calma! #38 com Danielle Fausto
Dani Fausto atua com desenvolvimento humano desde 2008. ela é mentora e coach de carreiras e lideranças de impacto, além de palestrante, escritora e fisiculturista.
ela é a desenvolvedora da metodologia do Purpose Canvas. e, em paralelo ao empreendedorismo, construiu sua trajetória de impacto no terceiro setor, com projetos sociais de empoderamento de mulheres e jovens.
Dani foi homenageada em 2017 com o prêmio Empreendedora Curitibana e, no mesmo ano, reconhecida como Jovem Líder pela Fundação Barack Obama por seus projetos sociais.
uma curiosidade: ela já esteve com o Obama em duas ocasiões. como isso aconteceu? dá o play que ela conta em detalhes logo no início do episódio. =)
LIVROS CITADOS
- Uma terra prometida – Barack Obama
- Sapiens – Uma Breve História da Humanidade – Yuval Harari
- O coach de um trilhão de dólares: O manual de liderança do Vale do Silício – Eric Schmidt, Jonathan Rosenberg, Alan Eagle
- Os quatro compromissos – Don Miguel Ruiz
- Uma Vida Com Propósitos – Rick Warren
- As sete leis espirituais do sucesso: Um guia prático para realização de seus sonhos – Deepak Chopra
- Trabalhe 4 Horas por Semana – Tim Ferriss
- Os Segredos da Mente Milionária – T. Harv Eker
PESSOAS CITADAS
- Tim Ferriss
- Thalita Gelenske
- Barack Obama
- Donald Trump
- Hillary Clinton
- Michelle Obama
- Tábata Amaral
- Eduardo Leite
- Yuval Harari
- Eric Schmidt
- Tiger Woods
- Bill Campbell
- Steve Jobs
- Rick Warren
- Deepak Chopra
- T. Harv Eker
- Flávio Augusto
FRASES E CITAÇÕES
- “O conhecimento quando não colocado em prática gera obesidade mental” – Danielle Fausto
se você curtir o podcast vai lá no Apple Podcasts / Spotify e deixa uma avaliação, pleaaaase? leva menos de 60 segundos e realmente faz a diferença na hora trazer convidados mais difíceis.
Henrique de Moraes – Olá Dani, seja muito bem-vinda ao calma!, estou muito feliz de estar batendo esse papo com você, é um prazer e sinta-se à vontade aqui como se estivesse em casa, bem vinda.
Danielle Fausto – Obrigada
Henrique de Moraes – Vamos lá, vou começar por um lugar talvez, acho que vai ser a pergunta mais incomum que eu já fiz pra alguém, especialmente em início de conversa mas eu fiquei sabendo que você já teve a oportunidade de estar com presidente Obama duas vezes e assim, eu já conversei com pessoas aqui no podcast que tem o sonho de encontrar com ele alguma vez e você conseguiu isso duas vezes, como que isso aconteceu, me conta essas histórias aí que eu preciso saber
Danielle Fausto – Conto tudo sim Henrique, vai ser um prazer contar um pouquinho. Engraçado porque eu até hoje assim quando lembro desses eventos eu às vezes me questiono assim né como é que isso aconteceu, mas sei que aconteceu, tenho certeza que aconteceu mas às vezes nem eu entendo né. Eu vou começar em 2008, vou contar uma história um pouco mais antiga, em 2008 eu tava nos Estados Unidos voltando para o Brasil, tava em Nova York e estavam acontecendo as eleições na qual o Obama foi eleito né e eu naquela época não tinha muita noção assim quem era o Obama mas sabia que se eleito ia ser um fato histórico né, uma marco não só para a nação norte-americana mas enfim, pro mundo como um todo né e comprei um bottom né, aquelas coisas “No drama, vote Obama”, era muito engraçado a campanha e os memes que tinham na época né. Tudo bem, de lá pra cá eu comecei a ter ele como uma figura né, comecei a acompanhar um pouco mais, comprei livro, ele não tinha ainda a biografia dele que saiu recentemente mas tinham alguns livros contando a história e ele tem uma história muito incomum, então isso sempre me admirou. E porque eu tô te contando isso tá? Porque eu sou muito ligada com o número 8 e um pouco com a questão da numerologia né, o 8 simboliza o infinito. Então 8 anos depois, em 2016 eu tava pedindo o meu desligamento da empresa que eu trabalhava para seguir minha jornada empreendedora e foi muito engraçado porque um amigo meu que me marcou num programa de intercâmbio que se chama YLAI, “Young Leaders of the Americas Initiative” e eu nem dei muita bola assim quando ele me marcou mas eu fui olhar, eu tava trabalhando fui olhar e eu falei “Nossa que interessante, um programa criado na gestão do Barack Obama para desenvolvimento de líderes” e me interessou, e eu tava na busca por viver do empreendedorismo não muito acreditando que ia dar certo porque era a primeira edição do programa, me inscrevi, fui fazendo o processo seletivo e passei.
Henrique de Moraes – Desculpa, só voltar, qual foi o ano que você falou?
Danielle Fausto – 2016
Henrique de Moraes – Tá obrigado, desculpa te interromper.
Danielle Fausto – Não, que isso, 8 anos depois né, lembra que tem o número 8. Então 8 anos depois, em 2016 aconteceu isso e aí eu fui pra esse intercâmbio e aí como o programa foi criado na gestão dele, presidência dele e 2016 foi o último ano, ele ficou oito anos né, 4 e 4 então eu comecei a pirar minha cabeça ali né, eu fui participando antes de ir para os Estados Unidos de uma plataforma que tinham atividades, e na minha cabeça quanto mais eu participasse dessas atividades, ninguém tinha me falado nada, mas quanto mais eu participasse eu ia encontrar o Obama, eu fui alimentando esta fé e eu acho que isso é um pouco do meu mindset assim, eu acredito muito nas coisas e coloco a mentalidade da abundância pra tudo que eu vou fazer mas enfim, eu fiz todas as atividades possíveis, me engajei um monte e acabou que nas eleições em 2016 a gente tava lá em Washington, eu e os 20 brasileiros e mais 200 e poucos empreendedores latinos americanos né que participaram dessa edição em 2016, foi um ano difícil né porque foi o ano que teve as eleições que o Trump venceu e ninguém tava esperando a vitória do Trump e na minha cabeça nós íamos encontrar o Obama mas como o Trump ganhou a gente não encontrou o Obama e enfim, mas dentro do processo que eu estava vivendo lá desse intercâmbio teve uma etapa que foi a última palestra do Obama no Peru, eles fizeram uma seleção e alguns jovens foram ver essa palestra e eu me cadastrei, participei da seleção mas não passei e quando eu recebi a resposta de que eu não passei, a gente não sabia que ia encontrar o Obama né então quando eu fiz a minha inscrição pra esse processo eu não sabia exatamente, era pra assistir uma palestra no Peru, ninguém falou que o Obama ia estar ou não mas quando eu recebi a resposta, veio “Ah vai ser a última fala do presidente Obama e alguns jovens foram selecionados” e aí eu vi a devolutiva que eu não tinha passado e fiquei por um segundo assim me culpando né “Porque que eu não me dediquei mais? Se eu soubesse que o Obama estaria lá eu teria feito diferente a minha inscrição e tal” mas isso durou muito pouco tempo, eu lembro como se fosse hoje assim sabe, na minha cabeça eu falei assim “Se eu cheguei tão perto de poder encontrá-lo eu tenho certeza que na minha vida ainda vão ter outras oportunidades né” e descansei assim, logo a gente voltou para o Brasil, quem não foi selecionado voltou para o seu país, eu voltei para o Brasil e uma das coisas que esse intercâmbio incentiva muito é devolver para o nosso país, para nossa comunidade o que a gente aprendeu lá, porque eles investiram né, foi um programa 100% financiado então eu não tive custo nenhum para estar lá e é sobre liderança, desenvolvimento de comunidades né, uma pegada social muito forte então eu voltei com isso muito no meu coração, “Preciso devolver isso para minha comunidade, então eu vou me envolver com tudo que eu puder como forma de retribuição”. Então assim que eu voltei eu me cadastrei no site da fundação Barack Obama, porque ele saiu da presidência, montou a fundação e eu me cadastrei para estar conectada, eu falei “Vou ficar conectada aqui” e me cadastrei em todas as possibilidades que a embaixada dos Estados Unidos também havia aberto pra quem era um ex intercambista desse programa, e de lá pra cá eu fui me envolvendo com absolutamente tudo que eu podia, então eu já trabalho com projetos sociais há algum tempo mas eu coloquei mais energia principalmente em projetos com mulheres e eu divulgo muito, se você olhar meu Instagram, minhas redes sociais eu divulgo muito tudo que tá acontecendo na minha vida e fui divulgando, fui divulgando. Então em meados, acho que foi agosto de 2017 se eu não me engano, eu sou um pouco ruim com datas assim, mas em agosto de 2017 eu recebi um e-mail de uma pessoa que trabalha na Fundação Barack Obama e o e-mail dizia assim “Nós sabemos o que você tem feito depois do YLAI”, sabe aquelas coisas assim de filme né “Eu sei o que você fez no verão passado” e aí eu fiquei assim meio que assustada, eu falei “Gente como que eles sabem? Tão me stalkeando”, e aí a primeira coisa que eu falei foi assim “Ah isso não é verdadeiro” e fui procurar quem era a pessoa, fui direto no Linkedin pra ver quem era a pessoa e tinha uma foto lá com a bandeira dos Estados Unidos na época no Linkedin dela e eu falei “Pode ser que seja verdade”, fui no Facebook, achei um foto e se não me engano ela tava com a Hillary, alguma coisa assim, que tinha recém feito as campanhas e tal e eu falei “Hummm então deve ser real esse e-mail.” Aí o e-mail pedia para marcar uma entrevista, uma reunião porque eles queriam ouvir um pouco mais do que eu estava fazendo depois do YLAI né dentro desse 1 ano que eu tinha voltado né, aí marquei a entrevista, eu confesso que eu tenho sempre receios com meu inglês e falei “Vou marcar, se eu não entender…” porque né a pessoa é nativa, por telefone né não foi vídeo, foi por telefone eu falei “Se eu não entender eu finjo que entendi, eu falo alguma coisa e tá tudo certo” e dito e feito né porque eu realmente não entendi direito, lembro que ela me perguntou, ela explicou que a fundação estava com novos projetos porque tava inaugurando a fundação e eles queriam ouvir os líderes né e eu nem perguntei, ela falou “Eu tenho seu contato, você participou do YLAI e eu queria ouvir o que você tá fazendo” e comecei a contar tudo que eu tava fazendo desde a minha empresas, os projetos sociais e tudo mais e ela só ouviu, ela perguntou se eu encontrasse o Obama o que eu, eu lembro vagamente assim da entrevista porque foi assim um suadouro e tal, se eu encontrasse porque seria importante encontrar, o que eu esperaria ouvir dele, alguma coisa assim e eu confesso que eu não lembro o que eu respondi na hora porque se tem uma pergunta que sempre difícil para eu responder, eu sou formada em administração e eu lembro até hoje quando eu comecei fazer administração a pergunta que pegava geral assim era “Qual que é o seu líder né, em qual líder você se inspira?” e eu nunca soube responder muito isso né mas comecei a admirar o Obama depois que eu estava lá nos Estados Unidos, essa história que eu te contei e então para eu responder para ela foi difícil assim porque eu nunca imaginei encontrar alguém assim, “O que eu vou perguntar? Não sei o que vou perguntar” é uma coisa tão surreal né, eu realmente não lembro o que eu respondi, eu só sei que no final eu não tinha entendido qual era o próximo passo, fiquei tão nervosa que eu “Tá ela conversou comigo, e aí?”, aí eu sei que eu mandei um e-mail pedindo desculpas né, falei “Ah me desculpa eu não sei bem ao certo né qual que é o próximo passo” e ela falou “A gente tá fazendo a seleção e eu te aviso o que vai acontecer”, em nenhum momento foi falado que seria um encontro com o Obama e tudo mais mas aí eu comecei a pesquisar e descobri que o Obama estaria aqui no Brasil para fazer uma palestra no Valor Econômico, foi em 2017 que ele veio fazer essa palestra e aí eu já ficava imaginando, eu falei “Vai ver que eles estão selecionando para dar um ingresso pra palestra né, uma audiência, um auditório, imagina ser selecionada, vai ver que é um prêmio disso” e comecei a fantasiar na minha cabeça, e passou mais alguns meses eu recebi um e-mail pedindo confidencialidade, que eu não podia contar para ninguém mas que eu tinha sido selecionada e que eu ia participar de uma mesa redonda, eu e mais 11 líderes, sim éramos em 12 se não me engano, mas que eu não podia contar para ninguém né, e foi engraçado porque eu tava indo viajar para um evento não sei se era São Paulo, acho que era São Paulo para o consulado, tinha a ver com os Estados Unidos e eu falei “Imagina né não posso contar para minha mãe, não posso contar para ninguém” e quando eu abri o e-mail eu tava na rua e eu tava indo no shopping comprar um livro de Curitiba, sou de Curitiba, tava indo comprar um livro de Curitiba para o cônsul, pra eu levar para o cônsul, que a gente ia ter um evento lá no consulado enfim e quando eu tava indo para o shopping eu falei “Já sei, vou comprar dois livros né porque se eu vou encontrar o Obama, tá dizendo aqui que vou encontrar ele, eu vou comprar dois livros de Curitiba para ele conhecer Curitiba”, e aí eu cheguei no shopping e eu fui procurar o livro de Curitiba na livraria e tal e aí um rapaz me atendeu e eu falei assim “Ah eu quero dois livros de Curitiba para eu levar para um evento e tal”, aí ele “Ah mas que tipo de livro que você tá buscando?”, eu falei “Ah pode ser com mais imagens” porque estrangeiro gosta de deixar o livro com as imagens do Brasil aberto e tudo mais, daí eu chamei ele num canto e falei “Olha vou ter que te contar uma coisa”, na minha cabeça eu falei assim “Ele nunca vai me ver, ele vai achar que eu sou louca, ele não vai acreditar”, eu falei “Um tá indo pra São Paulo, pro cônsul e o outro tá indo pro Barack Obama”, aí ele começou a rir na minha cara, “Não é verdade”, eu falei “É verdade, quando eu encontrar vou voltar aqui pra te contar”, falei pra ele né
Henrique de Moraes – “Vou trazer uma foto entregando o livro pra ele”
Danielle Fausto – E aí depois eu fiquei morrendo de medo, falei assim “Gente eu contei” mas enfim, não me cabia e quando eu cheguei em casa acabei contando pra minha família, é óbvio né mas morrendo de medo que eles estivessem fiscalizando
Henrique de Moraes – A NSA né
Danielle Fausto – Vai que depois não deixam mais eu ir, sei lá. E assim, o que eu lembro da minha entrevista com essa funcionária, que quando eu falei sobre os meus projetos com mulheres, brilhou os olhos dela né assim, no tom de voz dela eu senti que ali eu consegui falar o que ela precisava ouvir né e pra minha surpresa dos doze que foram selecionados cada um tinha um ponto né então tinha gente do meio ambiente, tinha gente da arte, tinha gente da política, tinha gente da educação e eu era a única de mulheres, com projeto social de mulheres então eu digo que tem milhares de jovens né, líderes inspiradores, eu tenho uma história interessante mas eu sei que tem gente com histórias mais interessantes mas é aquela coisa né de você estar na hora certa no lugar certo e as coisas acontecerem né
Henrique de Moraes – E de se colocar também né, não só de estar, de você se colocar no lugar certo, tipo fazer um esforço, intenção pra colocar ali né.
Danielle Fausto – Perfeito. E eu sei que daí eu fui para São Paulo, foi muito engraçado porque eu trabalho com desenvolvimento humano então ajudo muitas pessoas a controlar a ansiedade e se preparar pra falas e tudo mais, mas engraçado que eu parecia que tava acreditando e não tava, sabe assim? Então eu fiquei muito tranquila, muito tranquila de fato eu acordei mais cedo né porque São Paulo tem toda a questão de trânsito e tal e me arrumei, fiz umas respirações e meu medo era o inglês né e foi muito engraçado porque quando a gente encontrou com ele né, ele tem muito esse papel de, tem muita essa postura de se colocar no mesmo nível né com quem ele está se comunicando enfim e ele falou assim “Ah o meu português não é tão bom quanto o inglês de vocês então fiquem bem à vontade e se precisarem falar português vocês podem falar que aí a gente vai se ajudando e tudo mais né” então foi muito interessante o approach dele assim e foi nos minutos antes de encontrar com ele foi, aí sim eu fiquei com tensão né, “Vai acontecer mesmo” a gente chegou no hotel e tudo era sigiloso né, porque se a mídia soubesse que ele tava naquele hotel enfim, com segurança e tudo mais então a gente não sabia quem eram os jovens, a gente ficou sabendo um dia antes então estavam comigo pessoas conhecidas hoje né, Tábata Amaral, o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, várias pessoas do YLA também estavam né, que tinham participado comigo mas a gente descobriu tudo um dia antes né e lá no hotel com segurança máxima, aquela coisa bem de filme assim né que você não entende muito o que tá acontecendo e a gente ficou numa salinha esperando com os assessores deles até que nos posicionaram, nossos lugares com nomes marcados na mesa, era uma mesa não lembro se retangular mas ela era muito próxima né, a gente ficou mais ou menos 1 hora e meia com ele conversando e ele quis mais ouvir a gente, ele fez duas perguntas básicas né, duas ou três, “O que vocês fazem?”, “Como que eu posso ajudar vocês?” e “Qual que é o desafio de vocês?”, foi basicamente essas três perguntas que nortearam a conversa né e ele realmente, uma das coisas que a gente ouve muito né quando você que é empreendedor enfim, “Ouça seu cliente” então tudo aquilo que ele tava fazendo era mapeando pra ele poder criar programas futuros de intercâmbio dentro da Fundação Barack Obama que hoje ele atua, era o primeiro ano dele na Fundação então o Brasil foi a primeira roda de conversa que ele fez e eu tive o privilégio de estar nessa roda e eu fui a primeira a apertar a mão dele quando ele chegou né e foi muito engraçado porque eu não gosto de ensaiar muito as coisas, eu gosto muito do improviso e de deixar o coração falar enfim mas na hora me bateu desespero de “Como eu chamo esse homem?”, “Qual é o termo correto pra saudá-lo? e aí eu sei que no video é muito engraçado porque eu falo um “Hi” assim sei lá bem escandaloso e bem nada a ver assim e eu tenho uma foto com ele né e é um olhar assim de primeiro amor assim sabe, quando você tá na tua infância e você tem um primeiro amor que você olha assim “Ahh”, essa foto é muito engraçada. Mas enfim esse primeiro encontro foi muito disso, dele ouvir a gente, ele trouxe algumas falas né teve alguns momentos bem especiais e eu digo que o fechamento desse momento foi muito incrível porque a gente tava ansioso para tirar uma foto e aí ele sabe muito bem usar as palavras e aí a gente falou muito da fragilidade né, de querer fazer mudança e às vezes a gente se sentir sozinho nesse caminho e tudo mais e aí no final ele solta o “Yes, we can!” que é a frase dele né de campanha e trouxe essa aproximação de que a gente não tá sozinho então isso foi muito especial. E aí eu pensei assim “Zerei a minha vida né, tipo nada pode acontecer né de mais grandioso” mas enfim fui tocando minhas coisas, muita coisa, ainda reflito muito sobre tudo que aconteceu né e fui estreitando com a Fundação, fui mantendo esse working aquecido ao longo dos anos né e aí em 2019 ele veio de novo pro Brasil, não me lembro agora exatamente o que ele veio, era uma palestra também mas não lembro exatamente o que que ele veio fazer aqui no Brasil e aí eu recebi de novo um e-mail da Fundação e falava a que assessora dele que a gente tinha conhecido lá em 2017 queria trocar uma ideia com a gente pra saber como é que a gente estava depois desses praticamente dois anos e tudo mais né e eu falei “Ah que bom” e aí no e-mail dizia assim “Ah ele não vai estar, é uma conversa com a assessoria apenas” tanto que foram bem menos jovens, a gente estava se não me engano em 8, faltaram algumas pessoas que não puderam ir e aí cheguei lá e ela tava muito agitada, eu já tinha visto ela na primeira vez né e ela tava muito agitada, tava toda hora olhando no celular e aí eu “Ih, aí tem coisa, aí tem coisa” e foi muito engraçado porque o bate-papo era para saber realmente como a gente tava indo, para fazer um update de tudo que tinha acontecido e tal e aí ela falou assim “Olha eu preciso finalizar aqui a nossa reunião e tal mas eu vou voltar pra gente tirar uma foto”, aí todo mundo se olhou assim, não tinha mais o que conversar já tava há quase 1 hora conversando e aí a gente “Tá bom”, “Vocês me esperam?”, aí a gente “Sim a gente espera e tudo mais” e aí eu comecei, na mesa né, “Não porque a gente vai encontrar com o Obama, vamos encontrar com o Obama de novo” e a galera “Não Dani imagina, o cara tá lá vai dar a palestra dele” e realmente ele tava bem no horário da palestra e eu era a única que tava assim “Não a gente vai encontrar, a gente vai encontrar” e o povo “Não porque a gente vai se frustrar se alimentar, vamos ficar aqui bem né” e eu falei “Não, a gente vai encontrar com ele” e aí começou todo o mistério porque daí como era no hotel de novo, mesmo hotel até esqueci o nome mas era um hotel bem famoso ali, dá pra ver a ponte ali de São Paulo, esqueci o nome do hotel e aí eu sei que eles começaram a levar a gente por dentro do hotel assim então a gente passou por cozinha, os corredores de saída de emergência, tipo umas coisas assim e eu falei “Isso aqui tá muito estranho”
Henrique de Moraes – Só faltou colocarem uma venda né, mexe aqui, gato mia
Danielle Fausto – Sim foi muito engraçado assim e aí eu sei que começaram a posicionar a gente no corredor e a gente começou a se olhar e dar risada, não tava entendendo nada. Aí de repente ele aparece todo gracioso lá com o sorrisão dele e foi uma conversa de corredor, acho que demorou uns 4 minutos dessa vez e foi muito mais assim de “Que bom ver vocês, como é que vocês estão, a minha assessora já contou como é que estão os projetos, fiquei bem feliz que tá todo mundo se encaminhando” e aí ele começou a contar um pouquinho de algumas projeções, ali naquele encontro ele contou que tava escrevendo um livro e que tava muito empenhado no livro e que ele ia lançar os programas internacionais também de intercâmbio e tudo mais e pausa pra foto, tiramos a foto e aí parece que uma coisa mágica assim e ele desapareceu, tudo muito rápido assim mas foi um segundo encontro né, mais rápido e muito especial assim então essa é a minha história né, agora tô vibrando por um terceiro, quarto, pra ver se ele me chama pra almoçar, jantar e se de repente né encontro a Michele, tô bem animada de poder conhecê-la. Essa é um pouco da história.
Henrique de Moraes – Muito bom. Anotei várias coisas aqui pra te perguntar mas a primeira pergunta, vou na mais superficial mas como é que foi assim pra você ver ele falando na sua frente né, qual é a diferença de você ver ali em tão alta resolução?
Danielle Fausto – E ele é bem alto, é engraçado porque ele é muito alto, não tinha essa noção da estatura dele, é tão engraçado porque se teve um momento em que eu fique realmente nervosa da presença dele foi quando eu tava indo pro aeroporto, meu cunhado tava me levando pro aeroporto e ele nem estava presente né, fiquei mais nervosa quando ele não tava presente do que quando ele tava presente. Meu cunhado tava me levando pro aeroporto e meu sobrinho tava junto, e aí meu sobrinho acho que tava com uns 7, 8 anos se eu não me engano e meu cunhado começou a falar “Ah a gente tá levando a tia Dani para o aeroporto porque ela tá indo para São Paulo, ela vai conhecer alguém muito importante, é um grande Presidente” e começou a falar as coisas e aquilo começou a me dar um frio na barriga porque parecia que eu não tinha calculado a magnitude da personalidade da pessoa, do que o cara já fez, com quem ele já sentou, quem ele já apertou a mão sabe, eu não tinha processado então ali naquele momento eu senti um peso assim, um frio na barriga porque querendo ou não a gente estava representando jovens brasileiros então eu me senti, ali eu me senti desconfortável né assim, com as borboletas no estômago foi mais naquele momento. Ele é tão humilde, a presença dele é tão forte, tem muita energia mas é gente como a gente, eu me senti assim, da mesma forma que eu tava do lado da Tábata que eu acho uma mulher inspiradora, tô do lado dele também que é um cara inspirador mas é gente como a gente, então eu não fiquei desconfortável mas é engraçado porque ele tem uma energia assim, dá para você sentir como o ambiente fica leve, como um ambiente fica fluido, como as coisas parecem que, teve uma cena que eu não esqueço nunca que foi da primeira conversa em que a gente ficou mais tempo com ele né que uma menina começou a contar a história dela e ela começou a chorar né e ele tirou um lenço, ela tava na outra ponta assim da mesa, não sei qual era a largura da mesa mas ele tirou um lenço do paletó dele, eu tava tão prestando atenção na menina que quando eu vi o lenço só caiu assim na frente dela e ele se esticou, ele é muito alto porque o braço dele esticou e caiu lá o lenço, então ele é muito ágil, ele é muito atento no que tá acontecendo no ambiente e isso eu acho que aprendi muito assim, de estar presente vivendo aquilo que você tá vivendo mesmo porque aí você consegue ter as respostas adequadas para o momento que você tá, sabe?
Henrique de Moraes – Sim eu acho que esse jeito dele me parece que é a parte mais interessante da inteligência dele né porque assim não dá para negar, você vê uma entrevista dele e você fala “Cara, surreal assim” a velocidade de pensamento, como você consegue construir às vezes um argumento que ele vai ficar defendendo ali durante 15 minutos e que tem uma construção perfeita assim de início, meio e fim e a conclusão sensacional e assim, de ele ter a coisa do humor, a pessoa brinca e ele brinca também, cara é surreal assim como ele consegue permear todos os ambientes e sempre responder altura à né, altura nesse sentido de estar sempre dentro do clima que tá ali sabe, respeitar o clima e lidar bem com aquele clima, cara é muito, eu não sou um cara que acompanha a carreira dele, eu até comprei o livro mas ainda não parei pra ler porque enfim, listas de leitura né mas é realmente fantástico e eu acho que é isso, achei que ele consegue ler o ambiente muito bem e se comportar de uma forma que deixa todo mundo à vontade né e isso é surreal.
Danielle Fausto – No último encontro com ele, eu tenho mania de fazer isso em foto de me abaixar até porque eu treino bastante então é até uma forma de testar minha resistência de joelho, perna, eu geralmente me abaixo assim e foi engraçado porque era literalmente um corredor, a gente teve que ficar um pouco espremido né e aí eu pra não tapar, esconder as pessoas de trás eu me abaixei e aí ele tipo assim super encostou, tipo assim “Vem aqui do meu lado” ele me tirou de onde eu tava e na última foto eu tô abraçada com ele porque bem provavelmente na visão dele eu tava desconfortável naquela posição, mulher enfim e ele me puxou pro lado dele e eu achando que tava abafando ali abaixada e ele “Não opa, vem aqui do meu lado”, então ele é muito ágil realmente nas percepções né.
Henrique de Moraes – Muito bom mas enfim, as histórias são Sensacionais mas vamos puxar agora pra você, dessa história eu anotei algumas coisas aqui que acho que são relevantes da gente falar um pouco mais, detalhar um pouco mais eu acho, pra começar né, pessoas que estiverem ouvindo aqui esse podcast, se estiverem me vendo eu tô balançando as mãos agora mas porque eu tô acostumado a só gravar áudio, ainda não sei me comportar direito diante das câmeras mas tem um detalhe talvez irrelevante mas que eu pesquei que é o fact check que você fez da pessoa que mandou o e-mail, cara vai lá no LinkedIn, vê se a pessoa existe, depois procura mais sobre a pessoa, irrelevante enfim, não era isso que e queria falar. Você deu um jeito de manter o networking aquecido né com as pessoas envolvidas na Fundação e eu queria te perguntar assim como que você faz para manter isso aquecido? Porque eu acho que é uma dificuldade que as pessoas têm, acho que são duas dificuldades, primeiro fazer networking, é uma dificuldade que eu sei que as pessoas têm e que eu acho que as pessoas deveriam fazer mais e tem a minha dificuldade que é, e aí a dúvida egoísta aqui que estou perguntando, espero que tenha mais gente com ela, que é como você mantém isso de uma maneira que não seja, como vou colocar aqui, que não pareça que você está tentando, que não pareça interesseira, que seja genuína e que você consiga fazer uma troca né, como que você faz isso?
Danielle Fausto – Você tocou num ponto bem importante que eu acho no network, pra mim é essencial ter que ser genuíno então eu não cultivo nenhuma relação que eu não queira cultivar ou que eu não me sinta bem e que eu veja que é verdadeiro né e é engraçado que isso é meu assim, eu cultivo amizade de pré escola né mas com as pessoas que são verdadeiras e aí com eles em especial foi um nível um pouco que eu tô aprendendo ainda porque uma coisa é você fazer networking com as pessoas da empresa que você trabalhou com o seu gestor, o ecossistema empreendedor da tua cidade, outra coisa é fazer networking com a Fundação Barack Obama, não sei. Mas o que eu entendi né, eles querem ouvir a gente, eles querem saber como a gente tá então eu vou continuar contando, então o que eu fiz? Eu mandava e-mail contando “Esse ano o projeto aconteceu assim e assim”, eles respondiam “Nossa que legal, continue mandando e-mail pra gente” e assim foi indo né tanto que no ano passado eu voltei nos Estados Unidos e eu agendei uma visita lá na Fundação, eu ia até a Fundação pra visitar mas aí acabou não dando certo por conta da pandemia né porque ficou inviável de viajar e tudo mais. Mas aí eu mandei e-mail “E aí como é que vocês estão na pandemia? Como é que tá esse enfrentamento? O projeto aqui parou mas eu tô seguindo um projeto online” então não é uma coisa frequente mas de vez em quando eu apareço pra contar o que tá acontecendo e pra perguntar como é que estão as coisas lá, eu não consigo estreitar nada muito profundo até porque o que eu faço não conecta tanto com o que eles fazem mas me mantém próxima, então teve uma época que tinha um brasileiro da rede lá que tava conectado com eles e eles me mandaram “Ah, você pode conversar com tal pessoa e tal?” então também teve uma contrapartida deles pedirem algo né que eu pudesse, que tinha a ver com essa conexão também né mas para mim assim tem que ser muito genuíno e eu só fiz isso porque eu sabia que eles queriam ouvir isso entende, porque foi o que eles pediram desde o começo, ele falou “Eu quero ouvir o que vocês estão fazendo, um segundo encontro aconteceu e a gente quer saber o que aconteceu nesses dois anos com vocês”, então desde o começo eu entendi qual que era o ponto de conexão deste relacionamento, pra eles é interessante saber que eu estou evoluindo então vou continuar contando e me mantendo conectada com eles desta forma.
Henrique de Moraes – E assim fora essa situação que é diferente né, como é que você faz com o networking no dia a dia assim, como você faz pra manter, você tem alguma regra que você segue, alguma coisa ou não, alguma rotina?
Danielle Fausto – Eu não tenho, eu tenho uma amiga que ela é a rainha do networking, ela tem uma planilha, Lígia Contes vou até falar o nome dela porque ela é muito boa nisso, ela tem uma planilha que ela coloca follow up de quando em quando né e tudo mais, eu não sou a esse extremo de ter um controle mas eu me mantenho assim, eu conecto muito as pessoas então se você vai hoje ver quem é meu grupo de amigos você vai ver que eu já conectei todo mundo e isso eu comecei a fazer pra facilitar a minha vida porque era uma amiga de tal lugar que queria sair comigo e aí eu saía só com aquela amiga, aí depois era uma amiga de outro lugar e eu saía só com aquela, aí eu falei “Gente eu vou conectar, vou apresentar todo mundo” então eu meio que faço isso até para facilitar a minha vida enfim então não é tão difícil porque eu tô conectada nos lugares e com as pessoas então de quando em quando né até hoje tem uma pessoa que eu fiz um contato e hoje mesmo fazia um ano e pouco que eu não falava com ela e aí eu fiquei pensando “Como é que eu vou (porque eu ia pedir algo pra ela), como é que eu vou me conectar” mas é uma pessoa tão querida porque quando a gente se conheceu eu incluí ela no ecossistema, ela não era daqui de Curitiba e eu incluí ela no ecossistema de Curitiba, então eu sei que para ela isso foi muito importante na época e que ela me considera muito então eu sei que a postura dela comigo hoje né ia ser de abertura então eu procurei “Ah como é que você tá, como é que estão as coisas aí por conta da pandemia e tudo mais” e já trouxe o que eu tava pedindo realmente, mas é o tipo de pessoa que quando me procurar ela sabe que também vai ter a mesma abertura porque a gente já fez trabalhos no passado né em parceria e tudo mais então eu acho que é meio que sentir a relação né, tem muitas pessoas da minha rede que faz muito tempo que eu não converso mas quando a gente puxa o assunto parece que a gente conversou ontem então eu não uso nenhuma regra mas assim, talvez a minha regra é eu ter que ser tão útil quanto eu quero que essa pessoa seja pra mim, tenho que ser útil pra ela então se eu não sou útil para ela eu nunca vou talvez tentar acessá-la pra ela me trazer alguma utilidade entende? Eu tenho que sentir que eu sou útil para ela para eu poder talvez, porque para mim networking e relacionamento é isso, é uma mão de duas vias né, se eu só vou até você para você ser útil para mim esse relacionamento não vai pra frente, então eu vou com esse mindset mas eu não tenho nenhuma regra assim mas como eu gosto muito de pessoas toda hora eu tô conversando, toda hora eu tô me encontrando né com as pessoas, eu brinco que meus clientes viram meus amigos né então eu acabo aproximando muito conectando as pessoas.
Henrique de Moraes – Perfeito. Eu queria fazer uma pergunta mas acho que antes seria legal você falar um pouco sobre o que você faz né hoje em dia e de repente se você quiser contextualizar como que você chegou onde você tá agora, nessa posição que você tá agora, se você quiser contextualizar aí depois eu faço a pergunta que vai encaixar com a sua história.
Danielle Fausto – Legal. Então hoje eu tô empreendedora, atuo na área de desenvolvimento humano, eu brinco que sou eu presa na minha empresa porque eu trabalho sozinha mas eu atendo muito empresas e pessoas físicas que estão buscando o desenvolvimento na área de liderança, carreira e empreendedorismo, são os pontos focais que eu atuo e uma coisa que eu aprendi ao longo da minha jornada foi que o trabalho ele pode ter significado, ele pode ter um propósito maior e quando a gente conecta propósito com aquilo que a gente faz é mais leve, é mais feliz e então eu venho trabalhando com essa linha de atuação, trazendo propósito e significado para a vida profissional das pessoas, pra liderança das pessoas e para o empreendedorismo. Então hoje eu vendo serviços de treinamento, coaching, palestra e mentoria, é basicamente o que eu vendo e a minha jornada foi coincidindo de cair no RH, eu sou formada em administração, passei por algumas áreas de qualidade, financeira de algumas empresas mas no geral quando eu olho a minha carreira hoje, olhando pra trás a maior parte foi em recursos humanos, e eu nunca tive, isso é uma coisa curiosa que é meu assim mas eu nunca tive a vaga pronta dos meus sonhos, “Ah é essa vaga que eu quero” não eu fui criando, então as empresas me contratavam e aí eu via oportunidades “Ah aqui não tem RH, então o que você acha da gente criar um processo seletivo, da gente criar um treinamento” eu fui fazendo isso com todas as empresas, a última empresa que eu trabalhei foi o HSBC, era HSBC ainda e eu trabalhava na área de qualidade, de monitoria de ligação de call center, tinha saído um pouco do RH na minha história e foi quando eu me conectei de novo né com essa área de desenvolvimento humano e fiz uma formação de coaching, e aí eu não estava contente de estar trabalhando com uma coisa que não tava usando o meu potencial e aí eu cheguei na minha gestora e falei assim “Olha eu fiz um curso recente, eu tô vendo que a área de vendas, os líderes estão precisando de uma ferramenta que é fazer perguntas e o coach é basicamente isso. fazer perguntas. O que você acha de eu criar um treinamento para esse pessoal aprender a fazer as perguntas certas e tudo mais?”, “Ah não dá certo porque tua área é monitorar call center”, “Tá bom”, só que o que eu fui fazer? Todas as festas que o RH fazia, eles tinham festas de talentos, empresa grande tem umas coisas assim pra motivar as pessoas e tudo mais, aí eu me voluntariava pras festas, eu sempre tava lá mas engraçado é que não foi por interesse, foi porque eu gostava do RH e aí as meninas que trabalhavam no RH descobriram que eu fazia scrapbook, que é essa coisa de montagem de fotos com frufruzinho, papel, arte e tudo mais, e aí elas falaram assim “Você que faz scrapbook, o que você acha de dar um curso aqui de scrapbook?” eu falei “Ah eu dou”, ia ter a tarde de talentos, pras pessoas mostrarem seus talentos. E aí eu banquei todo o material e as pessoas que estavam à minha volta “Ai você é maluca, material é caro”, “Gente eu amo fazer isso, tenho um monte de material, um monte de papel em casa, um monde de cola”, montei lá a oficina de scrapbook e foi uma maravilha etc e tal. Ali sem eu meio que perceber as pessoas estavam me observando, a todo momento as pessoas estão te observando né, eu fui de coração aberto porque era uma coisa que eu gostava e tudo mais mas eu fiquei mais perto do RH e passou uns dois, três meses a business partner de RH veio me chamar “Ah eu tenho uma vaga assim e assim, não é para fazer treinamento mas pode ser que vire, pode ser que dê para você fazer coaching, pode ser que”, “Ah aí eu vou”, “Não tem mudança de salário, é a mesma coisa você não vai ganhar nada a mais”, falei “Eu tô indo” porque eu queria né me aproximar de novo do RH. Fui sem promessa nenhuma de aumento, de absolutamente nada, não deu um mês ela falou assim “Olha eu tô indo viajar e eu preciso que aquele curso que eu mencionei lá comece a rodar”, aí eu “Oi?”, resumindo eu criei um desenvolvimento de líderes lá né, um programa de desenvolvimento de liderança que eu fazia coaching e quando eu processo isso né, o banco é uma multinacional, qualquer processo de contratação de desenvolvimento vinha de fora, vinha de empresas grandes, não faziam dentro né não existia vaga de coach e eu fui meio que sem querer mas eu digo que meu mindset de intencionar as coisas né, eu não planejo “Ah eu vou conseguir essa vaga” não mas “Eu vou me aproximar, eu acho que eu preciso estar aqui” entende e foi fluindo e eu fiquei praticamente dois anos, eu encerrei o meu processo lá que aí virou Bradesco né e aí eu pedi meu desligamento porque eu tinha um apego com a marca HSBC, eu não queria ver o letreiro saindo de lá e mais do que isso eu já estava com a minha empresa, eu pedi desligamento em 2016, já estava com 3 anos da minha empresa rodando em paralelo, eu fui construindo isso né então eu pedi a conta em 2016 e segui a minha jornada e estou até hoje aí e foi no mesmo ano do intercâmbio que mencionei que foi a oportunidade que eu vislumbrei e que me deu a energia para empreender e estar com a empresa aberta mesmo aí diante de todos esses desafios que a gente tá vivendo né de pandemia e tudo mais.
Henrique de Moraes – Muito legal, acho que esse traço que você falou né de criar a sua vaga ali, de ir moldando é uma coisa que é tão importante, às vezes as pessoas reclamam tanto né “Ah porque meu chefe isso” ou “Porque minha empresa aquilo”, “Tenho pouca liberdade”, “Tenho liberdade demais” assim, é da natureza do ser humano nunca estar satisfeito mas as pessoas não percebem que elas podem criar e que elas podem ser assim de certa forma recompensadas por isso né assim, é melhor você iniciativa de tentar resolver, se isso não está, se tem alguma coisa que não está te agradando resolve o problema porque se você resolver o problema você vai melhorar a sua vida, talvez a vida dos outros e talvez seja recompensado por isso, talvez não mas só o fato de resolver o problema talvez seja a própria recompensa né.
Danielle Fausto – Perfeito. Eu acho que você tocou num ponto bem importante porque no geral eu percebo que as pessoas, eu trabalho muito com funcionários, pessoas que querem desenvolver a carreira né e as pessoas elas colocam muita energia no resultado, no que vai acontecer e esquecem que o próprio processo ele já traz os aprendizados, o processo já traz insumo pro teu currículo, já traz informação pra sua história e jornada de carreira, então eu ouço muito “Ah porque eu quero uma promoção”, eu falo que primeiro você precisa ser notado e as pessoas enxergarem o teu valor pra que isso seja uma consequência e você não precise bater na porta do seu gestor e pedir um aumento ou enfim, esse trabalho de comunicar o que você tá fazendo, ele tem que ser constante.
Henrique de Moraes – Eu acho que tem também o fato de que as pessoas às vezes projetam o que elas vão ser e fazer quando elas tiverem o resultado né, o que é uma matemática que não faz o menor sentido também porque tem sim a parte do processo, da jornada que é muito importante e inclusive é uma coisa que acho que todo mundo falha, eu falho bastante também de ficar muito focado no resultado mas pelo menos assim, se você estiver colocando muita energia ainda faz sentido mas tem gente que fica só acomodado e fala “Não, se eu ganhar a promoção aí eu vou conseguir fazer isso”, não você consegue fazer tudo agora, o cargo é uma mera formalidade, é igual falar assim “Vou cuidar da minha esposa depois que estiver casado” não né, a gente vai casa porque eu cuido dela, a gente se cuida né mas é um pouco disso as pessoas não entendem que elas precisam se mover agora e que aquilo ali vai ser um reconhecimento, vai ser uma consequência e assim, que o problema talvez de focar no resultado é mais de você perder a jornada do que qualquer coisa porque o resultado não necessariamente vai te trazer a felicidade que você espera, isso é uma triste realização que a gente tem depois de muitos anos e continua errando ainda assim
Danielle Fausto – A gente chega no resultado e “Tá era isso? Agora quero outra coisa”
Henrique de Moraes – Exatamente mas assim, de qualquer forma não tem tanto problema se isso for um motivador agora é isso, tem que ser um motivador e não ficar imaginando um cenário onde vai estar tudo perfeito e as coisas vão acontecer e você vai conseguir “Ah não porque quando eu tiver isso, quando eu tiver aquilo” cara não existe, isso não existe então assim, você pode estar em qualquer cargo que vai estar tudo cagado, quanto mais alto o cargo acho que pior às vezes, você tem mais problema para resolver, mais pepino pra lidar, mais gente que não tem habilidade nenhuma então assim, é realmente uma mentalidade bem complexa assim que eu vejo muita gente ainda caindo nessa armadilha. Mas aí você, por isso que eu puxei, sabia que a gente ia acabar caindo nesse assunto de liderança que é um assunto que assim tá muito em alta mas que eu acho que as pessoas confundem muito o que é liderança e eu vi uma fala sua quando tava fazendo a pesquisa pro episódio que eu achei muito legal que é da liderança pessoal e aí você falou dos quatro tipos de liderança e eu fiquei muito preso na liderança pessoal né, de perguntar “Quais são seus hábitos matinais? Hábitos noturnos?”, queria que você falasse um pouco sobre isso e talvez até trazer um pouco dessa diferença entre os tipos de liderança mas falando principalmente da liderança pessoal.
Danielle Fausto – Perfeito. Eu chamo de auto liderança. A gente é um ser vivo complexo demais, que precisa ser gestionado a todo tempo né, eu brinco que a gente não consegue nem controlar a respiração então a nossa mente é um desafio gigantesco e dentro da auto liderança eu digo que tem várias questões mas as principais tem a ver com essa questão dos hábitos né porque se eu consigo criar hábitos produtivos, se eu consigo fazer a gestões das minhas emoções, se eu consigo fazer as gestões daquilo que não é tão positivo para que não apareça tanto e eu consiga alcançar os meus objetivos enfim, eu começo a ter resultados, eu começo a ser exemplo e aí eu começo a manifestar minha liderança para outras pessoas. Então eu digo que todo líder que faz ou inspira outras pessoas né e aí seria talvez um segundo nível de liderança, que aí você pode ir para um nível de liderança de comunidade, depois liderança social enfim, ele precisa primeiro ser exemplo e você só consegue ser exemplo para alguém se você consegue administrar o teu eu, então todo mundo tem hábitos, tem gente que tem perfil que fala “Ah eu não consigo criar nenhum hábito” não, o ser humano funciona por meio de hábitos
Henrique de Moraes – Você tem o hábito de falar que você não consegue criar hábitos inclusive
Danielle Fausto – Isso e talvez você tenha um hábito que você não se orgulhe dele mas todo mundo tem, e hábito não é ruim porque hábito faz com que a gente coloque algo para funcionar né ainda se esse algo é produtivo, positivo de forma mais automática né e aí uma das coisas né quando a gente consegue entender esse mecanismo do ser humano que é gasto de energia que a gente tem para fazer sempre as coisas de um jeito diferente né, o nosso organismo não ia conseguir dar conta, por isso que a gente tem os hábitos, para que a gente grave, memorize e faça isso de forma mais automática. O que as pessoas associam com a dificuldade de ter hábitos é que às vezes pode se tornar entediante né, “Ah mas daí eu vou fazer sempre a mesma coisa do mesmo jeito” e aí eu trago uma nova forma de olhar, eu falo que você não precisa fazer a mesma coisa do mesmo jeito, você pode escovar os dentes todos os dias, isso é um hábito mas você pode escovar de um jeito diferente, você pode escovar cantando, você pode escovar com a perna dobrada, você pode escovar sentado, você pode escovar começando pelo lado esquerdo, você pode inovar a cada escovada de dente por exemplo né, e eu uso um exemplo muito clássico, eu sou uma pessoa muito do papel e eu uso agenda, agora que eu tô começando a usar a parte mais tecnológica também mas eu não abro mão do papel e chega um momento que eu canso das minhas agendas, aí eu troco de agenda, então eu faço planejamento geralmente no domingo, tem dias que eu canso de fazer no domingo então eu faço na quarta, entende? Eu não faço mas eu me planejo porque eu sei que é importante. Eu faço atividade física, esse é o único hábito que eu não consigo mudar, eu gosto de fazer exatamente do mesmo jeito e no mesmo horário porque é o jeito que eu consegui encaixar na minha rotina a atividade física, mas você pode variar também né, tem gente que fala assim “Ah mas eu não gosto de fazer sempre o mesmo exercício” então um dia você faz natação, um dia você corre, um dia você faz tênis, você pode ter várias atividades físicas diferentes mas movimentar e cuidar do seu corpo. Então você pode comer saudável né, eu pratico fisiculturismo, então você pode comer sempre frango e brócolis, mas um dia o frango vai estar com tempero diferente ou vai estar com uma cara diferente, num dia frango desfiado, no outro frango grelhado enfim, você pode ter um hábito e alternar né, eu sempre falo isso para as pessoas que têm medo de ter hábitos né porque o hábito ele é algo produtivo, você coloca teu organismo para fazer algo automaticamente mas tem que cuidar porque tem hábitos positivos e tem hábitos não tão positivos né. Então em termos de liderança pessoal é você conseguir dar conta da tua vida, da tua saúde né e isso inclui emoção, a parte espiritual independente de crença né mas enfim a qualidade né de você dar para você mesmo, a saúde enfim, tudo isso faz parte da autoliderança em primeiro lugar. Engraçado que uma das coisas que me fez estar cada vez mais forte ainda no fisiculturismo é que no meu encontro com o Obama eu fiquei prestando atenção no volume de gordura corporal, ele não tem quase nada ele é muito tipo pele e músculo assim né e eu fiquei assim “Gente!”, é óbvio que ele é um cara que cuida da saúde, é óbvio que ele tem uma rotina eficiente para dar conta do volume das coisas que ele tem né, eu sempre me achei muito noturna, antigamente me achava muito noturna e foi só eu começar a dormir cedo para entender que eu consigo manter uma rotina produtiva de manhã e acordar cedo. Então é questão de hábito né então pra mim a liderança começa na tua auto-gestão, pra daí você começar a influenciar as pessoas à sua volta e você pode falar um segundo nível de liderança né de liderar outros para aí você falar de liderança de comunidades, de ecossistemas, para daí você falar talvez numa liderança mais macro, como a liderança do Obama por exemplo né que vai articular vários outros ecossistemas, países e enfim atores né, mas começa com a gente mesmo, se a gente não for capaz de fazer a gestão da nossa energia, da nossa disposição, da nossa produtividade não adianta a gente querer inspirar ou fazer gestão de pessoas.
Henrique de Moraes – Sim e eu acho que essa gestão pessoal tem se tornado um desafio cada vez maior né porque cada tecnologia de certa forma ela veio para tomar o nosso tempo né assim, tá vindo muito com esse intuito de hoje e se a pessoa não se cuida, especialmente na gestão de tempo eu acho, não só gestão de tempo porque no final das contas quando você acaba cedendo pra sei lá passar muito tempo na rede social ou qualquer coisa nesse sentido e você não tá no controle ali, outros problemas também vão vão surgir, problemas psicológicos enfim, coisas que talvez você não esteja colocando na conta, você tipo “Ah não tô perdendo muito no Instagram” mas você não tá só perdendo tempo no Instagram, tem várias outras coisas que também vão influenciar ali, mas você falou uma coisa interessante né, logo no início da sua fala você falou “Ah a gente não consegue nem controlar a respiração” e tem uma entrevista que uma vez eu ouvi do Yuval Harari, do “Sapiens” e ele medita todo dia duas horas por dia, ele tem uma rotina bem rígida de meditação porque 2 horas é assim, praticamente monges né mas é engraçado assim porque ele conta a história que ele começou a meditação muito sem querer, foi um amigo dele que ficou enchendo o saco dele para ele meditar, meditar não, pra ir pra um retiro e ele falou “Cara eu nem medito, o que vou fazer num retiro?” e o cara falou “Não, acho que você vai gostar, tem a ver com você”, e na época ele tava fazendo doutorado, alguma coisa assim, tipo já era professor em Oxford que é uma faculdade super prestigiada enfim, e ele foi pro retiro depois dessa insistência e falou que na primeira vez que ele foi meditar, que o professor falou assim “Ah quero que vocês prestem atenção na sua respiração”, não era nem para controlar, ele fala “Ele não tava pedindo pra eu controlar minha respiração, era pra prestar atenção na respiração e eu percebi que eu não conseguia, o tempo inteiro era distraído por pensamentos” e ele falou assim “Cara eu me achava uma pessoa tão inteligente, achava que eu tava no controle de mim mesmo até aquele momento que eu percebi que eu não controlava nada” e ele fala que foi isso que fez ele se apaixonar pela meditação, dele tentar ficar mais no controle da situação e ele fala isso, “As pessoas acham que eu medito pra me afastar né, pra fugir”, ele ele fala “Não eu medito para entrar em contato com meus problemas, com as dificuldades do mundo, as coisas que eu quero mudar”, ele fala que é muito mais intenso do que isso mas é muito muito legal assim porque essa sua fala me lembrou dessa história porque é isso, muitas vezes a gente acha que a gente tá tão no controle e a gente tem pouquíssimo controle na verdade e às vezes eu acho que por exemplo um exercício de você ter uma pessoa né, coach se tornou uma palavra que está trazendo uma conotação negativa enfim, mas ter uma pessoa para te fazer perceber esses detalhes, perceber onde você tá falhando sem sequer notar é muito relevante né e dentro desse aspecto eu queria entender assim, eu sei que você fala bastante sobre propósito né, você tem um e-book eu acho também sobre propósito, quando uma pessoa que tá buscando assim né, vamos supor o primeiro estágio da busca pelo propósito, quais perguntas que você acha que essa pessoa deve se fazer assim, você tem já alguma coisa que você ache que “O primeiro passo é esse aqui, faz essas perguntas, reflete sobre isso aqui”, quais são essas perguntas e quais são essas ferramentas?
Danielle Fausto – Perfeito. A primeira coisa que eu sempre falo de propósito é que o propósito tá aqui dentro, então é alguma coisa que já tá dentro de você, muitas vezes a gente começa a procurar fora, “O que é o meu propósito?”, “Quais são as referências?”, “O que eu quero fazer?” não, o propósito tá aqui dentro. Quando eu falo isso é porque o propósito é ser você e a gente é podado desde quando a gente nasce e começa a viver em sociedade a gente começa a ser podado de ser a gente mesmo porque a gente tem que entrar dentro dos padrões sociais, a gente não consegue ser autêntico o tempo todo e que bom também porque em alguns momentos é importante que a gente respeite o espaço porque se a gente fosse fazer tudo o que a gente quer mas aí que tá a diferença né da gente ser autêntico e a gente entender como se comportar nos ambiente ou nos espaços que a gente circula né. Mas o que acontece é que se você começa a viver num determinado ambiente que ah não pode falar alto, então você gosta de falar e se comunicar, você começa a nem falar mais e aí você que era extrovertido se torna introvertido, tô dando um exemplo bem bobo mas a primeira pergunta que eu faria assim ou daria pras pessoas pra refletirem é “Quem você é quando ninguém tá vendo?” porque aí é você de verdade né porque quando a gente está se relacionando com outras pessoas a gente está querendo mostrar alguma coisa da gente, a gente tá querendo alimentar uma relação, a gente quer mostrar o nosso melhor então quem é você quando ninguém está vendo? Realmente tuas sombras, as coisas positivas, absolutamente tudo então esse é o primeiro passo eu acho né para você se conectar com quem você é verdadeiramente né e o segundo passo é como eu coloco esse ser complexo com as virtudes e não virtudes para ser útil, então quando eu consigo enxergar a utilidade da minha essência, do meu ser, eu começo a ver significado, começo a ver propósito e o que as pessoas geralmente fazem? Elas começam a pensar que propósito é talvez assim um objetivo a ser alcançado, então “Meu propósito é fazer o bem”, “Vou abrir uma instituição, uma fundação e vou cuidar de bichinhos e acabar com a fome” sei lá as pessoas às vezes projetam mas seu propósito é só dar utilidade pra tua essência, basicamente isso. O que vem depois dessa utilidade é o como e aí sim, como você vive o seu propósito, que aí pode ser “Vou fundar uma associação de ajuda aos animais” ou “Vou ser mentor e coach”, como eu viabilizo o meu. O meu propósito ele tem a ver muito com transformação, eu me empolgo, aqueles momentos assim que você vê um antes e depois é onde eu me realizo e quando eu descobri que isso acontece dentro do fisiculturismo eu comecei a me questionar, “Então meu propósito não é ser coach? Meu propósito não é ajudar as pessoas a alcançarem o objetivo delas?” e aí eu entendi que meu propósito pode ser tudo que tem a ver com transformação desde que eu veja essa evolução, porque eu sou uma pessoa que eu busco ser melhor que eu fui ontem, eu busco cuidar da minha saúde, cuidar de quem eu sou, a todo momento é isso, eu sou assim e quando eu olho a minha infância, e essa pode ser uma outra pergunta também né porque na infância a gente é mais livre, a gente é mais autêntico então o que me dava prazer, o que eu fazia naturalmente na minha infância e aí vem coisas muito simples assim né, eu transformava as coisas na minha infância e tem até uma história engraçada que eu brincava muito de boneca, de Barbie e tal e tinha um balde de água, nem lembro quem que tava limpando a casa se era minha mãe que tava limpando a casa com um balde de água e eu “Ah vou dar banho na boneca” e aí mergulhava e tinha produto químico então o cabelo da boneca ficava um negócio assim mas eu não tava nem aí, ficou diferente, eu achava o máximo aquilo, de verdade eu lembro disso como se fosse hoje assim né então as minhas brincadeiras, as coisas que eu fazia sempre tinha né, essa história do scrapbook que eu falei, artesanato, tem um antes e um depois, tem uma evolução muito clara né então é isso que me empolga né, fazer essa evolução, fazer esse processo é aí com pessoas hoje no que eu faço, coaching é um como eu viabilizo meu propósito, as pessoas ficam muito focadas em encontrar esse como e não em encontrar a chave que tá aqui dentro, que é “Qual é a sua essência mais autêntica?”, minha essência mais autêntica é transformar as coisas, seja pra bom ou pra ruim porque também faço algumas coisas meio, uma comida que não fica muito legal mas fiz, tá diferente, deu certo. Acho que são três perguntas né, “Quem sou eu quando ninguém está vendo?”, “Como eu dou utilidade pra essa essência?” e essa questão que agora eu esqueci o que eu falei, a última pergunta.
Henrique de Moraes – Não tem problema. E quando você, não sei se você faz esse trabalho com empresas também
Danielle Junco – Faço
Henrique de Moraes – E pra empresa como que é? Porque assim, é diferente né são várias essências misturadas, como é que você faz?
Danielle Junco – A gente tenta achar pontos em comum, então uma coisa que é importante é, existe o propósito da empresa que foi definido pelo criador, que ele criou geralmente e existe o propósito porque os colaboradores estão nessa empresa, o que eu busco fazer é um alinhamento porque talvez não sejam os mesmos propósitos mas a gente tem que achar um alinhamento do que é comum desses propósitos, como esses propósitos se encontram e foi muito engraçado porque eu fiz isso no HSBC, e quando me deram carta branca para fazer isso eu falei “Muita gente pode descobrir que está no lugar errado, e o que a gente vai fazer com isso?”, não tem problema a gente quer as pessoas certas aqui, a gente quer pessoas que se identifiquem com o nosso propósito e como as pessoas não param para pensar, muitas vezes quando a gente vê essas travas dentro das organizações é justamente isso, a pessoa que tá alocada no propósito errado, ela não tá vivendo aquilo que ela nasceu pra viver, ela não consegue colocar a autenticidade dela pra funcionar, então é bem importante fazer esse alinhamento né e pode ser que a gente encontre desconexões.
Henrique de Moraes – Perfeito. Lembrei de uma história agora que acho que é relevante para as pessoas que ainda tem esse preconceito, que eu achei muito maneiro que é do Eric Schmidt, ex-CEO do Google né e logo quando ele entrou na empresa a própria pessoa que indicou ele para o cargo falou assim “Ah queria te indicar um coach” e ele falou assim, isso lá atrás né, ele falou “Não precisa” e não é preconceito com o profissional, ele falou “Cara não preciso de coach, você me colocou aqui porque você me acha foda”, basicamente o discurso era esse e ele falou assim “Sim você é uma pessoa excelente, realmente mas o Tiger Woods não é o melhor jogador do mundo?”, “É”, “E ele não tem um coach?”, não tem uma pessoa pra ajudar ele? Aí ele “Tá bom, pode me botar pra conversar com esse cara aí” e é o Bill Campbell que é um dos coachs mais famosos do Vale do Silício, ele tem um livro agora que se chama “O coach de um trilhão de dólares” porque ele fez tudo pro-bono né, ele começou essa carreira dele de coach empresarial pro bono porque ele já tinha tido a carreira dele, tinha feito lá a fortuna dele e não precisava de mais dinheiro e ele tinha vontade de ajudar as empresas, então ele fez, ele foi coach do Steve Jobs, de várias dessas figuras lendárias lá do Vale do Silício e ele fazia tudo de graça porque ele queria ajudar a economia, as empresas enfim e dizem que o nome do livro veio porque dizem que o que ele ajudou a gerar já somam um trilhão de dólares e assim o livro é bem legal porque eles pegam vários ensinamentos assim, várias dos exercícios que eles faziam no dia a dia lá que o Bill propunha e eles colocam, destrincham isso, mostram com exemplos então vale a pena, é bem legal de se procurar e também você falando me lembrou outro livro que é “Os quatro compromissos” que talvez eu já tenha falado demais dele aqui no podcast mas não sei se você já leu esse livro?
Danielle Fausto – Não conheço
Henrique de Moraes – “Os quatro compromissos”. Cara ele é um livro que parece muito esotérico mas ele é muito legal assim porque ele fala muito sobre isso que você falou de como que a gente acaba sendo podado de certa forma, a gente é quase treinado ao longo da vida e ele fala e me bateu muito forte como o pai especialmente porque ele fala como que a gente cria os filhos falando assim “Ah se você fez a coisa que eu julgo certa é boa menina, se você fez alguma coisa que eu julgo errada vai ficar de castigo” porque você treina o ser humano à agradar as pessoas e não a ser quem ela quer então ela aprende o que ela precisa fazer pra conseguir sei lá as coisas delas mas ela não tem autenticidade como você falou e aí o livro ele vai passando assim, são quatro compromissos que você faz com você mesmo para você destravar isso. É bem legal assim porque é bem prático, é pequenininho o livro e eu já recomendei algumas vezes, acho bem interessante porque te traz essa perspectiva toda assim né, não é esotérico mas tem umas partezinhas assim que falam umas coisas mais espirituais mas você pode ignorar e pegar a parte prática ali que é bem legal. Por falar em livro então, aproveitando eu queria saber assim, a pergunta que as pessoas mais me cobram, se eu não fizer essa pergunta no podcast acho que sei lá vão me caçar na rua pra me matar. Quais são os 3 livros, pode ser mais tá mas eu tento colocar de 1 a 3 pra não ficar muito longo, que mais impactaram na sua vida, e não precisa ser vida profissional, eu falo sempre isso porque por exemplo esse livro “Os quatro compromissos” pra mim tá na lista de livros que mais me impactaram e ele é mais de vida pessoal só que assim a partir do momento que você trabalha sua vida pessoal você se desenvolve como pessoa, você também se desenvolve no lado profissional, não tem jeito, você não é duas pessoas diferentes né então pode ser qualquer livro que tenha te impactado de alguma forma.
Danielle Fausto – O primeiro que eu quero falar é o que fez eu ter essa virada de chave assim até de propósito assim sabe, “Uma Vida Com Propósitos” do Rick Warren, e é um livro cristão e ele traz um viés de propósito com embasamento cristão mas quando eu li ele eu falei assim “Como é que eu traduzo isso para quem não acredita, quem não é da religião cristã?” porque tem muita verdade nesse livro e como eu traduzo isso numa linguagem universal né, de que a vida das pessoas ela tem significado e não só um significado com base no cristianismo. Então foi o livro que me trouxe essa curiosidade de instigar, procurar mais sobre propósito. E aí um segunda autor, que aí eu fui pra linha oposta né, eu fui pra Deepak Chopra, porque você falou da meditação e eu tenho um dificuldade, eu sou muito ativa então falar em meditação para mim né me lembra os monges, ficar quietinha e aí me dá um ansidade assim né mas aí tem um livro muito especial do Chopra e eu gosto dele porque ele traz o oriental pro ocidente né então ele traz essa linguagem né, ele transita na pegada oriental mas trazendo um pouco mais pro prático e é o livro “As sete leis espirituais do sucesso”, esse livro é tipo de cabeceira assim pra mim, tipo esse que você falou, fininho que quando eu leio parece que eu descubro mais coisas que eu não tinha descoberto antigamente sabe então é um livro muito, e lá tem um pedacinho que ele fala do dharma que é o propósito né e ele fala do carma que é uma vertente que eu trago também dentro do propósito né porque eu não aprofundei mas uma das coisas que é o nosso lado escuro né, o nosso lado negro é as nossas inquietações, aquilo que me incomoda a gente e aquilo que incomoda tem um senso de solução e eu coloco isso no propósito né que às vezes as pessoas pensam num propósito muito como vocação, fazer o bem mas tem a ver com solução né, sanar aquilo que me incomoda, e eu aprendi isso com o Chopra né, essa complementariadade do propósito, então o “As sete leis espirituais do sucesso”. Tem um outro livro que me abriu a mente mais como empreendedora assim que é do Tim Ferriss, “Trabalhe 4 Horas por Semana” que quando eu li esse livro eu falei “Eu tenho que sair do mundo corporativo” que foi quando eu comecei assim a ter uma agonia por pensar em solução, como eu saio desse modelo pra fazer o que eu quero, na hora que eu quero então é um livro que abriu muito a minha mente o do Tim Ferriss, que também é um livro que eu leio e tenho olhares diferentes sempre que eu leio, a história dele é muito curiosa também. E tem mais um que eu quero falar que é “Os Segredos da Mente Milionária” do Harv Eker que bem basicão também mas ele traz uma visão da abundância bem especial assim para essa questão de entender a relação com a energia do dinheiro e tudo mais então acho que são os livros que trouxeram coisas muito práticas e boas assim, essa questão do pensamento e da abundância vem muito do Harv Eker assim que eu aprendi sabe, do tipo “Vou encontrar o Obama sim”, “O universo vai dar um jeito de me colocar nessa situação”, e é engraçado que assim são poucos livros assim que eu vou até o final sabe, eu geralmente pego aquilo que eu consigo aplicar do livro e enquanto eu não aplico eu não avanço no livro, e esses livros foram coisas assim que eu consegui trazer pra minha vida de forma prática então são livros que, eu gosto muito da frase do Flávio Augusto que fala né que “O conhecimento quando não colocado em prática gera obesidade mental” então eu falo que não quero criar uma mente cheia de conhecimento e não saber aplicar então eu prezo muito por leituras que tenham essas aplicabilidades e esses quatro livros para mim são bem práticos assim de colocar em ação assim coisas importantes na vida.
Henrique de Moraes – Adorei “obesidade mental”, taí um termo que nunca tinha ouvido, muito bom. Eu tô me sentindo assim atualmente inclusive porque eu comecei a me perguntar isso, falei assim “Cara eu tô lendo mais coisa e eu não consegui colocar em prática algumas coisas de leituras anteriores” então assim eu fico “Será que faz sentido avançar, será que não?” e eu acho importante essa questão que você colocou de reler livros né porque eu também releio alguns assim e é muito importante porque é isso, é como assistir um filme né ou uma série, qualquer coisa que você começa a reparar em outros detalhes, então pra quem por exemplo é viciado em “Friends” e já assistiu 35 vezes todas as temporada, você começa a reparar inclusive que a Phoebe por exemplo dá uns moles, era ri na hora errada sabe, então assim é a mesma coisa que você reler um livro e não só pelo fato de você perceber mais coisas mas acho que tem uma questão também que cada vez que você pega um livro para ler você tá com um desafio diferente, um problema diferente então você vai ler com uma perspectiva diferente não tem jeito né e você vai dar atenção para uma coisa que de repente passou batida assim, você leu rápido e tudo mais, não fazia sentido naquela hora, você vai dessa vez dar mais atenção então assim faz muito sentido sim reler livros, é muito legal. Qual foi a pior reunião da sua vida?
Danielle Fausto – Ai, a pior reunião
Henrique de Moraes – Tem alguma assim que marcou?
Danielle Fausto – Tem uma que foi muito recente e foi com um fornecedor e foi a pior reunião porque eu perdi o prumo da reunião, eu perdi o controle emocional na reunião e para mim foi muito, hoje quando eu olho assim né é uma junção de fatores que eu não me posicionei antes e aí aquela reunião eu estourei completamente sabe, foi uma reunião bem difícil porque eu não conseguia ser ouvida na reunião e aí eu disparava a falar mais ainda então eu perdi totalmente o senso da minha presença naquela reunião mas eu falava A e as pessoas entendiam B, não queriam entender o que eu tava falando, foi uma reunião bem difícil para mim mas por uma junção de fatores que eu não me posicionei no tempo que deveria então acumulou para aquela reunião, foi uma reunião muito recente e muito difícil.
Henrique de Moraes – Vou te fazer uma pergunta que me veio na cabeça agora na verdade mas que vendo suas entrevistas e agora conversando com você, você me parece uma pessoa que tem uma fala muito fluida né do tipo que seu pensamento está conectado sabe, é uma coisa que eu invejo muito nas pessoas, essa comunicação fluida que parece que a pessoa está pensando na hora e falando, pensando e falando, eu tenho que pensar se eu não pensar eu vou falar, vou gaguejar então assim é uma coisa conturbada aqui dentro que acontece. Você desenvolveu isso de alguma forma ou é natural mesmo, porque tem muita gente que já tem isso né, já nasceu assim com esse dom, você desenvolveu ou isso já nasceu natural?
Danielle Fausto – Eu já fiz curso de oratória mas eu creio que isso vem da minha tentativa de estar presente, então quando eu falando eu estou me ouvindo e me observando e formulando aquilo, entende? É como se eu estivesse me assistindo falar, mas é mais um exercício de estar presente na conversa para trazer aquilo que faz sentido enfim, acho que é mais isso, essa tentativa
Henrique de Moraes – Perfeito. Vou tentar me observar melhor.
Danielle Fausto – Obrigada pelo elogio.
Henrique de Moraes – Acho isso fantástico assim, é engraçado porque a gente falou do Obama hoje né, que é a pessoa mais característica nesse sentido, se for falar “Quem é a pessoa com melhor oratória que você já viu? Obama”
Danielle Fausto – Eu tenho que concordar com você.
Henrique de Moraes – Mas acho que você conseguiu absorver bastante da pessoa que você admira
Danielle Fausto – Que bom
Henrique de Moraes – Muito bom. Você tem algum hábito incomum assim pros outros? Porque hábitos que são incomuns pra gente não são comuns no final das contas, mas que os outros estranhem e você ama e não abre mão?
Danielle Fausto – Assim, as pessoas estranham quando eu falo a hora que eu acordo, o que eu faço de manhã cedo
Henrique de Moraes – O que você faz de manhã cedo?
Danielle Fausto – Então, uma das primeiras coisas que eu faço por conta do fisiculturismo, eu me peso todo dia de manhã, a primeira coisa a pra entender como que o meu corpo tá processando enfim, eu tiro as minhas medidas e me peso todo dia de manhã, é meio louco, parece meio maluco mas eu faço isso, a primeira coisa é bem estranho. Aí depois eu vou comer e aí eu tenho um hábito incomum, esse eu acho que é incomum porque eu tenho problema no intestino então até eu comer e conseguir ir ao banheiro tranquilamente se leva uma hora, então é um processo de fazer massagem abdominal e tal porque é o único horário que eu consigo ir no banheiro e depende do que eu como então eu já aprendi o que eu tenho que comer para conseguir né. Dizem que o intestino é o segundo cérebro então eu tento cuidar bastante dele e depois que eu como aí eu faço meu momento de leitura breve assim não é uma coisa muito intensa porque seis da manhã geralmente eu tô treinando então é basicamente isso que eu faço e aí para conseguir fazer tudo isso nesses horários eu acordo geralmente 4:45h, mas eu não medito por exemplo, as pessoas se frustram quando eu falo que eu não medito, esses dias eu estava numa reunião e alguém falou “Você tem que meditar Dani”, eu falei “Mas como se eu sou tão elétrica?” mas o que eu faço, que é uma espécie de meditação é a respiração, então quando eu tô muito acelerada, quando eu percebo que eu tô fora do meu prumo assim eu presto atenção, paro, respiro e preferencialmente num lugar que eu possa fazer isso de forma muito profunda assim né, de respirar e soltar mesmo a respiração porque às vezes você não consegue fazer isso numa reunião por exemplo né mas aí eu paro tudo e faço esses momentos de prestar atenção na respiração que me ajudam bastante a trazer mais calma e tranquilidade.
Henrique de Moraes – Perfeito. Bom eu não acho o hábito de se pesar de manhã nada de estranho não, a massagem eu já estranho mas assim, acho que é super relevante né especialmente se você tem alguma dificuldade em relação à essas coisas, tem que se cuidar não tem jeito. Você falou sobre a meditação, das pessoas se frustrarem, eu acho que as pessoas confundem às vezes o fim com o meio né assim, o que você tira porque no final das contas o importante na meditação é o que você tira dela né, como que ela ajuda e existem outras formas de você chegar no mesmo resultado. Acho meditação sensacional, eu também não consigo praticar frequentemente mas eu sempre falo que tenho outros métodos que são minha meditação de certa forma porque para mim o benefício que eu tiro da meditação normalmente é uma clareza mental né assim, você começar mais leve de certa forma né e sair um pouco daquele caos ali de pensamento, pensamento, focar na respiração e de repente aquilo vai te acalmando e você começa o dia mais sereno assim, mais preparado eu acho e eu tenho outros hábitos que eu prefiro do que a meditação, gostaria de ter tempo de fazer tudo, fazer a meditação e manter esses hábitos mas eu não tenho, hoje pelo menos não tenho então acabo fazendo os outros exercícios que pra mim são mais relevante mas assim, o próprio exercício físico às vezes pode ser meditativo sabe então tem vários momentos do dia que você consegue fazer isso e inclusive as pessoas que praticam meditação de maneira mais séria né assim, pessoas que estudam, o benefício maior da meditação é a atenção plena né e você pode praticar isso sem meditar, você não precisa ser um meditador, você pode como você falou “Estou presente aqui, eu tô prestando atenção no que eu tô falando” então assim, isso tudo faz parte também de uma prática meditativa né que é o principal benefício que é essa atenção plena e é isso, acho que tem várias maneiras de você chegar nisso então não necessariamente só a meditação. Então pessoas, meditar é ótimo é maravilhoso mas não pensem que essa é a única maneira de vocês tirarem resultados.
Danielle Fausto – Você falou disso e eu me lembrei de duas coisas que eu faço e que é engraçado que você faz e não percebe, duas coisas assim que parece meio loucura assim mas de manhã cedo, não é sempre até porque eu não moro sozinha mas quando eu quero me conectar mais né até bom dia para os passarinhos eu dou, “Bom dia sol, bom dia pássaros” eu faço isso, e no banho geralmente também quando estou em semanas mais pesadas assim eu desligo a luz e toma banho no escuro e sinto tudo no banheiro assim, a água, o sabonete, a textura, com tudo apagado né às vezes até fecho o olho para estimular outros sentidos e isso acalma e me faz ter esse senso de presença né, de usar os meus sentidos naquele momento que eu tô vivendo.
Henrique de Moraes – Sensacional. Engraçado eu de vez em quando fecho os olhos quando tô tomando banho e em alguns outros momentos também pra tipo, é isso ficar mais presente, você acaba tirando um pouco de tudo que tá aí à sua volta e consegue, às vezes antes de começar as gravações eu faço isso um pouco também, eu paro e às vezes até ouvindo a pessoa também, eu gosto de ouvir a pessoa antes de começar a gravar acho que é um hábito que eu criei porque parece que eu já começo a me conectar com ela antes sabe então não estranho quando começa a entrevista, então sempre fico ouvindo e às vezes uns 15 minutinhos antes eu sempre tiro pra sentar e ficar ouvindo e às vezes eu fecho os olhos, fico respirando e tal porque aí eu vou me conectando ali de certa forma comigo mesmo e com a pessoa ao mesmo tempo sabe, é relevante. Mas é engraçado porque um outro, trazendo aí pro chuveiro, tem uma coisa outro dia eu até publiquei um negócio falando sobre isso, que se suas melhores ideias surgem no banho é um sinal de que você não tá tendo tempo de refletir né, o mundo já tomou todos os seus espaços e isso tem acontecido especialmente durante a pandemia, eu acho que ficou ainda mais difícil das pessoas terem tempo pra si né porque você mal ou bem, especialmente quem trabalhava fora, quem tinha o hábito de ir para o trabalho, voltar do trabalho e tudo mais, quando você acorda em casa e aí você já não tem mais essa divisão de horário de trabalho, o que é trabalho e o que não é, se você tem um e-mail para responder você responde logo, não espera chegar no escritório então assim o trabalho ele vai invadindo, é muito mais fácil o trabalho invadir sua vida do que sua vida invadir o trabalho e eu tenho sentido muito isso agora que aqui em Lisboa voltou o lockdown, eu também tô falhando embora eu fale muito sobre isso eu tô falhando também em tirar momentos pra refletir, que eu tirava às vezes levando minha filha na creche, várias coisas que já falei muito sobre isso, que eu aproveitava esses momentos pra desconectar de celular, de qualquer coisa de tecnologia e botar a cabeça no lugar, escrever enfim, ter as minhas práticas que são as minhas práticas meditativas nesse sentido né e quando você fica em casa é isso o trabalho invade completamente e eu falei isso, se você está tendo suas melhores ideias, melhores insights surgindo é porque cara você tá sem tempo pra refletir então assim, começa a prestar atenção nisso e isso tá acontecendo comigo, é engraçado e aí por isso que eu falei até, eu me identifiquei muito com isso, não essa parte mais sensorial mas digo às vezes de fechar o olho e falar assim “Cara vou aproveitar já que é o único momento que eu tenho liberdade, vou ficar aqui mais tempo, fechar o olho, ficar só tipo deixando a água cair e pensando” porque é muito difícil cara, acho que a gente está caindo em várias armadilhas que são muito capciosas, são difíceis da gente identificar e acho que é mais importante do que nunca inclusive a gente identificar essas armadilhas por causa do momento que a gente tá vivendo.
Danielle Fausto – Mexeu com todo mundo né de uma maneira inesperada e a gente tá aprendendo ainda né como lidar com tudo isso né, da nossa casa ser todas as coisas aqui dentro né, se a gente conscientemente não prestar atenção e ir ajustando a gente entra nesse fluxo que você falou realmente né então é natural agora ficar se relembrando “Opa isso não é o caminho que eu quero, quero fazer diferente”
Henrique de Moraes – É, e de evitar, é o que eu sempre falo assim, eu acho que o principal objetivo de qualquer conteúdo que eu sempre criei, inclusive o podcast é um deles, é fazer com que as pessoas saiam um pouco do piloto automático, por isso então que eu sempre que você traz alguma coisa eu tento puxar mais detalhes pras pessoas terem mais insumos, pra terem mais ferramentas pra conseguir fazer isso mas acho que o principal assim, a gente vive muito, muito, muito, muito sem refletir sobre porque a gente faz o que a gente faz, porque a gente faz da maneira que a gente faz sabe e a partir do momento em que você começa a se perguntar isso, é um caminho sem volta eu acho né, você sabe bem isso, você não consegue mais não se perguntar, e você acaba encontrando soluções completamente diferentes das que são propostas pra gente pela sociedade, que normalmente está tentando botar a gente dentro de uma caixinha.
Danielle Fausto – Verdade, e é um caminho só de ida porque você sempre tá descobrindo novas coisas porque a gente está em constante mudança então vai se aprofundando cada vez mais.
Henrique de Moraes – Sim, ainda bem. Você tem algum fracasso favorito assim, e fracasso favorito que eu digo é de algum que você lembre com carinho porque te ajudou a chegar de repente em alguns sucesso?
Danielle Fausto – Sempre tenho problema com essa pergunta porque o fracasso assim não é uma coisa que está no meu vocabulário né, as coisas que não dão certo como eu tinha imaginado né eu sempre busco ressignificar, então não enxergo como fracasso mas eu tenho coisas na minha história que posso contar para você que não deram certo como eu esperava né, mas eu não gosto de olhar assim como fracasso né e uma delas foi quando eu pedi a conta em 2016, não fiz planejamento financeiro e pedi a conta com a fé né na minha intuição e pensamento positivo, excesso de autoestima e de positividade mas agora falando sério, como eu vinha há 3 anos construindo minha jornada empreendedora em paralelo ao meu emprego, eu tinha uma cartela de clientes já aquecida então pouco antes de pedir a conta eu joguei uma meta pra mim, “Se eu dobrar o meu salário eu vou pedir a conta” e eu tirei férias e consegui fazer um pouco a mais do que o dobro do meu salário e eu falei “Então tá dizendo que eu tenho que seguir esse caminho mesmo né” e fui. Só que aí aconteceu que eu pedi a conta em junho e eu recebi a resposta do intercâmbio logo na sequência e aí eu tive que embarcar em outubro se eu não me engano, então não tive tempo para trabalhar e sem reserva financeira né, bati lá na porta da minha mãe aos meus 30 e poucos anos “Mãe aconteceu o seguinte, pedi a conta, não tenho dinheiro, tô indo pro intercâmbio e tenho um monte de conta que precisa ser paga aqui no Brasil, me ajuda”. Graças a Deus eu tive o suporte da minha mãe mas para mim isso foi o pior que podia acontecer, aos 30 e poucos ter que voltar para a casa da minha mãe para ela me acolher numa decisão que eu tinha tomado, porque minha mãe é funcionária pública e ela tinha falado para eu não pedir a conta, então foi uma atitude assim sabe né de você voltar a sua humildade assim o máximo que você consegue e assim né foi bem difícil para mim emocionalmente falando né, depender e minha mãe me ajudou durante um ano porque aí eu voltei dos Estados Unidos, do intercâmbio sem cliente aquecido porque eu fui viver o intercâmbio né, então com a minha carteira parada de clientes, sem saber o que vinha mas com muita fé que as coisas iam dar certo e minha mãe precisou continuar me ajudando. E aí o segundo né, a segunda situação que eu aprendi muito foi que aí logo que eu voltei eu falei “Eu preciso ter capital de giro, porque final de ano quem vai comprar o que eu vendo?”, as pessoas estão querendo tirar férias, ninguém quer buscar desenvolvimento, a empresa já fechou budget, final de ano não rola nada disso, eu falei “Preciso ter um capital de giro mais rápido do que o meu ciclo de venda né”, aí caí no conto da história do marketing multinível e comprei um monte de coisa de marketing multinível e essa história é engraçada porque aí eu comprei as coisas e tal e aí passei em janeiro assim estendendo energia nas duas coisas, na minha empresa tentando fazer ela girar e tentando vender o multinível, e nenhuma das duas tava dando certo né aí teve um dia que para mim esse talvez eu possa incluir no meu vocabulário que foi um fracasso assim, peguei as coisas e saí no bairro vendendo, “Vou vender esse negócio aqui”, e não vendi nada, vendi coisa nenhuma, aí chorei um monte e falei “Quer saber? Não quero saber mais desses produtos, vou focar só na minha empresa porque eu já sei, tô há 3 anos fazendo acontecer, essa pausa do ciclo foi por conta do intercâmbio e as coisas vão dar certo”, isso foi em 2017 e aí as coisas começaram a dar certo porque eu coloquei energia numa coisa só né então acho que essas histórias do meu início 100% empreendedor podem ser considerados algo de grande aprendizado assim para mim e foi doído né, teve um momento de dor assim, de ter que me colocar numa posição de “Você não planejou direito, você não fez direito né” mas eu tava vivendo aquela situação e falei “Isso não vai me ajudar, então bora pensar em solução, se minha mãe tá disposta que bom” e aí como logo já veio a história do Obama daí parece que todo mundo aqui em casa adorou que eu decidi empreender porque daí eu conheci o Obama daí parece que eles acreditavam em mim, eu brinco assim mas aqui em casa não tenho referência empreendedora né, da família pai mãe né, eles são muito temerosos com essa jornada né do empreendedorismo e de fato o reconhecimento deles de que eu estava fazendo algo realmente correto e que tava valendo a pena veio recentemente por conta dessas conquistas assim.
Henrique de Moraes – Acaba tangibilizando né de certa forma.
Danielle Fausto – Sim
Henrique de Moraes – E nos últimos anos assim, você tem algum hábito que você tenha criado que mudou sua vida de alguma forma, algum hábito, comportamento enfim, qualquer coisa que tenha mudado nesse sentido? Eu acho que essa tríade assim, primeiro entender que eu sempre acreditei que eu era noturna, eu ouço muito as pessoas falando isso “Eu produzo mais à noite” e aí eu vou escutando, vou escutando mas assim eu desenvolvi esse hábito de produzir à noite na faculdade porque eu trabalhava durante o dia, os professores mandavam um monte de trabalho e você tinha que passar a madrugada trabalhando com energético né então é óbvio que eu era bem produtiva à noite então o primeiro hábito que eu mudei assim completamente foi realmente né o dia estar se findando e eu estou encerrando o meu ciclo também, então eu acredito muito nessa questão da natureza então se o dia né, o sol tá se pondo é porque o dia está acabando então um ser humano teoricamente tem que estar se recolhendo, então um hábito que eu desenvolvi foi começar a dormir às 22h então geralmente às 22h eu já tô dormindo e acordar cedo né e manter a rotina de atividade física e alimentação saudáveis, são as três coisas que eu sentia assim na pele a minha energia, a minha produtividade mudar, tudo que me envolve assim. E eu posso me considerar uma pessoa alienada às vezes de algumas coisas assim sabe, eu não fico vendo muitas notícias, eu sou bem seletiva, vou selecionando o que realmente faz sentido e me interessa, se eu entrar nessa ânsia de querer saber de tudo, eu vejo muitas pessoas, eu não tô nessa nova rede social ainda que eu esqueci o nome
Henrique de Moraes – Clubhouse?
Danielle Fausto – Isso, esse mesmo e eu vejo muitas pessoas falando assim “Ah eu tô o dia inteiro, mas é muita coisa legal” só que aí a pessoa parou toda a vida dela pra ficar ouvindo e se conectando com coisas muito legais que eu acho que é super produtivo mas as outras coisas que são importantes também não estão andando então eu cuido muito assim né e não sofro por ansiedade de querer consumir muita coisa, digo isso em termos de conhecimento então tem muita coisa acontecendo, se eu for querer acompanhar tudo eu surto e não consigo, por isso que eu falo muito do propósito, quando o propósito está muito claro você consegue selecionar todo o resto da sua vida então eu acho que é um hábito que eu comecei a desenvolver que às vezes me coloca em algumas rodas de conversa que as pessoas falam “Onde você vive Dani?” mas eu não me importo sabe, eu tento “Ok me fale sobre, me conte” e as pessoas gostam de contar histórias então aí tá tudo resolvido e a pessoa se sente importante por alguma coisa que é nova pra mim.
Henrique de Moraes – Muito bom. É a segunda pessoa que me fala hoje do hábito de dormir e acordar cedo, acho que pode ser um sinal, tudo bem eu entendi.
Danielle Fausto – Você vai ver, é a melhor coisa responder e-mail quando você acorda porque aí você resolve todos os e-mails e ninguém tá respondendo e-mail, aí não fica aquela coisa da tua caixa estar super cheia, demora para encher porque as pessoas, e eu às vezes programo, pras pessoas não acharem que eu sou maluca eu respondo todos e programo pra disparar 9, 10 da manhã porque como eu acordo cedo né dá tempo das pessoas me responderem isso à tarde ou no dia seguinte então daí fica um ciclo bem mais saudável de não ver aquela coisa e-mails recebendo a todo tempo.
Henrique de Moraes – Quando você se sente sobrecarregada, desfocada ou você acha que tá ali perdendo né esse direcionamento que você tem tão claro, o que você faz pra voltar?
Danielle Fausto – Eu aprendi a perceber, a primeira coisa é perceber quando você tá desfocada então quando eu me dou conta é porque eu tô abrindo e fechando janela do computador, eu fico abrindo aba pra tal coisa, vou abrir janela e fazer tal coisa, quando eu vejo daí eu paro tudo e defino quais são as minhas duas, três prioridades, não mais do que isso então eu olho para tudo que eu tenho para fazer e o que realmente eu tô escolhendo fazer agora e geralmente eu avalio assim, “Estou com vontade de fazer e qual que é o prazo?”, às vezes eu separo tempo para fazer alguma coisa e eu não tô afim de fazer, se eu consigo realocar eu fico mais tranquila e posso escolher não fazer aquilo naquele momento e eu tento cuidar para que não nunca fiquem as coisas muito assim “Ah eu tenho que fazer isso hoje porque é pra amanhã” então eu busco organizar para que eu tenha tempo de falar “Hoje eu não tô afim de fazer isso, vou realocar”, até me dá prazer de “Não quero fazer isso, eu planejei mas não quero fazer isso”, “Não estou me sentindo bem para” mas eu paro tudo e escrevo, eu anoto muito então eu paro de fechar janela e “Tá, o que é? Então é A, B e C”, aí eu coloco post-it em tudo só do A, B e C, na minha frente é só A, B e C que tá, inclusive tem um colado aqui então eu coloco o que é prioritário e fico olhando praquilo e é isso que eu vou fazer, enquanto eu não termino também não sossego.
Henrique de Moraes – Boa, tem uma, eu tenho lido muito sobre meditação embora não medite e sobre budismo né, caí sem querer na verdade assim, foram indicações de livros de pessoas que eu admiro enfim e acabei caindo em alguns livros sobre o assunto e as pessoas que meditam elas falam sobre isso também, que o exercício não é você de fato prestar atenção na respiração, é você prestar e se distrair, parar de prestar, é o ato de voltar na verdade né, então de você identificar inclusive e tem até um trecho de um livro que eu tava lendo, é engraçado que fala assim “Fui conversar com o instrutor do retiro e falei assim ‘Tô me distraindo muito” e ele falou ‘Que bom, você tá percebendo muito, isso é ótimo porque a maioria das pessoas não percebem e acham que tão amarradona, você tá percebendo toda hora olha que maravilha “ e lembrei disso por causa dessa fala tipo assim, perceber é muito importante então quando você começar a identificar esses momentos que você tá distraído porque senão quando você vê já passou muito tempo e aí cara tipo já era.
Danielle Fausto – E uma coisa que eu acho que isso pode ser curioso meu assim que eu não vejo muitas pessoas falando e se percebendo dessa forma mas eu coloco a energia na volta, no produtivo né então as pessoas falam assim “Ah Dani você é sempre regrada” eu falo “Vocês que acham que eu sou né, é uma luta diária” mas eu não coloco energia quando eu erro. Errei, fiz errado, tô desfocada eu não fico lamentando que errei, e as pessoas criam uma projeção de foco de que eu sempre vou ser assim, não a gente é ser humano né, e esse ponto que você falou é mais importante saber como volta porque aí quanto mais rápido você faz isso melhor, e o fisiculturismo tem me ensinado muito isso porque as pessoas falam assim “Ah você come 100% certo” eu falei “Claro que não né”, como diferente, como errado mas a volta é, eu não faço isso durante uma semana, eu comi uma refeição a próxima já tá correta de novo e assim vai indo então acho que realmente esse é o ponto e a energia que você coloca né, de colocar energia mais positiva no que deu certo do que no que não tá dando.
Henrique de Moraes – Sim e é engraçado, no trecho que eu peguei fala exatamente sobre isso, você notar a hora que você se distraiu e gentilmente voltar a prestar atenção na explicação, é isso.
Danielle Fausto – E esse é um ponto bem, é importante tratar a gente bem, se a gente não faz isso a propensão de dar certo as próximas coisas é totalmente equivocada né porque você não tá se tratando bem então o que vem depois não vai ser produtivo.
Henrique de Moraes – O que te causa mais ansiedade Dani? Hoje
Danielle Fausto – Então, às vezes eu acho que sou ansiosa, às vezes acho que não sou ansiosa mas assim, eu sou uma pessoa muito enérgica então eu tenho senso de urgência em responder as pessoas, eu por exemplo se recebo uma mensagem tenho que realmente deixar o telefone bem longe porque se eu estiver com ele perto e eu vi que alguém pediu alguma coisa, alguém quer falar eu já quero responder, então talvez isso me cause um pouco de, solucionar as coisas me causa um pouco de ansiedade. Mas ficar assim preocupada com algo, pré ocupando a minha mente é geralmente quando eu tenho palestra para fazer, eu fico por mais que eu sei que sempre vai ser fluido, que vai dar tudo certo, previamente eu fico ansiosa né “Ai como é que vai ser?” e até esse nosso momento por exemplo né “Vai dar certo? Não vai?” e aí eu tento me acalmar e falo “Tá, já deu alguma vez errado?” Não não deu então tá tudo certo” escreve, desenha antes a linha de raciocínio inicial e busco voltar para o meu centro, então são mais esses momentos de fala e o senso de urgência de responder o outro, mas não perco noite, é muito raro eu ter insônia assim, geralmente é alguma coisa mais fisiológica assim de comi alguma coisa que não devia ter comido e aí o organismo sente, fico com sono mais leve enfim porque alguma preocupa sabe.
Henrique de Moraes – Que bom
Danielle Fausto – É mas ansiedade é um problema hoje muito né, acho que até a pandemia desencadeou em várias pessoas né, “O que vai ser depois?”, “Como vai ser?”, “O que vem depois disso?”
Henrique de Moraes – Acho que tem muita coisa aí envolvida nessa ansiedade, acho que talvez a pandemia tenha evidenciado mais, mas eu acho que isso já vem de antes sabe, vejo muitos pelos meus relacionamentos, as pessoas que estão próximas e mesmo antes da pandemia assim já estavam sentindo essa coisa de uma ansiedade, não saber muito bem o que fazer, como resolver e tudo mais e é lógico que quando veio a pandemia não tem como né, tudo tudo fica mais à flor da pele, fica mais evidenciado eu acho de certa forma porque você tá o tempo inteiro com você mesmo e com as pessoas que você tá mais próxima e vai ficando mais evidente mas enfim, tenho minhas teorias aí e é uma coisa que me interessa muito porque eu sou muito ansioso né então eu acabo pesquisando, lendo bastante e eu vejo que existem alguns sinais e sintomas claros assim sabe, tipo de coisas que aconteceram, meio que marcas na linha do tempo da gente como seres humanos, tecnologia, tudo que surgiu e como que isso vem influenciando sabe, mas é assunto pra uma conversa inteira eu acho.
Danielle Fausto – Hoje por exemplo, quando surgiu WhatsApp né e tudo mais eu me sentia cada vez mais na obrigação de responder as pessoas, hoje eu consigo deixar as pessoas sem respostas e tá tudo certo, sei ficar bem com isso e responder no meu tempo, quando eu realmente puder dialogar né mas tanto que até coloquei a mensagem automática né, chega um horário que eu desligo o telefone mas no geral ver uma pessoa esperando uma resposta me desencadeia essa ânsia de querer resolver
Henrique de Moraes – Eu acho que esse ponto do imediatismo das coisas né, de cada ferramenta deixar o tempo de resposta mais rápido porque pessoas sabem no final das contas que você recebeu e de certa forma aquilo vem com uma energia do tipo assim “Pô você não vai responder agora? Eu sei que você já recebeu”, isso com certeza é um fator que assim aumenta e muito a ansiedade né, já provavelmente tava ali dentro da gente e aí chega um momento de pandemia onde as linhas de trabalho e vida pessoal tão todas distorcidas né, embaraçadas e aí você não sabe mais se precisa responder aquela mensagem ou se não precisa, se tem que olhar o celular aquele horário ou não enfim cara, realmente complica e eu acho que as ferramentas também elas não ajudam de certa forma porque por exemplo você falou de programa o e-mail, mas a gente não consegue programar o WhatsApp e aí muita gente vai e manda mensagem porque ela quer ter a sensação de tarefa cumprida né então assim “Ah não beleza, eu fiz a minha parte agora está sob a responsabilidade da Dani, do Henrique” e se essas ferramentas me ajudassem nesse sentido eu acho que seria mais fácil pelo menos né porque você conseguiria pelo menos identificar as pessoas que não estão de fato nem aí para a sua qualidade de vida das pessoas que mandam porque ela não quer fazer um post-it para lembrar de mandar isso amanhã porque às vezes é um negócio na cabeça dela na hora né então assim tem todas essas questões, é lógico que a pessoa também pode se programar, dá pra se programar, você consegue escrever isso em outro lugar e depois mandar enfim, botar um alarme, várias outras ferramentas mas acho que as próprias empresas que fazem esse tipo de tecnologia poderiam trazer soluções que já amenizariam essa ansiedade né de certa forma mas enfim. Eu queria saber assim agora, essa é uma das perguntas que eu mais gosto do podcast que é o que é ser bem-sucedido para você? Porque eu adoro ouvir as diferentes versões sabe, tipo do que as pessoas enxergam e de vez em quando as respostas me trazem reflexões bem interessantes.
Danielle Fausto – Eu acho que o conceito de bem sucedido vai mudando ao longo do que você está vivendo assim né, não sei para mim se você me fizesse essa pergunta no começo da minha história profissional eu diria que ser bem sucedida era ser bancária e eu descobri que não, e hoje para mim ser bem sucedida é ter qualidade de vida e dentro do meu conceito é ter tempo de qualidade para fazer as coisas que eu gosto, que eu tenho prazer de fazer, atingir os meus objetivos e de um modo que seja sustentável, pensando que tudo que a gente faz nesse mundo gera impacto então se eu vou atingir o meu objetivo eu vou ficar bem e o que tá à minha volta também vai ficar bem, isso é ser bem sucedido para mim. Porque às vezes a gente cria alguns desejos, sonhos, projetos enfim que às vezes não geram impacto no entorno tão positivo quanto poderia né então aí para mim não seria um conceito completo de ser bem-sucedido mas o conceito parte do meu eu expandindo pro outro né, no impacto sustentável.
Henrique de Moraes – Se você pudesse falar com o seu eu de 10, 15 anos atrás e você pode botar isso em algum lugar na sua timeline que faça sentido né, o que você diria pra Dani lá de trás?
Danielle Fausto – Eu nunca penso, quando você fala assim eu tenho dificuldade, acho que nunca parei para pensar o que eu falaria mas assim uma coisa que me vem agora assim é, quando a gente está vivendo uma situação a gente não compreende 100%. Quando eu olho para a minha história hoje, olhando tudo o que eu vivi ela faz muito sentido tudo que eu vivi, tudo que eu aprendi e tudo mais então se eu pudesse falar algo para o meu eu do passado seria para ter paciência que tudo vai dar certo, que tudo vai fazer sentido e eu vou conseguir enxergar essas conexões no momento que eu preciso enxergar sabe porque eu vejo algumas experiências que eu vivi que eu poxa vida né, porque não aconteceu isso antes? E hoje eu olho e não, aconteceu exatamente como tinha quando eu estava vivendo, hoje eu olho e aconteceu tudo exatamente como deveria acontecer, então pra mim os pontos se ligam a partir do momento em que eu olho do meu presente para o meu passado e eu consigo ver as conexões, então eu diria para eu ter paciência que as coisas na hora certa vão concluir.
Henrique de Moraes – Dani, eu queria que você falasse do seu curso, “Impulsione sua Vida” e também depois falasse um pouco onde as pessoas podem te encontrar, qual o melhor local pra elas conseguirem falar com você.
Danielle Fausto – Ótimo. O “Impulsione sua Vida” surgiu nesse ano que eu te falei que eu tava decidindo focar 100% da minha energia no empreendedorismo depois de ter alguns aprendizados aí né, eu comecei a fazer ele presencial então fiz algumas edições em Curitiba, fiz algumas edições em São Paulo e aí desde 2018 se não me engano, 2019 ele foi lançado na plataforma digital e é um curso que compreende várias ferramentas dessa autoliderança principalmente, o objetivo principal é que as pessoas consigam ir além do planejamento então eu vejo que tem muitos cursos que ensinam como você planejar ou alcançar suas metas, seus objetivos mas não ensinam de fato a realizar então eu digo que o “Impulsione sua Vida” vai além do planejamento porque é realmente para mudança de comportamento e mudança de mindset então em seis módulos eu trabalho desde rompimento de padrões comportamentais até definição de objetivo, desenvolvimento de hábitos, toda essa questão do autoconhecimento mesmo e alinhamento né do seu objetivo com seu propósito. E tá disponível aí em parceria com o Hotmart, é um curso que acontece online e o diferencial é que durante a execução do curso os alunos podem se conectar comigo via WhatsApp também para tirar dúvidas ou ter algum reforço mais específico em algum exercício porque ele é um curso tanto teórico quanto prático então eu sempre disponibilizo o meu contato para os alunos me procurarem durante essa trajetória aí de autoconhecimento. E nas redes sociais eu tô no Linkedin, tô no Facebook mas a que eu mais uso, tô no Twitter mas a que eu mais uso é o Instagram @danielle_fausto_, tem meu site também www.daniellefausto.com
Henrique de Moraes – Perfeito, a gente vai colocar todos os links na descrição do episódio então quem quiser procurar fica mais fácil e Dani, muito obrigado pelo seu tempo, adorei foi um mega prazer, fiquei muito feliz com todas as conexões que a Thalita me fez inclusive, que foi só gente fantástica acho que você é a última pessoa da lista de pessoas que ela me conectou e já tô até triste porque foi só conversa maravilhosa assim e fechando aqui com chave de ouro, muito, muito obrigado de verdade viu?
Danielle Fausto – Obrigada eu, depois você manda tudo pra eu ver, tô curiosa pra rever esse nosso momento aí
Henrique de Moraes – Pode deixar.