news da bru: afinal, quem cuida de quem cuida?
em uma das news mais recentes, falamos sobre a saúde mental das mulheres. uma semana depois o tema da redação do ENEM foi “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. o que isso significa? nada. mas na minha cabeça criei a fanfic que alguém do INEP é cadastrado nessa news e se inspirou um pouco.
para retribuir a gentileza (ficou claro que é uma fanfic, né?) hoje eu vou falar sobre o trabalho de cuidado realizado pela mulher. e não, esse texto não será uma redação – não estou pronta para receber um e-mail de algum professor aqui zerando meu texto por fugir da estrutura dissertativa argumentativa.
você já parou para pensar como as mulheres simplesmente realizam verdadeiros malabarismos com o tempo? uma proeza que muitas executam diariamente, mas que, infelizmente, frequentemente passa despercebida. estou falando da dupla jornada, um fenômeno que coloca as mulheres em uma maratona incansável entre o trabalho remunerado e as responsabilidades domésticas.
enquanto muitos de nós podem pensar que o avanço da igualdade de gênero está em curso, é vital olhar mais de perto para o papel invisível que as mulheres desempenham diariamente. o trabalho de cuidado, muitas vezes não remunerado e escondido nos bastidores, é uma peça-chave nesse quebra-cabeça.
imagine acordar cedo, enfrentar o trânsito, brilhar no escritório, só para voltar para casa e mergulhar em uma nova jornada. não de descanso, mas de trabalho doméstico. as mulheres brasileiras são mestres nesse equilíbrio entre o profissional e o pessoal. no entanto, essa proeza mágica muitas vezes impede que alcancem alturas profissionais.
a dupla jornada cria uma barreira intransponível para muitas mulheres quando se trata de ascender a cargos de liderança. a falta de tempo e energia, aliada à persistente mentalidade de que as mulheres são as principais responsáveis pelo cuidado, as impede de dedicar recursos significativos ao avanço de suas carreiras. nunca vi um caso de recrutadores perguntando aos homens quem ficaria com os filhos enquanto eles trabalham.
o trabalho de cuidado, que engloba tarefas como cuidar dos filhos, da casa e dos idosos, é muitas vezes invisível aos olhos da sociedade. enquanto as mulheres desempenham esse papel fundamental, a falta de reconhecimento e valorização perpetua a ideia de que é uma obrigação natural e não um trabalho legítimo.
é hora de questionarmos o status quo. será que é justo que as mulheres enfrentem uma jornada dupla, enquanto muitos homens continuamos a ignorar o trabalho invisível que sustenta nossas vidas? a igualdade de gênero não é apenas uma questão de oportunidades iguais no local de trabalho, mas também de reconhecimento e redistribuição justa das responsabilidades domésticas. é um convite para repensarmos como valorizamos e compartilhamos as tarefas do dia a dia.
beijos e até a próxima