Greta Paz é empreendedora e CEO da Eyxo, uma content company que tem trabalhos realizados com marcas como TikTok, 99, Brahma e Banco24Horas. além disso, já foi escolhida pela revista Forbes como uma das pessoas com menos de 30 anos de maior destaque no Brasil.

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Greta Garbo
  • Yvon Chouinard
  • Luiza Trajano
  • Neymar
  • Carol Rosa
  • Nassim Nicholas Taleb
  • Melinda Gates
  • Tony Hsieh
  • Yuval Harari
  • Tim Ferriss
FRASES E CITAÇÕES
  • “Um líder nunca trabalha de porta fechada, um líder tá sempre de porta aberta” – mãe da Greta
  • “Tratar o cliente bem é fácil! Quero saber como você trata o fornecedor, né?” – Greta

se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.

 

Henrique de Moraes – Olá Greta, seja muito bem-vinda ao calma!, como é que você tá hoje?

Greta Paz – Ai coisa boa, muito feliz de estar aqui, muito obrigada pelo convite Henrique, tenho certeza que vai ser um papo calmo e muito proveitoso.

Henrique de Moraes – Maravilha. Alguém já te falou que você tem nome de cantora de rock and roll dos anos 70?

Greta Paz – Sim, sim.

Henrique de Moraes – Né? Totalmente cara, acho que eu nunca ia imaginar se alguém falasse assim “Greta Paz”, eu não ia imaginar você, eu ia imaginar uma pessoa hippie assim, andando com camiseta de Woodstock.

Greta Paz – É, hoje tem várias comparações, ambientalistas e tal assim, tenho um nome meio zen mesmo.

Henrique de Moraes – Boa. E você sabe porque seu pais te deram esse nome, Greta? É algum motivo especial?

Greta Paz – Sabe que eu achava que era por causa da atriz né, Greta Garbo mas eles dizem que não, que eles achavam um nome bonito e é meio isso, não tem uma história muito linda para contar sobre meu nome.

Henrique de Moraes – É, tá ótimo também, a gente gosta e foi, é justo né? Justíssimo. Muito bom. Bom, como você já sabe, a gente hoje está aqui para falar um pouco sobre liderança, especialmente liderança do ponto de vista mais humano e então assim, eu vou começar de uma pergunta que normalmente eu faço mas pro final desse bate-papo mas que eu acho que pode dar o tom da nossa conversa de hoje que é assim, para você o que significa ser bem-sucedida? Qual é a busca que você faz de sucesso, acho que também pode ir para esse caminho.

Greta Paz – Pra mim Henrique ser bem-sucedida é deixar um impacto positivo no mundo de alguma maneira, sem perder o equilíbrio em todas as áreas da minha vida assim, sem abrir mão da minha família, dos meus amigos, sem machucar ninguém no caminho, então acho que deixar um impacto positivo equilibrando tudo isso é sucesso.

Henrique de Moraes – Boa, achei perfeito assim, acho que a resposta inclusive já tá direcionando essa conversa bem. Bom, eu pesquisei muito né, ouvi bastante assim das conversas que você já teve em outros podcasts e algumas coisas das suas experiências passadas e de algumas falas que você trouxe me chamaram muita atenção né, a gente vive num mundo em que as pessoas se cobram muito né, tem aí o livro “Sociedade do cansaço” que eu acho sensacional, recomendo pra todo mundo inclusive

Greta Paz – Perfeito

Henrique de Moraes – Que fala sobre isso né, nós somos agora nossos próprios chefes então a gente dá, a gente não só fica ali cobrando, se cobrando mas a gente se castiga inclusive quando a gente não alcança as coisas que a gente acha que a gente quer, a maiorias das vezes a gente só acha porque a gente não tem certeza de muita coisa e que tá assim indo para um caminho, especialmente no universo que a gente vive né de emprendedorismo, que é muito pautado por “Trabalhe enquanto os outros dormem” enfim, e tem que trabalhar, trabalhar, trabalhar e vira a noite enfim, essas coisas que são romantizadas de uma maneira que assim para mim nunca fez sentido, na verdade minha busca inclusive por empreender sempre foi para ter mais controle sobre meu tempo, sobre minha vida e poder ajudar também as outras pessoas a conquistarem isso e eu tô vendo assim que tá difícil encontrar referências que nos ajudem a ir para um caminho mais equilibrado. E aí, voltando agora para a pesquisa, eu vi uma frase sua que você queria criar o lugar que você gostaria né, que não existia, que você gostaria de trabalhar, e aí eu queria entender um pouco que lugar é esse, como que é assim, o que você idealizou assim e o que você tá conseguindo fazer hoje na Eyxo e daqui acho que a gente tem um ponto de partida para várias coisas que podem sair.

Greta Paz – Então, eu sempre, eu venho de uma família de empreendedores que o trabalho sempre foi o centro da vida né então naturalmente para mim também sempre foi uma parte importantíssima da minha vida e ali quando a gente lê sobre “Sociedade do cansaço”, a gente vê sobre a questão do desempenho, de ter que, eu fui bailarina então eu sou super rígida com disciplina e tudo mais mas eu preciso entender o porquê que eu tô fazendo o que eu tô fazendo, trabalhar simplesmente para o lucro, para crescer não se realizava então eu não tenho problema de trabalhar bastante, eu não tenho problema de me dedicar a algo, não é isso, claro que tudo tem limite mas eu não encontrava um porque fazer o que eu tava fazendo e eu não encontrava um lugar que eu tivesse espaço, voz, liberdade e aí eu decidi criar uma empresa que olhasse muito para as pessoas, que eu entendo que se as pessoas estão realizadas com o que elas estão fazendo, o cliente vai estar feliz, a gente vai ter lucro e por aí vai. Então foi muito nessa ideia, empreender, a minha ideia de empreender veio mais de uma falta de lugar que eu me encaixasse do que de uma ideia incrível, do que de um, e acho que faz sentido, hoje são 100 pessoas na Eyxo, um turnover muito mais baixo do que o do mercado que agente atua porque a preocupação com as pessoas ela é muito genuína, ela tá na origem do negócio assim.

Henrique de Moraes – Perfeito. Eu queria me aprofundar um pouquinho mais em relação assim às experiências que você teve antes né e como que elas te levaram pra essa busca. Antes disso eu vou só reforçar um ponto assim muito importante que você falou agora, do turnover baixo porque assim para quem não sabe, o mercado de comunicação é uma loucura, assim se você vai buscar, procura LinkedIn de qualquer pessoa, redator, planejamento, cara seja o que for, e vai olhando no LinkedIn a quantidade assim, as experiências que as pessoas tiveram, normalmente duram 6 meses, 8 meses, 1 ano e pouquinho, cara nunca passa de 3 anos, 4 anos, quando eu vejo uma pessoa que ficou 4 anos num lugar eu falo “Meu Deus do céu calma aí, eu preciso conversar com essa pessoa”, preciso entender assim o que fez ela ficar nesse lugar”, o que tinha de tão especial porque é um moedor de gente na verdade o mercado de comunicação e enfim, acho que a gente pode se aprofundar um pouco mais na frente sobre o mercado especificamente, eu vou fazer umas perguntas porque eu também tô no mercado de comunicação mas queria só pontuar isso que é muito relevante, quando ela fala isso não é brincadeira, é uma conquista e tanto mas voltando aqui, eu queria que você então me falasse assim o que você teve de experiência, de repente em outros lugares e que te fizeram acabar indo por esse caminho de empreender para criar um lugar que você gostaria de trabalhar?

Greta Paz – Então, primeiro eu sempre trabalhei na indústria do audiovisual que é uma indústria que tem jornadas maiores de trabalho então isso era uma coisa que me assustava, ficar 12 horas trabalhando era muito normal né, uma gravação dura em geral 12 horas. Depois eu achava que o ambiente era extremamente competitivo e muitas vezes tóxico mesmo, então não era fazer o melhor, era como se relacionar e o meu trabalho não era a única coisa que me faria crescer, então isso me incomodava bastante e é um mercado muito vaidoso né e aí eu queria criar um ambiente que fosse mais coletivo, que fosse mais leve, que as pessoas pegassem mais junto né, eu acreditava muito nisso e continuo acreditando obviamente então nas minhas outras experiências eu tive boas experiências de trabalho mas eu sentia falta de um porque, eu sentia que o meu crescimento não era exatamente pelo meu trabalho, não era exatamente pela boa relação que eu tivesse com as pessoas, não era pelo quanto eu me desenvolvesse mas por um monte de outras coisas que tavam em volta disso, e isso me incomodava muito então acho que assim de maneira geral, e claro sendo mulher, muito jovem eu já era assistente de direção então eu vivi coisas que eu falei “Não quero replicar”

Henrique de Moraes – Entendi. E quando você tava nesses outros assim, nessas experiências, em relação à liderança, o que você via assim que as pessoas de repente cometiam, principais erros né especialmente, não, vou deixar mais aberto mesmo, vou deixar assim e depois eu vou afunilando.

Greta Paz – Primeiro, às vezes era tão orgânico e tão desestruturado que eu mal sabia quem era minha liderança né então para um processo de desenvolvimento é muito importante saber que que eu preciso fazer para melhorar então eu não tinha um feedback estruturado, eu não tinha nem líder às vezes, as coisas eram muito de corredor e eu queria muito saber assim, eu sempre tive essa visão “Quero crescer, quero me desenvolver, quero aprender” e eu sentia muita falta disso assim, de uma liderança próxima, de uma liderança acolhedora que entenda os momentos né, que entenda que a nossa vida não é só o nosso trabalho mas que também me desse os caminhos que eu precisava para me desenvolver, então eu acho que eu não tive, na verdade eu tive bons líderes de forma meio orgânica e tive péssimos líderes assim, vi muita coisa arrogante, vi muita coisa que eu disse “Nossa, isso não leva a lugar nenhum” então coisas, é bom que a gente acaba convivendo com quem nos inspira e com que também de alguma forma nos mostra o caminho que a gente não quer seguir, então tudo foi importante de alguma forma.

Henrique de Moraes – Sim totalmente, eu acho que a gente é aquela velha história, saber o que você não quer é tão ou mais importante, então faz total sentido. Você falou uma coisa que é engraçada, embora aqui o podcast seja muito amplo em termos de público, eu sou da indústria de comunicação mas eu não sou publicitário e nem jornalista de formação, então na verdade eu comecei como empreendedor, me apaixonei pelo mercado digital na época e acabei me apaixonando pela publicidade como um todo e quando você compara né uma startup por exemplo, que já é um ambiente talvez um pouco caótico com uma agência ou sei lá, hoje tem tantas nomenclaturas né mas enfim, seja o que for, de comunicação, qualquer empresa em geral são empresas que de fato tem menos estrutura né assim, tem um processos, parece que as coisas precisam acontecer de maneira que na verdade eu acho que atrapalha mais do que ajuda e aí eu queria entender assim, quando você montou a Eyxo, eu imagino que isso tenha sido um processo né porque você teve ainda a MPQuatro antes e tem aprendizados, erros, acertos, depois você monta a Eyxo e a Eyxo já tem alguns anos também então assim, crescimento e você vai aprendendo e agora no momento em que você tem 100 pessoas assim se não tá, se não tem processo organizado, cara é caos generalizado né e assim gente, eu ouço de agências assim grandes tá, e das pessoas falando “Cara eu não sabia quem falava com quem, todo mundo mandava, ninguém mandava em nada” então assim, não é uma coisa de agência pequena, é coisa de qualquer pessoa no mercado de comunicação, aí eu queria entender um pouco assim quais foram de repente os principais aprendizados e como que você fez para mitigar essas coisas que você tava vendo né, que você sentia falta também né quando você tava no mercado

Greta Paz – Sabe que eu acho Henrique, que no caminho eu nunca fui uma profissional muito técnica, eu não sou uma designer, eu não sou uma diretora de criação, eu não sou, eu sou uma apaixonada por gestão então acho que acabou sendo um grande diferencial, eu tô menos nos projetos né, eu não preciso estar dentro do projeto mas eu tô na gestão da empresa e o que é raro porque normalmente a gente vê que quem cria negócios na área da comunicação tem alguma especialidade dentro da área assim e eu não, desde muito nova estudei gestão mesmo então brincam que a Eyxo é meio corp assim, ela tem processo para tudo, ela tem um jeito de se estruturar, ela tem um plano de carreira, ela tem job description, ela tem processos estruturados de feedback e eu sinto que isso acabou sendo um grande diferencial da empresa e que acaba auxiliando muito para o processo de crescimento, então eu sou uma pessoa realmente apaixonada por gestão e talvez eu poderia ter outros negócios, não necessariamente na comunicação, claro que como jornalista é meu chão, é o que eu mais conheço e tudo mais e pelas experiências anteriores mas o que eu mais gosto mesmo é discutir processos, é entender, hoje a gente é uma empresa B certificada, então várias coisas estão alinhadas com isso assim.

Henrique de Moraes – Boa. Tá então agora eu vou entrar num momento nerd aqui e queria entender um pouco mais assim como é que funciona a Eyxo em termos de estrutura né assim, como é que vocês funcionam em termos de liderança, gerência, o quanto você puder entrar em detalhes eu vou adorar muito aqui

Greta Paz – Vamos tentar, e isso acaba sendo muito visual né mas enfim, eu sempre tive um cuidado grande com não ser uma estrutura extremamente hierárquica né, um organograma aquele vertical que as estruturas, então tem até um livro que se chama “Reinventando as Organizações” que é muito legal e fala um pouco sobre novos modelos e que nos ajudou muito a criar o que a gente tem hoje da Eyxo mas eu não acredito também numa empresa com 100 pessoas, como a gente tava falando antes, numa coisa extremamente orgânica, as pessoas querem saber qual é o próximo passo, querem saber a quem elas respondem, elas querem saber quem tá decidindo o futuro delas então a gente tem círculos que são estruturas, então a gente tem estrutura de planejamento e criação, a gente tem estrutura que trabalha só com creators e a gente tem estrutura de núcleos dedicados a clientes então 99, Banco 24 Horas e por aí vai, a gente tem estrutura de mídia de performance mesmo e a estrutura de video content que a gente chama de audiovisual, então aqui dizendo algumas estruturas. Dentro dessas estruturas a gente sempre vai ter a pessoa que responde por negócio né então que tá olhando pra receita, que tá olhando para despesa, que tem isso no seu job description, normalmente essas pessoas são diretoras, depois a gente tem gerência, a gente tem lideranças técnicas e a gente tem os especialistas, então as pessoas conseguem se enxergar dentro dos seus círculos e dentro da sua estrutura. Mas sempre com esse cuidado assim de criar o menor número de camadas hierárquicas que a gente possa ter e entender um pouco também da liderança dos projetos, de entender que pessoas podem assumir papéis de líderes dependendo daquele projeto, dependendo do que elas entendem como especialistas ou afinidade enfim, e aí a gente vai construindo isso. Não sei se deu pra entender

Henrique de Moraes – Deu pra entender, acho que num quadro amplo mas legal, acho que a partir daqui eu vou fazer algumas perguntas específicas. A primeira pergunta que eu quero fazer é assim, como que você identifica dentro dessas células né que já existem por exemplo, uma pessoa que tem um perfil para liderar ou como que ela faz para se colocar nesse lugar, e aí vou só para contextualizar tá, aqui na agência por exemplo, uma dor que a gente tem é que a gente tentou organizar, especialmente o atendimento aos clientes né, em squads, só que squads dedicados, 100% dedicados para um cliente só, e a gente tentou eliminar o papel, e aí desculpa pessoal de atendimento, nada contra vocês, mas a gente tentou eliminar o atendimento porque o que acontece, a gente sentia que muitas vezes o atendimento dependendo de como fosse né assim, ele ficava muito tentando agradar o cliente e se ele não fosse uma pessoa que entendesse bem do processo criativo ele acabava prometendo coisas que ferravam com o timing ali do time criativo, e é lógico tinha que ter um alinhamento mas isso nem sempre acontecia, então o que que a gente, qual foi nossa premissa? Tirar o atendimento e botar uma pessoa do time criativo, do time dedicado àquela conta para se tornar um líder do projeto, que seria a pessoa que vai quase que desempenhar o papel de atendimento. Só que aí veio um outro problema que foi assim, você acaba, o atendimento ele tem um papel que é de quase cuidar do cliente que dá muito trabalho e aí o criativo começava a perder a vontade de ser criativo porque ele tava o tempo inteiro no atendimento mas enfim, voltando para a pergunta porque que eu tô querendo entender um pouco melhor isso porque aqui dentro por exemplo o que eu percebia era que assim, é difícil você nomear uma pessoa sabe e às vezes é difícil você também identificar essa pessoa porque por mais que ela tenha um perfil às vezes mais extrovertido ou de até botar as coisas pra frente, não necessariamente quando você coloca ela no papel de liderança ela tá preparada ou ela se sente confortável sabe e aí isso num projeto que já tá andando acaba desandando sabe, acaba dando problema, então queria entender como é que você faz pra identificar ou quando a pessoa levanta a mão e fala “Eu gostaria de assumir mais esse papel”, como é que você faz, se tem algum treinamento, alguma coisa que você faça pra preparar essa pessoa pra liderar um projeto

Greta Paz –  Pergunta complexa que conforme a gente foi abrindo assim, foram várias caixinhas mas vamos tentar organizar. Primeiro, a gente acredita muito na Eyxo na carreira em Y, então nem todo mundo precisa ser líder para crescer, a gente precisa dos especialistas, a gente precisa dos técnicos

Henrique de Moraes – Posso te fazer uma pergunta? O que significa a carreira em Y?

Greta Paz – Que o crescimento pode ser tanto para a gestão quanto para um processo técnico mesmo, eu sou uma referência técnica apesar de não liderar estruturas, de não me envolver com a camada de liderança, eu sou uma inspiração, uma referência técnica, eu executo, sei lá eu sou um redator né mas eu não preciso estar envolvida com gestão ou qualquer coisa assim. Então a gente acredita muito nisso, então primeiro ponto é valorizar não só os talentos que às vezes tem um pensamento, uma ideia de que a gente quer valorizar quem tá liderando gente, não necessariamente, eu posso ter um planner que é extremamente técnico, entrega os melhores projetos da empresa mas não tá a fim de ir para essa área, então eu sempre cuido, a gente sempre cuida na Eyxo para ter esses dois caminhos e entender a importância de cada um deles. Depois a gente para identificar quem são os potenciais porque quando a gente chega e eu tô vivendo isso agora né, liderar um time de 30 pessoas a gente tem uma camada de afeto muito grande, conhece a história de cada um, a gente consegue identificar o potencial, a gente quando ali 70 já começa a não conseguir, 100 a gente não vai conhecer o trabalho efetivamente de todos então a gente precisa de processos e aí a gente usa algumas coisas como por exemplo na Inbox que é uma matriz, que o líder coloca os seus liderados numa matriz pra gente conseguir entender quem são os potenciais, é uma matriz que olha para duas coisas, desempenho e potencial, e faz um cruzamento então a gente precisa saber quem tem um altíssimo potencial mas tá tendo um baixo desempenho pra gente saber o que fazer, a gente precisa saber quem tem altíssimo potencial, altíssimo desempenho porque a gente precisa reter esse talento então a gente tem uma metodologia pra entender isso. E aí sim, a gente dentro da Eyxo tem, a gente também não me chama de atendimento porque eu acho que isso tem um vício de entender como é que essa pessoa se comporta, o que que ela faz, a gente tem algumas camadas que saõ executivos de conta ou executivos de projeto, depois a gente tem gerente de contas e gerente de projeto e aí diretor de conta e de projeto, cada um tem o seu job description mas são as pessoas que estão com olhar para o negócio então pra gente o atendimento não é um leva-e-traz de pauta ou qualquer coisa assim, é uma camada de olhar para o negócio, de olhar para a produtividade então é quem tá olhando para a rentabilidade das contas e dos projetos, quem tá entendendo onde se coloca cada pessoa então pra gente é um olhar bem de gestão dentro da Eyxo, e por isso faz muito sentido. Normalmente são as pessoas que acabam liderando times dedicados, normalmente são as pessoas que acabam então é a galera que vai mais, que não é especialista mas que vai para uma área bem mais de gestão, mais generalista que troca com negócios, troca com financeiro, troca com os criativos, então seria quase um gestor de projetos mas com um olhar meio único nosso assim.

Henrique de Moraes – Perfeito. É eu ia falar exatamente isso, vira quase um gerente de projetos só que mais, que entenda mais da área de criação, talvez né?

Greta Paz – Perfeito, perfeito. Exatamente

Henrique de Moraes – Boa. Eu tinha uma pergunta em cima dessa que eu esqueci, depois eu vou lembrar e vou voltar, mas voltando pro tema de liderança mais humanizada né assim, esse termo eu acho curioso mas na falta de um termo melhor a gente vai de liderança humanizada. Assim, na prática né se você fosse falar sobre ações ou habilidades que uma pessoa precisa ter para conseguir desempenhar uma liderança nesse estilo, que é o que você estava buscando inclusive quando você tava no mercado de trabalho né, o que você acha que uma pessoa precisa ter, deixa eu voltar um pouquinho, acho que a gente pode fazer o seguinte, vamos colocar uma lista de repente de referências que você tenha, de coisas que você já viu antes de falar das habilidades específicas ou ações específicas que você acha que pode ter, não sei se você tem pessoas que te inspiram, que de repente você foi buscar por exemplo, foi estudar ou foi ler, você tem alguma referência que você possa compartilhar com a gente?

Greta Paz – Eu sempre tenho muito cuidado com isso, eu falo em entrevistas e tal que é muito difícil a gente olhar para as referências que estão no Instagram ou qualquer coisa assim e se basear porque às vezes geram uma cobrança que a gente tava falando, do desempenho, gera uma cobrança então eu tento olhar, pegar pontos de pessoas próximas de mim e aí não adianta eu ficar falando nomes não midiáticos né mas eu acho que é super importante e pessoas que enfim já cruzaram meu caminho, com quem eu converso e que eu tenho proximidade mas assim, para mim a principal referência, até foi super notícia é o fundador da Patagonia, agora abriu mão de todo o lucro, muito legal assim e tem um livro dele que para mim foi muito transformador, quando eu li aquele livro foi a primeira vez que eu falei “Nossa alguém enxerga o que eu enxergo do mercado de trabalho”, ele fala muito sobre até ter vergonha de dizer que é empreendedor e eu sinto um pouco isso porque eu não me conecto com o mundo empreendedor exatamente, eu tenho muita dificuldade de olhar empreendedores e falar “Nossa que incrível” né e eu me sinto um pouco assim algumas vezes e aí foi a primeira vez que eu não me senti tão sozinha e aí depois isso abriu o Sistema B pra mim e a partir do Sistema B eu encontrei outras referências que não são tão midiáticas também mas que muito legal, então eu tenho, claro eu poderia vir aqui falar Luiza Trajano, não sei quem mas eu não sei, eu não sei exatamente como é que é no dia a dia

Henrique de Moraes – Eu vou reformular então para ver se a gente consegue, a pergunta foi meio mais ou menos mesmo então assim, culpa minha mas

Greta Paz – Não, foi boa

Henrique de Moraes – A gente, só pra reforçar né, quem não conhece vale a pena conhecer a história, eu esqueci o nome dele, Von, esqueci o sobrenome dele

Greta Paz – É um sobrenome difícil

Henrique de Moraes – É difícil, exatamente, obrigado

Greta Paz – Nem vou tentar pronunciar

Henrique de Moraes – Mas pra que é tranquilo consumir conteúdo em inglês acho que vale a pena ouvir o “How I Built This” dele, da NPR que fala um pouco dessa história né, da trajetória que é meio torta dele no empreendedorismo, que na verdade ele fez, o empreendedorismo dele é o que deveria ser, ele tava somente resolvendo um problema dele, “queria resolver, ninguém tava fazendo, eu fiz, as pessoas começaram a pedir, eu comecei a fazer pra elas e foi crescendo”

Greta Paz – E tem histórias incríveis dele como escalador, que quando ele viu as marcas que ele tava deixando nas montanhas ele falou “Nossa, tô fazendo tudo errado” e ele abriu mão de todo lucro e reinventou o seu negócio, então tem coisas muito legais ali

Henrique de Moraes – É sensacional, eu acho essa parte do, o nome do livro né que é “Deixa minha galera ir surfar”, ele até onde me lembro da história assim, a fábrica deles ficava na frente de uma praia e toda vez que tinha onda tipo simplesmente fechava, não era assim “Ah quem quiser vai surfar” não, todo mundo para de trabalhar e quem quiser vai pra casa, quem não quiser vai pra praia, vai fazer o que quiser então assim, não tinha muita opção né e eu acho isso sensacional assim né do ponto de vista de um empreendedor que consegue exatamente subverter tudo que é o status quo, o que é esperado de alguém que tá trabalhando pra uma empresa que no final das contas se tem como o único objetivo gerar lucro e explorar ao máximo qualquer recurso né, todo e qualquer recurso seja humano, seja da terra enfim, para tirar o maior proveito financeiro. Então vale a pena bastante, eu recomendo também bastante conhecer um pouco, li parte do livro, confesso que não li o livro inteiro porque é um livro grande mas assim, quem quiser dar uma pesquisada e conhecer um pouco da história vale a pena. Mas voltando um pouco, eu queria entender então assim quais foram as práticas que de repente você viu e que te inspiraram né a inclusive a sei lá, de repente mudanças dentro da Eyxo ou na sua forma de empreender, se você enxergou, você falou que teve muitas pessoas que te influenciaram mas que não são pessoas conhecidas né mas que são pessoas que passaram pela sua vida, então quais foram de repente as ações sabe, ou tipo coisas, detalhes que você viu ou que você aprendeu, ou que te ensinaram mesmo literalmente e que você hoje de repente leva, carrega com você nessa jornada

Greta Paz – São várias né mas tem alguns exemplos, a minha mãe foi líder de uma grande empresa de varejo e eu ia trabalhar com ela quando eu era pequena para ficar observando, ficava desenhando, sei lá o que eu fazia mas eu ficava olhando e um dia ela me falou, ela me falou, não sei se ela me falou ou se falou para alguém, que um líder nunca trabalha de porta fechada, um líder tá sempre de porta aberta, então isso me fez “Peraí” e hoje eu venho presencialmente pro escritório muitos dias porque é uma forma das pessoas que quiserem também trocar uma ideia, quiserem estar próximas simplesmente virem pra sede. Então se eu fico lá na minha casa, a empresa tá acontecendo, talvez pessoas que gostariam de trocar uma ideia, de ter um contato não teriam, então essa é uma coisa que por exemplo eu peguei no ar e hoje pra mim líder não tem sala, líder tem que estar sabe, isso transformou assim. Tem muito da forma de liderar através das pessoas né, o sucesso das pessoas é o nosso sucesso então eu tento, eu vejo muitas lideranças centralizadoras que assim, qualquer oportunidade sou eu falando para toda a empresa, qualquer coisa sou eu, eu, eu e a empresa não vai crescer porque é impossível que a gente esteja em todos os lugares todo tempo, então tenho referências de pessoas que sempre abriram espaço para que outros crescessem, para que outros se desenvolvessem, para que outros aparecessem e eu acho que isso é importante então eu tenho um cuidado para não puxar todas as reuniões, não ser a primeira a falar numa reunião por exemplo, que acaba como principal referência, fica um pouco difícil das outras pessoas se posicionaram então tenho o cuidado de ouvir e pegar as percepções, tenho referências de processos também né de gestão mesmo, aí eu tive um grupo de empreendedores que eu participei que se encontravam quinzenalmente que acabou me trazendo muitas referências, muitas coisas legais porque como empreendedor a gente tem que dar um pouco conta de muitas caixinhas, muitas áreas então uma hora a gente tá muito conectado com financeiro, tem uma hora que a gente tá no tributário, tem uma hora que a gente tá mais com as pessoas, tem uma hora que a inovação tá assim latente, então a gente vai precisar ter referências em todas essas áreas né e de liderança mesmo em todas essas áreas né então eu acabo, não sei se eu respondi muito bem tua pergunta porque é difícil mas eu acho que é isso.

Henrique de Moraes – Não, com certeza, aproveitando lembrei a pergunta que eu tinha pra fazer lá atrás, que você falou de processos e você falou, algumas vezes você falou de feedbacks, de não ter feedbacks estruturados e cara, isso pra mim é uma coisa que eu sou fissurado, a gente tem aqui uma diretriz de feedback, a gente tem um documento pras pessoas lerem antes de participar de reunião para entender assim porque você tá ali na verdade né, porque as pessoas confundem, acho que tem duas confusões principais que acontecem em termos de feedback, primeiro que fazem só quando elas estão incomodadas, isso já é errado então assim, você ter uma frequência, uma rotina de feedbacks é mais importante porque você vai parar para entender exatamente o que você tem que falar e não vai estar falando só porque você teve um trigger ali né, uma coisa que te levou naquilo ali

Greta Paz – Total

Henrique de Moraes – É um ponto importante e até porque quando você vai fazer e você não teve nada que assim, tenha te incomodado para você dar um feedback que na verdade é quase uma crítica, você vai olhar para os pontos positivos né daquela pessoa também,você vai ter muito mais facilidade inclusive para olhar pras coisas boas que essa pessoa tá trazendo. E feedback também é feedback positivo gente, lembrem disso.

Greta Paz – Perfeito.

Henrique de Moraes – Então eu acho que tem duas coisas que pessoas confundem muito, que uma é essa de achar que feedback ele é na verdade uma crítica e de que é um momento para você falar o que você quiser e cara, nada disso, tá tudo errado então a gente fez uma diretriz aqui que é tipo, o feedback tem que ser primeiro, ele tem que ser construtivo, tem que ser uma coisa que, não só construtivo, ele tem que ser acionável né tem que ser, você tem que falar porque que você tá dando aquele feedback e já dar alguma ideia de algum caminho que aquela pessoa possa fazer para melhorar e não simplesmente jogar uma crítica no ar e falar “Aí,te vira” e tem que ter um acompanhamento, enfim uma série de questões aqui que a gente foi estabelecendo e a gente foi aprendendo e aí por isso que eu gosto de perguntar porque assim, toda vez que tem algum convidado que fala de feedback eu falo assim “Putz ele deve ter alguma coisinha a mais pra falar” e aí, como é que vocês estruturam isso assim, como é que funciona, se vocês tem ritos e como é que funciona inclusive agora que vocês são 100 pessoas, eu imagino que tenha também toda uma questão de, vou falar uma palavra que é meio escrota, que parece uma coisa que é muito organizacional assim, de governança mas mal ou bem você precisa ter tipo assim, pessoas pra quem você vai reportar e essas pessoas vão reportar pra outras, como é que funciona isso em termos de estrutura de vocês aí?

Greta Paz – A gente tem um processo bem estruturado de feedback, também considero importantíssimo assim, até para retenção de talentos né, eu acho que a gente tava falando ali do turnover, das saída e tal, o feedback acaba ajudando muito a um alinhamento pra perspectiva. Então a gente tem, primeiro de forma não estruturada a gente tem as reuniões de status entre líder e liderados que pesquisa acontecer com uma frequência mínima de uma vez por mês e normalmente se faz uma vez por semana ou a cada duas semanas, depois a gente tem a cada seis meses o feedback estruturado, e esse feedback é entre líder e liderado primeiro e aí a gente tem um feedback técnico e um feedback cultural, de comportamento

Henrique de Moraes – Interessante

Greta Paz – Então ele é dividido em dois, aí a gente tem uma plataforma que a gente desenvolveu, e ele tá dividido em duas áreas. O feedback técnico tá completamente conectado à descrição do cargo da pessoa, então um redator Júnior vai ter os mesmos critérios e tal e o cultural tá completamente conectado aos nossos valores, então a gente tem isso muito bem documentado e acaba sendo o norteador. E aí depois disso a gente tem o feedback do líder para o seu liderado, que também é extremamente importante né, então acaba tendo um alinhamento e a partir disso, feedback cultura, feedback técnico e do lideraro, a gente tem um documento que se chama PDI, que é o Plano de Desenvolvimento Individual em que o líder e o liderado alinham o que são os objetivos dessa pessoa pro semestre, então ações que ela pode fazer para se desenvolver e que vão ser acompanhadas ao longo do tempo, se ela tá muito próxima a uma promoção ou se ela, e não necessariamente, às vezes são coisas não conectadas ao trabalho porque a pessoa pode precisar, por exemplo liderei uma mãe que tinha acabado de ter filho, eu falei “Cara não vai fazer curso, não é o momento” entendeu então o teu desafio agora que tu tá extremamente ansiosa com tal coisa é entender que tem limite, entender e é isso que a gente vai acompanhar porque tenho certeza que vai ser importante para ti no trabalho e pra ti fora do trabalho. Então a gente tem todo esse feedback estruturado e ainda tem um feedback que é, eu posso convidar dois colegas para me trazerem feedback dos pares né então tem um período que eu mando “Ah Henrique eu queria muito escutar um feedback teu”, a gente alinha como faz isso, tem um jeito de fazer e a pessoa escreve e manda esse feedback pro seu colega né. Tudo isso acaba sendo super importante então semestralmente é um momento que tá todo mundo querendo falar sobre isso, ouvindo isso, depois tem gestão de consequência nisso e tudo mais mas o que que eu acho que é muito legal e que eu sempre né quando eu, lá no início a gente falou, queria criar um lugar que eu quisesse trabalhar né. Eu às vezes achava “Poxa eu mandei super bem nisso mas não tem nada sabe” ou “Nossa talvez eu não esteja muito bem nisso” então eu sempre quis ressignificar este momento do feedback, as pessoas que chegam na Eyxo geralmente chegam traumatizadas, elas não querem ir para feedback, elas acham que o momento é horrível então a gente prepara muito bem os líderes para esse momento e a gente tem workshops de como dar feedback, agora recentemente a gente fez um sobre mediação de conflito porque muitas vezes é uma questão de conflito e tá tudo certo, então preparar muito bem quem vai falar e como falar e como trazer mais evidências do que percepções, como dizer, não é “Fulano tu sempre chega atrasado”, é impossível a pessoa sempre chegar atrasada mas “Olha, eu percebi que na última semana tu chegou três vezes atrasado” então pra mim eu acho que tudo é a forma como a gente faz e hoje eu sinto que as pessoas que estão na Eyxo querem muito esse momento, gostam desse momento e aí para mim faz muito sentido.

Henrique de Moraes – Nossa adorei, trazer mais evidências do que percepções, estou anotando.

Greta Paz – Sim, às vezes é difícil mas com certeza é um feedback mais rico.

Henrique de Moraes – Totalmente, totalmente e assim, engraçado né porque especialmente nesse momento que a gente tá vivendo onde o trabalho híbrido tá se tornando o novo padrão fica, se torna mais importante a gente ter esses momentos porque como você falou né, trouxe esse exemplo “Mandei super bem” e sei la só ouviu os grilos cantarem né e muitas vezes no trabalho remoto isso acontece e acontece não é de propósito né assim, é porque tá todo mundo cara ali com muita coisa para fazer e uma pessoa faz uma coisa que é incrível, a pessoa pode até falar “Nossa ficou muito foda” mas ela não manda né, às vezes esquece, simplesmente passa batido

Greta Paz – E sabe que tem uma coisa que eu acho legal de dizer também sobre isso, que geralmente e é um cuidado que a gente tem que ter para retenção de talentos, quando uma pessoa manda bem muitas vezes a gente naturaliza isso e passa não elogiar

Henrique de Moraes – Sim, verdade.

Greta Paz – Mas isso não quer dizer que essa pessoa não precisa de validação e não quer dizer que essa pessoa não quer ouvir isso, eu até tenho, escutei uma vez e achei muito legal, por exemplo se o Neymar jogar bem ele não faz mais do que a obrigação e ninguém vai dizer “Parabéns Neymar, jogou muita bola hoje” não né, só que talvez ele queira escutar isso, talvez ele precise escutar isso porque quando ele joga mal todo mundo atropela ele, então é muito importante também entender quem são os nossos talentos, como são e como reforçar as coisas positivas que estão acontecendo em feedbacks, que aí linka com o que tu tava dizendo lá no início. Então assim, Neymar também precisa de elogios, tenho certeza e eu acho que às vezes a gente naturaliza isso e esquece, e entende o feedback como um momento de construção, construção, construção mas às vezes é um reforço de coisas positivas.

Henrique de Moraes – Sim, totalmente. Agora a gente tá conseguindo estruturar um pouco melhor porque a gente tá com uma pessoa que cuida exatamente de cultura e pessoas e aí ela consegue fazer com uma frequência que a gente precisa, ela vem puxar os líderes e falar “Ah, fala sobre fulano de tal” e vai organizando e tal. E quando a gente vê o que aconteceu, o que saiu daí, muitas vezes as pessoas falam inclusive assim “Ah tão bom, eu não sabia como vocês tavam percebendo o meu trabalho” por exemplo sabe? Tipo, chega nesse nível da pessoas não saber se ela valorizada ou não, se a gente tá gostando ou não do trabalho dela

Greta Paz – Perfeito

Henrique de Moraes – Então é muito importante e eu acho que também é até um alerta para gente de exatamente ficar o tempo inteiro falando as coisas mesmo, a gente dá, a gente passa assim por exemplo, se tem algum ajuste para ser feito a gente passa na hora né, sempre mas assim, se tem alguma coisa para elogiar a gente acaba deixando para depois, acumulando ou sei lá qualquer coisa que não faz sentido então assim, também falar o tempo inteiro é muito importante e faz com que essa pessoa se sinta inclusive motivada para fazer mais trabalhos incríveis né assim porque é isso, se ela começa a achar que não tão mais reconhecendo ou que não tá sendo mais incrível ou ela vai entrar numa crise ou então ela vai querer ir para outro lugar que reconheçam né, então é de fato muito importante. E aí entrando nesse gancho da pessoa por exemplo que manda sempre bem tá, uma pergunta que eu queria te fazer, acho que vai também levar para algumas outras coisas que são importantes da gente falar. Uma dor que eu tenho tá assim que é bem latente eu diria, especialmente hoje em dia é, como a gente, como você faz ou como fazer para não sobrecarregar pessoas incríveis porque em geral pessoas incríveis são as mais sobrecarregadas porque são as pessoas em quem você mais confia né e que pegam, matam no peito e resolvem o problema e fazem bem feito sabe e eu vejo que assim, é quase insano porque é uma, um conflito mesmo que acontece então eu preciso que essa pessoa tenha a melhor qualidade de vida possível mas tudo recai sobre ela sabe, e é um problema que assim, eu hoje em dia não sei tão bem como resolver, tô tentando alguns caminhos, li esses dias uma menina, a Carol Rosa, inclusive recomendo, diretora de criação acho que da Adventures se não me engano e ela posta umas coisas, conteúdos bem bacanas e ela falou isso, a maldição da competência né, que você faz uma coisa bem aí a pessoa vai e te passa duas coisas e aí você faz duas coisas bem aí de repente a pessoa te passa três coisas e aí de repente ela tá te passando coisas que eram responsabilidade de outras pessoas que não fizeram aquilo ali muito bem e aí quando você vai ver no final das contas você já não tá fazendo mais seu trabalho muito bem porque você tem muitas responsabilidade sobre você e você não consegue entregar na qualidade do que você gostaria ou do que você se propôs então enfim, não sei se você tem esse problema mas se você tiver, se você tem alguma coisa que você já testou aí e que funcionou aí que você possa compartilhar porque vai me ajudar muito.

Greta Paz – Sim mas é um super desafio, eu não acho que tenho isso solucionado dentro da Eyxo que claro quando a gente tem pessoas brilhantes a gente quer que elas toquem o maior número de coisas e normalmente são as pessoas que dão conta de mais coisas mesmo né então assim, meio que quer que alguém resolva um problema e passe pro mais ocupado né, é meio isso assim mas é um cuidado e aí o que que eu acho que a gente tem, primeiro a gente precisa estar muito próximo desses talentos para entender porque às vezes essa pessoa tá num momento de carreira em que ela sim quer desafio, quer pegar tudo e tem perfis que são assim, tem outros que falam assim “Pelo amor de Deus, traz alguém tão competente quanto eu logo porque senão eu vou vazar”, isso já aconteceu dentro da Eyxo e aí assim, “Traz alguém que me desafie tecnicamente, alguém que seja uma referência para mim” mas assim, então estar próximo é fundamental para entender o tamanho dessa sobrecarga e tudo mais. Segundo, a gente é muito rígido com controle de horas, o que é muito pouco comum dentro do mercado

Henrique de Moraes – Eu diria que tá mais pra quase que o oposto assim, a gente finge que a gente não controla inclusive pras pessoas trabalharem infinitamente

Greta Paz – Dentro da Eyxo não tem, tem banco de horas, a pessoa vai ou seja, ela não vai trabalhar mais que, ela pode consumir mais horas mais rápido, ela pode, mas a gente não vai ter como, no saldo é impossível. E aí depois, pra “Ok então ela vai fazer tudo mais rápido e melhor” a gente tem ferramentas para gestão de pauta e a gente consegue saber se a pessoa tá entregando muito, ela entrega o dobro do que outra pessoa? Opa tem alguma coisa errada, então acho que entra naquilo que eu te falei, hoje eu não consigo ter o detalhe de cada pessoa mais dentro da Eyxo mas um dash, o overview eu tenho então eu consigo perceber isso para atuar. A gente resolveu esse problema? Não, mas eu acho que a gente tem melhorado.

Henrique de Moraes – Você falou que pros feedbacks vocês tem um sistema que vocês criaram, pra fazer esse acompanhamento enfim, quais são as ferramentas que vocês gostam de usar por exemplo além das que vocês criaram já que provavelmente essas não estão disponíveis no mercado, mas tem alguma coisa que você goste e recomenda por exemplo, de plataforma?

Greta Paz – Pra área de people?

Henrique de Moraes – Pra gestão em geral assim, gestão de tarefas por exemplo, como é que vocês fazem hoje aí?

Greta Paz – Olha a gente tá mudando de plataforma, a gente tá indo pro Core, que é uma plataforma bem específica

Henrique de Moraes – Não conheço

Greta Paz – De marketing, muitas agências usam então assim, hoje eu não tenho boas recomendações que não sejam as coisas que a gente acabou criando porque por exemplo, de feedback foi nossa mesmo, desenvolvida por nós mas das outras eu não tenho nada incrível.

Henrique de Moraes – Boa, tranquilo.

Greta Paz – Se tiver me recomenda

Henrique de Moraes – A gente também tá pensando em mudar a nossa, a gente usa o Asana hoje para gestão de tarefas, projetos como um todo, que é versátil mais tá deixando a desejar em algumas coisas, especialmente agora que a gente tá precisando organizar melhor os processos e ter isso desenhado dentro da plataforma já.

Greta Paz – A gente utilizava, utiliza até agora porque a gente tá fazendo essa migração o Runrun.it que é uma plataforma e até falando como a gente é uma empresa B certificada a gente opta por fornecedores nacionais quando a gente pode e eles são daqui então a gente operou, foi super bacana por um tempo mas hoje também a gente precisa de uma sofisticação maior em algumas coisas e aí já não tá dando conta do que a gente precisa.

Henrique de Moraes – Boa vou buscar, Core, anotado aqui. E falando um pouco do nosso mercado né, a gente sabe que dentro de publicidade e comunicação como um todo a gente tem alguns problemas inerentes né e um deles assim, esse a gente conseguiu resolver mal ou bem aqui dentro de casa mas de maneira bem radical que assim, a gente sabe que muitas vezes o tipo de relacionamento que se cria entre cliente e agência pode tender a ser um relacionamento mais abusivo né e às vezes isso pode ser sutil né, do tipo sei lá, passam muitos desafios com prazo pequeno, vai, é comum, a gente sabe, super comum e assim, não necessariamente a pessoa a pode ser super gentil e educada ao fazer isso mas ainda assim ela tá né tipo assim cara tá fazendo com que você vá passando uma sobrecarga automática pro seu time né, vamos colocar assim, especialmente se você já tem outros projetos e se você não consegue repriorizar projetos da própria marca né e às vezes é mais na lata mesmo que é assédio moral, enfim, uma relação, acha que tem uma relação de poder ali que na verdade não deveria existir porque deveria ser uma parceria. Como que você assim, não sei se vocês já passaram por isso, imagino que já mas como é que vocês lidam com isso hoje em dia para tentar evitar que isso aconteça ou quando acontece como é que vocês fazem?

Greta Paz – Então, eu sempre, eu gosto da frase que é “Tratar o cliente bem é fácil, quero saber como trata o fornecedor né”, tratar o cliente bem todo mundo trata, quero saber como trata o fornecedor né, aí enfim a gente tá falando de impacto. Primeiro acho que assim, a Eyxo tem um posicionamento muito claro que é alinhado desde o início com o novo cliente então assim, a gente é uma empresa B, a gente olha, vou fazer uma apresentação de ensaio da Eyxo isso vai aparecer, diversidade é uma premissa básica. Ou seja, quando o cliente está nos contratando, de alguma forma ele tá apoiando esses valores, reforçando esses valores e tudo mais. Então em casos que isso não é respeitado é um alinhamento um pouco mais fácil de se fazer no que talvez com alguém que nunca alinhou isso né, então já aconteceu algumas vezes de eu ligar para o cliente “Lembra que tu achou muito legal quea gente é uma empresa B? Pois é, uma das coisas pra ser uma empresa B é isso, que a gente precisa respeitar e gente não tá conseguindo respeitar, o que a gente pode fazer?” Então isso acaba nos auxiliando né a atuar mas é sempre um desafio e acho que isso é fundamental porque assim, acho que passa do cliente mas passa das lideranças da agência, pra dizer assim, não aceita, eu tô aqui, qualquer coisa vão me ligar e dizer, muitas vezes eu faço isso, “Ah olha só tão pedindo isso, isso e isso”, eu falou “Não, diz que não e qualquer coisa vão me ligar”, então acho que isso é importante e o time gosta muito de ver isso assim, “Não peraí, não precisa aceitar algumas coisas”, e eu sempre reforço como líder que é depois que as pessoas trabalham na Eyxo elas passam a não tolerar algumas coisas, e que bom que elas saem da Eyxo e vão pra outros lugares também não tolerando porque daí o mercado todo fica mais forte, porque não adianta eu não aceitar e meu concorrente estar aceitando o tempo inteiro tudo, então é um cuidado importante. Mas acho que sempre, em relação ao cliente é uma transparência que às vezes eu não vejo, eu chamo o cliente e mostro, “Cara olha só, deixa eu te mostrar o dashboard”, “A gente contratou, o teu contrato é de X horas, tá estourando tanto, olha o que tá acontecendo. Quando tu tá falando que tá estourando tanto eu tô sobrecarregando minha galera” então assim, eu acho que franca, transparente de dizer por A+B porque não para de pé, é importantíssimo assim e eu tenho um sócio porque por exemplo, eu tenho uma tendência, a gente tem que saber no que a gente é bom e no que a gente não é, eu sou péssima em formar preço, eu faço tudo mais baixo, tudo, é um horror e aí meu sócio fala assim sei lá, vamos dizer, a Tesla, ele fala “É né Greta, a Tesla tá precisando de dinheiro, a gente tem que dar uma ajudada” então às vezes quando o cliente tá “Ah mas eu não tenho verba”, “Ah mas eu vou estourar as horas”, “Dá uma ajuda aqui pra mim”, é esse pensamente que me vem, “Ele não precisa mais que eu”, então peraí vamos deixar essa relação equilibrada, e eu falo isso “Cliente, cara não tá equilibrado, não tá legal pra gente desse jeito” então assim, ainda bem que a gente tem uma afinidade em geral com marcas que já querem um pouco isso, que já tão, por exemplo a gente trabalha há muito tempo com a 99, uma marca incrível de trabalhar, relação super transparente, eles querem um ambiente saudável também lá dentro então o negócio flui, e outros a gente tem que educar um pouco mais e tá tudo certo assim, até hoje a gente pode dizer que a gente não perdeu cliente por se posicionar de que o negócio tava desequilibrado, só precisa ter bons argumentos.

Henrique de Moraes – Não perfeito, eu acho que esse ponto que você levantou inicialmente né que é uma coisa de fato muito importante, que é como você está se colocando alí no início da relação já então é isso, a pessoa já sabe onde ela tá pisando né então não faz muito sentido ela depois querer uma coisa diferente, o que pode acontecer, já vi acontecer também mas ainda assim pelo menos você tem um argumento, “Não mas você concordou com isso aqui”

Greta Paz – “Lembra?”

Henrique de Moraes – Exatamente, “Lembra o que a gente conversou?”, “Lembra que era muito legal”

Greta Paz – Era bonito né?

Henrique de Moraes – É, no ppt fica ótimo. Mas eu acho que tem um ponto que é muito importante também que talvez tenha ficado mais sutil que é também essa organização toda que vocês têm relação à horas inclusive né, a ter banco de horas, se vocês não tivessem isso não ia dar nem para mostrar para o cliente que ele tava ultrapassando, eu acho que essa falta como você falou, essa falta de clareza talvez gere muito desses problemas que a nossa indústria tem porque é exatamente isso, você não tá fazendo, você não sabe quantas horas estão sendo gastas em cada projeto, você não tem um controle de para onde está indo né a energia das pessoas que estão trabalhando com você, é impossível você depois cobrar até porque o cliente vai sempre olhar e falar assim “Não eu tenho certeza que eu não ultrapassei e eu não pedi nada gente, eu não pedi nenhuma coisa extra, não pedi ajuste nenhum” e quando você vai ver você tá na 12ª refação de uma coisa que nem fazia sentido mais e aí voltou pra versão 1.

Greta Paz – Mas você sabe que eu já chamei cliente aqui na Eyxo e mostrei números assim e falei “Olha só, o mal briefing te gera tantas horas de consumo do teu contato, será que não vale tu melhorar o briefing pra gente e a gente aproveitar melhor esse time dedicado que tu tem?”, “Ah eu nunca vi isso, nunca ninguém me falou” mas a gente tem controle, então isso acaba sendo importante. A gente também quer que o cliente aproveite da melhor maneira o que ele contratou.

Henrique de Moraes – Sim e é isso, esse ponto do alinhamento inicial e agora falando do briefing por exemplo, que é uma coisa que, o que eu sinto assim é que em geral, e eu tô generalizando bastante aqui mas as pessoas estão tão atribuladas, e assim é lógico que a gente também entende o lado do cliente né, também são pessoas que tem 1 milhão de coisas pra resolver e são cobradas e que às vezes tem uma rotina muito louca também e às vezes passam uns briefings que você fala assim “Cara”, a sensação é “Eu simplesmente fiz pra falar que eu fiz, pra falar que eu passei pra frente”

Greta Paz – “Eu preciso tirar, dar um check aqui”

Henrique de Moraes – Exatamente, precisa mandar isso aqui e pronto. E a gente faz muito de sentar e puxar a pessoa pra investigar o briefing, algumas pessoas ficam meio chateadas, ficam “Mas como assim?” eu falo “Cara não mas a gente precisa estar super alinhado pra exatamente, esse investimento que a gente está fazendo aqui nesse início vai ser o que vai te livrar de fazer inúmeras refações e reuniões depois que você não gostar do que a gente te apresentar”

Greta Paz – Total, importantíssimo. Tudo começa ali né

Henrique de Moraes – Sim e é surreal assim, acho que a gente tá, e aí falando um pouco, acho que cabe bastante isso até o assunto aqui que é, a gente tá passando por um momento em que a gente, essas ferramentas de comunicação que te alcançam em qualquer lugar como e-mail, WhatsApp, Telegram aí, Discord, Slack e seja o que for faz com que as pessoas tenham uma postura que é uma coisa que eu reclamo muito aqui na agência assim e bato muito o pé tipo, não ser a pessoa que simplesmente passa a mensagem para passar uma responsabilidade e falar que tirou da sua frente sabe porque é como se fosse assim “Ah beleza, eu preciso resolver tal coisa” e aí resolver é: “Falar com fulana de tal que ela precisa fazer tal coisa”, não.

Greta Paz – Exato. Não, e é isso né, o problema, eu escuto algumas coisas, o problema não é a plataforma, não é o WhatsApp, um bom uso do WhatsApp é facilitar a vida né, agora a forma que se usa, qualquer horário aí sim mas eu acho que não é discutir a plataforma pra mim

Henrique de Moraes – Sim e eu acho que vem muito isso exatamente de como que você tá enxergando seu papel ali porque se você joga uma mensagem sei lá 10:30 da noite para uma pessoa pra só falar “Ah tá aqui a tarefa que você tem que fazer amanhã”, você não quis se preocupar ou ficou com medo de esquecer ou para falar que já enviou tipo cara mas vem cá, para pra pensar um pouquinho assim, quais as opções que você tinha? Agendar um e-mail, agenda um e-mail pra 9 horas da manhã do dia seguinte, você não tem gestor de tarefa? Todo mundo tem que ter um cara, coloca lá, eu subo uma tarefa aqui no Asana, “mandar mensagem para fulano de tal” e coloco a mensagem dentro da tarefa e pronto, no dia seguinte eu vou estar lá, vou abrir e dar de cara com aquilo e falar “Verdade, tem que mandar mensagem pra fulano de tal” e mando, então eu acho que o maior problema de todas as mensagens é que todo mundo poderia se ajudar gente, se todo mundo fizesse isso ia ser tão mais legal porque aí ninguém ia receber mensagem 10:30 da noite pra perguntar coisas que não faz o menor sentido e que eu nem vou conseguir responder porque tô longe do computador, 10 horas da noite já tô longe do computador gente então assim

Greta Paz – Isso aí

Henrique de Moraes – É muito louco mas enfim, voltando aqui, quem, você vinha gerando conteúdo pro YouTube né e que não sei, pelo que vi lá tem um tempo que tá on hold mas enfim, eu vejo que você publica nas redes sociais, especialmente no Instagram, coloca algumas coisas e tudo mais. Como é que é a sua relação com redes sociais?

Greta Paz – Eu adoro produzir conteúdo, gosto muito assim, genuinamente é uma coisa que me dá prazer mas a vida de empreendedora e o tentar equilibrar todas as coisas da vida faz com que muitas vezes a produção de conteúdo deixe a desejar assim então para mim é uma coisa muito orgânica, eu não tenho hoje uma estrutura de ajuda, não sou uma produtora de conteúdo exatamente mas uma hora eu quero ser, uma hora tenho me preparado para isso assim, para me dedicar mais à produção de conteúdo até porque eu acho que existe um espaço para trazer um olhar diferente sobre empreendedorismo assim e eu gostaria de ocupar esse espaço.

Henrique de Moraes – Boa. Deixa eu te fazer mais uma pergunta a respeito disso assim, eu passei por um período também que eu tava criando mais conteúdo, eu adoro podcast, isso aqui eu posso fazer o dia inteiro, se deixar cara eu posso ficar aqui 5 horas fazendo perguntas para você, conversando mas quando vai pra hora de de fato ir pras redes sociais o que eu percebo é que aí já me gera ansiedade. Por exemplo, eu não fico neurótico com quantas pessoas estão ouvindo o podcast mas por algum motivo eu fico neurótico com quantas pessoas curtiram, compartilharam ou comentar um conteúdo e aí isso me deixa bem ansioso então assim, eu passei por um período em que eu fiz um plano, um ano de publicar alguma coisa todos os dias e então assim, eu não consegui todos os dias mas assim mas sei lá fiz 280 publicações e aí depois eu fui parando

Greta Paz – Em qualquer rede?

Henrique de Moraes – Sim, tipo “preciso publicar em algum lugar” e normalmente em formato de texto, muitas vezes eu fazia vídeo, não tinha tempo o mais rápido pra mim era texto porque eu ia anotando coisas que iam acontecendo no dia a dia, fazia alguma coisa ali

Greta Paz – Que legal

Henrique de Moraes – É, e aí ia publicando mas o que eu percebi é que começou assim, enquanto eu usava a rede social por lazer né, eu tinha pouquíssimas pessoas ali então eram meus amigos, família e tudo mais, e era uma troca do meu dia a dia, era aquela coisa tipo “Ah tô só publicando aqui, postando minha vida perfeita” mas depois que eu comecei a fazer isso profissionalmente vamos colocar assim, isso começou a me consumir muito assim especialmente essa energia, a parte da criação pra mim era o de menos pra falar a verdade, era o mais prazeroso porque eu gosto, gosto de escrever, de produzir mas na hora de lidar com a reação das pessoas eu percebia que aquilo gerava uma ansiedade muito grande e aí eu queria entender se você sente isso também né quando por exemplo, você fez uma publicação e falou assim “Caraca, essa aqui vai bombar” e de repente não?

Greta Paz – Pois então, eu acho que meu drama de produzir conteúdo talvez eu não tenha tanto dos likes e comentários ou coisa assim, talvez eu tenho um pouco da base de seguidores, acho que sim, eu acredito muito que a gente não é o nosso trabalho e por isso meu Instagram sempre trouxe coisas da minha vida pessoal e toda vez que eu posto minha vida pessoal eu perco seguidores porque dificilmente alguém me segue pensando “Ah vou seguir a Greta pra ver o que ela faz no final de semana”, “Vou seguir a Greta pra ver como que tá a Eyxo, pra falar de empreendedorismo e sei lá”, então toda vez que eu posto isso eu perco e já teve vezes assim que, quando eu saí na Forbes eu ganhei muitos seguidores e logo depois eu fiz um post que eu não tava nem aí, eu pulando na piscina, nem lembro o que era, uma bobagem e assim, eu perdi muitos seguidores e aquilo mexeu comigo assim, de “Cara eu sou em estereótipo, a menina empreendedora under 30 da Forbes”, eu não sou isso, então isso é uma coisa que mexe comigo e eu tenho muito medo de virar aquela galera que é uma casca assim sabe e que me fez muito mal em algum momento, que me fez querer performar mais porque olhava para grama do vizinho, ela sempre mais verde e falava “Meu Deus do céu essa pessoa trabalha muito, é muito dedicada, dá tudo certo então eu também preciso fazer isso” então esse é muito mais o meu dilema de produção de conteúdo, que é dizer assim, “Como é que eu sou eu e passo uma mensagem para as pessoas que elas não precisam ser só o seu trabalho mas que isso alcance cada vez mais gente?” então eu sempre fico nisso e aí às vezes eu posto um negócio e daí eu “Tô de féria mas nossa, já faz horas que eu tô de férias”,”Ah não, agora” parece que é só trabalho aqui então eu acho que esse equilíbrio é o que me gera ansiedade, me frustra e que quando a gente trabalha com comunicação, tu vai se identificar provavelmente, a gente sabe a fórmula de crescer uma base, a gente sabe a fórmula de, eu sei o que tem que fazer, se quiser eu vendo isso para todas as marcas, se eu quiser ter não sei quantos mil seguidores, eu sei o que tem que fazer, “Mas será que isso é a minha verdade?” e é nesse dilema que eu entro assim, “Tá vou patrocinar esse negócio aqui”, tá mas porque eu tô fazendo isso? Então acho que hoje eu tenho muito esse pensamento e ele tá muito conectado com o que eu falei lá na primeira pergunta assim, eu quero deixar um impacto positivo de alguma forma então assim, talvez entrar nas mesmas regras do game das redes sociais para fazer só mais uma que, então eu tenho muito, a ansiedade para mim tá muito mais nisso do que numa validação de um post talvez ou de um, só não gosto quando eu poxa pulei na piscina e perdi não sei quantos seguidores, aí me irrito.

Henrique de Moraes – Cara, primeiro obrigado por ter compartilhado assim, acho que tem disso que você falou, me veio um texto que eu li esses dias inclusive que eu achei sensacional que é o seguinte, falava sobre como assim a gente, como seres humanos né, como sapiens, seres sociais, a gente já cria nossa imagem por meio dos olhos dos outros né então assim, você vai se tornando quem você é porque você tem a expectativa que a pessoa te veja de um jeito específico e com as redes sociais isso se tornou uma coisa maluca né porque beleza, até então mesmo com a internet né até então ainda tinha assim um grupo de amigos de pessoas que você buscava validação e podia ser do trabalho, pode ser de qualquer lugar mas ainda assim você tinha um grupo e aí quando você vai pra rede social são pessoas infinitas que você pode ter, dependendo de quantos seguidores você tiver e como você quiser, qual for sua ambição isso vai exponencialmente crescendo e aí ele dá no texto, eu perdi a porcaria do texto, queria ter salvo mas enfim, nesse texto ele ia descrevendo um influenciador que era, criando conteúdo de veganismo e não deu certo, não tinha gente ali seguindo, curtindo nada disso e aí um dia por algum motivo ele foi fazer uma coisa de comer tudo que publicassem, alguma coisa assim, um desafio desses e aí bombou e ele começou a fazer só isso e ele parou de ser vegano, começou a comer de tudo e ele ficou, virou uma pessoa obesa sabe, que ganha muito dinheiro, tá lá enorme, super famoso por conta desses desafios mas que ele mudou a identidade dele pelos olhos da validação que vinha das redes sociais, e quando você me fala né que você tipo quis manter o equilíbrio e que isso de vez em quando faz você inclusive perder seguidores, é uma coisa, é triste né de certa forma essa constatação mas assim, pelo menos é importante e aí assim né eu tô falando isso muito pra, como uma forma de te dar os parabéns por ter a sanidade de não ter exatamente se curvado, de ter simplesmente falado assim “Ah não cara, eu sou essa pessoa aqui e eu vou manter a imagem que as pessoas estão esperando de mim que é a de uma empreendedora Forbes under 30 desse jeito aqui, nesse molde aqui que elas esperam que eu seja”

Greta Paz – Sabe que uma vez eu gravei um vídeo pro canal que eu falava como eu cheguei no Under 30 e que eu me inscrevi, eu paguei uma taxa e eu me mexi pra isso. E aí fiz isso porque foi natural para mim fazer porque eu gostaria de ter ouvido isso de alguém, mas eu não me dei conta que não era o mais estratégico para mim como posicionamento porque era muito melhor as pessoas acharem que “Meu Deus a Forbes chegou até mim, me convidou e foi incrível”, se eu ficasse quieta era isso que as pessoas iam pensar, só que hoje a quantidade de mensagens que eu recebo até agora de pessoas agradecendo por aquele vídeo e falando “Eu também quero ser, me dá uma dica, com quem eu falo? Que taxa você pagou que eu quero pagar também”, isso é tão mais legal do que talvez ter uma percepção de “Ah foi lá, Under 30” que por mais que tu tenha menos seguidores eu acho que isso não faz sentido perder e eu acho que é um legado mais massa assim, eu tenho mais orgulho disso mas é um desafio porque às vezes é mais fácil bancar, mais fácil ‘Ah vou aparecer sempre de terninho no meu Instagram e falar palavras bonitas de empreendedorismo” sabe?

Henrique de Moraes – Sim acho que é um desafio porque também as redes sociais, tem uma analogia aqui que eu esqueci o nome dele agora, o cara, um dos criadores do “O Dilema das Redes”, esqueci o nome dele agora enfim, ele fala isso que as redes sociais elas podem ser usadas como ferramentas e elas são usadas, inclusive muita coisa legal veio tipo de rede social, como vários movimentos que surgiram, se você mapeia por exemplo como as mulheres começaram a se sentir mais empoderadas, mais fortes sabe tipo assim, por conta dos exemplos que elas estão vendo, todo o movimento, body positive, enfim, vários movimentos assim que são super importantes e que só aconteceram graças à essa descentralização das pessoas que estão falando e tudo mais. Agora em compensação a rede socia, essa analogia que ele faz, que ele desconstrói na verdade, não é uma ferramenta que nem um martelo, que tá ali parada e quando você precisar você pega e você usa aquilo como ferramenta, é uma ferramenta que ela também depende que você use ela de um jeito específico para que ela funcione, e aí cada vez ela precisa e assim, a fórmula vai mudando né, nunca é a mesma porque ela tem uma agenda própria então você tem que ficar o tempo inteiro se adaptando às vontades do que a gente chama de um algoritmo ali mas que na verdade são pessoas que configuram aquilo ali pra conseguir maximizar também ali o que eles têm como objetivo e isso vai fazendo com que a gente se torne ali quase que reféns de certa forma e aí eu também assim lutei muito com isso que você dividiu aqui, você compartilhou que é disso assim, eu comecei a me ver me tornando sei lá um personagem sabe

Greta Paz – Total, exatamente

Henrique de Moraes – E tipo assim, e emulando coisas que eu nem concordava às vezes sabe tipo e fazendo uma coisa que eu acho que é o pior de tudo, que aí o Nassim Taleb fala disso no, acho que é “Na Própria Pele”, que eu falando inclusive de assuntos que eu nem dominava, simplesmente porque tavam em pauta sabe e porque aquilo ali de repente ia fazer com que o algoritmo me desse mais audiência, mais alcance porque era um assunto que tava bombando sabe e assim cara, se eu não tenho minha pele no jogo ali, se eu não sei de fato, se não passei por nada daquilo ali porque eu tô comentando sabe, que lugar de fala que eu tenho aqui para me posicionar em relação à uma coisa que eu não entendo muito bem sabe, que eu li aqui e tô dando minha opinião sabe, então me fez assim sair meio que, quase dar uma saída total das redes sociais, hoje eu tô assim muito pouco, publico muito pouco, eu tô tentando me entender assim, tô tentando encontrar um relacionamento saudável ainda com elas mas enquanto isso eu tô meio “Ah beleza eu tô me dando esse tempo” e tô fazendo do jeito que dá sabe, quando eu consigo, do jeito que eu acho que vai funcionar por enquanto, mas ainda tentando encontrar uma forma de fazer funcionar também pra que eu coloque meus objetivos ali de cerfa forma porque as coisas tem uma agenda

Greta Paz – Claro, e isso é importante

Henrique de Moraes – Exatamente

Greta Paz – Não, total. Eu tô estruturando e devo voltar com mais força pras redes em breve mas é isso, até eu entender como é que eu fazia para organizar tudo isso eu tava mais incomodada, agora eu acho que talvez eu tenha encontrado um caminho aí, um ponto de equilíbrio.

Henrique de Moraes – Boa. Assim, acho fantástico inclusive encontrar pessoas que estão nessa luta e que dividem isso, quando eu ouvi você falando sobre a sua trajetória ali pro Forbes Under 30 eu achei sensacional, eu falei assim “Caraca, olha que loucura, ela me parece muito mais uma pessoa agora, eu tô muito mais próximo”, o problema é que as pessoas ficam esperando que as pessoas que elas admiram sejam deuses sabe, eu percebi que as pessoas tem essa necessidade sabe e quando a pessoa mostra o lado humano dela, em vez dela se sentir melhor porque tipo “Olha eu também posso ser que nem ela, eu sou parecido” sabe então o que você está buscando que é inspiração, é muito melhor você ter inspiração em pessoas que são parecidas com você, mostra que você tem também a capacidade de chegar lá e as pessoas na verdade elas se frustraram, pra mim é muito louco cara, não faz sentido

Greta Paz – É muito louco

Henrique de Moraes – Temos que criar esse movimento, de humanizar todo mundo, empreendedores, creators, creator é outro que eu acho uma loucura, eu nunca vou conseguir na minha vida fazer o que essas pessoas fazem, de estar o tempo inteiro ali sendo validada por pessoas que às vezes estão ali só pra trollar, enfim.

Greta Paz – É muito louco, tem coisas absurdas

Henrique de Moraes – E que acham que é fácil, ainda falam “Isso é fácil”, “Vou ser influenciador que é moleza”, “Vou ganhar dinheiro só postando coisinha”, é difícil para um cacete

Greta Paz – Demais, demais

Henrique de Moraes – Tem que ter uma força ali pra lidar com isso tudo, enfim. A gente tá chegando aqui no finzinho do bate-papo e aí tem umas perguntas que eu gosto de fazer para o pessoal e que se eu não tiver algumas inclusive depois as pessoas vem reclamar comigo então não posso deixar e a primeira delas é, como você falou do livro “Let My People Go Surfing”, acho que é esse o nome do livro né mas eu queria saber se você, que outras referências e aí assim de livros de repente que você leu para te ajudar na sua trajetória empreendedora ou se quiser compartilhar só livros que te impactaram muito, um livro que te impactou muito pessoalmente enfim, divide aí algumas referências pra gente poder consumir também

Greta Paz – Pois então, eu tenho duas coisas, primeiro eu sempre gosto de perguntar para as pessoas de que fonte elas bebem e acho que para mim a leitura sempre esteve muito presente porque eu sou uma jornalista de formação então o que eu tenho do empreendedorismo vem muito das leituras ao longo desse caminho, sempre li muito, eu ficava curiosa com uma coisa e já ia ler, então muito livros fizeram parte da minha formação como empreendedora, alguns mais inspiradores, outros mais técnicos né e eu trouxe dois enquanto a gente tava conversando, tem um livro da Melinda Gates que eu gostei bastante também que é, o nome

Henrique de Moraes – Tem aqui, Ganhar Asas e Voar”?

Greta Paz – É, é um livro legal, o “Satisfação Garantida” do, que fala um pouco do

Henrique de Moraes – Tony Hsieh, sei lá como fala o nome dele

Greta Paz – É, a gente tá mal dos sobrenomes. Mas enfim, da Zappos que é muito legal, claro que os do Harari foram livros que eu gostei muito enfim, eu leio bastante e é difícil escolher.

Henrique de Moraes – Vou fazer uma pergunta que o Tim Ferriss costuma fazer, você tem algum livro que já deu mais de presente?

Greta Paz – Que eu dei mais de presente, “Indomável”, que é um livro que eu dei para amigas

Henrique de Moraes – Indomável, livro de Glennon Doyle

Greta Paz –  Foi um best seller do New York Times, é um livro fácil de ler

Henrique de Moraes – Sobre o que que é?

Greta Paz – Conta um pouco da história dela assim e, um pouco feminista assim, é um livro que foi muito legal para mim, um livro fácil, um livro que uma galera que eu dei de presente curtiu então esse aí acho que é mais, não é um livro como vou te dizer, é um best seller, um livro fácil.

Henrique de Moraes – Tá, boa, vou procurar. Você tem alguma coisa que te gere mais ansiedade assim no dia a dia? O que costuma te gerar ansiedade? Como você tem?

Greta Paz – Humm, boa pergunta. Minha própria ambição gera bastante ansiedade, ambição no bom sentido. O que eu quero ainda conquistar me gera ansiedade.

Henrique de Moraes – E como que você costuma, você tem atividades que você faz exercício físico por exemplo, mas que atividades você faz, pratica pra tentar amenizar a ansiedade, especialmente quando ela tá mais latente, se você tá sentindo que tá ficando mais forte, o que que você faz, o que toma de atitude?

Greta Paz – Terapia primeiro, sim eu pratico muito exercício físico então eu pratico 5, 6 vezes por semana, eu corro, nado, eu faço crossfit, pratico ioga, o esporte pra mim é a melhor coisa e quando minha psicóloga vê que tô ficando meio ansiosa ela “Praticou esporte?” então acho que realmente é o melhor remédio pra mim, tento meditar, não com a frequência que eu gostaria mas é uma coisa que acaba me auxiliando e a rotina me ajuda muito, eu sou uma pessoa de rotina assim, eu preciso, eu sou eu falei, sou bailarina, fui bailarina muito tempo então a disciplina ela me organiza e eu preciso de rotina.

Henrique de Moraes – É um assunto interessante porque eu acho que muita gente, quando a gente fala, a gente tá tocando aqui num assunto que é meio complexo porque a gente tá falando de empreendedorismo de um ponto de vista de equilíbrio e que normalmente a gente tá falando de pessoas que vão falar de empreendedorismo de um ponto de vista de, totalmente, tudo tá pensando aqui para empreender e o resto é um pouquinho do que eu tenho, o tempo e isso pode muitas vezes, eu percebo que isso às vezes é mal interpretado no sentido de “Ah a pessoa que não quer trabalhar”, “O sonho não é tão grande” ou qualquer coisa assim e que não tem nada, absolutamente nada a ver até porque em geral assim uma pessoa que trabalha, se você pegar uma pessoa que trabalha sei 15, 16 horas por dia você vai ver que muitas das vezes assim, na maior parte do tempo ela não tá trabalhando de fato, é só pra falar que tá ali, é só para fazer figuração enfim e o tempo que se passa de fato produzindo ou trabalhando às vezes é muito menor e assim, a gente precisa de muito menos tempo do que a gente imagina, inclusive é muito mais importante o que você faz do quê como você faz ou quantas horas você aloca mas e aí por conta dessa interpretação errada que as pessoas têm elas tendem a imaginar que a gente tá defendendo aqui uma vida indisciplinada e que cara é longe disso, a questão é assim, se você quer ter uma vida equilibrada fica mais importante ainda a disciplina porque você precisa ter disciplina para as coisas da sua vida pessoal também. Se você, se a gente não tem disciplina, o trabalho especialmente hoje em dia costuma invadir todo o resto sabe então cara se você não se organiza a exatamente fazer exercícios todos os dias, para fazer as coisas que você tem que fazer e que você sabe que são importantes e que vão inclusive te ajudar no trabalho de certa forma porque você estar bem com você mesmo faz com que você seja mais produtivo no trabalho, isso é muito importante então assim eu falo com o pessoal lá da agência, se você tem que fazer qualquer coisa, coloca na agenda, inclusive de trabalho às vezes, mesmo coisas boas como por exemplo trabalho focado né, quando eu tô falando com uma pessoa do time por exemplo que é um designer, um redator que às vezes tá falando “Ah não porque não sei o que, é muita coisa, muita mensagem” eu falo assim “Cara, tira, já bota, bloqueia na agenda aí 3 horas para você simplesmente não olhar nada, não fala com ninguém sabe e só produz” porque assim, faz total diferença inclusive em como você se sente ao longo daquele dia, especialmente pra quem gosta de trabalhar com coisas de criatividade, faz diferença você ter esse tempo livre assim né quase de interrupção então é, a disciplina deve fazer parte de praticamente tudo assim sabe, tipo até pros momentos de lazer às vezes, “Vou tirar aqui do meu dia”, eu faço isso, meu sócio ele tem acesso à minha agenda né e aí ele fica vendo as coisas assim, às vezes eu tiro duas horas ao longo do dia pra ler e pronto, tipo pra andar na rua, eu coloco na agenda pra exatamente ninguém marcar uma reunião naquele horário, vai estar bloqueado então ela é importante pra todos os momentos, inclusive pra quem quer viver essa vida mais equilibrada qua a gente tá buscando.

Greta Paz – Perfeito

Henrique de Moraes – Se você pudesse falar com a Greta de sei lá vamos colocar, você é muito nova né, vou botar 10 anos atrás, 15 você vai estar saindo da faculdade, se você pudesse falar com a Greta de 10 anos atrás o que você diria pra ela ter mais calma?

Greta Paz – Dez anos atrás foi quando eu comecei a empreender então acho que é um bom momento pra conversar com a Greta e eu acho que o que eu falaria é muito do que a gente falou hoje, não te compara, as coisas vão ter o teu tempo e também entende que o caminho é mais importante do onde tu quer chegar, então eu tive ao longo desses 10 anos 2 burnouts então acho que daria para evitar isso daí.

Henrique de Moraes – Sim totalmente, acho que dois conselhos excelentes porque acho que de tudo que a gente falou essa busca no final das contas é exatamente essa né, você tá trabalhando para que no final das contas? E aí você passa a maior parte do seu tempo trabalhando né então assim, que pelo menos o trabalho seja legal, que você trabalhe com pessoas que você gosta, que você admira, que seja divertido inclusive e que tenha um objetivo específico até porque assim, o trabalho em geral de empreendedorismo é uma coisa meio arbitrária né, a gente coloca metas da nossa cabeça

Greta Paz – Total

Henrique de Moraes – Até pra vida né, pra tudo na verdade, a gente fica colocando expectativas, metas que assim no final das contas você não sabe exatamente porque você tá colocando então se você fica só focado no resultado né cara, a chance de você se frustar é muito grande e se você tem um dia a dia agradável trabalhando com pessoas legais, sem ter todas essas porcarias que a gente sabe que tem no trabalho de gente mala reclamando ou sendo babaca com você, tendo todo tipo de assédio enfim, cara a sua vida vai ser um inferno para sempre, não vai ter jeito, não vale a pena, o tradeoff não faz sentido sabe, você tá trabalhando pra bancar sua vida, é a vida que você tá fazendo, é tudo pra você ter qualidade de vida, não faz sentido você abrir mão da qualidade de vida em outro momento na maior parte do seu dia então acho que faz total sentido. Greta, se as pessoas quiserem falar com você, te encontrar, qual é o melhor lugar?

Greta Paz – Greta Paz em todas as redes

Henrique de Moraes – Nome fácil de achar

Greta Paz – O nome é fácil.

Henrique de Moraes – Boa, eu vou pedir pra galera fazer um photoshop de você vibe woodstock aqui pra gente.

Greta Paz – Essa é boa

Henrique de Moraes – Greta obrigadão pelo seu tempo, mais uma vez foi um prazer

Greta Paz – Eu que agradeço, adorei o papo, acho que a gente quando a gente grava assim e o papo rende a gente acaba aprendendo muito então foi um momento super rico para mim também.

Henrique de Moraes – Boa, maravilha. Depois a gente marca um round 2 para falar sobre vários outros assuntos aqui que ficaram em aberto da minha pauta

Greta Paz – Boa com certeza, só chamar

Henrique de Moraes – Maravilha, tchau tchau, obrigado

Greta Paz – Tchau tchau

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