessoas pra quem eu perguntei trouxe uma resposta que eu achei tão poética e que cara, de fato assim tá escrito, eu tenho um documento aqui em que de vez em quando eu reflito sobre essa resposta dela, foi a Nara Iachan, inclusive também Forbes under 30, tá vendo a galera não é a toa não

Deborah Folloni – Qual Nara?

Henrique de Moraes – Nara Iachan, da Cuponeria

Deborah Folloni – Ah eu sei quem é, não conheço mas sei quem é.

Henrique de Moraes – Cara, pessoa maravilhosa, eu entrevistei ela e o marido que são os fundadores da Cuponeria, pessoas maravilhosas e ela me deu uma resposta cara que marcou muito, que ela diz que “ser bem sucedido é você se orgulhar da sua própria história”, e isso é tão sensacional

Deborah Folloni – Não quero nem responder mais, bem melhor a dela

Henrique de Moraes – Desculpa, não era pra inibir, sacanagem, é porque assim eu adoro essa resposta, gosto de compartilhar com as pessoas porque tira um pouco do peso de coisas que as pessoas colocam, ou como você falou, da sua identidade estar atrelada ao trabalho por exemplo, porque você se orgulhar da sua própria história é só você se perguntar “Eu tomei as decisões certas pra mim? Pro que eu gostaria, para os meus valores pessoais?”, tem gente que vai se orgulhar de ser um bom pai, de ter escolhido não crescer tanto na carreira mas está próximo dos filhos, por exemplo. Vai ter gente que vai querer ser nômade digital e talvez assim também vai abrir mão de uma outra coisa sabe, então cada um vai fazer decisões que fazem sentido para os próprios valores e aí tira um pouco dessa coisa do valor monetário, do valor do sucesso pelo sucesso né, de estar na mídia ou do sucesso financeiro, todas essas coisas que permeiam muito né o que as pessoas consideram sucesso no final das contas então eu adoro essa resposta dela e acho que tem super a ver com o que você falou sabe de tirar, desatrelar um pouco da identidade que você tinha ali né e começar a entender que seu valor tá na verdade em outras coisas, muito mais inclusive em outras coisas. Mas enfim, o que é ser bem sucedido pra você?

Deborah Folloni – Excelente. Ah não quero nem falar mas assim quando você perguntou eu acho que ser bem sucedido, a maioria das pessoas atribuem isso à sucesso profissional, acho que a primeira coisa que as pessoas pensam quando falam disso, gostei dessa resposta mas assim, eu acho que se eu não tivesse ouvido ela né, se eu pudesse plagiar ela né eu acho que plagiaria mas como eu não posso eu diria que acho que é uma combinação de quatro pilares assim, eu acho que tem a ver sim com sucesso profissional mas isso é só um pilar né essa parte de você ter saúde financeira, isso eu acho que é um ponto, eu acho que também tem saúde social que é status né então tipo isso, não é só status na verdade, também tem a ver com família, com amigos enfim, por exemplo há uns anos atrás eu de verdade era uma péssima amiga tipo assim, porque parte da amizade é você se fazer presente, imagina eu não saía porque não queria sair da minha dieta, porque tinha que trabalhar, que bosta de amiga que eu era né, hoje por exemplo nossa eu saio em especial, no ano passado que eu me aproximei de muitos amigos assim estranhamente né estando em isolamento social mas mesmo hoje em isolamento social eu tenho uma vida social muito mais, sei que é ousado o que eu tô falando mas é literalmente, hoje eu tenho uma vida social muito mais forte do que eu tinha antes da pandemia tipo assim, lá no comecinho da minha carreira e tudo que era uma época em que eu só vivia para trabalhar então enfim mas voltando aqui aos pilares né, acho que sucesso profissional, eu acho que tem essa parte social também que tem a ver com status e com relacionamentos e com vínculos que você constrói com as pessoas né, riqueza de tempo porque eu acho que liberdade, não adianta nada falar assim “Ah o cara ganha a maior grana”, e você chama ele para ir almoçar e ele fala “Não posso, tenho que fazer uns negócios”, que eu acho que geralmente quem é profissional liberal tem muito esse problema né tipo um médico, o cara pode ganhar maior grana, se ele passar um mês fazendo um mochilão ele vai ganhar r$ 0 durante esse período que ele não tá trabalhando, muito difícil né você ter esse tipo de liberdade quando você vende só. E saúde física porque não adianta também você “Ah tenho a maior grana, tenho uma família linda, tenho tempo para ficar aqui com eles mas só tenho mais 6 meses de vida porque eu fiquei 10 anos só tomando Venvanse e uísque no café da manhã e agora eu tô com cirrose” tipo não dá né, tem que cuidar do corpinho também porque senão você não vai muito longe então acho que é uma combinação desses quatro pilares ainda que eu tenha gostado muito dessa definição da Nara, excelente, bem melhor que a minha.

Henrique de Moraes – Maravilha, obrigado pela resposta e eu fiquei curioso porque você já viu alguma coisa ou ouviu do Naval Ravikant, esse cara que eu citei?

Deborah Folloni – Eu não sei quem é

Henrique de Moraes – Não? Cara você tem que ouvir então porque eu vou te passar depois aqui o podcast dele, é um dos melhores convidados, um dos melhores episódios do Tim Ferriss inclusive pra mim, mas tem um episódio específico porque ele já foi umas quatro vezes

Deborah Folloni – O que ele faz da vida? Fala mais porque talvez eu me lembre

Henrique de Moraes – Ele é investidor que é meio filósofo assim

Deborah Folloni – A princípio não sei quem é, mas conta mais.

Henrique de Moraes – Eu vou te passar depois o episódio que ele foi no Tim Ferriss e o podcast dele porque é muito legal porque ele fala exatamente sobre isso, o nome do podcast dele é meio escroto, é meio clickbait mas o conteúdo é sensacional assim, maravilhoso de verdade, se chama “How to be rich” só que ele não tá falando de riqueza só monetária, ele tá falando de como você ter liberdade financeira para você conseguir cuidar dos outros pilares da vida, então tem muito a ver com o que você falou inclusive, por isso que eu perguntei.

Deborah Folloni – Legal, muito legal

Henrique de Moraes – E é muito bom, ele é sensacionalíssimo, é um cara que você ouve e a cada 5 minutos de fala dele você fala assim “Puta que pariu, preciso parar um pouco pra refletir”, é tenso mas é muito bom, vou te passar depois, inclusive uma coisa que ele recomenda e que eu vi que você faz, ele recomenda no episódio do Tim Ferriss e que eu adotei e foi maravilhoso para mim, mudou minha vida é não ficar apegado à livros, eu vi que você também não fica presa ao livro né, você não tem esse compromisso de terminar. Da onde surgiu, veio do nada desde sempre mesmo, do berço, você não conseguia terminar os livros porque os gêmeos pegavam?

Deborah Folloni – Tô tentando lembrar quando que isso começou porque antes assim, você só é obrigado a ler um livro até o fim na escola, e nem na escola eu lia porque já naquela época eu fazia umas gambiarras, lia uns resumo e tal e já conseguia

Henrique de Moraes – Tamo junto

Deborah Folloni – E aí assim o que fez eu largar livros que eu não gostei de ler no meio do negócio foi porque eu tinha outros

Henrique de Moraes – Melhor resposta

Deborah Folloni – Mano eu nunca compro um livro, eu compro tipo 10 e aí assim, comecei a ler um e não gostei eu vou pegar outro, eu nunca fico tipo sem um backlog de livros pra ler e acho que isso faz toda a diferença na consistência da leitura porque antes eu lia um livro, mesmo que fosse um livro que eu gostasse às vezes eu ficava um mês para escolher o próximo e nisso perdia um mês de leitura né então tipo eu tenho lá meu good reads, fico botando um monte de lista de leitura lá e aí de vez em quando eu entro na Amazon e compro uns 10 livros e deixo aí e vou lendo. E aí eu acho que, porque tem muito livro que as pessoas se sentem obrigadas a ler só porque é um best-seller tipo, vou te dar um exemplo, “O Poder do Hábito”, que eu até já falei disso em outro podcast, “O Poder do Hábito” me falaram que era sensacional, recomendação, comecei a ler e achei uma verdadeira, não vou falar uma bosta porque tô sendo muito injusta porque para alguém esse livro serviu, não foi para mim mas não era um livro que eu tava procurando porque eu achei um livro extremamente teórico enfim, aí eu conheci o “Hábitos Atômicos” que é um livro que é muito mais

Henrique de Moraes – James Clear

Deborah Folloni – É sensacional, é um livro muito menos hypado e um livro que na minha humilde opinião dá de 10 a 0 no “O Poder do Hábito”, “O Poder do Hábito” eu li sei lá 50 páginas e parei de ler, o “Hábitos Atômicos” eu gostei tanto que até emprestei e me ferri porque agora obviamente eu nõ vou receber esse livro de volta mas tipo as pessoas se sentem obrigadas a ler porque compraram ou porque o livro é um best-seller, e outra, as pessoas lêem por obrigação, tipo já é difícil você ter consciência de leitura, se você não gosta do que você está lendo ainda aí não dura mesmo, tem que abandonar o livro.

Henrique de Moraes – Eu acho que o problema maior é que as pessoas elas não conseguem na verdade fazer isso, de ler por obrigação então elas param, ficam presas num livro e nunca vão para o próximo, e aí esse era o erro que eu cometia até que eu comecei a fazer isso também e cara mudou a minha vida, hoje em dia eu leio assim bastante, muito, muito mesmo assim, comparado ao ano passado então assim não dá nem para comparar e é isso, as pessoas vêem meu Kindle, minha esposa vê meu Kindle e ela fica assim “Cara como é que você consegue?”, ela olha lá 45%, 65%, 15%, não sei o que, ela fala assim “Cara você tá aprendendo alguma coisa?”, eu tô aprendendo um monte de coisa porque eu vou de acordo com minha curiosidade, às vezes no dia eu tenho uma parada que esse livro aqui, esse título parece que vai solucionar, aí eu leio e soluciona de verdade, eu falo “Caralho resolveu meu problema”, e eu vou pro próximo sabe, às vezes eu vou até o final porque fico muito empolgado e às vezes não, às vezes eu paro em 50% porque o cara começa muito a se se repetir, muita gente se repete num livro.

Deborah Folloni – Sim, e “O Poder do Hábito” é assim, você leu tipo 50 páginas e fala “Já entendi”, aí você lê de novo e fala “Agora ele vai falar uma coisa nova” e ele fala a mesma coisa de outro jeito, você fala “Não mas eu já tinha entendido” e aí chega uma hora em que você fala “Bom então tá, entendi que não vai passar disso, próximo. E não só com livro tá, livro, filme, eu sempre falo “Eu nunca vi um filme ruim” porque eu tenho um mecanismo de defesa no meu cérebro que ele dorme, eu durmo e aí eu nunca vi um filme ruim, eu durmo, se o filme é ruim eu não vi ele, automaticamente eu dormi e é o mesmo com livro, eu simplesmente abandono ele e não olho para trás.

Henrique de Moraes – Sim e se você parar para pensar, você falou na comparação né porque cara a gente não fica preso a mais nada mas hoje em dia né, você não fica preso a uma série porque você começou, às vezes até fica sim mas ela é ligeiramente boa pra você ir até o final, se for ruim você vai largar, você vai pra próxima, filme também, é tudo on demand sabe então porque ficar preso a livro, não faz sentido. Bom vou aproveitar então, quais são os três livros que mais impactaram sua vida? Difícil né falar só de três

Deborah Folloni – É mas tô tentando fingir que eu não anotei os que eu queria falar porque senão eu sempre falo dos mesmos, vou mudar um pouco hoje mas eu acho que assim teve um que eu li, “Show Your Work!”, o autor se chama Austin Kleon né só que esse não é o livro mais famoso dele, o livro mais mais famoso dele é aquele “Roube como um artista”, sabe? É um livro que geralmente é o mais famoso dele e esses dois livros inclusive são livros bem curtinhos, são livros que tem umas 180 páginas no máximo só que são páginas que tipo tem vários desenhos, tem letra grande, você tipo de verdade, eu li tomando sol na piscina aqui em 2, 3 horas eu li, é muito rápido. E esse livro especialmente, teve um impacto grande na minha vida porque eu tinha muito medo antes de compartilhar coisas ao meu respeito, me expor e tudo mais e muitas pessoas falavam “Pô você tem uma história super legal, você tem que começar a contar mais e tal” e essa coisa de Síndrome do Impostor que tipo todo mundo tem em algum nível né, quem não tem na verdade não é que, se perguntar “Tem síndrome do impostor?” vai falar não mas na verdade não sabe o que é, porque aí quando você explica ele fala “Ah não, tenho sim”, todo mundo tem e eu tinha muito porque eu falava, exemplo, “Ah porque você não conta sua história no empreendedorismo, pô o pessoal adora”, eu falo “Mas quem sou eu na fila do pão? Eu conheço pelo menos umas 20 pessoas que são muito melhores do que eu e que tem muito mais propriedade para falar sobre isso do que eu e quem sou eu para falar disso perto desses caras?”, aí era essa a resposta que tinha na minha cabeça porque eu não me sentia na posição de falar para as pessoas o que elas deveriam fazer porque sei lá foi o que eu falei, quem sou eu para falar isso, tem pessoas que eu considero que tem mais conhecimento do que eu nesse aspecto e poderiam contribuir mais do que eu, é o que eu penso. E aí quando eu li esse livro virou uma chavinha na minha cabeça que é assim, você não precisa ditar regra, não precisa ser imperativo e falar “Henrique faça isso, faça aquilo, faça não sei o que”, você falar assim “Eu faço tal coisa, eu faço não sei o que”, você não tá falando para ninguém fazer o que você faz mas você acaba inspirando pelo exemplo então por consequência pode ser que a pessoa que esteja ouvindo você falar aquilo vá começar a emular o seu comportamento, pode ser que alguém que ouve esse podcast comece a fazer jejum, eu não tô falando pra ninguém fazer jejum mas o cara ouviu que eu faço, achou interessante e resolveu tentar, então tipo isso mudou minha cabeça porque suprimiu essa síndrome do impostor que eu tinha que me impedia de compartilhar conhecimento e fez eu compartilhar de um jeito que é como se eu estivesse fazendo um blog sobre o meu dia a dia tipo eu não tô falando para ninguém fazer nada e de alguma maneira isso acaba inspirando as pessoas então esse livro virou uma chave na minha cabeça ,é um livro super legal, super curtos, vale muito a pena, eu falo pra todo mundo ler, até pra quem não gosta de ler é de boa porque é muito rápido de ler e é para ler, não é para ouvir áudio livro porque esse livro não tem nem graça, você tem que ver porque tem muita imagem então o áudio livros você perde 80% do livro sabe então acho que é importante a pessoa ler e é um livro bem tranquilo de ler, esse foi um e acho que foi um livro que mudou bastante assim e teve um que eu li recentemente que eu gosto de indicar também que é um livro que ainda tem pouca notoriedade aqui no Brasil, não tem versão em português ainda que é o “The Great CEO Within” que é um livro que foi escrito pelo Matt Mochary que é um coach de jovens CEOs do Vale do Silício, ele inclusive foi coach do Henrique Dubugras e do Pedro Franceschi que são sócios lá do Brex que venderam o Pagar.me pra Stone, não sei se você sabe quem eles são mas eles são muito sinistros e eles são muito jovens, eles tem acho que 24 anos e eles tem uma empresa avaliada em mais de 3 bi de dólares né, eles são muito sinistros e só que eles são jovens então eles não tem muita experiência como CEO, aí o Matt Mochary é coach deles e esse livro é um guia bem tático que te fala hábitos que você tem que ter como CEO, como indivíduo, hábitos que você tem que ter de grupo, ele te ensina tipo o básico para você construir rituais, muitos dos rituais que eu falei que eu faço eu me inspirei em coisas que ele trouxe, eu até eu fiz um mapa mental enorme desse livro e tal, mandei para o autor inclusive um e-mail para ele agradecendo, falei “Olha se você quer um dia utilizar tá aqui, eu estruturei todo seu raciocínio num mapa” porque é um livro extremamente tático então tipo para você tirar coisas acionáveis, eu botei ele num mapa porque aí eu bati o olho e falava “Olha esse negocinho aqui falta eu fazer”, one on one por exemplo eu comecei a fazer por causa dele, não do jeito que eu faço mas assim, o rito de ter trocas recorrentes com os direct reports eu comecei a fazer por causa dele, staff meeting comecei a fazer por causa dele enfim foi muito bom, esse livro para mim foi muito importante para o momento que eu tava saindo de operação para gestão. Pode ser que uma pessoa que tem uma startup de três pessoas ela vai ler esse livro e vai achar muito lindo, muito romântico, não vai conseguir executar nada, é verdade não vai, se eu tivesse lido esse livro 10 anos atrás eu ia achar “Nossa bem legal, porém não consigo, não dá pra fazer, não conecta” mas se é um empreendedor que tá numa empresa em ascensão e ele tá passando por um momento de sair da operação e indo pra gestão, esse livro é uma mão na roda, tipo tudo que eu queria ler era esse livro.

Henrique de Moraes – Sensacional. Esse eu já até baixei, depois que ouvi você falando fiquei curioso. Tem um livro que talvez você vá gostar também, sobre hábitos, apesar de que o do James Clear já resolve bastante mas tem um que eu comecei a ler agora do cara que é o mito do comportamento no Vale do Silício, que foi professor dos fundadores do Instagram, ajudou todo mundo a criar produto lá, esqueci o primeiro nome dele, alguma coisa Fogg

Deborah Folloni – Não sei quem é mas estou levando várias referências para casa que você tá me trazendo de coisas e pessoas que eu não conhecia, tô achando ótimo

Henrique de Moraes – Depois eu te passo o nome dele certinho mas é “Tiny Habits” o nome e assim é bem legal porque ele tem, é um cara professor de comportamento em Stanford e ele te dá de fato ferramentas sabe tipo como você estruturar, como você coloca isso num gráfico para entender se aquele hábito você vai conseguir executar ou não vai e assim, o mais legal desse, que o James Clear fala mas ele é muito enfático é de você diminuir ao 0, 000.1 seu hábito, aí ele fala exatamente isso, fala que criou o hábito de passar fio dental e ele começou passando em um dente e ele vai dando vários exemplos de aplicações e aí tipo de como você pode fazer né tipo casar os hábitos, que o James Clear fala também, “Quando eu fizer isso vou fazer tal coisa” e ele fala sempre pra você diminuir para o mínimo possível, quase que um MVP do hábito, tipo qual o menor que eu posso fazer aqui, e aí eu tô achando bem interessante porque faz sentido porque muda um pouco da sua cabeça, você tipo sai da pessoa que não consegue implementar aquele hábito pra pessoa que agora você tem um hábito novo, mesmo que você comece com um dente só, e aí você vai aos poucos se dando benefícios por estar tipo evoluindo no hábito, tipo “Eu vou passar em 3 dentes” porque você sente bem evoluiu um pouquinho. Então é bem interessante assim, eu tô ainda em sei lá 30% do livro mas eu tô achando bem, bem legal

Deborah Folloni – Achei bem legal gostei bastante, você me convenceu, fez uma sinopse muito boa, uma resenha

Henrique de Moraes – Acho que você vai gostar porque não sei se você leu um livro que é super famoso pra quem tá fazendo produto digital, que é um livro amarelo que é muito conhecido

Deborah Folloni – Hooked

Henrique de Moraes – Isso! Então no Hooked ele fala desse cara, aí que eu peguei e fui buscar sobre o cara porque eu vi no Hooked e aí ele fala sobre esse cara e ele fala sobre a fórmula que ele usa né que é tipo comportamento é igual a capacidade mas enfim, tem uma fórmulazinha que ele usa lá que é capacidade mas não vou lembrar vou ficar aqui enrolando e não vou falar dessa porra nunca mas enfim, aí no livro ele usa essa fórmula que é a fórmula que ele ensina para as pessoas lá em Stanford para criarem produtos que são criadores de hábito né para você fazer e criar os seus próprios hábitos então é bem legal assim sabe ele tenta fazer um bom uso do negócio que ele desenvolveu durante 10 anos lá ensinando em Stanford

Deborah Folloni – Animal

Henrique de Moraes – É uma boa recomendação

Deborah Folloni – Esses de hábitos assim, você vê né são pequenos conhecimentos que você vai pegando que você vai conseguindo implementar na sua vida e se você cria o hábito de estar sempre lendo sempre aprendendo uma coisa nova o impacto que isso tem no longo prazo é absurdo tipo assim por exemplo, o próprio “Hábitos Atômicos” que é até um que eu tinha anotado pra mencionar e que a gente tinha falado dele mas ele te ensina a pescar então tipo assim ele te ensina como construir um hábito, como quebrar um hábito ruim, e tipo até te dando um exemplo prático assim, absolutamente ninguém fala sobre isso mas eu sinceramente não vejo problema nenhum de mencionar, eu já tive problemas, eu já tive alguns distúrbios alimentares como por exemplo bulimia, porque você acha que bulimia é comer e ir para o banheiro gorfar, não é isso, bulimia tem um tipo de bulimia que se chama bulimia nervosa que é quando você comete um excesso tipo sei lá você come muito e aí depois você vai correr 20 Km na esteira, faz 2 dias de jejum, é isso, acaba te tomando uma energia enorme e seguida de sentimentos de culpa, é isso que é bulimia e eu já tive isso. E aí, não faz muito tempo não viu, isso aí faz um ano que eu curei e tive durante muitos anos, é que tipo culturalmente quando você vive nesse mundinho fitness e tal, é quase que normal você ver blogueiras, eu já vi a Pugliesi, agora ela tá numa fase diferente mas eu já vi a Pugliesi passando pano, incentivando isso, falando tipo “Ah ontem eu comi pra caralho e agora tô aqui na esteira faz duas horas” tipo assim, não é normal, isso se chama bulimia, não se chama foco, é que as pessoas acham que é foco mas não é, e aí uma vez eu fiz um teste na internet, e é um teste bom, não esses testes da Boa Forma, “descubra qual é o signo compatível com o seu”, não é assim, eu fiz um teste que falou assim ‘Você tem grandes chances de estar com bulimia nervosa, recomendo que você passe num psicólogo” e aí eu passei e realmente estava e porque eu tô contando essa história? Porque olha que ridículo, eu descobri que o gatilho que me desencadeava o hábito de comer compulsivamente estava associado à eu ver TV no fim do dia, que eu tinha o hábito de ver um Netflix e tal. Aí o que que eu fiz, eu tenho um sofá confortável na minha casa eu afastei ele da TV e botei duas poltronas pouco confortáveis na frente dele, logo eu tinha menos vontade de assistir TV, logo assistia menos TV, logo eu tinha menos gatilhos que desencadeavam compulsões alimentares e logo eu controlei a minha compulsão alimentar só porque eu li esse livro, olha só que loucura.

Henrique de Moraes – Cara que sensacional. E ele dá um exemplo né acho que de como eles fizeram as pessoas beberem água num hospital, tem um exemplo que é bem sobre isso mesmo, sobre como você reorganizar um ambiente para você ou favorecer ou pra cortar um hábito né, muito bom, sensacional.

Deborah Folloni – Loucura, é sério, tem gente que passa anos com isso, tem gente que toma remédio, tipo não precisa de tudo isso é um negócio muito comportamental às vezes sabe e as pessoas tipo assim, quando a pessoa não tem esse conhecimento, eu adoro psicologia, eu gosto de ler esse tipo de coisa e aí eu aplico em mim mesma né então tipo eu sempre, tem N outras coisas tipo quando eu ia para a escola eu deixava o uniforme já tipo no pé da cama para acordar e colocar ele, tem várias coisinhas assim que você faz que subconscientemente acaba te aproximando de um hábito que você quer adquirir ou te afastando de um hábito que você quer evitar.

Henrique de Moraes – Sim, totalmente. Eu acabei de achar aqui, anotei num caderninho porque eu acabei usando isso, comportamento é igual a motivação, habilidade e gatilho, então seu comportamento é igual a motivação então você pode estar mais motivado ou menos motivado naquele dia, habilidade que é assim se está fácil ou não fazer né, o quão fácil é você executar aquele hábito e gatilhos, e aí ele fala que a motivação é o pior para você confiar então você tem que organizar normalmente a habilidade então assim como você facilita, no seu caso você fez o contrário, que você queria evitar um hábito e você dificultou e o gatilho né que aí eu ainda não entrei na parte que ele fala de gatilho, tô nessa parte ainda de motivação versus habilidade mas é muito maneiro assim porque ele tem um gráficozinho, você vai adorar, ele tem um gráfico que ele usa pra falar se você tá acima ou abaixo da linha de um possível hábito ser adotado e a linha é sensacional que é motivação em um eixo e habilidade em outro e tem um sorriso assim então você vê assim, se tá muito motivado você pode estar lá em cima sua motivação e você vai conseguir realizar mas assim, como você não pode contar muito com motivação, é melhor você contar com uma facilidade de execução que aí você vai estar numa parte muito baixinha ali da linha daquele gráfico e aí você consegue realizar enfim tem toda uma, só lendo gente porque vale a pena

Deborah Folloni – Eu tô adorando as dicas, tem alguns podcasts que eu gravo que eu, é surpreendente porque geralmente você faz o convidado falar mas a maioria dos podcasts que eu participo eu saio com uma colinha de coisas novas que eu aprendi porque geralmente quem grava podcasts são pessoas que estudam então são pessoas que tem muito conteúdo pra trazer também. Você tinha que gravar um podcast com você mesmo

Henrique de Moraes – Vou me entrevistar, eu já sou meio estranho, as pessoas vão ficar meio assim. Vou botar de repente meu irmão gêmeo que eu não tenho, infelizmente. Mas vamos lá, deixa eu te fazer uma pergunta que é bem assim, como eu sou dono de uma agência né eu fiquei curioso

Deborah Folloni – Só um comentário, sua agência se chama assim ó, weeeeeeeee, já viu assim no Tik Tok? Já fez algum criativo?

Henrique de Moraes – Já existia, a gente acabou surfando na onda do “vou mandar weeee” enfim veio depois. A gente fez uma página lá no nosso site dedicada ao meme porque era tanta gente

Deborah Folloni – Vou te mandar depois uma figurinha

Henrique de Moraes – Boa, acho que eu tenho, a do cachorrinho?

Deborah Folloni – Ah é essa, droga

Henrique de Moraes – Todos os nossos clientes só respondem agora com essa figurinha.

Deborah Folloni – Tem um cliente meu, não vou nem falar onde ele trabalha porque depois os concorrentes ouvem e vão ficar fazendo prospecção, mas ele se chama Will e toda vez, tem uma figurinha que é um, fico até com vergonha, zoeira lógico que não, é uma figurinha que é um carro de polícia e tá escrito assim “will will will will” e aí toda vez que eu vou falar com ele eu mando essa figurinha, com zero intimidade mas é assim que se constrói intimidade, quebrando o gelo.

Henrique de Moraes – Sim, é verdade. Cara esse negócio desse meme foi uma loucura porque assim, do nada eu comecei a receber milhões, eu saí do Instagram há pouco tempo né mas até um mês e meio, dois meses atrás quando tava no pico do meme você não tem noção, eu só recebia direct sobre isso, todo mundo me marcando em todos os memes e assim, tem uns 400 milhões de memes desse no mundo né e eu era marcado em todos assim e aí nosso site começou a receber um tráfego muito intenso, muito, muito assim tipo de gente achando que era a página falando sobre o meme e a gente criou, fez uma página que tem lá tipo uma coletânea de memes, um tutorial de como fazer seu próprio meme enfim, pra dar vazão, já que a gente tá recebendo esse tráfego vamos colocar alguma coisa aqui pra fazer alguma coisa com ele e a gente fez um tutorial.

Deborah Folloni – Souberam aproveitar a sorte, não tem sorte, vocês estavam preparados.

Henrique de Moraes – Mas enfim, vamos lá, como eu tenho uma agência eu fiquei curioso para perguntar duas coisas em relação à Chiligum tá? A primeira é mais uma observação sua, não sei o quanto você participa depois assim e recebe de repente report de resultados das campanhas que vocês colocam pra frente né mas você, avaliando assim critérios importantes que a gente sabe que são importantes na hora de criar uma campanha de sucesso né, que dá certo, especialmente performance que é onde vocês atuam principalmente, criatividade, planejamento enfim, canais, o que você viu que mais funciona hoje em dia, além de contratar vocês? Assim, qual desses critérios você acha que mais impacta assim no sucesso de uma campanha sabe, se é o lado criativo ou o lado de planejamento, como é que funciona?

Deborah Folloni – Estatisticamente é o criativo, a gente tem, sou um pouco suspeita mas é verdade, fonte “juro por deus”, a fonte Facebook tá, o criativo é responsável por 56% da performance de uma campanha, eu tenho outros clientes que já me passaram 70% então basicamente o que eles estão dizendo é que se você fizer toda parte de mídia, fizer a segmentação, criar todos os públicos e entregar um criativo de bosta, o seu resultado será pífio, é diferente quando você fala assim “Vou fazer um anúncio de bosta no break do Jornal Nacional, no break do Big Brother”, você vai ter resultado porque é diferente né, no digital você depende do clique então se a pessoa não clica o seu anúncio não funcionou. Na TV basta você respirar que você tá vendo aquele anúncio né então isso muda muito, e o sales lift ele é muito atribuído à qualidade do criativo, e aí na Chili a gente tem uma metodologia em que o criativo tem que, pra você ter uma ação você precisa passar por três etapas, primeiro tem que chamar atenção então tipo você tá rodando lá o feed, qualquer feed, pode ser página da globo.com enfim, ele tem que te causar algum impacto pra você parar e prestar atenção nele. Tem algumas maneiras de causar impacto então você pode por exemplo o fundo do Instagram é branco, você pode fazer um anúncio vermelho pra chamar atenção, talvez o branco não chame tanta atenção, na verdade é talvez eu não tô afirmando só tô dando um exemplo porque depende, tem que testar. Você pode botar sei lá uma celebridade fazendo o anúncio lá, pode chamar atenção também então você precisa pelo menos de uma atenção. Depois que você chamou atenção, a pessoa parou ali e vai te dar 3 segundos da atenção dela, você precisa ser relevante pra ela, vamos supor que você chamou minha atenção e você resolveu me vender uma lâmina de barbear, que pena, pra mulher não faz o menor sentido eu comprar esse negócio de você, não é relevante vou passar reto, se for relevante eu vou ainda “Pô bacana” vou começar ali a entender e depois ele tem que ser acionável, tem que ter uma ação óbvia e fácil do usuário executar, não pode ser “Plante uma bananeira”, provavelmente ele não vai conseguir fazer aquele negócio mas tipo, “Arrasta pra cima”, “Clica”, tem que ter uma coisa assim então se você conseguir chamar atenção, depois mostrar que o que você tem a dizer é relevante praquele usuário e depois pedir pra ele fazer uma pequena ação, clicar e tem que ser específico né, vou dar um exemplo, a gente tem um cliente nosso que foi o cara de mídia do banco Neon durante um bom tempo, gerenciou, muito dinheiro passou pela mão dele e ele falava assim “Se eu falar assim ‘baixa o aplicativo’ o cara vai baixar o aplicativo, mas adianta o cara simplesmente baixar o aplicativo? Não, ele tem que criar uma conta” então o seu call to action não pode ser “baixe o aplicativo” porque senão o cara vai baixar o aplicativo né tipo, tem até depois se alguém se interessar tem um curso gratuito no site da Chili que se chama “Como criar anúncios de alta conversão” aí a gente fala sobre isso, na verdade a gente não, só eu porque a aula é minha.

Henrique de Moraes – Maravilha, sensacional. E você vai adorar esse livro porque ele fala muito sobre isso também, essa parte de qual comportamento você quer que a pessoa tenha né e dá uns exemplos bem legais mas isso é tão importante né para quem é do mercado e para quem não é, acho que vale a pena saber um pouco sobre as curiosidades porque as próprias plataformas hoje né, Facebook e Google eles também fazem uma avaliação, então se você assim, nos primeiros minutos do seu anúncio no ar, se ele não performar bem, ele já vai performar mal, não tem jeito, é muito difícil você reverter porque ele já entende que aquele ano não é relevante para a audiência que você colocou então automaticamente a própria Inteligência Artificial do Facebook ou do Google já vai diminuir seu alcance aí em alguns % e normalmente é pesado, não é levinho tipo assim “diminui 5% aqui”, vai ficar tipo tosco então muito legal a recomendação. E quem quiser contratar vocês assim, como funciona? Vamos colocar no meu caso tá, eu sou agência então tipo assim se eu quisesse contratar vocês pra automatizar desdobramentos de criativos né, fazer esse formato de banner que é chato pra caralho, todo mundo sabe que é um saco, ninguém quer fazer aquele desdobramento pra redisplay, então como é que eu faço assim, você pode falar um pouco de como é a contratação, preço se você puder enfim, como que é?

Deborah Folloni – É, o nosso modelo de negócio é 100% subscription então a gente cobra basicamente uma licença que o usuário compra pra continuar usando a gente, aí é só entrar no site, a pessoa passa por uma triagem e tudo, a gente tem uma área de pré-vendas que faz uma triagem e aí a gente podendo ajudar a pessoa, porque às vezes a pessoa chega com uma demanda tipo “Ah eu queria fazer um video de drone, vocês não fazem?”, eu falo “Acho que você não recebeu o memorando né, acho que você tá um pouco louco, não fazemos esse trabalho”

Henrique de Moraes – Acontece nas melhores famílias

Deborah Folloni – É então assim, ou então “Chiligum” aí o cara já vai achar que é Chilivideos, esses vídeos que vocês ficam vendo aí na internet, não é isso não aí a gente tem que dar uma filtrada porque senão às vezes chegam coisas que não tem condições de atender

Henrique de Moraes – Olha, é um mercado que dá dinheiro hein

Deborah Folloni – É, eu vacilei sinceramente, vacilei

Henrique de Moraes – Não mas pode ter um spin-off né, tipo “XChiligum” entendeu?

Deborah Folloni – “Chivideos”, veja vídeos apimentados

Henrique de Moraes – Vídeos apimentados, exatamente

Deborah Folloni – E aí a gente apresenta o pricing, basicamente acho que nossa solução mais em conta começa em 2 mil reais ao mês e assim sendo bem sincera tá, não é pra todo mundo que faz sentido contratar a gente porque o ROI tem que no mínimo pagar 2 mil reais por mês então se o cara investe 2 mil reais por mês faz sentido contratar a gente? Absolutamente não, não faz sentido, não dá ROI, o cara não tem um problema de escala criativa pra resolver então não é pra todo mundo que faz sentido mas tem pra muita gente que faz sentido, tipo eu já tive cliente que reduziu o CAC de uma campanha em 70% usando a gente porque ele conseguia criar argumentos de vendas mais relevantes pra audiência. Valeu a pena?

Henrique de Moraes – Quase que uma microsegmentação ali né?

Deborah Folloni – É e aí você fala “Valeu a pena?”, bom o cliente investia mais de 50 milhões de reais por mês em mídia, valeu a pena? Acho que sim, ficou barato

Henrique de Moraes – Dá pra dizer que valeu né. Depois já coloca seu time de outbound aí pra falar com o Google Brasil porque eu ouvi um podcast a pouco tempo com a head de marketing do Google Brasil falando que ela faz microsegmentação, tanto digital como off, ela falou que ela mandou uma empena pra Fortaleza porque não tinha do tamanho que ela queria, pra poder usar uma linguagem específica de Fortaleza né e ela faz tudo na mão, na munheca, ela é designer e planilha

Deborah Folloni – E você sabe que o Google tem uma solução muito parecida com a nossa, eu até falo se chama Vogon sabe porque, porque só funciona pro Google

Henrique de Moraes – Nem pra eles aparentemente

Deborah Folloni – Não, funciona com certeza, é que claramente ela não sabe da existência dessa solução né mas eles tem e na verdade assim toda a rede de anúncio precisa fazer uma parte de creative enablement, tipo você fala assim, tirando adwords porque aí qualquer pessoa alfabetizada consegue fazer um anúncio no adwords, todo mundo que precisa fazer algum tipo de pixel, uma imagem, video, o veículo sofre com a ausência de creative enablement, se o cara não tem como fazer isso vai prejudicar a campanha dele e se vai prejudicar a campanha dele ele vai investir menos então tem muitos veículos que oferecem soluções de produção como Facebook oferece também, o YouTube oferece também só que obviamente tudo que o Facebook faz não funciona no YouTube e tudo que o YouTube faz não funciona no Facebook porque ninguém vai armar você para você anunciar no concorrente então esse é um dos nossos principais diferenciais assim porque até quando a gente estava fazendo pitch no ano passado tinha muito investidor que me perguntava “Ah não mas” por que é isso, você abriu qualquer negócio hoje o teu maior risco é o Facebook ou o Google lançar o seu negócio de graça, pode ser qualquer coisa você pode estar vendendo sal rosa do Himalaia e tipo amanhã talvez o Google possa falar “Ah então resolvi dar sal do Himalaia e aí é isso, quebrei seu negócio” e aí a gente viveu muito essa objeção dos investidores e eu falei “Não já tem gente, vocês estão vacilando, procura lá tá no meu deck eu até menciono isso” só que o nosso diferencial é que a gente é 360 e eles são focados nas soluções deles porque é óbvio, eles não vão dar ferramenta para anunciante pegar o banner lá que eles investiram milhões para construir a solução e pegar e anunciar no principal concorrente deles, aí eles “Ah tá que maneiro”, eu falei “É isso aí”

Henrique de Moraes – É porque a gente tá falando de anúncio né mas tem muita gente que cria conteúdo orgânico e se não tivesse espaço o canva não existiria né

Deborah Folloni – Lógico, a gente tem muito caso de campanha que a gente faz que não tem nada a ver com campanha patrocinada, a gente tem n projetos de trade por exemplo que, vou te dar um exemplo, você tem a montadora e a concessionária, a concessionária precisa precisa produzir um material que seja consistente com a marca, se o sobrinho dele fizer vai sair um negócio muito louco então ele precisa seguir alguns guidelines, algumas limitações e tudo mais, muitas vezes o que sai daí não é patrocinado, é um post, é sei lá um cartaz que ele vai colar no caixa entendeu, então tipo não necessariamente precisa ser patrocinado né. E também tem isso, essas ferramentas tipo Facebook e YouTube tudo, salvo engano, eu gosto sempre de colocar isso porque isso anula qualquer chance que você tenha de falar besteira entendeu, você fala qualquer coisa e depois você fala “salvo engano” aí beleza se você falar merda você tá tranquilo. Salvo engano, que eu sabia, Facebook por exemplo eles tem solução quando você está anunciando então você tá pagando, se você quiser fazer um postzinho orgânico você vai usar o canva porque o Facebook não vai te ajudar com isso né.

Henrique de Moraes – Verdade. Bom, fazendo um shift aqui rápido para entender, todo mundo já passou por isso na vida mas qual foi a pior reunião da sua vida, você lembra de alguma assim triste que marcou?

Deborah Folloni – Vou fingir que eu não me preparei pra esse podcast tá, peraí deixa eu pensar. Lembrei de uma, teve uma vez que eu fui pra uma reunião longe, mas longe, eu gastei R$ 100 pra ir e R$ 100 pra voltar, tipo no tempo em que R$ 100 era top porque depois do ano passado R$ 100 você não compra nem um tomate no mercado, aí eu cheguei lá, eu achei que era uma reunião de briefing e os caras começaram a discutir se o projeto ia rolar na minha frente, eu falei assim “Vocês estão de sacanagem?” e aí falam que sou muito nervosa, eu falei “Vocês não me fizeram vir aqui pra”, eu falei “Gente eu entendi o que vocês estão discutindo porém isso não tem absolutamente nada a ver com nosso trabalho”, isso era quando eu tinha produtora, não era nem com a Chili atual, falei “Se vocês quiserem falar sobre isso estou à disposição, se quiserem discutir outras opções” porque tipo assim a gente fazia vídeo e o cara tava pensando em colocar holografia no evento, eu falei “Gente o que isso tem a ver comigo?” e aí acho que essa foi a pior porque além de tudo no fim eles acabaram fechando né mas tipo assim eu falei “Vocês estão de sacanagem, me chamaram aqui e o que eu vim fazer aqui?” e depois acabou fechando e tal mas acho que foi a pior reunião que eu participei na minha vida porque foi uma reunião que eu claramente não precisava participar e também não precisava ter pago R$ 200 para ir. Ah eu tenho uma melhor, nossa essa é bem melhor, como eu esqueci? Eu não vou citar o nome da empresa porque vou presa. Uma vez queriam comprar a gente e aí me mandaram pegar um avião e ir até eles, eu não vou falar qual é a cidade porque talvez se eu falar possa rolar alguma associação

Henrique de Moraes – Vão ligar os pontos

Deborah Folloni – É, vão ligar os pontos. E aí eu cheguei lá e na época era uma época em que a gente não tava nadando em dinheiro não, nem hoje a gente tá, a gente nunca tá nadando no dinheiro mas naquela época em especial a gente não estava. Fui pra lá, comprei passagem porque teoricamente eu teria uma reunião com o CEO e com o conselho né e o conselho ficava nessa cidade que não podemos mencionar o nome, vamos chamar de Nárnia só para eu poder citar. Aí eu cheguei lá, cheguei na sala e fiquei que nem o John Travolta assim sabe, eu falei “Ué cadê o board, cadê o conselho que falaram que eu tinha que vir pra cá ver esse conselho?”, aí tinham duas pessoas nessa reunião, uma ficava aqui em São Paulo e a outra ficava em Nárnia e aí eu cheguei lá e falei assim “Não você tá de sacanagem que eu vim pra cá pra fazer reunião com o brother que almoça comigo”, literalmente o cara ficava a sei lá num raio de 5km da Chili aqui em São Paulo. Aí enfim, reunião e tal, voltei para São Paulo e tipo eles estavam fazendo um movimento de M&A e tudo mais com várias empresas tal e não sei o quê e uma foi a nossa e aí eu voltei pra cá e eles falaram “Os próximos passos a gente vai conversar aqui e aí a gente semana que vem volta com vocês”, aí chegou a semana eu falei “E aí gente, eu peguei um avião pra ir até vocês, eu não gostaria nem de estar cobrando uma resposta né, é o mínimo”, eis que uma semana depois eles falaram assim “Todos os nossos processos de M&A foram cancelados e a gente acabou desistindo”, isso depois de uns 4 meses falando com esses caras, de ter ido até lá e perdido, não foi que eu perdi um dia, eu perdi dois, não foi uma hora, foram dois dias porque eu fui em um e voltei no outro né enfim, acho que essa é bem pior que a outra tá, bem pior, custou só um pouco mais de R$ 100, um pouquinho mais, fiquei um pouquinho emputecida nesse dia, acho que essa foi a pior

Henrique de Moraes – Com razão. Se você estiver aí na cidade que não se pode nomear ouvindo, saibam da ira da Deborah, ela está guardando, ela em silêncio vai se voltar contra vocês

Deborah Folloni – É, eu guardo rancor sim tá anotado, eu nunca esqueço.

Henrique de Moraes – Eu ouvi uma história também que foi sensacional que você recebeu uma ligação falando que você tava fodendo o mercado, boa essa também hein, tipo um telefonema ótimo para se receber, foi qual horário do dia essa ligação maravilhosa, gloriosa?

Deborah Folloni – Foi no almoço assim, foi muito engraçado porque antes eu nunca tinha ouvido falar dessa pessoa que me ligou e que hoje é um grande amigo meu, inclusive e aí

Henrique de Moraes – O da ligação?

Deborah Folloni – É, e aí um pouco antes antes eu recebi uma ligação de uma outra pessoa que era do mercado e tal e tinha me falado que eu receberia uma chamada dessa pessoa, uma chamada não ela falou assim “Meu isso aí que vocês tem é a cara da empresa X, isso é a cara deles tem tudo a ver com eles, eles que deviam estar fazendo isso com vocês” e eu falei “Nossa nunca ouvi falar dessa empresa”, e aí passaram sei lá duas horas esse cara me ligou e me soltou essa, falou “Vocês estão fudendo o mercado, olha quanto vocês estão cobrando, que absurdo”, aí eu falei “Eu nem sabia”, de verdade foi ingenuidade da minha parte, eu nem sabia o quanto custava a finalização de um arquivo naquela época, hoje eu sei e tipo não é fudendo o mercado eu encaro de outra forma, encaro que a gente está liberando o tempo das pessoas para elas praticarem, fomentarem a criatividade, é isso.

Henrique de Moraes – Você podia perguntar pra ele “Você pega Uber?”, né é uma boa pergunta, acaba com o argumento da pessoa na hora, “Só pra saber assim você pega Uber ou anda de táxi ainda?”

Deborah Folloni – É porque naquela época ele enfim, a gente teve umas discussões assim mas ele é um cara super querido, a gente se fala até hoje.

Henrique de Moraes – Maravilha, que bom que esse foi pro lado bom e não tá na lista negra, não quero saber dessa lista negra. E o que te causa mais ansiedade hoje em dia?

Deborah Folloni – Olha, acho que não ter controle das coisas, o problema é que a gente nunca tem né mas então a resposta é “estou sempre ansiosa” e acho que a gente, é porque é impossível mapear todas as variáveis, é completamente impossível, quando eu achei que eu tava tendo um pouquinho de controle, pá coronavirus e isso acabou com qualquer argumento né

Henrique de Moraes – Você não tinha planejado?

Deborah Folloni – Você não planejou?

Henrique de Moraes – Não tava no seu pitch deck, nos seus escritos lá?

Deborah Folloni – No caso não estava

Henrique de Moraes – Não sei como você conseguiu esse round não tá

Deborah Folloni – É acabei não prevendo. Sabe na sua análise de SWOT que você coloca lá “ameaças”, ninguém vai colocar coronavirus, agora vocês rodaram, agora tem que por, sempre tem que por la pandemia, furacão, apocalipse, tem que colocar essas coisas porque pode acontecer, então acho que a imprevisibilidade, isso me dá uma certa ansiedade ainda, não é uma coisa que eu fico em paz e falo assim “Ai tá na mão de Deus o que tiver que ser será”, porra nenhuma, quero saber o que vai acontecer. E indefinições porque acho que assim dar errado não tem problema, desde que você tenha se planejado para permitir eventuais erros, agora se você criou uma história de ficção que tudo dá certo porque nunca dá né não importa que empresa seja mas nunca dá certo tudo, me causa uma ansiedade absurda, já me aconteceu n vezes de eu ter um plano e tipo no meio do caminho o plano desviar  e eu não tinha me preparado para aquele desvio e aí gritaria mas enfim com o tempo a gente vai aprendendo a criar espaço para imprevistos para enfim, problemas que podem acontecer no meio do caminho mas isso me deixa muito ansiosa.

Henrique de Moraes – Mas quando você se sente ansiosa tem alguma coisa que você faça pra tentar melhorar, tentar diminuir, baixar a ansiedade?

Deborah Folloni – A sem resposta fácil e simples é que eu sempre ligo pra minha mãe, tenho uma relação muito boa com ela e ela é sempre tipo minha anja da guarda

Henrique de Moraes – Que bom porque ela cuida do dinheiro da sua empresa então que bom que a relação é boa

Deborah Folloni – E de mim, tenho uma relação muito boa com ela e tem um exercício que eu faço quando eu tô muito, muito, muito sobrecarregada mesmo, aí tem um exercício que eu faço que sei lá como é que se chama, diário terapêutico sei lá alguma coisa assim que é um exercício estoico que você pega aí o seu medo e você extrapola ele, qual o pior que pode acontecer? Tipo não sei se você já viu isso em algum lugar mas tem algumas pessoas que falam sobre isso e aí tipo você pensa no pior que pode acontecer e aí você vai só cavando, vou dar um exemplo que possivelmente possa ser um medo corriqueiro no meio que a gente vive, se a campanha dá errado, vamos supor que a campanha deu errado, deu muito errado, você torrou dinheiro, deu 0 reais de retorno, e daí? É sempre você se perguntando “E daí?”, “E daí vou perder o cliente”, “E daí”, tô extrapolando aqui um cenário apocalíptico, “Se eu perder o cliente não vou ter dinheiro para pagar o aluguel”, “E daí?”, e daí eu vou ter que morar lá embaixo da ponte, “E daí se você morar debaixo da ponte, tu vai morrer?”, não tem várias pessoas aqui perto de casa morando debaixo da ponte então está vivo, tipo assim então eu sei que é dramático mas é tipo é isso, já que você tá querendo fazer drama então vamos pensar o pior cenário, o mais catastrófico possível. E aí eu não me lembro onde que eu li isso, talvez tenha sido em algum livro do nosso amigo Tim Ferriss

Henrique de Moraes – Se eu não me engano ele chama isso de “fear setting”

Deborah Folloni – Isso mesmo e aí tem algum cara que ele entrevistou ou ele mesmo que fala que ele passou uma semana dormindo no chão da casa dele com a roupa do corpo, comendo pão e tomando água, não sei se era ele não sei onde que ouvi isso e é tipo basicamente isso, quando a gente tem os medos que a gente tem, medo de não ser abrigo, medo de não ter o que comer, meu sinceramente até aí você não vai morrer, você não vai morrer e tipo então assim, acho que no fim é isso, o pior cenário que pode acontecer você morreu? Não, então tá tranquilo. O pior que pode acontecer é você morrer então se você não morrer tá tranquilo. Tipo acho que às vezes é libertador assim você estar preparado para o pior porque o pior quase nunca acontece, mas é o cenário que você criou na sua cabeça e é isso, se você tá preparado para o pior o que vier é lucro né então às vezes eu dou um choque assim pra dar aquela acordada.

Henrique de Moraes – Sim e curiosamente a gente assim, tem vários planos para quando dá certo né mas a gente até fica com medo de dar errado mas a gente não de fato coloca assim, um planejamento mental pelo menos, “E se der errado? Vou vender hamburger no McDonald’s”, é muito louco isso. E o que nos últimos meses, anos enfim, conforme você tá ficando mais atarefada o que você ficou melhor em dizer não? Claramente para convite de podcast não

Deborah Folloni – Não mesmo, mas isso de propósito assim, eu tenho cada vez mais claros quais são os meus objetivos, os meus e não os da Chili que apesar de parecerem os mesmos não são e assim fica mais fácil você dizer não quando você sabe o que você quer nessa vida então por exemplo nos últimos meses eu decidi investir na construção da minha imagem pessoal, por isso nós estamos tendo essa conversa porque é verdade, eu sei que isso tem um impacto nesse objetivo que eu tenho hoje e realmente, eu só falo não quando sei lá, tô pensando se teve algum podcast que eu falei não mas se for um negócio que não tem nada a ver com meu mundo e tal aí eu falo não porque é a construção da minha imagem pessoal neste universo então isso enfim acho que isso é importante você saber o que você quer fazer da vida porque senão é difícil você saber o que não tá alinhado e o que tá. Eu não era uma pessoa muito boa em dizer não sinceramente não era, mas acho que conforme especialmente ano passado a minha agenda eu falei “Carai tô ficando chique hein” porque antes  se você queria falar comigo você na hora tava sempre livre, agora é tipo maior burocracia do carai, tem que ver e não sei o que, tá ocupado e tal e aí conforme o tempo foi ficando mais escasso eu acho que principalmente reuniões assim tipo porque antas as pessoas queriam me envolver nas reuniões como se estivessem me fazendo um favor e não é um favor, é um favor você me excluir da reunião, eu vou agradecer do fundo do meu coração se você não me colocar nela a menos que a minha presença seja imprescindível e não é “Nossa a Deborah tá ficando enjoada aí hein” não é enjoo é porque assim, se eu faço essas coisas eu tenho que trabalhar até meia-noite todo dia senão eu não consigo entregar tudo que eu tenho para fazer então eu tenho principalmente reuniões eu diria que são as coisas que agora tenho mais facilidade para falar “Me inclua fora dessa pelo amor de Deus, não me chama pra participar disso, se precisar estou à disposição mas se eu não precisar participar por favor não me coloca” e isso eu tenho tentado cada vez mais porque eu sei o que tenho pra fazer e sei que depois sobra pra mim, então tenho tentado e tenho estimulado as pessoas a fazerem o mesmo. Tem um menino que trabalha comigo que eu amo de paixão que é o Evandro e ele como eu dou espaço desde o começo pra fazer isso tem muita reunião que ele fala “Eu tenho que participar dessa?” aí eu falo “Não” e é bom porque tipo isso cria uma cultura de tipo “Não sou obrigada sabe?” e isso a pessoa não é mesmo então eu acho que eu tenho melhorado, eu não sou muito boa de dizer não às vezes tá, depende do que, eu era melhor pra falar não para sair, era mais focada, hoje se eu saio porque às vezes eu saio no meio da semana aí vou acordar tarde, não consigo fazer minhas coisas mas ás vezes eu falo “Porra mas eu não queria estragar minha rotina” mas enfim prioridades mas com o trabalho eu tenho aprendido a dizer não sempre.

Henrique de Moraes – Boa, é importante cara, faz muita diferença né. E no início a gente quer participar de tudo e depois vai vendo “nossa que merda que eu fiz porque agora tá todo mundo me querendo em tudo”, é complexo porque aí você tem que destreinar as pessoas, acho que cliente especialmente, lá na agência tenho sofrido muito com isso de eu sempre participei muito de planejamento com cliente e não sei o que e agora eu fico assim “Como é que eu faço pra essas pessoas entenderem que elas não precisam de mim, que tem pessoas na agência que são melhores do que eu pra fazer o que elas precisam?” só que elas acostumaram né e falam assim “O Henrique não vai participar não? Adoro os insights do Henrique” não, você tá acostumado, é diferente porque você participou de muitas reuniões comigo mas não precisa mais de mim enfim, difícil. Quanto do seu sucesso atual porque você tem um sucesso, uma trajetória incrível, você acha que você você atribui à sorte e quando você atribui ao seu trabalho duro?

Deborah Folloni – Legal. Ah eu diria que 80% é trabalho e 20% sorte, eu acho que tem até uma frase de uma personagem de Os Incríveis, sabe Os Incríveis? Sabe a Edna Moda? Ela fala assim “A sorte ajuda quem se prepara”, no contexto que quando o Senhor Incrível quer que ela bote uma capa nele e ela fala “Nada de capa” e aí ela fala essa frase “A sorte ajuda quem se prepara” e é literalmente isso apesar de ser um desenho infantil mas é muito verdade porque a sorte ajuda é claro tipo por exemplo, eu conheci o meu primeiro investidor no elevador, uma puta sorte né entrei lá no elevador e dei de cara com um investidor, realmente bem na hora que ele entrou, muito legal entretanto se não estivesse preparada pra fazer um pitch para ele, se eu não tivesse preparada e tudo mais a sorte sozinha não teria mexido nenhum ponteiro nesse contexto então tipo assim acho que a sorte às vezes ela dá aquela ajudinha né mas se você não estiver preparado para receber essa maré de sorte possivelmente não vai dar em nada.

Henrique de Moraes – Sim, totalmente. Hoje eu vi um pessoal falando sobre isso, sobre você aumentar a superfície de contato onde a sorte pode cair sabe, se você não estiver se movimentando cara, muito difícil acontecer alguma porque você não vai estar nem atento né, faz total sentido. Se você pudesse falar o seu de 10, 15 anos atrás, 10 anos né porque 10 anos é o iníciozinho de dieta, Chiligum, tudo junto, disciplina ali hard na rotina, o que você diria pra Deborah lá de trás, isso se você for a Deborah por favor já que talvez eu não esteja falando com a Deborah, vou fazer essa piada até o último minuto de podcast, já tô perdendo a graça

Deborah Folloni – E as pessoas vão ficar com muitas dúvidas, ninguém vai ter certeza até o fim se era eu mesma ou não.

Henrique de Moraes – Mas se você pudesse falar pra Deborah de 10 anos atrás, começando a trajetória assim, alguma coisa para ela ter mais calma, o que seria?

Deborah Folloni – Eu acho que assim, o sucesso leva tempo, é isso tipo, é que a gente é inundado por notícias que mostram um ponto de vista da realidade que não é normal, tipo exemplo, cansei de ver no Instagram os moleque de 10 anos faturando um milhão por mês, colocam de um jeito que parece que é normal isso, não é normal, é tipo 0,00001 por cento das pessoas que fazem isso sendo que metade mente então tipo assim, é verdade só que você acha que é normal e aí tipo eu pelo menos sou uma pessoa que tinha muito o hábito de ficar me comparando muito com os outros e aí você fala “Pô como assim, tipo o caar tem 5 anos a menos que eu e já até na época que comecei eu era nova até, o cara mais novo tá voando eu tô aqui patinando e tal”, primeiro que você se tá falando a verdade, teve uma situações que eu passei que agora a primeira pergunta que eu faço, antes eu era muito ingênua, tudo que falavam eu acreditava, agora a primeira pergunta que eu faço é: primeiro é verdade? Temos argumentos para sustentar que isso que ele está afirmando é verdade? Esse é o primeiro ponto, se você falar que sim beleza aí você tem que se perguntar “A pessoa passou pelas mesmas coisas que eu?”, exemplo o pai dele é dono do não sei do que, pronto já deixou você no chinelo e já tá partindo de outro patamar né, óbvio que não é isso mas eu digo assim, o cerne é você ter paciência porque construir coisas grandes levam tempo, acho que é isso não existe overnight success, pode parecer que sim mas não existe, só se você ganhar na loteria ou se você entrar no Big Brother, é isso.

Henrique de Moraes – Verdade. Deixa eu te perguntar uma coisa, das perguntas que eu te mandei anteriormente, tem alguma que você queira responder muito resque eu te mandei inteiramente tem alguma que você queira responder muito ou você acha que a gente pode encerrar por agora?

Deborah Folloni – Deixa eu ver

Henrique de Moraes – É porque eu já encerrei uma vez e uma pessoa falou assim “Pô mas eu me preparei, queria tanto falar sobre tal coisa”, eu falei “Não você pode falar, desculpa, eu tô só tentando não tomar mais do sem tempo”

Deborah Folloni – Eu tô vendo porque tiveram algumas coisas que eu já te falei, mas você tinha aquela pergunta se eu tinha algum hábito incomum que eu gosto, depois que eu li, sei lá onde é que eu li isso mas achei legal tentar. Eu não sou uma pessoa muito religiosa do ponto de vista de praticar a religiosidade, eu acredito que existam coisas maiores do que a gente mas eu não sou uma pessoa muito religiosa e aí eu não tinha muito o hábito de rezar e tudo e aí eu comecei a escrever todo dia de manhã, eu tento escrever coisas pelas quais eu sou grata e eu tento fazer disso a coisa menos mecânica possível então tipo não pode ser assim “saúde”, não pode ser um negócio tão manjado assim, tem que ser, eu tento me esforçar para pegar coisas sutis que aconteceram no meu dia e que pelas quais eu sou grata porque eu percebi, principalmente como você mesmo colocou agora há pouco, quando você tá na bad o tempo passa devagar e quando você tá numa maré, quando você está bem-sucedido porque ninguém é, você está, as coisas ficam meio efêmeras, as coisas passam batido e aí assim eu percebi que ano passado foram tantas bênçãos que eu tive na minha vida que eu não tinha tempo de assimilar as coisas boas que estavam acontecendo, tipo as coisas boas eu não conseguia processar por que era tanta coisa boa uma atrás da outra que às vezes passava e eu nem valorizava o que tava acontecendo, nem dava o devido, nem desenvolvia o meu músculo da gratidão por eu ter aquilo e aí quando eu comecei a fazer isso de registrar e tipo, geralmente quando você começa a fazer isso geralmente você começa agradecendo assim “Ah meu apartamento, meu carro, comida”, você agradece pelas coisas que você tem, pelo menos eu né tipo eu comecei com uma visão um pouco mais materialista que tudo bem é uma forma de agradecer, não é ruim não mas aí depois você começa a agradecer por coisas que não são coisas, ou situações que podem ser muito pequenas, tipo por exemplo a Dalva que trabalha aqui em casa que tá comigo e com a minha família desde antes de eu nascer, eu agradeço literalmente todo dia que ela vem na minha casa, eu agradeço por ela limpar a minha casa, não é porque eu posso ter uma empregada, eu agradeço por um, ter uma pessoa que eu amo de paixão que trabalha na minha casa, eu fico emocionada porque realmente gosto muito dela e porque ela faz as coisas com muito carinho então tem certas coisas que, tipo isso é um negócio minúsculo, um negócio pequeno que passa batido se você não parar em algum momento pra você refletir com relação às coisas e as bênçãos que você tem na vida, sua vida vai passando e você fica com um vazio que você não sabe o que que é e depois que eu comecei a fazer isso eu me tornei uma pessoa assim muito menos consumistas, tipo muito menos, antes eu morava com os meus pais eu sei nem como eu fazia isso quando eu morava com meus pais há uns 3 anos atrás eu ganhava assim meu pró-labore sinceramente não mudou muito de lá para cá e eu conseguia gastar quase tudo que eu ganhava morando com meus pais, aí eu vim para cá, eu tenho todas as contas aqui para pagar e ainda sobra dinheiro, porque tipo antes assim eu tinha “Ai eu tô com um vazio aqui vou no shopping Iguatemi” e você fica buscando felicidade em coisas e em situações, no seu próximo passo, se você tipo não para para apreciar as coisas que você conquistou, as coisas que você tem, nada vai te deixar feliz e acho que isso ajuda você a tipo curtir assim a jornada sabe porque se você só fica olhando para o destino final, diga-se passagem o destino final seja lá qualquer que seja ele pode nunca chegar na sua vida né então você vai passar a sua vida inteira procrastinando sua felicidade, então eu acho que isso foi um hábito que eu adquiri nos últimos 3 anos eu acho e que foi sem querer, não sabia que ia ter todo esse impacto mas realmente muda a vida, é muito bom.

Henrique de Moraes – Sim, cara primeiro obrigado por ter compartilhado assim

Deborah Folloni – É, os brutos também amam

Henrique de Moraes – Mas é um hábito que eu acho super, super importante, eu vou até dividir uma história aqui com você já que rolou uma parte mais emocionante, eu vou dividir também um momento. Eu comecei também a fazer essa prática tem acho que um ano e meio, dois anos e comecei muito porque eu via tanto algumas pessoas falando que eu “Ah vou fazer” e assim, sem expectativa nenhuma comecei a fazer de manhã e tal, também seguindo essas recomendações de tipo tentar pegar coisas então eu dividia em categorias, falava sobre realização pessoal, coisa pequenas do dia a dia e alguma coisa macro né que aí eu podia enfim, comecei a fazer isso todo dia e comecei a sentir uma diferença assim, eu fui sentindo, você começa a reparar algumas coisas sabe, reparar mais em detalhes sabe, coisas do seu dia a dia, um café, eu faço café todo dia, compro o grão e moo e o café fica gostoso e eu fico “Caralho olha só que legal, eu faço esse café que tipo quase ninguém mói o café e tem o hábito” enfim você começa a reparar umas coisas assim. E aí um dia eu tava numa situação em que eu tava com a família da minha esposa e a gente parou num lugar em que eu tava, meu ângulo, meu ponto de vista era o oposto do que eu tinha estado alguns anos atrás assim, de onde eu tava né, imagina se você estivesse numa estrada e dentro de um carro, como se fosse essa diferença e não só isso, quando eu tava no outro lado, nesse outro ponto de vista como se estivesse do lado de fora assim eu tava num relacionamento que era meio tóxico sabe tipo, posso falar que era tóxico de verdade assim, não era bom pra mim, não me fazia bem e então eu tava numa viagem com essa pessoa num lugar e de repente quando eu me vi eu tava olhando assim pra coisas acontecendo e passando e falei assim “Será que um dia eu vou estar naquelas posição ali?” e eu tava com a família da minha atual esposa que tipo cara, a família dela é sensacionalíssima assim, são pessoas que eu amo demais e que me acolheram de uma maneira incrível, com minha esposa atual que é uma pessoa sensacional, um relacionamento que eu não acreditava que eu teria sabe, especialmente me colocando na posição onde eu estava antes e num lugar onde eu falei assim “Será que um dia eu vou estar ali, naquele lugar ali?” e eu tava assim a gente parou sem querer nesse lugar que eu consegui olhar pro lugar que eu tava antes e sabe não só físico mas no psicológico e tudo assim e desabei, saí da frente da família da minha esposa

Deborah Folloni – Coloquei meus óculos escuros e fingi que nada aconteceu

Henrique de Moraes – Isso, exatamente mas comecei a chorar e ficava assim “Caraca”, se eu não estivesse fazendo esse exercício eu não teria reparado sabe, não teria percebido o privilégio que eu tinha, as mudanças que tinham acontecido na minha vida sabe, muitas graças à mim que tive a coragem de sair de um relacionamento que não era bom e de investir muito num relacionamento saudável porque tipo minha esposa ela não me queria no início, muito no iniciozinho ela tinha acabado de se separar, tava querendo curtir a vida e eu insisti então essas coisas que você faz isso e assim, pela sorte também né então eu recomendo muito assim tipo eu já fiz um post sobre isso, botei no LinkedIn, na época tinha Instagram e botei no Instagram também, foi até um dos posts que teve mais repercussão positiva assim inclusive, curiosamente porque de fato faz muita diferença assim no dia a dia, é uma mudançazinha muito pequena e cara leva pouquíssimo tempo, dá para fazer em 5 minutos e assim é como juros compostos né, você não vai perceber isso na primeira semana, talvez na segunda um pouquinho e conforme você vai criando o hábito você vai fazendo mais e mais vezes e você vai ficando mais sensível porque você tem que buscar, tem que aguçar seu olhar pras coisas que você precisa prestar atenção.

Deborah Folloni – Acho que a palavra é essa, sensível porque tipo acho que antes eu precisava de coisas muito grandiosas para falar “Nossa como eu estou feliz” e tipo hoje eu percebi que eu preciso de muito pouco, sinceramente. É claro que é bom ganhar dinheiro e tudo mas sinceramente hoje, e não é demagogia assim, eu realmente tenho plena convicção de que o dinheiro literalmente não traz felicidade, claro que é melhor você chorar dentro de um Jaguar por exemplo do que num Celta, é mais confortável mas assim não, sem sacanagem é verdade, não traz felicidade, tipo você pode ter todo dinheiro do mundo e não se sentir feliz e eu sei porque tipo assim já tive épocas quando eu era mais nova que eu ganhava um bom dinheiro principalmente para a idade que eu tinha, que eu digo assim, eu me sentia “rica” no meio dos meus amigos porque realmente ali tipo o pessoal tava fazendo estágio, ganhando R$ 1000 por mês e eu tirava uma bela grana então tipo, pros 19 anos que eu tinha eu tinha uma certa prosperidade e tal e foi uma época em que eu tava super infeliz, não tem nada a ver, absolutamente nada a ver com dinheiro. Acho que o dinheiro é uma consequência e você precisa enfim, todo mundo tem boleto para pagar e tal mas eu acho que assim, é uma consequência do impacto que você causa então tipo, e o impacto para mim, o reconhecimento, isso tem muito mais valor que dinheiro, não dá para comprar isso, ontem eu recebi, a gente botou uma plataforma nova na Chili de engajamento, tipo ima intranet, uns negócios de feedback e tal aí ontem eu recebi um feedback de um amigo que trabalha com a gente que é meu irmãozinho, está comigo faz 4 anos, que foi tipo um puta feedback legal assim, uma pessoa super querida, uma pessoa que não costuma se expor muito mas que foi lá abrir o coração, eu falei “Gente, eu vivo pra isso”, cara se eu tivesse um  véio da lancha me bancando aqui eu viveria de reconhecimento e depoimento das pessoas e de impacto que eu gostaria de causar na vida das pessoas mas isso não tem preço, acho que essa é uma prática assim, no começo é o que você falou parece muito romântico mas quando você começa a viver isso realmente e você tipo agradeceu de repente pela sua esposa, toda vez que você estiver com ela agora você vai olhar e falar assim “Caraca meu Deus, que sorte que eu tenho de ter essa pessoa do meu lado” e se você não para em nenhuma momento para reconhecer isso tipo, as coisas vão passando batido para você.

Henrique de Moraes – Totalmente. Bom, acho que é um excelente lugar pra gente terminar, queria só antes te pedir para falar assim pra quem quiser de repente falar com você, te mandar uma mensagem, uma pergunta, se tem algum lugar que você prefira pras pessoas te buscarem, alguma rede social que você seja mais ativa.

Deborah Folloni – Ah o PIX, se quiserem mandar um PIX manda uma mensagem

Henrique de Moraes – Com dinheiro especialmente

Deborah Folloni – Com fundos, aí a gente conversa. Zoeira, eu geralmente tô no Instagram, costumo compartilhar bastante coisa do meu dia a dia lá,meu Instagram é @dfolloni

Henrique de Moraes – Tô achando que não é nem irmã, tô achando que é uma terceira pessoa aí que veio porque sei lá, a irmã saberia o sobrenome

Deborah Folloni – Eu fiquei nervosa

Henrique de Moraes – Maravilha, Instagram e ?

Deborah Folloni – Ah tem o LinkedIn também mas é que Instagram é onde eu costumo estar mais presente

Henrique de Moraes – Deborah, obrigadaço pela sua participação, obrigado pelo seu tempo, obrigado por todas as dicas e pela generosidade, foi demais, muito, muito obrigado mesmo

Deborah Folloni – Obrigada você pelo convite Henrique, e não só pelo convite mas por você ter acho que assim, eu gostei muito da maneira como você preparou, da condução das perguntas, você também é uma pessoa super simpática, deixa a pessoa à vontade e acho que isso faz toda a diferença pra pessoa conseguir abrir o coraçãozinho peludo né, mas não de verdade foi muito legal, muito legal mesmo.

Henrique de Moraes – Que bom, obrigado, agradeço bastante o feedback, feedbacks são sempre importantes, obrigado

Deborah Folloni – Foi ótimo

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