news da bru: aceita que você é bom e ponto
em maio desse ano escrevi uma news que falava sobre o poder das palavras positivas e do elogio. foram 398 palavras incentivando você a dizer o quanto as pessoas ao seu redor são especiais e importantes, falando sobre redução dos níveis de estresse e ansiedade, melhora da autoestima e aumento da felicidade geral quando estamos expostos a mensagens positivas.
é um texto inspirador, mas revendo ele hoje, percebo que ficou um ponta solta: como a gente lida com os elogios recebidos. a maioria das pessoas que eu acho incríveis e que merecem meus elogios, sofrem de uma pontinha – ou um iceberg inteiro – da síndrome do impostor. e quer saber? eu me coloco nesse bolo também.
parece que estamos sempre esperando o inevitável momento em que tudo desabará, revelando que somos uma farsa. a modéstia excessiva é nosso escudo, uma armadura contra a vulnerabilidade que vem com aceitar que, talvez, possamos ser realmente bons em algo.
é curiosa a nossa capacidade de subestimar nossas próprias habilidades. cada elogio é recebido com um olhar duvidoso, como se o elogiador – se essa palavra não existe, gostaria de inventar – estivesse olhando para uma versão distorcida de nós mesmos, uma que não conseguimos enxergar. parece que tropeçamos nas palavras gentis e nossas respostas são de uma humildade exagerada.
a raiz desse desconforto pode morar na crença de que não somos dignos de reconhecimento, que a busca incessante pela perfeição nos impede de ver o mérito em nossos esforços. como nunca estamos satisfeitos, continuamos a rejeitar o elogio, pintando nossa autoimagem com tons de autocrítica.
no entanto, talvez seja hora de questionar essa narrativa autodepreciativa. e se, em vez de recusar os elogios, permitíssemos que eles transformem as percepções distorcidas de nós mesmos? e se começássemos a ver o valor em nossas realizações, reconhecendo que o mérito é merecido e não apenas uma coincidência?
aceitar elogios não é um ato de arrogância, mas sim uma celebração da jornada árdua que percorremos para chegar onde estamos.
então, da próxima vez que receber um elogio, resista à tentação de esquivar-se dele. em vez disso, sorria e agradeça, reconhecendo que, mesmo que às vezes duvide, você merece ser visto e celebrado pelo que é e pelo que alcança. afinal, quem sabe? talvez, ao aceitar os elogios, possamos começar a desconstruir a fachada da modéstia excessiva e abraçar a verdade de que somos, de fato, capazes e dignos de reconhecimento.
beijos e até a próxima