Dani Junco é especialista em marketing com foco em branding, canais de venda e gestão de comunidades.

hoje ela é CEO da B2Mamy, uma aceleradora que conecta mães empreendedoras ao ecossistema de inovação e que surgiu a partir de dados da consultoria Robert Half que revelam que, em 85% das empresas brasileiras, menos da metade das funcionárias retornam à vida profissional após a licença maternidade.

quando eu conheci o trabalho da Dani me apaixonei de imediato. não só pelo propósito importantíssimo por trás do que ela vem fazendo, mas também pelo seu jeito, que é um mix de resiliência inabalável [não atravesse seu caminho] com uma uma transparência e autenticidades difíceis de se ver, mas que contraintuitivamente se coloca super vulnerável, abrindo todas suas “fraquezas” sem o menor pudor.

a Dani tem uma trajetória profissional e pessoal que vale a pena conhecer mais a fundo e que a gente explorou bastante ao longo do episódio!

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Tim Ferriss
  • Seth Godin
  • Brené Brown
  • Rafael Maretti
  • Nilima Bhat
  • Karen Kanaan
  • Simon Sinek
FRASES E CITAÇÕES
  • “Dê o que te transborda” – Dani Junco

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

Henrique de Moraes – Olá Dani seja muito, muito bem-vinda ao calma!, eu estou felizaço de te ter por aqui, vai ser um prazer já tô ansioso aqui para mergulhar na imensa quantidade de perguntas que eu tenho aqui para te fazer hoje.

Dani Junco – Feliz demais Henrique, obrigado aí eu acho que é bem sugestivo o nome do programa né, “calma!”, bacana.

Henrique de Moraes – É engraçado, todo mundo comenta e a gente começa com uma piadinha falando “Tô precisando de calma também”, eu falo “Eu também”

Dani Junco – Todo mundo eu acho

Henrique de Moraes – Todo mundo, no final é uma busca né. Muito bom, vamos lá, vou começar então já mergulhando aqui e a primeira pergunta que eu vou te fazer é sobre um post na verdade que eu vi hoje, inclusive sobre celebrar pequenas vitórias né e eu queria te perguntar assim porque você criou esse hábito, quando que essa rotina surgiu na sua vida?

Dani Junco – Na verdade ela é uma rotina que eu comecei a perceber um pouco depois da maternidade mas nem foi isso, foi um pouco depois que eu comecei a estudar um pouco mais sobre a nova economia sabe Henrique, e eu percebi que antes os movimentos não eram factuais como a gente chama, você tinha um fato e aí você recorria a esse fato e aí a partir daí né, eu lembro de criar projetos que eles tinham sei lá, cinco anos aí você começava num ponto e só podia ficar feliz no final do ano se tinha o PLR, sacou? Eu lembro que ficava uma vida inteira tentando alcançar uma coisa que só ia ser vista lá no final do ano e isso faz uns 7 anos, 8 anos pra cá que eu falei “Cara porque a gente não comemora pequenas coisas, pequenos passos, até empreender mesmo?”, então é pra esse olhar assim, a gente tem que comemorar os fatos que vão acontecendo durante nossa jornada pra não perder a vista né porque do que a gente é feito né, a gente não é feito no ponto B, mas foi um reforço da minha mente condicionada a grandes projetos sabe.Só sou feliz quando o carro tá todo pronto né e não comemorar peças se encaixando.

Henrique de Moraes – Exatamente. O que você chama de “A nova economia”? Acho que eu tô meio por fora

Dani Junco – A nova economia é um conceito aonde você olha pro jeito de girar a economia, então economia, o posicionamento dela é gerenciar seus recursos escassos, então antes da Revolução Industrial a gente gerenciava os recursos escassos pilhando né, deixando pra uma massa só da sociedade, olhando só pra um único lugar e isso era muito ruim então a gente tem muita desigualdade. Na nova economia o compartilhamento e a colaboração é muito forte então tem vários exemplos de negócios que giram na nova economia, que você precisa compartilhar um carro, compartilhar um apartamento, compartilhar uma casa, compartilhar uma babá né e eu acho que agir nessa nova economia, nesse novo lugar aonde confiança é a base, então a nova economia tem a base como confiança, antes você conseguia pensar “Ah vou colocar minha filha ou vou entrar num carro de um estranho”, não era estranho? Então agora isso tá muito baseado na confiança e confiar é esperar que o outro vá fazer a parte dele na hora certa, então é girar a economia baseada em confiança. Então a B2Mamy nasceu muito nesse lugar e as coisas que eu faço e acredito estão nesse lugar também.

Henrique de Moraes – Show. Deixa eu te fazer uma pergunta então ainda sobre esse hábito, celebrar pequenas vitórias, você tem alguma rotina ou metodologia que você segue por exemplo, você faz algum exercício ou alguma coisa, como é que é isso no seu dia a dia?

Dani Junco – Eu faço, eu sou muito do check list, da listinha, do ritual né, depois que eu li “O milagre da manhã” eu tenho muito um matinal de agradecer, da gratidão assim das coisas que aconteceram no dia anterior, mesmo que me machucaram e fossem pra me ensinar em alguma coisa, então eu acordo com uma gratidão sempre, eu acordo e falo “Obrigada por isso” especificamente né então por exemplo “Obrigado por eu ter ficado com dor na coluna ontem e ainda ter minha mãe pra me trazer um remédio” então acho que  isso é muito poderoso. Então isso é uma das coisas, a outra eu jogo bola, jogo vôlei 7 horas da manhã então eu agradeço muito por meu corpo estar nesse lugar né, então tenho algumas rotinas que não deixo de seguir e eu uso, falando tecnicamente, taticamente uma técnica chamada Bullet Journal, que eu consigo me organizar o meu dia no dia anterior e eu incluo a gratidão e a comemoração no meu caderno, então “hoje eu vou comemorar algo específico” e aquele post foi de um dia de comemoração.

Henrique de Moraes – Perfeito, muito bom. Acho que esse é um hábito que pouca gente tem né e eu acho tão importante, eu comecei também acho que há alguns meses atrás na verdade um exercício que se chama “5 Minute Journal”, que é o “Diário de 5 minutos”, que existe um diário de fato que você pode comprar mas é um absurdo de caro, não faço isso, eu só pego um caderno e anoto também três coisas que eu sou grato por, pro meu dia ser incrível 3 coisas que deveriam acontecer enfim, tem todo um ritualzinho né pra fazer toda manhã e depois no final do dia você faz um check out ali né e o faz muita diferença porque é isso, você começa, você enxerga as coisas que estão acontecendo com mais clareza, você começa a perceber as coisas que acontecem de bom na sua vida e ao seu redor e você começa a ter uma sensação, a sensação de gratidão vem aos poucos né, você vai construindo assim, é engraçado, é impressionante como vai mudando a sua percepção das coisas

Dani Junco – Eu falo pras meninas que estão empreendendo aqui né, tem que ter o primeiro hambúrguer, o primeiro carro, primeira corrida, primeiro vôo, tudo teve o primeiro, se acalmem, vamos olhando pros passos, pros primeiros 200 m.

Henrique de Moraes – Verdade. Bom vou aproveitar esse gancho enfim, acho que além de tudo né tem isso que você falou, às vezes a gente fica muito focado ali nas grandes realizações que foi até o que você falou que fez você mudar um pouco a sua rotina, que by the way essas metas normalmente são meio arbitrárias né e aí o que acontece, você acaba colocando em você mesmo aquele antolho né, que é aquele acessório que os cavalos usam para olhar só para frente e você acaba esquecendo de enxergar as outras oportunidades que vão surgindo porque você está tão focado naquela meta grandona e tá tão focado naquele sonho que você quer chegar, que você acaba não percebendo as oportunidades que vão surgindo e eu sei que a história da B2Mamy ela passa por diversas transições né e eu queria saber assim do início ali até hoje quais foram as premissas mais erradas que você teve e quais foram as coisas que você mais estava completamente fora do caminho que mudou completamente hoje?

Dani Junco – Interessante né mas porque assim a B2Mamy começa muito organicamente então você não consegue ver nada certo e errado sabe é orgânico no começo, depois tem várias coisas erradas e tudo começou porque eu senti realmente assim, não tem como deixar isso mais aterrissado né mas eu senti que quando o Lucas chegasse pra minha vida as coisas iam mudar drasticamente e não só logística e infraestrutura de dinheiro, eu comecei a ter um comichão, porque eu tava fazendo o que eu tava fazendo, sabe Henrique? Tipo “Porque eu tô fazendo o que eu tô fazendo?” e aí eu senti que ele me fez uma pergunta mesmo, que é “Mãe porque você trabalha?” que eu fiz meu TED Talk né, então o porquê que ele quis ali saber era porque que eu fazia o que eu fazia no sentido de qual era minha motivação, e eu não senti nada sabe, morta. O interessante era que eu já entendia antes, as mulheres fazem a transição de carreira naturalmente depois da maternidade mais de 70 % das vezes, mas eu já empreendia e aí eu percebi que o que eu tava fazendo também como agência de marketing e lançamento de produto não era o que eu queria fazer para o resto da minha vida com ele junto sabe, então se eu puder falar de um erro, de um grande erro no começo foi ficar muito tempo achando que aquilo era muito pequeno sabe, muito irrisório, muito sonhador. Eu fiquei pelo menos alguns meses ignorando esse chamado sabe Henrique porque não combinava do jeito que o mundo tá em relação ao dinheiro e à produção e vamos daqui pra frente sabe então eu ignorei completamente aquele chamado, guardei pra mim, não fui vulnerável de falar “Nossa tem algo aqui, não sei o que é ainda, não consegui dar contorno” então acho que um primeiro erro foi abafar quem eu sou e o que eu queria com medo de julgamento em relação “Tá louca, coisas de mães? Mas que coisas de mães?”, sabe assim? Esse foi o grande erro, poderia ter sido muito mais rápido se eu tivesse confiado rápido em mim também, na minha intuição, no meu feminino né e eu demorei demais, acredito que milhares de mulheres que vão nos ouvir também estão demorando nesse momento, esse foi um erro bem importante do começo da B2Mamy

Henrique de Moraes – É engraçado né porque, eu ouvindo suas entrevistas, até seu TED Talk, vídeos enfim, você sempre parece muito durona né assim, no sentido de “Vai lá e vai pra luta e vai pra cima mesmo de tudo” e ao mesmo tempo você me parece hoje em dia até abraçado também esse lado muito vulnerável de falar sobre essas coisas de uma maneira muito aberta, como é que aconteceu isso? Você sempre falou essas coisas dessa maneira ou isso foi uma transição também depois da maternidade?

Dani Junco – Eu era bem escrota no meio corporativo, eu tive que ter atitudes complicadas pra conseguir lutar no mundo corporativo principalmente, então às vezes eu olhava uma situação depois de anos e falava “Cara estou sentindo que não é por aí” isso não tinha espaço, uma coisa dessa, como é que você vai falar, “Como assim tá sentindo?”, “Não sei, o lé com cré aqui esse meio escrito mais outro cenário lá eu acredito que issp nõ vai pra frente do jeito que a gente imagina, eu acho que a gente tem que colocar essa cláusula no contrato”, não tinha espaço pra coisas assim. A maternidade sem sombra de dúvidas trouxe essa potência vulnerável de ser quem eu sou. Por exemplo, uma história, veio a pandemia e eu tinha acabado de abrir o espaço, a Casa B2Mamy e aí eu lembro de ir para o banheiro chorar mesmo e falar “Fudeu”, “A gente morre se ficar nesse cenário”, lá em Março e eu lembro, meu time tava esperando uma reunião sabe, 22 pessoas, todo mundo esperando “O que a Dani vai fazer?”, aquele sentimendo de “E agora, nós vamos pra onde?” e eu entrei no banheiro e chorei, a minha mãe me chama de volta e falar “Filha, agora preciso de uma líder”, vem dessa força nordestina sabe, “Daqui a pouco você chora de novo mas agora eles estão te esperando” e eu abri a reunião falando “Não faço a mínima ideia de pra onde a gente vai, a gente vai ter que criar essa estrada juntos, porque eu não faço a mínima ideia” e isso eu não falaria de jeito nenhum antes da maternidade, eu ia ter que correr pra prancheta, fazer milhares de planos, levar uns 6 cenários e falar “O que vocês acham? Vamos por aqui ou por aqui?” e eu tenho isso às vezes quando eu tô mais segura mas quando eu tô insegura hoje eu falo pras pessoas “Tô insegura, não sei o que fazer”, “Não entendi”, “Fiquei com medo, não sei gente”, eu pego rápido depois também, não fico também lutando muito, mas depois falo “Ah já sei, vamos pra cá” mas com certeza ser mãe me deixou mais livre pra ser quem eu sou.

Henrique de Moraes – Esse ponto da vulnerabilidade ele é engraçado assim eu acho pelo menos, porque eu vejo que muita gente hoje em dia fala sobre isso, se tornou uma palavra da moda desde a Brené Brown e assim, aparentemente as pessoas até entendem o que significa e que assim, graças a Deus eu acho, as pessoa estão começando a ser um pouco mais compassivas né consigo e estão percebendo que é ok não ser foda o tempo inteiro, que como você falou uma vez, é ok não querer passar o tempo inteiro com seus filhos ou pro homem que é ok você ter sentimentos e demonstrar sentimentos enfim e por aí vai mas a sensação que eu tenho é que tem um paradoxo aí né que é tipo muita gente pratica a vulnerabilidade da porta para dentro ou seja, pra você se perdoar, pra você se aceitar e fazer esse tipo de coisa mas pouca gente de fato transparece isso no dia a dia né e se você for pra esse lado, pro mundo no do Instagram principalmente você vai ver a ditadura do “Sou foda pra caralho” , são super mãe e pais, super empreendedores, super esportistas enfim, todo mundo foda pra caralho e pra minha essa postura não ajuda ninguém assim porque só causa ansiedade nos outros, sabe?

Dani Junco – E não conecta, porque tem coisa que mais conecta do que a desgraça? “Não bati também a meta”, “Putz aqui tá fogo”, desgraça conecta. Eu tava com o Rafa da Base Colaborativa, que aliás é uma pessoa super legal pra você também entrevistar nesse lugar da nova economia, e o Rafa falou um negócio assim pra mim “Dani o antagônico de competir é colaborar. Pensa assim, eu tô aqui na sua frente, se eu começar a reunião e falar assim ‘Dani tudo que você vai fazer aqui comigo, você não pode cortar minha jugular, vou morrer ok, não vai dar certo’, a chance de você falar ‘Então tá Rafa se você colocar aqui no meu tendão de aquiles, eu também vou morrer, vamos reservar essa parte então?’, ‘Vamos’”, tudo que partir daí é muito legal porque eu já te falei “Se o golpe for aqui eu tô morta, eu perdi já” é tão poderoso isso que na hora que eu vou em grandes processos, isso é muito vulnerável, muito poderoso porque cara tem que ser uma pessoa muito desgraçada né pra você saber exatamente o que vai fazer a outra cair e você ir lá e fazer. E o mais legal é que ele fala “Eu não tenho medo porque fala mais da pessoa do que de mim, vou perder o que, dinheiro?” tô trazendo pra um negócio mais de violência mas eu quero dizer no mundo corporativo mesmo, no trabalho, no empreendedorismo mesmo

Henrique de Moraes – E assim, o normal é isso né, pelo menos o normal antigo que a gente tá tentando mudar é as pessoas de fato passando por cima mesmo e não quer saber, é qualquer coisa pra se dar bem e conseguir dinheiro, essa é a cultura que a gente vinha né, que a gente aprendeu pelo menos, de empreendedorismo.

Dani Junco – É muito, e eu vou falar que teve um pouco do reforço do feminino também nisso porque durante muito anos mulheres foram ensinadas a competir pelo marido por conta das terras, se for estudar um pouquinho lá pra trás ter um bom marido era muito importante porque a gente não podia comprar uma terra e fazer uma fazenda, era proibido, a gente não podia escrever um livro, a gente não podia votar, a gente não podia fazer nada se não tivesse um marido assinando que a gente pudesse viajar, então casar bem era extremamente relevante e isso fazia, se você pegar um filme mais de época, as mulheres ficam o tempo inteiro intrigando pra ver quem vai ficar com o rei, o príncipe, o visconde então é muito interessante, assisti Bridgerton esses dias e aquela discussão das mulheres para ver quem que fica com o Visconde é por conta da liberdade e não precisa mais e isso que é o mais legal, a gente não precisa competir por isso mais então a gente consegue hoje colaborar, o que é fantástico.

Henrique de Moraes – Sim, como é que você enxerga assim essa diferença, essa caminhada rumo à um empreendedorismo, não só empreendedorismo mas um mercado de trabalho mais equilibrado, mais proporcional em relação à mulheres em cargos de liderança, você enxerga com otimismo ou você acha que tem muita coisa ainda pra evoluir, como que tá isso na sua cabeça?

Dani Junco – Primeiro ele passa pelo feminino de novo, não é homem e mulher tá, ele passa por uma liderança mais feminina, mais intuitiva, mais orientada à pessoas, mais interessado em pessoas porque quando acontece por exemplo o coronavirus e a gente tem que ir todo mundo pra casa, as empresas não aceitaram a entrada na casa das pessoas, então teve um desrespeito em relação às pessoas, aí pelo nosso governo, pelo governo que acabou de mudar agora nos Estados Unidos, você percebe que esse espaço do ditador e das guerras, eu sinto de maneira otimista que a gente consegue fazer diferente então assim, o que a gente precisa olhar não é que a gente vai salvar tudo agora sabe tipo “O equilíbrio entre feminino e masculino” de novo, eu tenho muitos aspectos do masculino na minha liderança tá, o que é bom em várias horas mas quando você fala que a era é dos estudos significa que a era é da estratégia, era da conversa então o que eu acho, eu acredito, a gente tá conduzindo inclusive uma pesquisa com a Endeavor pra mapear esse ecossistema de mulheres em relação à altos cargos e startups no Brasil, acredito que é tudo top down então a gente consegue mudar o topo e a gente consegue mudar a base, eu vejo com muito otimismo e eu vejo o empreendedorismo como uma grande oportunidade para as mulheres mudarem, nem que elas voltem pro corporativo de novo sabe mas eu vejo o empreender, você pode ser investidora-anjo, você pode ser board, você pode ser advisor, você pode ser mentora, consultora então as mulheres cada vez mais entenderem que este é um caminho de skills pra poder mudar também o mundo eu acho interessante, pra mim sempre passa por educação, então com muito otimismo eu vejo essa mudança.

Henrique de Moraes – É totalmente, e eu fiquei curioso pra saber como que você navega por esse masculino e feminino que você tem dentro de você né porque, você faz isso intuitivamente, você faz isso propositalmente, você consegue tipo mudar isso a hora que você quer, como é que funciona isso?

Dani Junco – Cara eu tenho estudado muito, eu tenho um clube de leitura só de mulheres né e o último livro que eu li foi “Liderança shakti”, tem um diagrama aonde quando eu tô muito navegando no masculino tem um pulo do gato, eu navego muito no masculino normalmente mas aí quando eu vejo que preciso mudar, a pessoa não tá entendendo, eu tô apertando ela demais, tô muito vermelha como eu falo, muito driver eu preciso respirar e mudar e esse livro traz como navegar nesses lugares e eu acho ele muito fenomenal e sempre funciona, quando eu tô muito vermelha como eu chamo, tô driver demais eu não puxo mais entendeu porque as ideias que vão vir, se elas forem muito etéras vão me irritar, “Mas como você pensou em realizar isso?”, “Isso não tem contorno”, “Pra onde você tá indo?” pronto, acabei com tudo, uma reunião que era pra ser leve, bacana, criativa onde todo mundo colabora eu acabei com ela então eu fico num pólo muito masculino né que ele é agressivo, cruel, mecânico, arrogante, insensível, violento, essa é a parte ruim tá e tem um lado legal da clareza, ele é assertivo, com foco, direção, ordem, disciplina, estrutura então quando eu vejo que é uma reunião que eu não preciso estar nesse lugar e eu tô muito nesse lugar aquele dia porque tenho que bater uma meta ou tenho uma reunião importante eu prefiro adiar, então é consciente. Às vezes não é, às vezes você derruba a mesa, o marido sofre um pouquinho, desconto o masculino bastante nele porque ele tem bastante do feminino

Henrique de Moraes – Ah é? A dinâmica é inversa

Dani Junco – É, uma dinâmica bem inversa, ele vai pro “ar de misericórdia” que a gente chama

Henrique de Moraes – Engraçado, uma vez eu namorei uma menina que trabalha com esportes e eu nunca fui muito fã de esporte, e ela ia pra estádio de futebol pra cobrir e tudo mais, era jornalista e eu tinha na época uma startup pra serviços de beleza feminina

Dani Junco – Olha que barato, é muito legal, imagino a dicotomia né?

Henrique de Moraes – Imagina, era muito engraçado, a gente ia conversar sobre trabalho e ela tava falando sobre futebol e eu falando sobre salão de beleza.

Dani Junco – É muito diferente e muito legal na verdade

Henrique de Moraes – Muito bom. Deixa eu te perguntar, você falou sobre essas reuniões né, que se você estiver muito por exemplo, qual foi a expressão que você usou?

Dani Junco – Driver né, tô muito querendo bater meta, “Tô querendo bater meta gente”, muito irritada

Henrique de Moraes – E vocês tem uma responsabilidade lá que é dificílima né que é de falar a verdade pras mulheres que chegam com os negócios, com as ideias enfim e que algumas vão estar fadadas ao fracasso ali e daqui saem duas perguntas na verdade, como é que você faz isso primeiro sem acabar com a autoestima da pessoa, é possível, você já tem algum método pra isso?

Dani Junco – Excelente pergunta né, a B2Mamy tem essa fama já também, tá Henrique?

Henrique de Moraes – Ah é?

Dani Junco – Eu falo pras meninas que o mundo é binário ainda, que não aceita desaforo, que você pode ser a melhor pessoa do mundo, você pode ser vegetariana a vida inteira e quando o time estiver com fome ele te come, ninguém deve nada pra você, seja agressiva com os números, gentil com as pessoas, o tempo inteiro a gente fala que assim, os números vão te salvar, então o que a gente deixa por exemplo, teve uma reunião, tava no nosso programa, um dos nossos programas, era terceira aula ou quarta, já me conheciam e aí eu já abri falando “Olha gente é uma reunião de vendas, é uma reunião vermelha”, “Não é uma reunião de ‘Ai meu Deus quem eu sou, o que eu quero fazer’, a gente precisa que vocês coloquem o foco e a criatividade o máximo possível agora porque não vai ter espaço para outra coisa”

Henrique de Moraes – Já vem o heads up logo

Dani Junco – Era um número de resposta, “Eu não quero palavras ao vento”, “Quanto crescemos em relação ao mês anterior?”, “13%”, “Não crescemos, ficamo em menos não sei quantos %”, era só essa a resposta, não tem outra, a resposta é um número então o que eu faço, a gente tenta, aí tem módulos que são de saúde mental e expressão e a gente tá aberto pra chorar, então tento deixar elas nos lugares certos porque na hora que elas forem chamadas pra um pitch de investimento elas não tem espaço pra outras coisas, tem que estar prontas, é tipo filho mesmo.

Henrique de Moraes – Verdade, tem uma frase que eu ouvi uma vez que é, um cara ficou sabendo que o amigo ia ter filho e falou assim “Bem-vindo à realidade inevitável”

Dani Junco – Excelente

Henrique de Moraes – É isso né, é totalmente isso, e é a mesma coisa que empreender né, aliás você você fica aí margeando essas duas áreas que são muito romantizadas né, empreendedorismo e maternidade, como é que é isso, como que é lidar com essas duas frentes ou melhor, quais são as maiores fantasias que as pessoas ainda tem relação à cada uma dessas áreas, você tem isso mapeado de cabeça assim?

Dani Junco – Vou juntar as duas então pra você ver as fantasias

Henrique de Moraes – Maravilha 

Dani Junco – “Vou ficar mais tempo com meu filho depois que começar a empreender”, mito, não vai

Henrique de Moraes – Clássico né

Dani Junco – Não vai, “Eu vou ficar rica”, não vai, por enquanto pelo menos não vai, “A minha ideia é incrível, só eu pensei nela”, tem 7 bilhões de pessoas no mundo, não pensou só você, um ego do tamanho do planeta que fala “Eu quero empreender desse jeito, com essa coisa, com esse projeto, desse jeito” mas aí não vende, joga fora, tá ruim a ideia é ruim, ela não valida, ela é ruim, você não é ruim mas a ideia é ruim, então tentar entender que elas são fontes inesgotáveis tanto de maternidade quanto de empreendedorismo mas as ideias são ruins, às vezes elas não param de pé então a romantização de tudo na verdade ela é muito ruim porque, vou dar um exemplo, no Brasil a gente não é interrompido, diferente dos Estados Unidos, então vamos lá, você está prolixa, falando, falando, falando da sua ideia, a pessoa não te interrompe, ele não fala “Só um minutinho, tá muito longo, tô me perdendo” não fazem isso, ou então “Tô entediada já, já nem sei aonde você tá” então na hora que elas vão contar as coisas são extremamente prolixas porque ninguém nunca interrompeu, então para eu não tô interessada em você, ninguém tá na verdade, até que você abra uma conexão entre nós seres humanos, comer, não morrer e transar, na média é isso que a gente quer fazer.

Henrique de Moraes – Totalmente, de preferência uma seguida da outra

Dan Junco – De preferência uma seguida da outra. Na verdade você tá aqui na minha frente ou você tá me interrompendo pra comer um negócio aqui no buffet ou você tá me tirando menos dinheiro porque to precisando, você tá me atrapalhando então vou te falar, eu sou dura na hora que falo isso porque isso é muito romântico, “Eu vou contar minha história pro Henrique e ele vai amar, vai ser incrível a nossa conversa” não, talvez seja e talvez não seja, e tudo bem então é isso que a gente ensina aqui, a ser relevante e apaixonante na mesma medida.

Henrique de Moraes – Boa. É engraçado porque eu sempre empreendi, desde que eu me entendo por gente basicamente e a minha primeira startup que foi essa de beleza, eu tinha que ir para os salões e tentar convencer as pessoas a fecharem negócio comigo né, pegar um maluco, um moleque, confiar nele que se me pagassem o salão deles teria mais gente  indo lá e eu falo até hoje pra tudo mundo assim que às vezes vem me perguntar tipo “Como é que é, não sei o que e tal, quais são os skills?” eu falo “Cara, vai vender qualquer coisa”, porque você lidar com a rejeição é o melhor exercício que tem eu acho, você aprender a normalizar e perceber que as pessoas não estão te rejeitando né, elas estão rejeitando a ideia e às vezes não é nem a ideia, ela estava num momento que não faz sentido pra ela, às vezes ela não tá conseguindo prestar atenção, tá cheia de problema em casa enfim, tem tantos fatores ali que podem influenciar essa teórica rejeição né

Dani Junco – É muito humano não ser rejeitado né, é normal querer caber, querer ser da turminha é muito natural.

Henrique de Moraes – Totalmente, eu tô começando um projeto novo agora que vai ser bem desafiador e eu vou precisar conseguir parceiros bem grandes né e eu falei assim “Cara já sei que eu vou tomar uma porrada de não na cara” e aí o que eu fiz, pra eu conseguir ter um pouco mais de perspectiva eu botei num quadro assim “lista de rejeições do projeto” e aí eu botei, tem um cara que eu sou muito fã e sempre falo dele que é o Tim Ferriss e ele foi rejeitado acho que 30 vezes se eu não me engano até ele conseguir vender o livro dele a primeira vez né, o primeiro livro dele que foi quando ele estourou e tudo mais, eu botei 30 quadradinhos e a cada rejeição eu marco um X e boto do lado quem foi que rejeitou

Dani Junco – Muito legal isso, é os non believers como falam né

Henrique de Moraes – Isso porque assim, o exercício pra mim é olhar o quadro por exemplo, por enquanto foram duas, eu comecei tem um mês e eu olho para aquelas duas rejeições dentro de um ambiente onde eu tenho oportunidade de ter 30 ou posso ter muito mais mas eu botei um limite de 30 quase e eu olho e falo “Cara são só dois”, eu não posso desanimar por causa disso, vambora, segue aí porque tem mais 28 pela frente.

Dani Junco – Com certeza. Eu vivo usando parede pra tudo, elas falam “Dani eu consegui tal coisa”, eu falo “Depois de quantos? Então foda-se, segue o jogo”

Henrique de Moraes – Muito bom, e além dessa questão da autoestima, eu queria entender como é que vocês fazem pra diferenciar porque assim, é difícil né, quando você vai avaliar uma ideia, é lógico que tem umas que são muito improváveis, aquelas que são loucas e você fala assim “Cara pelo amor de Deus cuidado” mas existem também as que são, as que vão enfrentar muitas barreiras né, então a própria B2Mamy pelo o que eu ouvi você teve que lidar com algumas não sei se rejeições mas assim, algumas dificuldades iniciais né

Dani Junco – Toda hora

Henrique de Moraes – Pois é, e como diferencia uma coisa dessa da outra, como é que vocês diferenciam uma ideia que vai ser difícil e uma que vai ser impossível?

Dani Junco – Cara depende do grau de maturidade tá? Vamos dizer que ela vai chegar e esteja bem early stage, bem na ideia, na ideação, então ela quer ser o próximo Enjoei, quando você pega uma coisa de plataforma digital que vai precisar essencialmente de tecnologia né antes de qualquer coisa e você pega uma pessoa que não entende nada de tecnologia e não tem dinheiro quer dizer, a chance dessa empreendedora ir pra um produto como esse é muito complexa, concorda? Tá vamos lá, você tem 45 anos, não tem dinheiro para investir, não entende nada de tecnologia, você concorda que seu ciclo de habilidade vai ser muito grande pra ter o próximo Uber? Então tem um pouco do fit de quem a pessoa é com o modelo de negócio que ela escolheu na cabeça dela. Por aí só os cults falam “Ah mas você tem que acreditar nos seus sonhos” ok é legal, tudo começa de um sonho, você pensa em algo e daí você parte pro ataque, só que é muito importante convidar os recursos que você tem, financeiro, rede, conexão, como você vai colocar um teste de pé, um protótipo, fala pra mim como vai ser? “Ah não vou”, “Então não vai, próxima ideia”, então uma das coisas é isso, a gente tem que fazer um fit, um match entre a empreendedora e o que ela sonhou com o que o mercado consegue absorver né então essa é uma das coisas que a gente faz e muitas ideia morrem aí já, porque começa a falar “Ah quero ter um e-commerce de roupa infantil” por exemplo, eu falo “E-commerce converte menos de 1% no país, você tem que ter um valor mínimo de 5 mil reais no começo pra investir nisso, nisso e nisso, o teu produto tem que ficar acima de R$ 150 senão a logística vai matar ele” entendeu olha a conversa, e aí a pessoa fica olhando pra minha cara, “E você vai competir com o Mercado Livre, e aí?”

Henrique de Moraes – Só isso

Dani Junco – Como é que estamos nesse cenário? Então é a partir desse lugar que a gente começa a olhar e ela fala “Putz Dani”, “É, esse é um mercado vermelho super competitivo com empresas que nunca deram 1 real de lucro mas tem alguém bancando, como que nós vamos competir?” entendeu? É isso basicamente.

Henrique de Moraes – Boa. Cara deve ser muito difícil fazer isso, eu acho que eu teria sérias dificuldades, eu acho que eu ia chorar com as pessoas e abraçar elas

Dani Junco – É, é bem ruim, e principalmente no momento que elas chegam, primeira infância, filho até 2 anos, ainda tem tudo isso pra olhar mas é nosso papel.

Henrique de Moraes – Isso, muito bom. E explica um pouco então assim, acabou que a gente saiu pulando, eu saí colocando um monte de pergunta que eu tava curioso aqui e eu não pedi pra você falar um pouquinho sobre o que é a B2Mamy, o que ela faz, como é que vocês ajudam as mulheres, e se você pudesse também eu queria que você falasse um pouquinho sobre o conceito de co-learning que eu ouvi você falando e achei muito legal

Dani Junco – Vem da nova economia, da colaboração, vou responder essa primeiro que fica mais fácil né, então co-learning é um espaço de aprendizado mútuo, ele pode ser físico ou digital mas o interessante é que tem gente que dá aula e tem gente que aprende e vice-versa tá, você não tem um professor e o aluno só escutando, então você consegue de maneira colaborativa todo mundo entregar um tipo de valor e conhecimento, a casa Casa B2Mamy Wishe é um co-learning, quem trabalha lá dá aula, quem estuda, todo mundo num modelo de negócio único então é aprender junto sem ter um professor específico. Tem uma empresa chama 42, da Karen Kanaan aqui no Brasi, ela é francesa mas tá no Brasil, que ela usa muito esse método né, é de tecnologia, os alunos não tem professor, é tudo totalmente gameficado e eles aprendem com eles, entre eles, se formam em tecnologia gratuitamente.

Henrique de Moraes – Caraca isso é muito sensacional

Dani Junco – Trabalhar em várias empresas do país, é uma escola 24 horas

Henrique de Moraes – Qual é o nome?

Dani Junco – Chama 42, é uma francesa bem famosa que agora tá no Brasil, então na 42 é assim, é um co-learning então eu tô programando um game aqui e eu falo “Henrique essa parte aqui você fez como?” tudo pelos computadores da 42, e a gente aprende gratuitamente, isso é muito lega. A B2Mamy nasceu de uma vontade que eu senti de não entender o porque eu tava tão potente, com tanta coisa pra entregar e eu sentia que o mundo tava demitido as mulheres sabe, e eu fiz uma pergunta na rede social “Gente tá doendo demais em mim pensar em como eu vou equilibrar essas duas coisas, dói em mais alguém? Vamos tomar um café?” e depois que eu faço esse convite/chamado de maneira aberta no Facebook vem 80 mulheres pra tomar o café

Henrique de Moraes – O dono do café ficou feliz né

Dani Junco – Foi uma correria, foi o maior barato esse dia, aí você faz o que? Contrata microfone, vamos ouvir o que esse povo tem pra falar, eu sei lá porque essas doidas vieram, vamos ouvir. Quando elas vem eu senti duas palavras ali, primeiro um confusão e o medo de entender porque a gente tava se sentindo tão sozinha sendo que a gente é metade da população do mundo e mãe da outra metade, nasce uma mãe a cada 20 segundos no país, é muito difícil não ter, e quem é mãe é filho então assim, não fazia sentido. Outra coisa eram as ideias dessas mulheres paradas naquele looping de sofrimento, porque eu também procurei no mercado, isso vale pra quem tá querendo empreender, e não encontrei um grupo como o da B2Mamy, não mesmo, com essa nossa narrativa, sempre encontrei grupos de acolhimento pra mulher, sabe? Ou de saúde, ou de empreendedorismo mesmo mas tudo muito “fófis” e eu sou um trator, eu falei “Cara cadê os tratores, porque só eu? Tem que ter uns tratores aí pra eu me esbarrar, não é possível que todo mundo queira ser só mãe”, o que já é incrível mas que não é errado mas que queira só viver a maternidade plenamente, eu não vou querer, tenho certeza que vou ter três meses e já vou ficar entediada, e batata foi isso mesmo. Então não é possível, e aí foi isso, começou em 2015 num encontro de mulheres, ouvindo elas Henrique porque eu tinha minha grana, minha empresa, não tava interessada em transformar isso numa empresa, e aí eu vou num espaço de tecnologia e faço uma pergunta assim “Poxa eu tô com um grupo de mulheres assim e assim, já faz um tempo que a gente está se reunindo, eu vejo que elas tem várias ideias de negócios e queriam desenvolver essas ideias inclusive e eu queria trazer pra aceleradora aqui essas ideias”, e aí eu ouvi retumbante que mãe não consegue colocar uma startup de pé porque a maternidade é full life ou startup é full life, então eu teria que escolher uma das coisas. E esse dia eu olho para aquele lugar onde eu queria estar, que eu tava amando e falei “Então nasce aqui a B2Mamy aceleradora, do jeito que tá desenhado hoje não dá mesmo, mas eu vou desenhar um espaço tão seguro e tão possível que vocês vão ouvir falar da gente ainda”. E é nesse dia que a gente olha pra tecnologia e inovação e aí o Google rapidamente olha para nós também e incuba a gente ali no Google for Startups, no campus e começa nossa história daí, hoje já são 200 startups e 30 mil mulheres que passaram pela nossa empresa, uma empresa de educação que conecta mães ao ecossistema de inovação e tecnologia e a gente olha pra novas skills e habilidades pra que ela ou empreenda ou retorne ao mercado de trabalho numa posição diferente. A gente tem desde curso de programadoras como “Ela é CTO”, pra curso de ideação quando sua ideia ainda tá no papel, então são vários módulos, é uma empresa de educação, muito especialista em jornada da maternidade. A gente faz muita pesquisa, eu sou de pesquisa, minha empresa era de pesquisa antes da B2Mamy então a gente é uma empresa de pesquisa de dados e agora nós somos uma empresa B2B2C que chama né, o B2B contrata a gente e a gente entrega pro consumidor final que são as mães, muita pesquisa e agora o co-learning é o espaço colaborativo que a gente tem que é a casa, a ideia é abrir mais 11 essa ano ainda.

Henrique de Moraes – Legal. Eu vi você contando uma história sobre o Google for Startups que eles adaptaram um cômodo lá, pode contar um pouquinho sobre isso que eu achei sensacional?

Dani Junco – Quando a gente foi pro Google for Startups, na verdade tem mais espaços pet-friendly em São Paulo do que baby-friendly tá

Henrique de Moraes – Fala um pouco sobre o público da cidade né

Dani Junco – O que não era muito diferentes nos espaços de inovação, então o acesso era muito complicado e depois a gente acabou sendo incubada por lá então as mãe começaram a ir né, então eles contam um números deles que aumentou 33% o número de mulheres depois da B2Mamy indo pra lá, então a gente realmente comprova nossa capacidade de reduzir esse gap no ecossistema. E aí no quarto andar eles montaram um espaço, uma family lounge, que era pra receber as mães que estavam trabalhando no campus com as crianças, depois desse movimento né então isso é muito importante, o Google foi incrível nesse lugar assim então esse foi um movimento de boa vontade ativa que eu chamo, envolve tempo e dinheiro, foi muito legal.

Henrique de Moraes – Muito sensacional porque mostra de fato qual é o propósito que eles estão ali né, de ajudar de fato, de apoiar de fato, história incrível que tem que servir de aprendizado pra muita gente ainda que só fala e deixa tudo no discurso.

Dani Junco – Total.

Henrique de Moraes – Qual foi a startup que teve mais sucesso que vocês consideraram, você tem alguma?

Dani Junco – A gente tem startups que passaram pela aceleração e startups que estão no nosso grupo de mentoras, num outro grupo que a gente tem mas o sucesso medido nesse ecossistema é quando você sai lá sendo comprado por milhões por um fundo, isso é legal também mas não é como a gente mede aqui, sucesso aqui são empresas que tem empresas sustentáveis resolvendo problemas reais

Henrique de Moraes – É, eu iria por esse lado também, o exit fica pra outra hora

Dani Junco – Vou dar um exemplo, a gente tem uma empresa de balé, por incrível que parece só cresce o número de bailarinas no país, as meninas ainda querem ser bailarinas, desejam isso o que é incrível e os meninos cada vez mais, mas ela começou com um ateliê, depois que ela passou por nós ela criou uma base de dados de roupas pra espetáculo e isso eu acho muito específico porque eu gosto de pegar nicho, e roupa pra espetáculo é uma super dor no Brasil, poucos lugares fazem roupas pra espetáculos de balé, e ela conseguiu reunir e tá exportando, ela é muito fera, conseguiu reunir pessoas que fazem isso numa mesma plataforma e conseguem hoje entregar roupas pra espetáculo né, puta lindo.

Henrique de Moraes – Muito legal, tem um livro do Seth Godin, um dos últimos que ele lançou que é o “This is Marketing”, que ele fala exatamente sobre isso, me lembrou muito porque dá exemplos bem específicos assim de tipo cara, encontra uma dor, encontra um lugar onde as pessoas não foram atendidas e vai, e só vai, faz o melhor, atende essas pessoas da melhor maneira possível que isso vai espalhar entre esse nicho, porque as pessoas confundem a internet e esse mundo todo conectado que a gente tem e fala assim “Nossa o mundo agora tá muito mais fácil, muito maior e tudo mais” mas na verdade não né, ele sem compartimentou mais e agora são vários grupinhos, várias comunidades menores ainda né, porque antigamente por exemplo uma pessoa que gostava de um jogo específico, ela ia pra rua jogar futebol com os amigos porque não tinha ninguém pra falar sobre aquele jogo específico, hoje em dia você encontra tudo online né

Dani Junco – E aí é assim, tem umas startups muito interessantes né, a gente tem na turma 8 também um aplicativo super legar pra fazer venda compartilhada em espaços físicos, pelas lojas colaborativas porque antes disso aí era muito complexo, para você comprar ter que pagar no cartão de crédito da lojinha, depois você ia na outra lojinha pagava no cartão de crédito de novo, então a procura de loja corporativa cresce muito, então isso é muito legal. E tem algumas empresas, de fintechs que eu adoro pra projetos de wellness de sexualidade que eu acho super fera e triplicam de tamanho toda vez que passa por nós então eu acho super interessante.

Henrique de Moraes – Legal, se quiser depois você me passa alguns links de sites e tudo mais e redes sociais que a gente coloca na descrição aqui do episódios, tá? Deixa eu fazer uma pergunta importante, qual foi a pior reunião da sua vida?

Dani Junco – Nossa, tem uma reunião de assédio físico, foi a pior reunião da minha vida, físico e moral, então tive a pior reunião da minha vida nesse lugar com uma das minhas sócias inclusive, que foi muito ruim, eu carrego isso e eu não fiz nada sabe, fiquei tão assustada porque ele me segura pelo braço, era super ruim então essa foi uma das piores reuniões da minha vida com certeza, nunca tinha acontecido, já era metade da agência, já tinha a B2Mamy então foi muito difícil para mim sem sombra de dúvida. Eu tenho várias reuniões péssimas toda semana, que é quando grandes corporações por exemplo querem nosso serviço de graça

Henrique de Moraes – Simples assim

Dani Junco – Simples assim entendeu, porque você não pode me pedir pra melhorar o gap de gênero, pra melhorar o empreendedorismo feminino não me pagando né porque na verdade você tá me matando e eu não tô conseguindo trabalhar, é pra inglês ver o negócio? Não tô entendendo. A última agora pediu se não podia doar o meu valor lá que eles vão me contratar pra uma instituição deles, eu falei “Não” então assim essas reuniões são ruins porque eles te subjugam sabe Henrique, não consigo acreditar que falariam isso pra um homem, não dá pra mim, não consigo acreditar.

Henrique de Moraes – Cara, surreal e qual o argumento principal que eles usam?

Dani Junco – Visibilidade

Henrique de Moraes – A famosa visibilidade, “Eu divulgo, a gente bota vocês aqui”

Dani Junco – “Imagina saberem que você prestou serviço pra tal empresa”, “Olha só pro seu portfólio” eu falo “Não tô pagando com brand book e portfólio os boletos não, tô precisando do dinheiro mesmo”, “E com o tempo dessa reunião já deixei de ajudar pelo menos 500 mulheres”, então agora tô meio desbocada também

Henrique de Moraes – Perdendo a paciência né

Dani Junco – Tô vendo o que pode dar certo, não tenho tempo a perder, tem dois tipos de dinheiro na mesa, realmente visibilidade, branding e awareness é um mas eu preciso entender o volume, pra quanto é, qual público né, se realmente às vezes vale a pena ou dinheiro, se essas duas coisas não estão na mesa eu levanto.

Henrique de Moraes – Certíssima. É só se perguntar “Eles levantariam também, não levantariam?”

Dani Junco – Óbvio que levantariam. O pior que assim é engraçado, isso é legal, cada vez mais quem tá falando com a gente não é o dono da empresa porque as empresas são enormes e eles tem mais vergonha de ligar, tem vergonha de conversar sobre isso, eu sinto que as pessoas tem vergonha de conversar

Henrique de Moraes – Você pode fazer o oposto também né, começar a falar assim “Vamos fazer o seguinte, você me dá os seus produtos e serviços porque eu vou divulgar aqui na minha comunidade que é gigante e cara vai ser maravilhoso pra vocês olha só, vocês vão estar dando seus produtos e serviços aqui pra uma comunidade sensacional, vai ser um puta branding pra vocês depois”

Dani Junco – É interessante? É dinheiro ou awareness, não tem tchau.

Henrique de Moraes – Muito bom. Vamos lá, estou passando aqui pra segunda metade do programa em que eu faço algumas perguntas que são sempre importantes e que a galera se amarra, que são as perguntas da rodada de fogo, brincadeira não tem rodada de fogo não, mas pra começar eu queria saber quais foram os livros aí você pode falar de 1 a 3 que mais te influenciaram, e aí não precisa ser de negócios tá, pode ser ficção ou não ficção

Dani Junco – “O Jogo Infinito” do Simon Sinek com certeza, que eu li durante a quarentena, eu gosto muito do “Liderança shakti” da Nilima Bhat, acho que foi muito importante pra mim ler esse livro

Henrique de Moraes – É a liderança o que?

Dani Junco – Shakti, S-H-A-K-T-I, foi bem importante pra entender o feminino e masculino assim, foi bem relevante pra mim entender livros assim, e eu li um livro de não ficção, que eu tô lendo, são dois livros sobre câncer, morte e vida. Um deles é “A morte é um dia que vale a pena viver”, e “Enquanto eu respirar”, um é o paciente e o outro é a médica, sobre câncer e que foi bem relevante ler esse livro sabe, sobre a urgência da vida.

Henrique de Moraes – Interessante, esse primeiro acho que já surgiu aqui nas conversas, nos bate papos do podcast, quase certeza. Você tem algum hábito incomum ou alguma coisa estranha que você faça?

Dani Junco – Eu milito no meu cérebro e até me belisco às vezes. Eu falo que sou uma militante do meu próprio cérebro então assim, ah eu vou falar uma bem estranha, quando eu escuto uma palavra que eu não sei o que é, um conceito ou alguma coisa, eu finjo que to no “Show do Milhão”, eu falo “Vou gravar essa palavra porque vai cair no Show do Milhão”, eu passo no meu cérebro rapidinho que eu tô no jogo e eu tenho que saber a resposta. Essa semana mesmo, “Não porque lá nos meandros…” eu falei “Meandros? Não sei o que é, tô no Jogo do Milhão, letra A, novos caminhos” sabe assim? Aí eu consigo gravar, é estranho mas eu faço bastante, quando eu não sei alguma coisa eu jogo o Show do Milhão na minha cabeça.

Henrique de Moraes – Essa eu nunca tinha ouvido

Dani Junco – Eu troco o 7 pelo 1 também quando eu vou digitar, todas as vezes, tenho uma dislexia com esses dois números, sempre tenho que conferir quando tem muito 7 e muito 1, tá sempre errado

Henrique de Moraes – Muito bom. E deixa eu te perguntar, não que isso seja um hábito incomum mas eu vi que você passa as terças e quintas com seu filho pela manhã, de onde surgiu isso, como é que você organiza isso?

Dani Junco – Eu passei a colocar ele na agenda

Henrique de Moraes – Ia perguntar isso

Dani Junco – Não tenho muita paciência de brincar horas sendo bem sincera, eu não gosto muito de brincar, não tenho muito saco. Então gosto de ler, gosto de correr na praia, gosto de fazer esporte com ele, gosto de fazer natação, isso eu gosto mas de brincar, pegar um boneco e brincar, detesto. E aí depois eu coloquei um horário e falei “Cara, vou brincar, dane-se, vou engolir” e botei até um despertador, tipo “Acabou, agora não quero mais” então foi muito legal. Então esse é um dos jeitos de brincar

Henrique de Moraes – Quantos anos o Lucas tem?

Dani Junco – 5

Henrique de Moraes – E ele ouve, vê os seus TEDs, essas coisas?

Dani Junco – Nossa ele repete, faz a mãozinha igual, fala “Oi eu sou Lucas Junco da B2Mamy” e faz o TED igualzinho

Henrique de Moraes – Muito bom, e como é que ele enxerga essas coisas todas?

Dani Junco – Ele não gosta de várias coisas, ele fica bem irritado porque ele fala que eu tô no trabalho e não tô com ele, agora ele tá muito verbal né, não sei quantos anos tem sua filha, é uma menina né?

Henrique de Moraes – Eu tenho uma 12 e uma de 1 ano e meio aí

Dani Junco – Então eles expõem mais né, 1 ano e meio ainda não mas eles expõem o que eles estão sentindo né, então o Lucas agora fala sabe “Poxa mãe você só trabalha” mas ao mesmo tempo ele vai pra B2Mamy, tem um video dele mostrando a B2Mamy, ele pegou meu celular e filmou, ele contando a B2Mamy, “Essa parede eu pintei com a minha mãe”, “Aqui é o espaço de brincar” então quer dizer, ao mesmo tempo eu sinto um orgulho na fala dele sabe, “Essa casa é minha e da minha mãe e as pessoas vem pra cá, e elas brincam, elas trabalham” então assim ao mesmo tempo eu observo e acho que é muito bacana isso, e não sofro também quando ele está com raiva, acho que a frustração é dele também, eu tenho que trabalhar né então tem muito disso

Henrique de Moraes – Totalmente, mas e quando ele ouve essas histórias assim, você fazendo essas afirmações assim do tipo “Não gosto de brincar”, é tranquilo você não querer passar o tempo inteiro com seu filho, ele já perguntou alguma coisa sobre essas frases especificamente?

Dani Junco – Não, eu não falo diretamente pra ele mas eu falo bastante “não”, “Mamãe entra comigo no mar?”, “Não, seu pai taí ele que vai, não tô afim de entrar”, “Mãe vamos comigo no shopping tomar um sorvete?”, ”Vamos, eu adoro ir no shopping com você tomar um sorvete”, uma coisa que eu falo pro meu filho e até uma vez eu fiz isso na rede social e pegou fogo lá tá, eu falei uma coisa eu acredito porque nós somos seres que morrem né, e eu falei pra ele “Filho eu não preciso ser a pessoa mais importante da sua vida, eu não te amo mais que todo mundo que tá aqui, te amo também, papai te ama muito, a vovó é louca por você, a sua dinda, seu dindo então assim, tem amor em qualquer lugar que você se encostar, todo mundo é doido por você nessa casa, e também sou. Então quando doer algo, quando chorar, você pode recorrer se eu não estiver, então se a mamãe não for te ver dançar um dia o papai vai ver, se o papai não vier, a sua dinda vai ver, ou a vovó então assim, busque amor onde ele estiver mais próximo, você alcança o braço e acha amor” e cara, ele sacou isso sabia então ele recorre, se ele vê que eu não tô ele fala “Vovó” então assim, eu deixo muito claro pra ele isso, que tem amor

Henrique de Moraes – E é importante né, eu acho que tem toda essa romantização né do fato da maternidade e com isso as mães fazem muita questão de ser o centro da vida dos filhos, e isso de certa forma também acaba tirando a liberdade delas né

Dani Junco – É, um pouco, e elas também não querem não viu, você ficar ali o tempo inteiro existindo, porque até os 15 anos cara, é isso, se deixar você vai só viver em torno da criança e já foram 15 anos mesmo né então assim, não, minha mãe é muito assim e ela fala “Mãe é feliz, filho feliz”, tudo certo

Henrique de Moraes – Muito bom. Voltando aqui pras perguntas, você tem algum fracasso aparente que te preparou para um sucesso posterior? Ou você tem algum fracasso favorito?

Dani Junco – Interessante essa pergunta, parece arrogante mas é verdade, eu sempre transformei em algo novo, vou dizer uma coisa agora, coronavirus a gente quase fechou a casa várias vezes por conta disso só que a gente transformou tantas coisas a partir daí que eu nem consigo enxergar como um fracasso sabe, mesmo. Eu vou te falar onde eu fracasso bastante, comigo, com a minha saúde eu ando fracassando, ando começando coisas e não terminando, eu me coloco em segundo, terceiro plano o que não é legal mas falando de trabalho especificamente eu não sinto que a gente fracassou, eu sinto que a gente transformou o tempo inteiro as coisas que dariam muito errado se eu não tivesse colocado energia. Eu nunca deixei de crescer, em nenhuma empresa que eu estive, ou era funcionária ou eu tava liderando, ela sempre cresceu, sempre. Agora, errou uma coisa, errou outra mas sempre cresceu então eu não consigo enxergar. Ah eu fracassei no casamento né

Henrique de Moraes – Acho que ouvi você falar que um casamento ficou pra trás

Dani Junco – Ficou pra trás lá no meio dos negócios, outro também, aí você apela pro Tinder, casei com o terceiro e engravidei logo e várias vezes fracassa também esse, a gente que tá focado em não fracassar, mas tem que colocar foco e consciência, porque eu era muito menina no outro, 20 e poucos anos mas assim, nesse agora mais madura a gente olha com mais consciência mas se deixar fracassa também.

Henrique de Moraes – Sim totalmente, você tem que colocar intenção né não tem jeito

Dani Junco – Intenção, porque eu derrubo esse pratinho várias vezes.

Henrique de Moraes – E nos últimos cinco anos, você tem alguma nova crença, comportamento, hábito que tenha melhorado sua vida? Pode falar mais de um, pode ser por exemplo meditação, qualquer coisa nesse sentido

Dani Junco – O esporte né, eu já jogava há muito tempo mas agora não tirei da minha vida, faz 4 anos que ele tá e não vai sair mais, esse é um hábito muito importante. Ler, parece pouco mas ler com outras pessoas foi um hábito novo, clube da leitura teve vários desafios, eu leio, resenho e discuto com elas, então colocar a leitura em movimento também foi muito importante pra esse hábito, escrever mais, eu erro e tal mas não tenho mais medo de escrever, dou meu tom e foda-se se tá errado e sei que as pessoas gostam da minha narrativa, “Esse é um texto da Dani”v eles vão saber que é meu, então escrever tambémt em vindo pra minha vida com muita força. E eu faço jejum intermitente também há dois anos e foi a melhor coisa que eu escolhi como hábito.

Henrique de Moraes – Você tem algum intervalo normal?

Dani Junco – Faço 16 horas todos os dias

Henrique de Moraes – 16 todos os dias?

Dani Junco – Todos os dias, e aí tento fazer 2 de 20 durante a semana, mas foi muito importante pra mim pra várias conjunções, tanto alimentar quanto da vida

Henrique de Moraes – E qual foi o maior benefício? Porque eu já testei né fazer o jejum durante alguns meses mas acabou que eu não consegui, não consegui manter né o ritmo mas eu lembro que pra mim na época, especialmente porque eu tava numa correria muito grande de trabalho, uma coisa que eu não imaginava que pudesse se tornar uma grande vantagem é que você não para o tempo inteiro pra comer né

Dani Junco – Tem várias vantagens, eu fico muito mais atenta no período da manhã, muito mais, sinto que pra treinar é maravilhoso. Gente outra coisa, eu fui no médico pra fazer isso que eu tô fazendo e pra mim funcionou muito, mas muito, eu fico mais atenta, treino melhor, acordo melhor e não paro pra comer, eu acordo 6h30 da manhã vou me jogar e não preciso parar e comer sabe, vou comer só lá pra 10h30, 11h de novo, então você come menos, gasta menos, emagrece, mantém na verdade né, eu perdi 18 quilos, sou bem alta né e teve a gravidez e tal mas assim eu nunca mais engordei muito, o que me segurou na quarentena foi o jejum. E as compulsões da vida, fiquei menos compulsiva até pra responder coisas assim, pra mim foi muito legal.

Henrique de Moraes – Interessante. E você soma com alguma outra coisa, uma dieta cetogênica ou não, só faz o jejum?

Dani Junco – Faço isso e tenho uma nutricionista que me acompanha por causa do esporte mas não o jejum hoje é, e eu como tudo no meio do caminho, como tudo assim que é bacana de comer mas eu como de tudo.

Henrique de Moraes – Legal. Deixa eu voltar só num hábito que você falou, dessa leitura porque é engraçado, eu desenvolvi também no último ano o hábito de ler bastante, que era uma coisa que eu sempre quis e nunca conseguia enfim, acabei conseguindo depois de um macete e semana passada eu sugeri pra alguns amigos pra gente criar um clube de leitura também

Dani Junco – Cara é muito legal

Henrique de Moraes – Porque eu comecei a perceber que eu ficava incomodado que não tinha ninguém pra discutir os livros

Dani Junco – E às vezes não concordava sabe? Eu falava “Cara não concordo com essa merda que tá escrito aqui”, tudo começou quando eu abri o stories, falei “Tô lendo aqui uma merda, vou ler o texto aqui”, aí eu lia e falava “E aí qual a opinião?” aí entraram 5 pessoas porque eu entrava do nada né 21h da noite né, daqui a pouco tinham 30 discutindo, “Ah achei que você tá viajando Dani”, e aí eu falei “Seria tão legal se a gente tivesse um Zoom pra discutir isso com outras pessoas” mas eu não sabia que ia ser tão forte, teve choro, teve agonia, foi muito louco.

Henrique de Moraes – Caramba, agora tô ansioso pra nossa reunião do clube do livro aqui. Maravilha, dos últimos anos assim o que você ficou melhor em dizer “não” para? Então assim, você provavelmente é muito requisitada né, deve ter um monte de gente te pedindo conselho, ajuda enfim, trabalho gratuito como você já falou então no que você ficou melhor em dizer “não”?

Dani Junco – O “não” é um processo difícil pra mim tá? Vem muito da consciência mas eu faço 3 perguntas pra mim, “Eu quero fazer?”, antes de pegar dinheiro, “Eu quero fazer?” e 90% morre aí tá porque eu olho e não quero fazer, “Se eu negar, que impacto isso vai ter na B2Mamy?”, tipo fazer uma live com uma pessoa desse tamanho, influencer que não tem nada a ver com meu discurso, não, não vai funcionar e eu falo “Não cara isso não vai funcionar” e a terceira coisa é que a gente só tem uma unidade de tempo e uma unidade de energia, eu olho fisicamente pra minha mão, fico olhando pra ela assim “Nem tem energia mais aqui hoje, é não” mas o que eu faço, um não responsável né, eu falo “Eu não mas tenho pessoas no meu time que podem te ajudar aqui” então as meninas que tem menos palco né, que estão em menos lugares e tal, eu vou passando pra elas e tem sempre alguém da B2Mamy envolvido.

Henrique de Moraes – Legal, interessante. E vou anotar isso

Dani Junco – Cara é muito mágico porque você olha e você fala “Não quero fazer”

Henrique de Moraes – Pois é, às vezes a gente fica tão preso que realmente dizer não é uma das coisas mais difíceis que têm né e especialmente quando é alguém que você tem algum carinho né, que você acha que seria importante ajudar de alguma forma mas é isso, depois que você se compromete o que acontece é que se você não coloca sua energia naquele negócio vai ser pior pra pessoa também e aí já era

Dani Junco – Óbvio, teve uma amiga minha que falou uma coisa que eu não esqueço, “Dê o que te transborda”, o que tá sobrando porque se você dá o que tá escasso você vai cobrar essa pessoa, vai falar “Puta merda tô aqui com o Henrique e não queria dar essa merda dessa entrevista, já são 1h05”, você fica nesse lugar entendeu. Eu tinha tempo hoje à noite, então tô dando o que me transborda e doei, tô tranquila então isso foi muito bom, eu olho na semana e falo “Não tem tempo transbordando, não vou conseguir olhar pra isso agora” e é não pras coisas e sim pras pessoas, “Joana, é extremamente relevante isso aqui, eu achei super legal e tal mas essa coisa nesse tempo eu não consigo fazer” não tem a ver com você, tem a ver com a unidade de tempo.

Henrique de Moraes – Sensacional. Quando você se sente sobrecarregada, desfocada, perde um pouco as rédeas da vida né, que é o que acontece com a gente de vez em quando, o que você faz?

Dani Junco – Esporte

Henrique de Moraes – Esporte, boa. Você pratica vôlei que você falou né?

Dani Junco – Vôlei, correr na praia, vou pra academia Eu moro em Santos né, preciso do ar livre e da endorfina, é que nem “La Casa de Papel” não sei se você assistiu, na hora que ele vai socar o saco lá pra conseguir ter a resposta do que ele precisa sabe? E eu preciso realmente sair do cenário, falo “Gente daqui a 3 dias eu volto, não dá agora, preciso me abster desse lugar aqui” pra pensar e não ser injusta porque eu sou muito boa em ser má também sabe Henrique com as palavras, sou muito inteligente na hora de me comunicar e aí quando vou organizar minha mensagem e tô muito brava, muito chateada eu vou te machucar de verdade e não precisa, e aí eu acho que eu falo “Posso me retirar? Deixa eu pensar um pouco melhor, digerir isso e eu volto?” então essa é uma das coisas que eu faço bastante agora inclusive, até o time reparou isso, falou “Uau Dani que mudança”, porque muitas das vezes eu falava “Porra de novo?” nesse tom, “Não é possível já falei 10 vezes a mesma coisa” e hoje eu tento levar num outro lugar, por outro caminho.

Henrique de Moraes – Muito bom, essa de “Vou me retirar e me dar alguns dias” foi uma coisa que eu comecei a fazer porque é isso, às vezes você tá numa conversa que mal ou bem existe uma cobrança, as pessoas ficam esperando que você fale, eu tenho isso com a minha esposa por exemplo, esse é clássico com minha esposa porque a gente tem uma diferença muito grande que é quando ela tá chateada ela quer conversar para resolver e quando eu tô chateado eu quero ficar na minha, eu quero pensar sobre

Dani Junco – É exatamente esse lugar aí

Henrique de Moraes – Pois é, aí eu falo com ela “Olha eu sei que você quer conversar mas se eu conversar agora eu vou brigar, a minha reação vai ser brigar, eu não vou conseguir conversar porque eu tô chateado, tô com um monte de coisa na minha cabeça, me dá um tempo” e normalmente assim, 40 minutos depois eu já um docinho de novo e já é outra conversa, então assim é só dar o tempo de 45 minutos.

Dani Junco – Eu vi um termo que eu tava tentando achar aqui que se chama slow-thinking, um jeito mais leve, mais tranquilo de pensar porque você não precisa sair respondendo nada, pode pensar mas devagar, não precisa responder e eu achei isso muito legal porque eu falo sobre slow marketing no meu conteúdo

Henrique de Moraes – O que seria slow marketing?

Dani Junco – Slow marketing é quando você não usa de maneira massiva tudo que você faz, que funciona pra todo mundo, colocando todo mundo no mesmo saco pra ser rápido, “Ah dispara aí pra milhares de pessoas”, tem narrativa, tem consciência, os textos são falados pras pessoas que tem que ser faladas, são segmentados, você não vende com um monte de gatilho pra pegar a pessoa desprevenida, você atrasa o funil de vendas inclusive. Antes dela comprar você fala “Tem certeza que você tá comprando isso? É pra isso, isso e isso, você entendeu? Quer me ligar antes pra saber se tá tranquilo o que você vai fazer?”

Henrique de Moraes – Isso é tão bom porque cara acho que, eu tenho uma agência né e eu tenho a sensação de que 95% das pessoas fazem isso da maneira mais estúpida possível e que isso vai ser tiro no pé mais na frente. Eu tava brincando, tem um parceiro meu que a gente trabalha e a gente tava falando sobre copy e tudo mais, de chamar mais uma pessoa e eu falei assim “Cara só não traz uma pessoa que é só gatilho, gatilho, gatilho por favor cara, não aguento mais esse tipo de transtorno”

Dani Junco – A gente quer o fit perfeito entre o cliente e o que a gente tá vendendo, quero um fit feliz e pô não é pra ele ou não é pra ela entendeu, calma eu não tô com pressa, quero ser sustentável, não tô com pressa. E quando não dá o fit e a pessoa fica reclamando eu devolvo o dinheiro, falou “Toma aqui filha, sai da minha frente” tem gente que é frustrada porque é né então a gente não discute muito não aqui na B2Mamy, a gente tem a ordem de falar “Tchau”

Henrique de Moraes – O que te causa mais ansiedade hoje Dani?

Dani Junco – Tentar estabelecer os papéis em equilíbrio né de esposa, mãe e fundadora, CEO de um projeto tão grande como a B2Mamy. Tem sempre alguém reclamando que eu não tô, o tempo inteiro tem sempre alguém falando “Putz não olhou pra cá” ou é a B2Mamy, ou é o Lucas ou é meu marido, o tempo inteiro então isso me deixa muito ansiosa, de tentar encontrar esse lugar, é bem ruim. Eu queria desligar as pessoas assim por uma semana sabe, tomo uma geladinha, transo com meu marido, saio, janto e depois cuido da B2Mamy depois desligo o Marco, deixo ele lá cuido do Luquinhas, só preciso desligar um dos três.

Henrique de Moraes – E como é que você, você tem alguma coisa que você faça hoje pra lidar?

Dani Junco – Cara não, é no vuco vuco mesmo.

Henrique de Moraes – É difícil mesmo, acho que é o ponto mais difícil uma vez eu falei isso pra alguém, não lembro com quem eu tava conversando mas falei assim “Cara eu tenho a sensação hoje em dia que o maior equilíbrio que a gente vai encontrar na vida é aceitar que não tem equilíbrio”

Dani Junco – A minha pergunta que eu falo é “Qual o prato que eu vou deixar quebrar hoje?” essa é a pergunta que eu faço, hoje eu não vou pra academia e não vou e pá quebrei e é isso aí, fiquei aqui no Instagram até mais tarde e não consegui acordar, quebrei o prato. E aí tento quebrar pratos de maneira randomizada, mas basicamente é isso

Henrique de Moraes – É só ter certeza que não vai repetir um que tá valendo

Dani Junco – É só ter certeza que não vou repetir muito o que já quebrei, mas é isso, qual prato vou quebrar hoje, inclusive dá um post ótimo no Instagram isso que a gente tá discutindo.

Henrique de Moraes – Muito bom. Cara essa é uma das perguntas que eu mais gosto do programa, que é o que é ser bem sucedido para você?

Dani Junco – Bem sucedido pra mim é ter um celular aonde você liga e alguém atende

Henrique de Moraes – Sensacional

Dani Junco – Alguém atende e tá lá disponível, você fala assim “Preciso de um médico tal”, pá sua tia responde, “Tô angustiada”, pá “Vem cá que eu quero te ouvir”, “Tô querendo tomar um vinho”, pá “Vem cá”, se estivesse solteira “Tô querendo transar”, pá tem alguém pra transar com você, acho isso fenomenal, acho muito bem sucedido ter pessoas que te atendem quando você precisa delas. Preciso de um telefone, “Ah tô aqui Dani”, “Ah preciso de um lugar pra dormir”, “Tô aqui Dani, dorme aqui” e eu acho que isso é muito sucesso.

Henrique de Moraes – É verdade. E acho que tem uma coisa que hoje em dia as pessoas não gostam nem de atender ligação né, o WhatsApp já tem se tornado uma coisa absurda né, antigamente era “Não me liga, me manda no WhatsApp”, agora se você manda um WhatsApp você tem que ser assim muito sucinto.

Dani Junco – É, tudo que eu falei do celular mas é tipo assim se eu falar “Ah Henrique tô chegando aí em Lisboa, será que você pode me ajudar” e em 5 minutos você fala “Sim”, isso é muito mágico não é? É mágico

Henrique de Moraes – É totalmente, sensacional.

Dani Junco – Isso é ser bem sucedido e a outra coisa de ser bem sucedido é ter uma ideia saber que eu posso executá-la por exemplo, “Putz sabe o que eu queria? Abrir uma sorveteria” sabe assim? E ter pelo menos o prazer de sonhar sem medo sabe, “Ah não mas eu tô aqui no mundo corporativo” não tem nãos, eu posso simplesmente falar “Vamos abrir uma segunda casa em Floripa?” e aí olhar pra essa execução, acho muito bom isso do sonhar e conseguir pelo menos tentar começar a realizar sabe, acho que isso é muito sucesso assim.

Henrique de Moraes – Sim totalmente, especialmente quando você já tem algum gold mapzinho pelo menos né, de erros que você vai evitar

Dani Junco – E saber que você pode ir. Liberdade, acho que essa é a palavra de ordem.

Henrique de Moraes – Dani, quanto do sucesso você atribui á sorte e quanto você acha que foi trabalho duro?

Dani Junco – Uau. 90% trabalho duro, eu falo assim que eu poderia ter a sorte de sei lá estar na mesma sala que alguém bem famosa assim que impulsionou a B2Mamy, que a sorte tava lá de falar com a pessoa mas muito trabalho duro, não teve sorte. Nem acredito nisso na verdade

Henrique de Moraes – Ouvindo a sua história eu teria chutado esse percentual também

Dani Junco – Nem acredito onde tá envolvida a sorte nessa jornada.

Henrique de Moraes – Eu acho que a sorte na verdade, uma vez eu ouvi o Tim Ferriss falando sobre isso, que ele diz que o que você precisa fazer é aumentar a superfície na qual a sorte pode te alcançar né e quanto mais você trabalha, quando mais conexões você faz mais a sorte tem a chance de te encontrar e você não vai nem perceber provavelmente, e acontece mas você não percebe porquê você tá o tempo inteiro ali ligado e trabalhando, aí ele conta umas histórias enfim, não vou prolongar mas acredito muito nisso de quanto mais você faz e quanto mais você faz com intenção principalmente né sabendo que cada momento que você faz tem um porque tá fazendo, no final das contas isso tudo se conecta né de alguma forma

Dani Junco – Eu acho que, tem uma palavra que eu gosto muito, serendipity em inglês né, eu acho que é mais nesse lugar assim, esses encontros ao acaso que mudam seu percurso, então tô mais nesse lugar da sorte, do acaso, de falar “Uau essa pessoa aqui fez eu ir pra outro lugar” do que a sorte simplesmente, sempre vou atribuir às pessoas de novo.

Henrique de Moraes – E se você pudesse falar com a Dani de 10,15 anos atrás, no que você diria pra ela ter um pouco mais de calma?

Dani Junco – Cara eu acredito há uns 10 anos atrás, eu tava empreendendo já, comemorar mais porque eu não fazia isso nesse tempo então diria isso pra mim, eu queria ter filhos mais cedo eu acho, agora não quero mais não, tô fora, mas talvez tivesse tido um filho, foi incrível essa jornada que eu tive com o Lucas, eu falaria “Faz um filho, depois você se vira” então eu acho que teria falado isso para ela, “Se cuida mais em relação à sua saúde, principalmente sua coluna, coloca mais na agenda” mas eu gosto bastante da onde eu tô viu Henrique, de todos os erros que me fizeram chegar até aqui, eu tô muito feliz.

Henrique de Moraes – Sempre tem essa coisa do efeito borboleta, de você falar assim “Ah mas será que eu mudaria alguma coisa?” e é isso, no final das contas não estaria nesse lugar que eu tô hoje mas eu acho que eu sempre faço essa pergunta porque às vezes eu olho para trás por exemplo e vejo o quanto a minha ansiedade me atrapalhou sabe, dessa coisa de “Ah eu só vou estar feliz quando eu tiver tal coisa, quando eu estiver em tal lugar, quando realizar isso aqui” e eu acabava não fazendo esse exercício né de celebrar pequenas vitórias e de estar no presente, de aproveitar o que eu tô fazendo sabe. O empreendedorismo tem muito do sacrifício né, do tipo “Ah você tem que se matar de trabalhar, vai ter virar a noite, vai ter que fazer isso, fazer aquilo”

Dani Junco – Também teria olhado pro dinheiro de uma maneira diferente

Henrique de Moraes – Eu acho que tem um pouco de você olhar para trás e não mudar alguma coisa mas enxergar as coisas com um olhar um pouco diferente né, entender um pouco melhor de repente no que você tá errando e no quanto está inserido aí. Dani essa foi a última pergunta, eu queria te agradecer demais e antes da gente encerrar aqui, primeiro parabenizar pela B2Mamy e por tudo, pela sua trajetória que é sensacional, tinham alguns ponto aqui que eu teria ter falado inclusive, sobre o Fusca que você ganhou do seu chefe quando você tinha 16 anos

Dani Junco – É muita coisa né

Henrique de Moraes – Mas já foi sensacional e eu queria principalmente parabenizar pela sua abertura, pela coisas que você fala e a forma como você traz, de maneira super honesta a sua trajetória de maternidade com empreendedorismo porque eu vejo a minha esposa mesmo né, ela fala sempre que ela fica muito irritada com a postura que as pessoas têm em relação à maternidade mesmo quando ela sabe que não é bem daquele sabe, e aí no Instagram é aquela coisa rica, maravilhosa, maternidade é linda, parece que o cocô sai cheiroso né

Dani Junco – Exatamente

Henrique de Moraes – E ela é muito agradecida por uma amiga nossa que é a Juliana Ramos, uma fotógrafa incrível e que ela fala “Cara a sorte foi que quando eu tava grávida a Juliana veio e falou, mandou a real pra mim e falou tudo que ela sentiu de verdade porque eu acho que se não fosse aquilo eu teria me frustrado muito” e então assim eu acho que essa sua verdade que você passa pras mães e a maneira como você coloca é muito importante sabe porque talvez tenha gente que de fato tenha uma maternidade, tenha uma vida desse jeito mas enfim, eu não acho que seja a verdade de sei lá 95, 99% das pessoas então abrir isso e mostrar, isso pras pessoas é muito importante e eu queria fecha aqui com uma frase que eu ouvi você falando num podcast, que você falou pro seu filho né, uma resposta do porque você sai todo dia pra trabalhar, que coisa é essa tão incrível que você faz todos os dias, que você falou assim “Eu largo sua mão ainda muito pequenininha todos os dias pra segurar a mão de outras mulheres, por isso que a mamãe trabalha” e isso ficou muito gravado pra mim assim porque é um trabalho com propósito né, você não tá saindo simplesmente, a resposta não é rasa né, tipo “Tô saindo porque tem que fazer” ou “Pra comprar seus brinquedos” porque no final das contas também é um pouco mas esse olhar eu acho que é muito importante para ele entender desde cedo né que tem um propósito por trás do que você tá fazendo e vai ajudar muitas pessoas a não passarem inclusive por coisas que você poderia ter passado então parabéns por tudo que você tem construído assim, eu fiquei muito feliz de ter a oportunidade de conversar com você, de ajudar de repente um pouco mais a contar essa história pra mais gente que de repente não conheça e queria agradecer também pela sua generosidade com tempo, horário, com esse problema na agenda, muito obrigado por ter topado participar

Dani Junco – Obrigada, obrigada por ter recebido aqui, outras personagens pra falar, tem bastante gente no meu celular mas é só dar um toque que a gente conversa e obrigada pelo projeto também Henrique

Henrique de Moraes – Valeu Dani.

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