preciso contar uma coisa para vocês: eu chorei vendo um comercial das Casas Bahia (e não foi pelo preço absurdo da máquina de lavar). meus olhos se encheram de lágrimas vendo o comercial que marca a volta do Fabiano Augusto, o icônico garoto propaganda da varejista. ao mesmo tempo que me senti como a feiticeira que é atingida pelo próprio feitiço – afinal, como publicitária é isso que quero despertar nas pessoas – fiquei pensando como sobre a conexão emocional entre as marcas e seus públicos.

a decisão da Casas Bahia de trazer de volta Fabiano Augusto é mais do que uma simples estratégia de marketing. ela é um reconhecimento da profunda conexão emocional que os brasileiros têm com o ator e o personagem que ele interpretou por tantos anos. o “Quer Pagar Quanto?” se tornou um bordão conhecido em todo o país, e a escolha de ressuscitar essa figura icônica visa reafirmar os valores e a identidade da marca junto ao público.

SÃO TANTAS EMOÇÕES...

de acordo com a Nielsen, líder global em informações de mercado, a conexão emocional entre uma marca e seu público é um dos fatores mais poderosos que impulsionam a eficácia da publicidade. em um estudo de 2017, a Nielsen destacou que as campanhas publicitárias que evocam emoções têm maior probabilidade de criar laços duradouros com os consumidores. o retorno de Fabiano Augusto à Casas Bahia é um exemplo vivo desse princípio. a nostalgia e a familiaridade que o público sente ao vê-lo novamente na tela são emoções poderosas que reforçam a afinidade com a marca.

com a volta do ator, surge a dúvida sobre o destino do CB, o mascote virtual que havia sido introduzido nas campanhas da Casas Bahia nos últimos anos. enquanto o CB trouxe uma abordagem mais tecnológica e moderna às campanhas, Fabiano Augusto representa a nostalgia e a tradição da marca. será que essas duas abordagens podem coexistir de forma harmoniosa ou veremos uma mudança na estratégia de marketing da empresa?

UMA DOSE DE TRADIÇÃO COM PITADAS DE INOVAÇÃO

o retorno de Fabiano Augusto também coloca em destaque as mudanças significativas que ocorreram no setor de varejo ao longo dos anos. com o avanço da tecnologia e a mudança nos hábitos de compra dos consumidores, as marcas precisam constantemente se adaptar e evoluir. o ressurgimento do ícone do passado na publicidade da Casas Bahia pode ser visto como um movimento estratégico para equilibrar tradição e inovação em um mercado cada vez mais competitivo.

a decisão por esse comeback também levanta a questão de como as marcas podem reinventar suas estratégias de marketing para se manterem relevantes. o sucesso dessa iniciativa dependerá da capacidade da Casas Bahia de mesclar a nostalgia com elementos modernos, criando uma narrativa envolvente que ressoe com as gerações mais jovens, bem como com os clientes de longa data.

se a estratégia vai gerar mais vendas para a empresa, só o tempo dirá, mas acho que ter emocionado alguém que está mobiliando um apartamento atualmente (eu já falei para vocês que o preço das máquinas de lavar estão absurdos?) já é um bom sinal.