o que você faz em um segundo? nas últimas semanas, a internet provou que é possível criar um viral. a trend do momento é um áudio de um segundo, onde só dá tempo de piscar (literalmente). por coincidência (ou não) nessa semana eu me deparei com o termo brainrot, que parece explicar o porquê de conteúdos tão superficiais estarem em alta.

PRA COMEÇAR, O QUE BRAINROT?

o termo “brainrot” refere-se à deterioração das funções mentais devido ao consumo excessivo de conteúdos triviais, frequentemente encontrados em redes sociais e plataformas de streaming. a expressão, que surgiu inicialmente como uma brincadeira em 2007, ganhou seriedade à medida que pesquisadores começaram a investigar suas implicações na saúde mental. segundo especialistas, o bombardeio constante de informações de baixa qualidade pode prejudicar a capacidade de foco e a clareza mental, resultando em um estado de confusão e desinteresse por atividades mais significativas.

de acordo com artigo da CNN Brasil, a crescente popularidade do brainrot está ligada a mudanças nos hábitos de consumo de mídia. a Geração Z, por exemplo, tende a priorizar conteúdos que oferecem gratificação instantânea, muitas vezes em detrimento de informações que exigem um maior esforço cognitivo. isso resulta em uma diminuição da capacidade de análise crítica e de apreciação de conteúdos mais profundos e significativos

o brainrot pode estar relacionado a um aumento nos níveis de estresse e ansiedade. a constante comparação com os padrões de vida idealizados nas redes sociais pode levar a sentimentos de inadequação e depressão, criando um ciclo vicioso de consumo e desconexão emocional.

SCROLLING & SLOPIFICAÇÃO

a prática de “scrolling” infinito, ou em bom português, ficar rolando a tela pra baixo, comum em plataformas como Instagram e TikTok, promove um consumo passivo de conteúdo, onde a informação é digerida sem reflexão crítica. já a “slopificação” da internet, um termo que descreve a tendência de criar conteúdos cada vez mais superficiais e de fácil digestão, contribui para a proliferação do brainrot. as gerações mais jovens, como a Geração Z e a Geração Alpha, que cresceram imersas em tecnologia, estão particularmente suscetíveis a esses efeitos.

SINTOMAS E EFEITOS

a dificuldade de concentração é um dos principais sinais, uma vez que a constante exposição a conteúdos rápidos e superficiais prejudica a habilidade de focar em tarefas mais complexas. isso pode impactar significativamente a vida profissional, onde a produtividade é essencial. além disso, o consumo excessivo de informações pode gerar uma fadiga mental, o que torna atividades simples mais desafiadoras.

outro efeito relevante do brainrot é a desconexão emocional, que faz com que os indivíduos se sintam distantes de suas atividades diárias e de suas relações interpessoais. essa sensação de distanciamento pode dificultar a formação de vínculos significativos e a participação em atividades que trazem satisfação. com o tempo, essa desconexão pode contribuir para o aumento dos riscos de problemas de saúde mental.

OK, MAS O QUE DÁ PRA FAZER?

para lidar com o brainrot, especialistas recomendam algumas estratégias:

  1. estabelecer limites de tempo: definir horários específicos para o uso de redes sociais pode ajudar a reduzir a exposição a conteúdos fúteis.
  2. priorizar conteúdos de qualidade: optar por materiais que estimulem a reflexão e o pensamento crítico, como livros e documentários, pode ser benéfico.
  3. desenvolver novos hobbies: engajar-se em atividades offline, como esportes, artes ou meditação, pode ajudar a restabelecer o equilíbrio mental.
  4. praticar a desintoxicação digital: realizar pausas regulares do uso de tecnologia pode ser essencial para recuperar a clareza mental e a capacidade de foco.