Gustavo Mota é Formado em design gráfico, pós-graduado em Marketing pela IBMEC e trabalha com internet há 14 anos. Tem muita experiência em soluções online e fundou uma das primeiras plataformas brasileiras de crowdsourcing, a We Do Logos.

Apaixonado por empreendedorismo, é mentor de startups, consultor do Sebrae/RJ, colaborador e palestrante da Endeavor além de mentor e palestrante de diversos eventos em todo Brasil como o Startup Weekend, Semana Global de Empreendedorismo, Semana do Microempreendedor e Feira de Empreendedorismo.

LIVROS CITADOS
PESSOAS CITADAS
  • Rapha Avellar
  • Tim Ferriss
  • Pedro Quintanilha
  • Marcelo Sales
  • Jack Welch
  • Bill Gates
  • Rafael Albertoni
  • Erico Rocha
  • William Douglas
  • Pedro Superti
  • Victor Damásio
FRASES E CITAÇÕES
  • “Impaciência com ações e paciência com resultados” – Henrique
  • “Vença a manhã para vencer o dia” – Henrique
  • “Feito é melhor que perfeito” – Gustavo

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Henrique de Moraes – Fala Gustavo, cara seja muito bem vindo ao calma!, tô muito feliz de ter conseguido marcar esse bate-papo contigo, tem muita coisa que eu quero falar aqui então não vou nem perder tempo, já vou começar te pedindo pra contar um pouco do início da We Do Logos porque eu adoro a história, acho que a galera vai curtir saber um pouquinho sobre como foi a criação aí da empresa.

Gustavo Mota – Legal cara, primeiro obrigado aí pelo convite né, pra fazer parte do teu canal de podcast, é um prazer enorme realmente. E também de estar ao lado de grandes nomes né, então quem não viu os outros episódios corre lá porque tem muita coisa boa. Cara, o We Do Logos começou, eu sou designer né, então a We Do Logos começou muito porque eu conhecia o mercado de design gráfico, atendia micro e pequenas empresas e tinha ali uma dificuldade muito grande de vender pra elas porque era caro você fazer design gráfico, e quando eu montei a We Do Logos, a gente vai fazer 10 anos agora, não tinha nenhuma ferramenta na internet que conectasse designers com empreendedores, e quando a gente fez isso lá no início foi uma disrupção muito grande no mercado, e a gente não só conecta né, a gente conecta e faz um concurso online, então a gente mudou a forma como é vendido e comercializado o serviço de design no Brasil e isso causou muito rebuliço no mercado. Logo com 3 meses de empresa a gente saiu no Mundo S/A, um programa famoso na GloboNews, como destaque né, como uma empresa inovadora nacional e isso virou trending topics no Twitter com o pessoal xingando a gente, foi maravilhoso porque isso nos deu muita visibilidade né, não só o programa mas as pessoas depois comentando sobre o programa, muita crítica sobre o modelo ser inovador igual aconteceu com o Uber, fez com que a gente tivesse uma exposição grande e consequentemente um faturamento absurdo do dia para noite né, então a gente era uma empresa que faturava 6 mil reais e passou a faturar 150 mil reais do dia pra noite, então realmente foi um crescimento muito acelerado, você vê que tem uma oferta de mercado muito grande né, era um problema que tinha no mercado e ninguém tava conseguindo resolver, e por sorte, por coincidência, por capacidade, a gente montou uma solução que resolvia esse problema. Mas é claro, não sabia que ia bombar do dia para noite, então como eu falei, eu sou designer, eu que fiz o site da We Do Logos e aí quando teve o primeiro boom né, a primeira que eu fui fazer foi ligar pra minha esposa e falar “Pode procurar uma mansão porque a gente tá rico”, faturando absurdamente do dia pra noite, e aí a coitada tá esperando até hoje né porque montar uma empresa não é fácil então realmente foi muito desafiador, eu fiz o site né, eu tinha ajuda de outro designer, a gente aprendeu a programar ali no dia a dia, então o site não sustentava a quantidade de pessoas que estavam, então foi realmente depois da alegria veio a tristeza né, com cliente querendo comprar e não conseguimos comprar porque o site caía, designer querendo trabalhar e não conseguindo, cliente que tinha pago achando que era picaretagem, então foram duas semanas dormindo no escritório, rebootando servidor, xingando empresa de hospedagem pra tentar resolver o processo, foi realmente muito complexo né mas foi só o primeiro de tantos desafios que a gente enfrentou nesses longos 10 anos empreendendo no mercado brasileiro.

Henrique de Moraes – Muita bom cara, eu acho que essa é uma constante assim, todo mundo que eu vejo começar, lógico que não todo mundo, não é regra, mas assim, é uma coisa que acontece muito que é, você lança e aí parece que você tem um pico, você fica animado e aí começa a vir a chuva de problemas né cara, a realidade vem com peso em cima da gente

Gustavo Mota – Ah é, empreender já não é fácil, no Brasil é mais difícil ainda né, então coloca tudo isso num modelo disruptivo, que tá entrando no mercado que era muito tradicional, que fazia as coisas sempre da mesma forma, aí é o tempero perfeito para gerar notícia né.

Henrique de Moraes – Verdade. Cara, eu queria aproveitar esse iniciozinho aqui pra falar um pouco da minha admiração por tudo que você tem feito cara porque pra mim, da forma que eu enxergo, você é um modelo do que o empreendedor deveria ser e vou explicar porquê né, não é nem pautado no sucesso que vocês tem, em tudo que vocês conquistaram porque isso é muito e é incrível já mas especialmente pela consistência, eu vejo você sempre buscando melhorar a si mesmo, melhorar a empresa, melhorar os resultados e isso há 10 anos né, você acabou de falar aí que vão fazer 10 anos agora, e até uma coisa engraçada, quando eu coloquei esse nome no podcast, calma!, eu fiquei preocupado de ser mal interpretado, porque eu não quero que ninguém faça menos e também não quero que ninguém faça mais, não é o objetivo aqui, não é essa tese do programa, do podcast enfim, na verdade o que eu queria é que as pessoas entendessem de uma vez por todas que nem todas as empresas são unicórnios, nem todas são midiáticas, nem todas vão te deixar milionário em poucos anos, às vezes em poucos meses e mesmo que isso aconteça não significa que os desafios acabaram né, então é essa calma que eu tento passar para as pessoas,  que eu tento incutir em mim, porque também é difícil você fazer esse trabalho de autoconhecimento e de não ficar o tempo inteiro com a expectativa muito alta, e tem uma frase que eu gosto muito que diz assim “Impaciência com atos e paciência com resultados”, eu acho que essa frase descreve bem o mindset que o empreendedor deveria ter e que descrevem bem o que você vem fazendo, porque mesmo com o sucesso você continua com a mesma pegada, com o mesmo pace ali de tentar crescer, de crescer consistentemente, então cara parabéns aí por tudo que você tem feito e por todo o trabalho você faz, inclusive para melhorar todo o universo de empreendedorismo né cara, que eu sei que você é muito ativo e tem um papel muito importante nesse momento, nessa área.

Gustavo Mota – Muito obrigado cara, fico realmente lisonjeado, gosto muito de ajudar então participo né de muitos movimentos pró empreendedor, dou muita mentoria, faço muita palestra, faço muito evento, gero muito conteúdo porque de fato eu fui muito ajudado né, no início, então eu tinha acesso à mentores, por tudo que a gente construiu e ser um negócio que realmente é bem bacana, a gente sempre teve apoio da Endeavor desde o início, logo com 4, 5 meses de empresa a gente já tava sendo apoiado por eles então eu tinha acesso à excelente mentores que me ajudaram em todos os desafios, então eu tenho pra mim que é meio que uma obrigação minha devolver isso pra sociedade, então faço isso com muito prazer e tenho ótimos feedbacks aí da galera.

Henrique de Moraes – Muito bom, e você me ajudou muito também cara no início quando eu tava ainda nessa vibe de startup e acabou que eu mudei né, mas eu lembro e cara, a generosidade de tempo e de atenção que você me deu e você nem me conhecia, na verdade eu até te perguntei isso, perguntei se você poderia ser meu mentor e me ajudar no meio de um evento eu acho que da Endeavor inclusive e você cara foi super disposto, me ajudou de fato então realmente isso criou uma marca em mim, me deu vontade também de ajudar então acho que é muito importante isso porque desperta essa vontade de ajudar os outros também né, é um ciclo no final das contas.

Gustavo Mota – Exatamente, é um ciclo de boas pessoas, de boas intenções e querendo buscar algo melhor para toda comunidade, que no final do dia empreender é resolver o problema de alguém né, então se você consegue manter sua empresa ativa, crescendo, ou mesmo não crescendo, mas ativa ali girando, empregando, entregando valor, cara é bom pra sociedade né.

Henrique de Moraes – Cara eu queria te perguntar sobre o 5am Club, eu sei que você tem um grupo no WhatsApp, não sei se ainda tem, se isso ainda rola, mas eu sei que você faz parte dessa galera que acorda cedo e eu queria entender um pouco sobre como funciona, como vocês se ajudam, pode falar um pouquinho sobre isso?

Gustavo Mota – Claro, eu costumo dizer que o empreendedor ele pode entregar o valor de duas formas né, entregando o produto ou serviço que ele se predispõe, e entregando também exemplo né, então você sendo exemplo pras pessoas você também ajuda a sociedade como um todo, e o 5am nasceu, hoje ele é um grupo de WhatsApp, tem mais de 100 pessoas lá, e a gente na verdade foi um movimento que eu quis juntar as pessoas para me ajudar a acordar às 5 horas da manhã também, então não é só pros outros, tudo que eu faço também é para mim né, a gente fica achando que é só entrega, entrega, entrega e não, a gente tem que fazer as coisas para a gente e também para os outros e de preferência se juntar os dois é melhor ainda, então eu criei um motivo, tem um gatilho mental que é o de compromisso público então eu já fui logo nele que é o mais forte né, o que te faz fazer as coisas, quando você se compromete publicamente isso faz com que você aja, com que você faça aquele seu compromisso com a efetividade maior, então eu já fui logo e criei um grupo de WhatsApp, divulguei, comecei a trazer pessoas e aí todo mundo que tá lá, nem todo mundo é empreendedor mas todo mundo que tá lá de certa forma está se ajudando, está se apoiando, está deixando depoimento, falando como que está sendo, quão difícil é acordar mais cedo, como que isso tá mudando seus resultados no dia a dia, pessoas que pararam de fumar por causa disso, então a grande verdade é que você não precisa acordar às 5 né, o ideal é você acordar 2 horas antes do horário que você acorda, com isso você vai ter 30 dias a mais no final do ano, então você ganhou um mês de vida, um mês pra você estudar, um mês pra você trabalhar, um mês pra você cuidar da sua saúde, um mês a mais que você poderia ter, e isso com duas horinhas a mais, então é mais um movimento pró saúde, pró foco né em detrimento de algum valor, agora não é fácil né você abdicar, ficar na cama é maravilhoso, quem não gosta de ficar ali deitado, então quem não gosta de tomar uma, muitas pessoas não gostam mas muita gente gosta de tomar uma cervejinha no final do dia e pô, você sair com os amigos e beber você não vai conseguir acordar cedo no outro dia, então são decisões que você toma, você quer algo você tem que se abdicar de outras coisas, muitas vezes e quando eu tô acordando 5, hoje eu não acordo 5 horas diariamente, acordo 6, eu encontrei o meu equilíbrio ali mas quando eu preciso fazer, vamos dizer quanto eu tenho um mês que eu tenho que acelerar, eu acordo 5 horas ou 4:40 ou 4:30 para acelerar e eu acelero assim, uma, duas semanas que foi o que aconteceu agora no Covid né, que começou o lockdown, o faturamento da empresa caiu 70%, e aí eu tinha que fazer alguma coisa, e aí eu fiquei trabalhando 20 horas por dia e dormindo 4 horas literalmente, tinha que acordar cedo, tinha que dormir tarde pra bolar uma solução que fizesse com que a empresa sobrevivesse né, e aí a gente conseguiu um produto de presença digital, construiu uma solução completamente nova e hoje a gente tá arrebentando a boca do balão, então quando eu tô em modo acelerado é 5 ou até antes 4:40 e quando eu tô no modo normal é 6 horas, que é o meu equilíbrio e cada um encontra o seu né, essa é a grande verdade.

Henrique de Moraes – Isso é importante, e é engraçado eu tava conversando até esses dias com um amigo meu sobre isso, que eu vi uma publicação de uma pessoa reclamando das pessoas que se dizem workaholics, ou que vendem esse estilo de vida e eu fiquei pensando sobre isso, eu falei “Cara porque a pessoa tá tão incomodada com as pessoas que querem trabalhar mais do que ela né?”, é uma coisa engraçada mas é verdade porque a internet ela virou uma coisa binária né, é sim ou não, ou é bom ou é ruim, e as pessoas não tem a coisa do meio, do tipo “Cara, isso aqui não é pra mim mas eu respeito quem curte, respeito quem faça”, parece que elas ficam incomodadas, é uma coisa do que você falou assim, é você entender qual é a sua necessidade, o que você precisa é buscar pessoas que talvez tenham o mesmo interesse que você em vez de ficar reclamando das pessoas que têm interesses diferentes, acho que é isso

Gustavo Mota – Exatamente, e a grande vantagem da internet, apesar de ser polarizado, é que você facilita o encontro do que você gosta com outras pessoas da mesma tribo que você, então dá para você “Ah eu sou o cara que começa a dormir às 3 horas da manhã”, cara vai ter milhares de pessoas que começam a dormir 3 horas da manhã, “Eu sou o cara que gosta de borboletas amarelas”, vai ter a tribo das pessoas que gostam de borboletas amarelas, então em vez de você atacar os outros, cara se junta à sua tribo, encontre pessoas com os mesmos valores que você e vai ser feliz né.

Henrique de Moraes – Exatamente, é autoconhecimento e autoaceitação também né, tipo “Cara, aceita suas limitações e aprende a lidar com elas e vive com as pessoas que tem as mesmas”, e não que essa limitação seja, não limitação no sentido pejorativo, mas é só seu jeito mesmo né, sua forma de lidar com o mundo, enfim. Mas aí você acorda às 6h agora e aí você tem alguma rotina específica cara que você segue, você medita ou sei lá, tem algum ritual matinal?

Gustavo Mota – Sim, tem a rotinazinha básica que é levantou, abriu o olho, saiu da cama, vai pra cozinha, bebe uma água, então isso já vai fazer com que você não volte a dormir, depois dou uma meditada, faço um hiit de exercício rápido né, 10 minutos só pra movimentar o corpo e acelerar ali o batimento cardíaco, banho gelado e leio um livro ou faço um curso. Eu tava muito no ritmo de ler um livro mas agora tô fazendo cursos também nesse horário de manhã que dá uma arejada no cérebro também, então basicamente é isso, e aí isso chega 7 horas eu já fiz coisa pra caramba e um monte de gente ainda tá acordando né então pra mim eu ganho mas tempo, ganho mais horas do dia fazendo isso.

Henrique de Moraes – Tem uma coisa, eu tenho começado a acordar cada vez mais cedo também né assim muito por necessidade de colocar a cabeça no lugar especialmente, porque eu percebi que se eu acordasse muito em cima da hora para o trabalho eu já começava com o estresse do dia né, então é isso, você ganha essas 2 horas ou 3 horas enfim, dependendo da hora que você resolveu acordar e você tem um tempo só seu pra cuidar das coisas que você precisa cuidar antes do mundo interferir né, antes da agenda dos outros começar a interferir na sua, porque você começa a receber, ainda mais para quem trabalha com serviço, começa a receber pedido, começa cliente a pipocar para falar, reclamar, enfim, cobrar, e o mundo inteiro né família, tudo isso, e eu acho que isso tem me trazido um pouco de luz e serenidade para cuidar do dia né, mas eu não consigo meditar assim que eu acordo que nem muita gente faz, porque senão durmo cara, eu bebo até a água mas cara, não adianta, então tenho que fazer alguma coisa antes que de fato coloque a minha cabeça para trabalhar ali sabe, vou escrever alguma coisa, tenho uma rotina de escrever algumas coisas todos os dias, alguns pontos que eu preciso focar né e eu tenho que fazer isso antes de meditar senão cara eu juro, eu durmo, eu já dormi umas duas vezes meditando então tive que mudar a ordem das coisas.

Gustavo Mota – As tarefas eu faço à noite antes de dormir mas eu faço meditação guiada né de manhã, eu sou hiperativo então não consigo ficar ali parado meia hora, 40 minutos, 10 minutos é o meu limite, não consigo fazer mais mas é a minha reunião comigo mesmo então a gente faz planejamento anual de empresa, faz planejamento semestral, faz batida de OKR de semana em semana e a gente mesmo não faz uma reunião sozinho né, sobre nós, então é um momento que eu tiro para mim, então como eu sou realmente muito acelerado, eu fico ali 10 minutos e já fico na ânsia então não sou exemplo de meditação, mas tem funcionado pra mim.

Henrique de Moraes – Mas cara, cada um tem que ser dono da régua que mede seu próprio sucesso né cara, pra você que é hiperativo, meditar 10 minutos é uma vitória né, então assim não tem que ficar se comparando com o tempo de meditação dos outros.

Gustavo Mota – Total, no início eram 2 minutos

Henrique de Moraes – Pois é, não tem essa, e uma coisa que é legal de você ter essa rotina matinal que eu tô descobrindo agora na verdade, eu comecei à pouco tempo, tem uma frase que fala “Vença amanhã pra vencer o dia”, porque quando você consegue realizar essas tarefas, e mesmo começando com poucas, eu comecei acordando sei lá, meia hora mais cedo, depois 1 hora e fui aumentando conforme eu fui vendo necessidade porque quando você consegue realizar essas tarefas de manhã, você vai para o dia com um gás muito maior né porque você já teve a sensação de realização logo de manhã em pequenas tarefas, é isso, meditar 10 minutos, mas você ter conseguido cumprir aquela meta que você colocou já faz com que você vá para as outras metas que são mais difíceis, pra tarefas mais difíceis com um gás maior, pelo menos essa é a sensação que eu tenho

Gustavo Mota – Sim mas é isso né, normalmente as pessoas fazem listas de tarefas que são inacabáveis para o dia, então ela bota lá 15 coisas, ela não vai fazer, então ela já chega no final do dia cansada, fez muita coisa mas fala “Não consegui completar todos”, o que já era impossível desde o início, então quando você tem uma organização e já sabe o que você vai fazer, você já completa coisas que já estão definidas mesmo mentalmente como acordar no horário combinado, combinado com você mesmo né, se você combinou que você ia acordar às 6, acorda às 6, porque você vai apertar o despertador para mais 10 minutos? Acostume o seu cérebro a cumprir os combinados que você fez com você mesmo, essa é a primeira etapa da vida, então se você fala “Vou tomar banho gelado”, toma banho gelado, se você não quisesse tomar banho gelado no início, combinava com você que seria um banho morno, sei lá, então faça os seus combinados e cumpra eles, e aí você vai conquistando como você falou, as atividades sendo realizadas e você vai ganhando mais gás para o teu dia.

Henrique de Moraes – Muito bom cara, acho que essas dicas são são maravilhosas, eu aprendo muito quando ouço outros empreendedores falando e eu acho que uma coisa importante que as pessoas erram muito também, você falou sobre as tarefas de tarefas inacabadas né, que são longas ou tarefas que poderiam ser divididas em pequenas tarefas né e isso é muito importante também, mas é das pessoas colocarem metas muito irreais né, e elas se decepcionarem porque elas não estão conseguindo atingir, então tipo em vez de você falar que vai fazer exercício por uma hora todos os dias, bota cinco minutos, 10 minutos, que  foi o que você falou né, são 10 minutos de exercício também então assim, é muito melhor você botar ali metas pequenas que você consiga cumprir e se sinta bem e que tenha a dose de dopamina ali que é liberada, do que você botar uma meta grande e se frustrar.

Gustavo Mota – Exatamente, é a questão dos combinados né, eu faço esse ritual e eu ia pra academia à noite mas se eu não fosse pra academia não era uma desculpa para não cumprir minha rotina matinal porque aquilo eu ia fazer independente, porque a academia para mim né, a minha vida é corrida para caramba então pode ser que uma reunião atrase e tal e aí não dá para ir, então eu separei esses dois momentos, são momentos distintos que aí eu cumpro pelo menos alguma coisa de manhã e o meu bônus né, aí eu vou para academia à noite, ia né.

Henrique de Moraes – É, agora tá mais complexo. Aproveitando, eu fiquei sabendo que você montou um QG aí e que você tomou decisões difíceis inclusive para isso, queria que você falasse um pouco sobre a decisão que você tomou desde que começou essa loucura toda.

Gustavo Mota – É verdade cara, eu tenho a possibilidade né de, meus sogros moram muito perto né, então botei minha esposa e meus filhos na casa dos meus sogros e eu fiquei em casa pra poder dar foco total à essa mudança né, porque tá tendo a mudança de hábitos de consumo, hábitos de compra, hábitos de uso e a gente precisa adaptar o nossos negócios pra poder passar por esse período, e se eu ficasse com todo mundo dentro de casa, com todas as demandas né que existem dentro de uma casa, que é normal, isso iria interferir demais e meu rendimento ia cair, e eu não ia conseguir fazer o que eu precisava fazer, então a gente tomou em conjunto aqui a decisão da família, aí eu fico na minha casa fazendo o que eu tenho que fazer de empresa, e final de semana eu venho pra casa dos meus sogros e aí eu fico com a família, então hoje por exemplo eu vim pra cá pra acelerar aqui essa mudança, ficar mais perto dos filhos, então não é fácil, não é fácil pra ninguém, meu filho já teve dois momentos chorando de estar longe do pai e tal, é difícil pra caramba mas é importante pro momento que a gente tá vivendo e as coisa não param né, as dinâmicas, as demandas do dia a dia, então a gente vai tentando se desviar. Eu posso fazer isso, a gente achou que era interessante, que era bom pra nossa estrutura familiar e empresarial, não sei se todos podem mas pra a gente tá funcionando bem.

Henrique de Moraes – Boa. É, cada escolha é uma renúncia, não tem jeito, tem que saber escolher no que focar e seguir e não ficar remoendo, tem que assumir as escolhas e seguir, não tem jeito.

Gustavo Mota – Imagina nas duas primeiras semanas que eu tava trabalhando 20 horas, eu não ia dar atenção pra ninguém, na verdade eu ia atrapalhar eles, eles iam estar me demandando e seria uma frustração muito maior né, então a gente meio que fez uma definição de como se eu estivesse viajando, como eu viajo muito, dou palestra, fico fora várias vezes por mês, então a definição foi meio que essa e a gente tá conseguindo levar na medida do possível, obviamente tem todo o estresse né até o momento atual, mas pras crianças apesar disso tudo está sendo melhor porque na casa do meu sogro tem uma estrutura maior né, tem piscina, tem outras coisas que elas podem ficar mais livres né, não tem esse sentimento todo dia de ficar preso.

Henrique de Moraes – Queria te perguntar uma coisa, sei que é uma pergunta clichê, mas eu vou reformular né. Se você pudesse falar com o Gustavo lá de quando você tava iniciando a trajetória da We Do Logos, ou até antes, pode ser algum momento chave da sua vida, o que você diria pra ele ter mais calma? Qual seria o momento, tem alguma coisa que você de repente poderia ter se cobrado menos ou sei lá, não ter esperado resultados tão imediatos pra não lidar com frustração, alguma coisa nesse sentido?

Gustavo Mota – Então, como eu sou muito acelerado, eu monto negócio, boto para fazer, jogo pra frente e vamos que vamos, o que eu falaria pra mim e ia me poupar muito dinheiro e muito estresse é começar, chamar advogado, fazer acordo de acionistas, resolve o problema societário rápido ali né com acordo de acionistas que isso certamente iria me poupar muito estresse e dinheiro, mas são águas passada também, já aconteceu, já passou, hoje todos os meus negócios eu já começo, você aprende com seus erros, é melhor você aprender com os erros dos outros mas já que tive o meu há 10 anos atrás, aprendi com ele e já não cometo mais essa burrada.

Henrique de Moraes – Esse foi o problema que você teve com seu sócio né, que saiu, acho que te processou, você quer falar sobre isso, pode falar sobre isso, inclusive?

Gustavo Mota – Posso, não tem muito mistério não, na verdade a We Do Logos cresceu muito rápido, tinha muito dinheiro em caixa, o dinheiro não era nosso, era da plataforma né porque o cliente paga antecipado e esse sócio achava que tinha o direito de sacar metade do valor, a empresa era meio a meio, ele achava que metade era dele e ele poderia sacar, ele mandou notificação judicial, extrajudicial solicitando saque do dinheiro e aí a gente obviamente botou advogado e tudo pra cada um defender seus interesses, no final eu fiz aquisição da parte dele por um valor na época gigante né, um valor que eu nunca tinha ganhado na vida, foi um momento de tensão, família chorando, minha mãe chorando, como é que eu ia me comprometer com um valor tão alto num negócio que era muito iniciante, tava nos primeiros meses isso mas foi decisão mais acertada, eu acreditava na empresa e deu tudo certo. Eu até falo que apesar disso tudo se ele não tivesse feito isso eu provavelmente estaria com a minha cabecinha pequena, dentro daquela realidade que eu vivia nos anos anteriores, então esse problema me catapultou pra um nível que eu jamais tivesse pensado que eu ia chegar, então hoje eu até agradeço.

Henrique de Moraes – Boa cara, muito maneiro. E nessa época como que você teve essa força de vontade, de onde você tirou isso, você lembra, teve ajuda, alguém te aconselhou, como é que você se motivou a continuar sabendo que você ia ter que assumir uma dívida que assim, você primeiro não tava esperando, que tava super além do seu limite financeiro né, como é que você conseguiu fazer para se motivar, porque eu acho que é nessa hora que as pessoas param, sabe? Acho que é nessa hora que tudo acaba enfim, ou até antes, esse é um problema até maior do que os problemas que as pessoas costumam enfrentar e costumam desistir, as pessoas desistem muito mais fácil, como é que você conseguiu lidar com isso cara, e como é que foi passar por isso tudo?

Gustavo Mota – Então, primeira coisa quando eu recebi a notificação foi ligar pro cara e falar “Irmão, é sério isso?”, porque é sócio né, sócio de 12 anos, era meu sócio de vários outros negócios, então ele “Não, é sério”, eu falei “Então beleza”, e aí como eu tinha apoio da Endeavor, liguei pra Endeavor e perguntei quem era o cara certo pra poder me aconselhar, aí eles me indicaram o Marcelo Sales da 21212, que na época tinha acabado de começar a 21212, fundador da Movile né que hoje é dona do Ifood e tal, e aí o Marcelo falou “Cara, isso já aconteceu com todo mundo que eu conheço, isso já aconteceu comigo e eu resolvi comprando a parte e parcelando à perder de vista esse valor e colocando outra pessoa pra fazer o pagamento, o dinheiro sai da tua conta mas nem vê o dinheiro saindo pra você não sofrer todos os meses”, e foi isso que eu fiz, segui o conselho do Marcelo, entramos num acordo financeiro, botei a Gigi que hoje é sócia da empresa mas era meu braço direito na época, desde o início era meu braço direito e hoje é sócia, botei ela pra fazer os pagamentos e depois de muitos meses, ela chegou um belo dia e falou “Aqui Gustavo, não temos mais que pagar, o que eu faço com esse dinheiro?’, aí a gente aumentou a verba de marketing, então nem vi essa questão acontecendo.

Henrique de Moraes – Boa, já mostra também a cabeça né, tipo se tivesse com foco em dinheiro já diria “Bota pra minha conta” mas não, vamos crescer a empresa, bota no marketing

Gustavo Mota – 8 anos do business focado só botando dinheiro na empresa aí depois de 8 anos a gente começou a fazer a transição mental de “Cara, a empresa não pode ficar só reinvestindo tudo”, a gente tem família, tem filhos, você precisa também trazer pro campo físico, eu vejo que é um erro muito grande de quem começa startup, só pensa na empresa e não pensa na sua vida pessoal também, tem que ter um equilíbrio muito grande, eu não soube fazer esse equilíbrio durante 8 anos, agora eu tô nos últimos anos, o primeiro ano foi de virada e desde o ano passado a gente já tá com um equilíbrio muito melhor nesse sentido, deixando os sócios mais tranquilos também né, porque não adianta só trabalhar e não ter nenhum retorno né.

Henrique de Moraes – Você tem quantos sócios? Foi investido também?

Gustavo Mota – Não, a gente não recebeu investimento mas a gente fez aquisição do Logovia em 2015 e aí os investidores do Logovia quiseram permanecer como sócios, então a gente tem executivos são sócio que trabalham, mas a gente tem vários outros investidores muito minoritários né mas que veio dessa aquisição que a gente fez.

Henrique de Moraes – E você falou aí sobre equilíbrio né, você acredita em equilíbrio entre vida pessoal e trabalho? Qual a sua visão em relação à isso?

Gustavo Mota – Eu acredito que é uma vida só, não é pessoal e profissional, é a sua vida, e aí sua vida você tem que focar em algumas partes, alguns momentos e focar em outras partes em outros momentos, eu não acho que as coisas tem que se equilibrar, vamos pensar correto, um equilíbrio é, muitas coisas boas e do outro lado eu tenho muitas coisas ruins, então não quero equilíbrio não, eu quero só muitas coisas boas, eu quero desequilibrado, eu quero minha vida desequilibrada pra muitas coisas boas, muitas coisas positivas, dando muito certo, não quero equilíbrio não, então eu por exemplo foquei muito essas últimas semanas num negócio, desfoquei da empresa, tava desequilibrado nesse sentido, agora o momento que eu vim pra casa da minha sogra hoje, 7 da manhã já tava aqui pra poder equilibrar e ficar mais tempo com meu filho, porque tava me demandando ali, então você tem que ir trabalhando e dando foco à medida que as coisas vão surgindo porque sua vida é só uma e você só tem 24 horas no seu dia, não tem pra onde você correr né, é o que iguala todos os seres humanos, 24 horas, ninguém tem mais e ninguém tem menos

Henrique de Moraes – Verdade. E se você pudesse, ainda voltando lá no seu Gustavo fundador né, tipo no início 10 anos atrás, alguma coisa que você pudesse dizer pra ele ter mais pressa, você falou da calma, agora o que você falaria pra ele ter mais pressa pra de repente ele sei lá, não perder tanto tempo ou dar mais importância?

Gustavo Mota – Nossa, eu sou muito acelerado, se eu fosse acelerar mais eu ia bater, volta a outra pra ter mais calma, talvez planejar mais as coisas, eu faço tudo muito rápido, nesse Covid todo montei um business novo, chamado Sales Farm, pra conectar empreendedores com estoque, com serviço, com vendedores demitidos pra eles serem vendedores afiliados dessas empresas, então eu sou muito acelerado eu faço muita coisa, gosto disso então acelerar mais eu acho que talvez, não sei mas talvez pensar mais no retorno financeiro, ter acelerado isso antes, ter visto que isso poderia ser uma prioridade ali antes né, não esperar tanto mas de um modo geral acho que sou bem acelerado.

Henrique de Moraes – E quais foram os 3 livros que mais impactaram a sua vida? Eu sei que você lê bastante, acho que de repente você vai ter boas dicas aí.

Gustavo Mota – Então, já que a gente falou do 5am, “O milagre da Manhã”, que é o livro, você já leu esse livro, Henrique?

Henrique de Moraes – Não, não conheço, nem tinha ouvido falar pra falar a verdade

Gustavo Mota – É mesmo? Então lê aí, “O milagre da Manhã”, ele fala do princípio todo, conta toda essa história de 5 horas da manhã, como você cria uma rede de apoio, é bem legal. Lendo esse livro que eu, eu já tentava acordar cedo, durante 3 vezes na minha vida pra ser mais exato durante vários anos diferentes, em 3 vezes da minha vida eu tentava acordar cedo porque eu via que grandes nomes do empreendedorismo faziam isso, acordavam mais cedo, tinham mais horas de trabalho e performavam, e eu tentava fazer isso, mas eu não conseguia. Depois que eu li esse livro mudou a minha forma de pensar e aí eu comecei a fazer que isso acontecesse de fato, então é um livro que mudou bastante. Outro livro que eu gosto muito é o “Ferramentas dos Titãs”, que é um livro que conta, um livro grossíssimo que tem muitas páginas e ele conta vários

Henrique de Moraes – Tim Ferris, né?

Gustavo Mota – É, e ele conta vários casos né, várias histórias de diversos empreendedores e separado por saúde, finanças, então se você quer energizar alguma coisa da sua vida, abre a página, lê como se você fosse ler a Bíblia, abre a página lá, dá uma lida, são histórias de 1, 2 páginas, 3 páginas, é muito curtinho né e aí você pode ler todo dia, lê um pouquinho todo dia que você vai aprender muita coisa cara, muitos hacks da vida eu aprendi lendo “Ferramentas dos Titãs”

Henrique de Moraes – Boa. Cara, engraçado que eu sou, desculpa te interromper mas eu sou Tim Ferriss bitch né, sou fãzaço, ouço o podcast dele, falo pra todo mundo ouvir, mudou a minha vida mas eu só li até hoje dele o “Trabalhe 4 Horas por Semana”, eu queria comprar os outros, acho que vou investir, agora depois dessa dica então vou ver se eu compro.

Gustavo Mota – É muito bom, muito bom porque são vários cases, é como que se você tivesse lendo a melhor dica de cada uma daquelas pessoas, tem centenas de pessoas né, então é bem legal. O terceiro livro que, em português é “O lado difícil das situações difíceis”, que é “The Hard Thing about Hard Things”, é um livraço muito brabo, um livro que conta também história de empreendedorismo, tiro porrada e bomba, o que acontece com a empresa do início ao fim, sendo investida, a empresa quase quebrando, então tem muitos casos legais. E eu sempre indiquei um livro também, é fantástico, o nome em português é “Jack Definitivo”, cara o livro é o melhor livro que eu já li, se é pra escolher um livro na vida, lê “Jack Definitivo”, o problema só todo é que estão apurando aí casos de desvio, de acobertamento, coisas de fato criminais contábeis contra ele e aí queima um pouco esse mito, que o cara foi CEO da GE durante décadas e fez um crescimento astronômico, era um papa, um exemplo de CEO, não sei se essa polêmica toda é verdadeira ou não, tem muita coisa que parece que é verdade mesmo por isso que eu tô falando, mas é um livro fantástico mesmo, que conta muito a história do crescimento de um cara que revolucionou a gestão.

Henrique Se eu não me engano ele tá no livro “Empresas Feitas Para Vencer”, você já leu esse livro?

Gustavo Mota – Não

Henrique de Moraes – É do Jim Collins, esse cara escreveu dois livros, ele é um pesquisador e então os livros deles são muito baseados em dados e ele faz várias análises super detalhadas e aí ele fez um que é Feitas pra sei lá o que e tem esse Feitas para Vencer, que é a história de CEOs que pegaram empresas em situações difíceis e transformaram elas em empresas fodas, empresas que conseguiram ali virar a chavinha e que duraram pelo menos 10 anos nessa crescente, ele tem isso como parâmetro, se a empresa virou por um ano e depois caiu de novo ele não conta, ele conta empresas que ficaram 10 anos sendo incríveis e pô é uma recomendação boa cara, eu gosto muito desse livro.

Gustavo Mota – Maneiro, não conhecia não. Aqui no Brasil tem o CEO da WEG né, que é uma empresa nacional de motor, que a empresa cresce, cara se não me engano 20% ao ano nos últimos 20 anos, a parada é bizarramente bizarra, e era uma empresa familiar e tal, não sei como tá hoje a gestão, até conheci o fundador, fundador não né, o CEO na época, acho que era o filho do fundador se não me engano, fiz uma palestra com ele num evento. Tem empresa no brasil de referência, modelo de gestão, os caras da WEG são realmente incríveis.

Henrique de Moraes – Maneiro, vou procurar saber. Quem é a pessoa que você mais admira e porquê

Gustavo Mota – Êta lelê, meus Deus do céu

Henrique de Moraes – Não precisa ser empreendedor, pode ser, mas pode ser família, pode ser qualquer pessoa mesmo, seu pai, enfim, não precisa ficar fechado aqui a emprendedorismo

Gustavo Mota – Eu admiro muitas pessoas, eu gosto de destacar um cara que nego massacra em pra mim é o cara que revolucionou o mundo, que é o Bill Gates, o maluco mudou o mercado, mudou o mundo literalmente, o modelo de empreendedor, modelo de gestão, modelo de inovação, modelo de tudo, e é um cara focado em ajudar as pessoas né, dedica hoje todo o  tempo dele, fortuna pra isso, pra ajudar os outros, então o Bill para mim é uma referência, gosto muito.

Henrique de Moraes – Boa. Qual foi o melhor conselho que você já recebeu? E aí pode ser até um trecho de um livro, não precisa ser exatamente de uma pessoa né mas assim, qual foi a melhor lição que você ja tirou, que alguém te passou ou qualquer coisa nesse sentido?

Gustavo Mota – Cara, o melhor conselho vou te dizer, a gente sempre tem muitos né, muitos de tudo, eu não fico tachando  quem que é, quem que não é, como é que faz, como é que não faz, cada fase da sua vida você acaba se apegando à uma frase ou outra né, mas você fazendo essa pergunta eu me lembrei de uma vez que eu fui na Endeavor né pra passar feedback de como estavam sendo os negócios, e eu sempre ia pra Endeavor falando “Putz cara, isso aqui tá difícil, pede alguém pra me ajudar nisso, aqui tá ruim e tal”, e aí uma vez, não sei nem que foi que falou, mas alguém falou assim “Pô Gustavo, você sempre vem com história triste, da próxima vez vem com uma história feliz” cara, a partir daquele momento eu mudei completamente a forma como eu levava as informações pras pessoas né, em vez de só estar mostrando um cenário ruim, eu comecei a mostrar todos cenários bons e falando “Cara, aqui tem uma oportunidade, tem como você me ajudar?”, e aí eu mudei um pouco a forma de agir, mas cara tem vários outros, dicas, mas acho que essa é a mais engraçada pensando assim rapidamente

Henrique de Moraes – Muito bom. Você tem, eu sei que são perguntas parecidas mas são um pouquinho diferentes, você tem tipo alguma frase específica que você vive sua vida por, tipo sei lá que você leu ou colocou num quadro ou que você botou na parede da empresa, alguma coisa assim?

Gustavo Mota – “Feito é melhor que perfeito”, é a frase da minha vida

Henrique de Moraes – “Feito é melhor que perfeito”, muito bom, me lembra você mesmo, não porque você não faz as coisas de maneira perfeita, mas porque eu sei que você faz, impressionante, muito bom

Gustavo Mota – Tem que executar, se não executar você morre, se a bicicleta não estiver andando ela cai, tem certas coisas que não dá né, então feito é melhor que perfeito, agora feito não é mal feito, a frase não é ““Mal feito é melhor que perfeito”, a frase é “Feito é melhor que mal feito”, então mete bronca.

Henrique de Moraes – Você tem algum conceito que você tinha no passado e que você mudou de opinião nos últimos tempos? Essa pergunta é emprestada do Tim Ferriss

Gustavo Mota – Ah tenho, home office, eu era completamente contra o home office cara, meu sócio CTO foi pros Estados Unidos, agora ele já tá, mas durante dois anos antes dele ir eu falei “Vamos testar home office porque eu acho que esse negócio não vai funcionar”, durante dois anos enquanto ele tava fazendo todo o processo de migração ele foi trabalhando de casa, trabalhando do escritório em outra sala, trabalhando em outro local, trabalhando no escritório de um amigo perto, aí meu time todo falava “Pô deixa final de semana trabalhar de casa”, eu não deixava, final do ano passado eu comecei a permitir só final de semana e agora com essa história toda do Covid tá todo mundo 100% home office, tá funcionando bem, a gente também botou ferramentas, botou ferramentas de comunicação que, uma semana antes de fechar tudo eu tinha trocado o Slack pelo Discord e isso revolucionou nossa comunicação interna e aí então isso fez com que funcionasse pra gente o home office, hoje eu já cogito o home office como sendo a primeira opção dentro de um modelo de trabalho.

Henrique de Moraes – E porque eu você optou pelo Discord cara, fiquei curioso em relação à isso porque assim, o Slack é a ferramenta favorita, top of mind da galera que vai trabalhar, não só quem trabalha remotamente, mas pra qualquer comunicação empresarial, porque você mudou?

Gustavo Mota – Pra mim tbm era melhor só que quando eu fui apresentado ao Discord, o Discord tem todas as funçõe que tem no Slack e tem o principal, que é sala de voz, todo o time, eu abri várias salas, então tem a sala do time de marketing, time de vendas, time de TI e time de atendimento então o time fica dentro dessa sala com o fone ligado, com o fone de ouvido ligado e o microfone desligado, então se eu quero falar com alguém eu entro na sala como se estivesse entrando numa sala física e falo “Oi Fulaninho tudo bem, preciso disso, disso e disso”, o cara já tá me ouvindo, eu não preciso conectar, não precisa o cara responder, é uma comunicação síncrona. O Slack, o WhatsApp é assíncrono, então a gente tendo a comunicação na hora agiliza e reduz ruído absurdamente, e deixa todo mundo integrado, como se as pessoas estivessem fisicamente na mesma sala, então todo mundo fica sabendo da dúvida, da pergunta, a resposta, o cara liga e desliga o microfone ali só pra não ficar com o áudio aberto, mas ele tá sempre com o fone de ouvido, e quando o cara não pode porque tá numa ligação, time de vendas e tal, ele desliga virtualmente ali o fone de ouvido e a gente sabe que não tá ouvindo, então fica fluida a comunicação né, cara é imbatível comparado com o Slack é game changer

Henrique de Moraes – Legal, a gente tá, a agência é muito pequena né, então a gente nunca precisou muito, mas quando veio, aliás, a gente começou a usar o Slack um pouco antes de começar essa loucura, sem querer e eu já tinha usado o Slack em outros projetos só que a galera não tá se adaptando ao Slack, a galera tá preferindo o WhatsApp e aí talvez seja uma boa a gente testar o Discord, de repente vamos ver como é que vai ser. Mas cara deixa eu te perguntar, quando você tá muito na mídia né ou quando você se expõe muito e você é assim, você dá muita palestra, você tá em todos os lugares, todos os eventos, eu brincava até quando a gente se via muito que eu falava “Cara não é possível, como você consegue estar em todos os eventos que acontecem no Brasil”, não sei se você ainda é assim, mas pelo menos a impressão que eu tinha era que você tinha 30 horas no dia, e quando você tem esse perfil muita gente vai te pedir coisas né, vai querer pedir uma ajuda, pedir um conselho, te pedir pra participar de alguma coisa como eu te pedi pra participar do podcast, mas muitas dessas coisas tomam muito nosso tempo e tiram nosso foco do nosso próprio negócio e eu queria saber assim se você aprendeu a dizer não pra alguma coisa específica que você percebeu que tava mais tomando seu tempo do que gerando valor pras pessoas ou pra você mesmo?

Gustavo Mota – Cara, o que eu tô dizendo não hoje em dia, e até desde o ano passado é evento de startup, porque era mais networking de pessoas que não iriam agregar valor para mim nem para o meu negócio, eu só tava dando né, não tava recebendo, e uma troca justa é lá e cá, então eu deixei de ir pra evento de startup e comecei a ir para eventos de marketing digital, de empreendedorismo de um modo geral então onde eu aprendo muito, onde eu entrego também muito mas onde eu aprendo muito, então eu tô muito conectado com a galera de infoproduto, de marketing digital nesse sentido, que é uma galera que estuda muito, que tem muito conteúdo, que está sempre antenado nos últimos hacks de negócios que tá acontecendo, então pô, fui para Las Vegas num evento só de afiliados, pra entender como é esse mercado de afiliados, participo de um masterind em São Paulo só com a galera de copywriting, então eu tô muito conectado agora com essa galera porque eu tô aprendendo demais, entrego muito valor porque né, poucas pessoas conhecem de tecnologia, de startup e tal, mas eu também colho muito, então eu deixei de lado esse mundo startupeiro e estou indo para o lado de um mundo mais voltado pro business mesmo.

Henrique de Moraes – Como é que você faz para se manter atualizado hoje em dia cara? E não só como você seleciona o que você vai consumir de conteúdo mas também como você faz para eliminar ruído né, que eu acho que é o mais difícil hoje em dia.

Gustavo Mota – Cara, é um pouco o que eu falei né, eu participo de grupo empresariais né, que é o mastermind, que são encontros onde as pessoas discutem sobre um tema específico né, então eu participo de um grupo anual onde a gente faz encontros presenciais e virtuais, são mais de 40 empresários e a gente se ajuda mutuamente ali, troca informação, é muito rico né e eu faço muito treinamento também, então vários cursos online presenciais, de todas todas as formas, são as formas que eu acabo me atualizando. E eu tenho um negócio de mentoria né, que é o M8X, e o fato de eu dar mentorias estruturadas para empreendedores também me atualiza muito porque eu vejo o problema deles, estudo o mercado, entrego valor ali mas também tô aprendendo, então isso também me ajuda bastante a ficar atualizado.

Henrique de Moraes – E você tem muito problema com as ferramentas de comunicação que acabam interrompendo nosso dia, tipo WhatsApp e até email é um pouco assim, acaba que são muitos inputs que a gente tem que vêm de fora e que são na verdade urgências dos outros e que acabam interrompendo nosso flow do dia né, você tem problema com isso ou lida bem com eles?

Gustavo Mota – Não, eu sou de boa, eu tenho uma estrutura, hoje eu trabalho muito mais delegando, então chega uma demanda eu passo pra alguém, jogo pro outro, então pra mim pode tacar o que quiser que a gente vai resolver, não necessariamente vou ser eu que vou resolver mas o assunto vai ser resolvido.

Henrique de Moraes – E você tem algum macete pra delegar, porque eu acho delegar uma coisa difícil, especialmente para empreendedores novos, especialmente os que são muito cuidadosos com o negócio, que acabam querendo assumir ali uma postura de querer se meter em tudo e se você não conseguir delegar você não cresce né, essa é a verdade, então você tem algum macete assim, alguma coisa que você aprendeu, alguma lição em relação à isso?

Gustavo Mota – A lição principal é que ninguém vai fazer igual a você né, igual não vai, a pessoa pode fazer melhor ou pior, igual não vai, isso já é um fato, então a tendência é que alguém faça o que você pediu de uma forma inferior à sua, você tendo consciência disso você vai deixar de ser cricri né, e a maior parte das coisas dá pra passar com 80%, você não precisa ser nota 10 em tudo, dá para passar com 8, dá pra passar com 9, então quando você entende que dá para passar, você vai começar a delegar. Hoje eu já delego, o que eu quero é o assunto resolvido entendeu, então as coisas têm que ser feitas, simples assim, então pra mim hoje eu não tenho problema nenhum, simplesmente faço e cara quero a resolução do problema dá teu jeito, mas no início era mais difícil realmente porque é difícil né a gente passar uma parada, tipo hoje, chegou para mim um cliente que estava reclamando de um projeto, ele queria o cancelamento do projeto sendo que ele já tinha finalizado e recebido as artes, aí mandei que tinha que dar uma olhada aí no que aconteceu, aí minha sócia me manda assim “Mota, esse aqui é o cliente que finalizou mas depois de 10 dias ele queria mudar um monte de coisa, o que que eu faço?”, a primeira coisa que eu falei foi “Liga pra ele e entende da boca dele o que tá acontecendo”, aí ela não me respondeu e em 10 segundos e eu falei “Quer saber, me dá o telefone dele aí que eu vou ligar pra ele”, aí foi agora, vou desligar com você aqui e vou ligar pra ele para entender né, chega um certo nível que você tem que meter a mão e executar, então eu sabia que ela poderia fazer mas talvez ela fosse ter as respostas igual a mim, e nesse caso para evitar ruídos maiores de um problema já de estresse que certamente ocasionou, eu vou assumir, mas de um modo geral eu delego tudo

Henrique de Moraes – Boa. Cara, tem algum hábito que as pessoas acham bem estranho mas que você ama?

Gustavo Mota – Cara, dá um exemplo aí, o que alguém fala nessa resposta aí?

Henrique de Moraes – Cara tem vários, já falaram de metrificar tudo, tem um amigo meu que ele falou “Cara, eu sei exatamente todos os meus hábitos o quanto que eu cumpri durante o mês, quando eu não fiz, enfim, um hábito estranho por exemplo que provavelmente muita gente acha esquisito é de acordar cedo pra fazer essas coisas

Gustavo Mota – Ah é, tomar banho gelado nego acha esquisito demais

Henrique de Moraes – Você toma banho gelado? Porque?

Gustavo Mota – De manhã é banho gelado, faz parte, lê o livro, lê o livro “O milagre da manhã”, faz parte do processo, a verdade é que melhora tua imunidade, tem várias questões e faz você acordar melhor, entendeu, então o banho gelado nego surta, falam “Ah só faz isso porque tá no Rio de Janeiro” aí eu viajo pro Sul e tomo banho gelado,”Mas é porque tava em dia quente”, cada hora falam uma coisa diferente.

Henrique de Moraes – E você tem alguma recomendação de podcast, de pessoa pra seguir, conteúdo, pode dar quantos você quiser aí, fica à vontade

Gustavo Mota – Pô, segue o nosso podcast “Fala Empreendedor!”, a gente tem vários episódios, várias entrevistas bacanas, tá no Spotify, no iTunes, tem no YouTube, em todos os cantos aí também. Pessoas pra seguir cara, tem muita gente boa né, posso indicar Rafael Albertoni pra falar de copywriting, posso indicar o Pedro Quintanilha pra falar de marketing digital, de recorrência no marketing digital, o próprio Érico Rocha

Henrique de Moraes – Eu trabalhei trabalhei com Pedro cara

Gustavo Mota – Trabalhou com o Pedrão?

Henrique de Moraes – Trabalhei com o Pedro num projeto que a gente fez de um lançamento

Gustavo Mota – Ah legal, show. Do juiz?

Henrique de Moraes – Isso, do William Douglas

Gustavo Mota – Legal, boa, eu que botei ele lá com o Rafael

Henrique de Moraes – Ah, foi você? Maneiro. Pode crer, a gente se encontrou né lá no evento da Hotmart, foi isso?

Gustavo Mota – Exatamente, exatamente

Henrique de Moraes – Tava com o Rafa, é verdade, legal

Gustavo Mota – Então, tem muita gente, o próprio Erico Rocha, tem Pedro Superti, Victor Damásio, tem muita gente boa aí que você pode seguir, aí vai depender do que você gosta, eu falei aqui da galera de marketing digital que é o que eu estou mais consumindo conteúdo hoje em dia.

Henrique de Moraes – E como é que as pessoas podem te encontrar hoje em dia, qual é a melhor plataforma pra elas verem seu conteúdo

Gustavo Mota – Cara, pode acessar o site gustavomota.com e no Intagram @gustavomotareal, lá tem muito conteúdo, tem muita coisa, tem dezenas, centenas de vídeos, hacks, sacadas pra você poder aplicar, de posicionamento, de marketing e vendas no teu negócio, então acessa o site gustavomota.com e o Instagram @gustavomotareal.

Henrique de Moraes – Boa. Bom, recomendo muito que todo mundo siga aí o Gustavo porque ele é um cara muito muito comprometido mesmo em gerar conteúdo de valor, tem podcast, tem muitos vídeos no YouTube, tem uns videos muito legais que eu aprendi, fiz muita anotação, tem conteúdo pra caralho, além de estar em tudo quanto é lugar, dá palestra em tudo quanto é lugar, esse é o cara mais sinistro, que mais corre atrás, o cara do walk the talk mesmo, não é aquele maluco que fica só falando, não é empreendedorismo de palco, o cara tá nas trincheiras como diz o nosso amigo em comum aí, o Rapha Avellar

Gustavo Mota – Verdade, verdade, um dia eu vou assumir esse seu elogio, ainda vou chegar lá, tô trabalhando pra isso

Henrique de Moraes – É isso aí. Cara, obrigadaço pelo tempo, foi um prazerzaço assim, acho que tem muita coisa boa aqui que a galera vai poder tirar de aprendizado e se ninguém tirar nada, eu já tirei bastante então para mim já valeu e é isso que importa cara, obrigadaço aí pelo seu tempo de verdade.

Gustavo Mota – Valeu, um prazer enorme cara, tamo junto se precisar, é só falar.

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